Natal em blackout na Segunda Guerra Mundial

A leitura atual da configuração urbana da Cidade do Natal carrega muitas representações construídas no período entre 1939 e 1945, quando serviu de base militar, durante a Segunda Guerra Mundial, para estadunidenses e brasileiros. A população, que viveu aquele período como expectadora e sofreu suas conseqüências, manteve-o contemporaneamente em palavras que perderam seus significados originais ao longo do tempo, mas que continuam nomeando lugares – “Rampa”, “Black-Out” e “Trampolim” – e em elementos da sua paisagem – muros que delimitam áreas militares, ônibus intermunicipais denominados “Parnamirim Field” e “Trampolim da Vitória” (SILVA, Josimey Costa da. A palavra sobreposta: imagens contemporâneas da Segunda Guerra Mundial. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 1998.), entre outros. Apesar de tudo, pode-se considerar que há um desconhecimento quase generalizado da dimensão e do significado das repercussões do momento histórico mundial no tracejar das linhas que delinearam o seu presente.

Muito antes da deflagração da Segunda Guerra Mundial, o possante Big-Ben da Estação BBC de Londres era uma constante nos rádios receptores de todos os povos livres. O horário para o noticiário no Brasil era ansiosamente aguardado por grupos de pessoas, que, sentadas ou em pé, tinham os ouvidos atentos aos rádios, na expectativa de ouvirem as badaladas ressonantes do grande carrilhão inglês, que precediam as notícias sobre os acontecimentos do mundo, e, de modo particular, a respeito das marchas e contramarchas que findaram com a declaração de guerra total entre os aliados e os nazi-fascistas (AGUIAR, José Nazareno Moreira de. Cidade em black-out: crônicas referentes à Segunda Guerra Mundial – 1939-1945. Natal, UFRN. EDUFRN, 1991, p.15).

Vista Aérea da Cidade do Natal (1939). Fonte: Escritório Saturnino de Brito. Acervo: HCURB/UFRN.
Levantamentos das Forças Armadas Estadunidenses na Cidade do Natal. Fonte: Smith Junior (1992, p.43 e 47).
Vista aérea do bairro de Petrópolis. Acervo: Diário de Natal.
Solenidade de passagem da Bandeira no Liceu Industrial do RN (1942). Fonte: Acervo CEFET–RN (2006).
Soldados americanos no Aeroporto “Parnamirim Field” em Foto do acervo de José Estácio de Aquino Filho.
Aérea da Rampa do Campo Aéreo Naval (NAF) Natal, Brasil, em 17 de julho de 1942.
Trabalhadores nativos constroem prédio no campo de Parnamirim, Natal, Brasil. Maio de 1943.
Alinhamento de aviões de carga Douglas C-47 no campo de Parnamirim, Natal, Brasil.
Maio de 1943.
Quartel dos Alistados, Campo de Parnamirim, Natal, Brasil. Departamento de Defesa. 
Departamento da Força Aérea. 26/09/1947.

O ALARME (crônica)
A guerra estava longe, mas o medo muito próximo. Estava mesmo dentro de cada um. Era noite. Precisavam de escuridão, mas havia luar. As sirenes alarmaram. De todas as casas fecharam-se rápidas as janelas. As poucas luzes que haviam foram apagadas. Expectativa. Todos os santos foram invocados. Os corações bons ou doentes aceleraram os ritmos. Outros órgãos humanos causaram dores e correrias para ambientes privados. Expectativa. O ronco dos motores de um avião, muito alto, sobre os céus da cidade. Medo maior. Mas, nenhum silvo, nenhum estrondo. Os minutos passaram devagar. Timidamente, algumas janelas abriram-se. Olhares para além das nuvens. Holofotes gigantes iluminaram um avião solitário: era dos nossos. Tratava-se, pois, de um exercício de preparação psicológica. Em plena tensão, aos poucos nos lembramos de um célebre poema de Edgar Poe: “Deve ser isto e nada mais”. Realmente, “never more” drama semelhante a cidade sofreria. Depois das janelas, as portas foram se abrindo. Saímos para o Grande Ponto. Bendito blecaute. O luar dominava a cidade. Suavemente fez voltar a calma, a esperança e o bom humor, até que o sol, horas depois, veio mostrar que a cidade era a mesma, salvo algumas ocorrências de urgência hospitalar. Durante muitos dias após, cada habitante de Natal, sobrevivente ao susto, tinha uma história pra contar. Afinal, a guerra continuava distante (MELO, João Wilson Mendes. Op. Cit., p.77).

As operações de guerra na Cidade do Natal começaram efetivamente em fevereiro de 1942. Neste mês, surgiram os primeiros sinais, depois de tantos meses de espera, de que as expectativas das elites políticas e dos moradores se concretizariam. A partir delas, passaram a acompanhar o desenrolar dos acontecimentos na Europa com mais atenção, pois de lá chegava segundo França: […] o temor de uma possibilidade nefasta, surge a visão sombria de duros combates, contra a felicidade dos nossos lares e a inocência dos nossos filhos. Brasil, terra de paz e de progresso; norte-riograndenses, criaturas sãs de espírito e boas de coração. […]. É preciso pensar que nada nos acontecerá. Deus protegerá o nosso destino (FRANÇA. Aderbal. Deus protegerá o nosso destino. A República, Natal, 12 fev. 1942d., p.12).

Desde janeiro de 1942, como o anúncio da ruptura das relações diplomáticas brasileiras com os países do Eixo, os moradores da cidade contavam regressivamente o tempo para escutarem os bombardeios. Os Estados Unidos já estavam com suas forças organizadas na cidade e já operavam na costa brasileira, uma vez que, para estes, “a área de Natal era, realmente, crucial para a defesa dos Estados Unidos continental e do Canal do Panamá contra forças hostis” (SMITH JUNIOR, Clyde. Op. Cit., p.23). Mesmo antes do ataque à “Pearl Harbor, Natal tinha sido considerada um dos três pontos mais prováveis de ataque pelas Forças do Eixo“ (SMITH JUNIOR, 1992, p.34).

Foto da Praça André de Albuquerque (Foto de 1920/1922). Fonte: Pombo (1922, p. 33).
Foto do Aero Clube do Rio Grande do Norte. Acervo: Jaeci Emerenciano. Fonte: DVD Álbum Fotos Natal de Ontem.
Soldados Estadunidenses atuando no patrulhamento da Cidade do Natal. Fonte: Smith Junior (1992, p.139).
Aula de Educação Física no Liceu Industrial (1942). Fonte: CEFET–RN (2006).
A foto ilustra militares americanos ao lado de destroços de um avião de guerra que caiu na praia de Genipabu.
Quartel dos Alistados, Campo de Parnamirim, Natal, Brasil.
Tripulante terrestre em trator de aeronave passando pelo PV-1, Estação Aérea Naval, Natal, Brasil.
Nativos misturam concreto para ser utilizado na construção de prédio no Campo de Parnamirim, Natal, Brasil.  Maio de 1943.

O ataque a navios brasileiros pelos alemães também foram motivos de dificuldades para a economia brasileira, principalmente relacionado ao aumento do custo de vida, o abastecimento de mercadorias, o impacto causado pelo consumo de combustível, que se tornou pela suspensão de petroleiros na costa leste dos Estados Unidos para o Brasil (FERREIRA, 2017), que segundo Ferraz (2005) foi sentida pelo cidadão comum de duas maneiras:

a) Através das estratégias do governo do Estado Novo de constituir um “front interno”, no qual se visava a mobilização dos trabalhadores pela defesa do país e pelo aumento da produção;
b) Na escassez e do encarecimento de produtos de consumo cotidiano, devido às dificuldades de importação e á especulação com os preços gêneros de primeira necessidade;

Segue-se a organização para “Guerra de defensiva”, com organizações dos exercícios de Blecaute, feito principalmente em cidades da costa brasileira, como o Rio de Janeiro e Natal, a primeira famosa pelos treinamentos da Defesa Passiva Antiaérea, dos ensinamentos para se defender de estilhaços, bombas e desmoronamentos causados por bombardeios, a segunda, por ser o ponto mais próximo a Dakar, por onde havia a desconfiança que o Eixe atacaria para tomar frentes de guerra (FERREIRA, 2017).

Entre outras providências anunciadas em janeiro de 1942, o Governo Federal autorizou que o Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda (DEIP) e as Forças Militares Brasileiras iniciassem a preparação dos moradores da cidade das cidades com a aplicação dos Exercícios de Defesa Passiva. O programa de treinamento previa dotar a população brasileira de informações elementares para sua defesa por meio de procedimentos de organização e disciplina. Em Natal, a primeira notícia desses Exercícios foi divulgada antes do carnaval de 1942. AVISO À POPULAÇÃO – Hoje entre 14:30 e 16:30 horas, serão feitas experiências de funcionamento de sirenes, em vários pontos desta capital. Às 17 horas, haverá uma experiência geral de todas as sirenes instaladas na cidade. Pede-se a quem deixar de ouvir o sinal das 17 horas, a fineza de comunicar-se, na segunda-feira próxima, com o major Domingos Moreira, na construção do quartel do 16º R.I., no Tirol, ou na Chefia de Polícia, indicando o informante o local em que se encontrava naquele momento (AVISO à população. A República, Natal, 7 fev. 1942., p.1).

O Jornal A República, juntamente os demais órgãos da imprensa, juntamente com os Governos Estadual e Municipal e as forças militares, começaram a organizar a defesa da população da cidade. A notícia do primeiro exercício chegou à população e, no primeiro instante, espalhou-se um grande pânico. Era a confirmação de que a guerra estava mais próxima. Até mesmo alguns representantes das elites intelectuais demonstravam sua estupefação diante da circunstância de medo que se espalhou sobre a cidade, uma vez que esta se baseava na compreensão de que nada e ninguém sobrariam para contar a história.

Vê-se de súbito a cidade dos Três Reis Magos convertida em praça de guerra, eriçada de canhões voltados para o céu e atenta às possíveis advertências das sirenes de alarma. O sonho da paz se desvanece, mas a iminência do perigo restaura a velha atitude da capital lendária que, na hora da provação, se prepara para cumprir a sua missão renovada de atalaia do Brasil e de sentinela avançada do Novo Mundo (NATAL. A República, Natal, 25 fev. 1942., p.3).

A população da cidade passou a ser despertada pelas sirenes dos alarmes e sua esperança desvaneceu. Mesmo tendo acompanhado as construções militares, estes reagiam como se os fatos estivessem acontecendo inesperadamente. Mesmo diante da presença das guarnições e dos seus treinamentos diários, que podiam ver nas praias e nas proximidades da cidade, a nova situação estava apresentando uma realidade que não se sentiam preparados para enfrentar.

A pavimentação da estrada entre Natal e o município de Macaíba (Era uma das principais vias de acesso da capital ao interior do Estado, particularmente em direção à região do Seridó) já estava concluída, assim como já haviam procedido a limpeza da barra do Rio Potengi; o recobrimento do piso da Ponte sobre o Rio Potengi; a transformação da Maternidade de Natal em Hospital Militar de Natal e o funcionamento pacial do Quartel do Tirol. A infra-estrutura requerida parecia já estar presente, mas a população continuava despreparada. Para as elites, só restava “encarar as coisas, pacatamente, como no modo todo potiguar de aceitar os fatos, agüentando firme e sem ‘estrilos’ “ (CÂMARA, Clementino. Telefones automáticos. A República, Natal, 28/07/1942, p.3). Quanto a estas, tudo parecia acontecer à sua revelia, inclusive as ações modernizadoras, que continuavam se efetivando, porém para atender às necessidades da defesa, as quais requeriam condições estruturais adequadas e comunicações ágeis.

Foto da Avenida Rio Branco (Obra de arborização promovida no Governo de Alberto Maranhão entre 1900 e 1904). Fonte: Pombo (1922, p. 369).
Foto da Praça Pedro Velho (Década de 1950). Acervo: Jaeci Emerenciano. Fonte: DVD Álbum Fotos Natal de Ontem.
Parnamirim Field (Base Aérea de Parnamirim). Fonte: Smith Junior (1992, p.127).
Partida de futebol realizada no Liceu Industrial (Av. Rio Branco) antes de 1940.
Trabalho Mecânico no Motor de um PB2Y, Estação Aérea Naval, Natal, Brasil.
Um Consolidate PBY Catalina da Marinha dos EUA equipado com radar está na rampa do Campo de Parnamirim, Natal, Brasil, durante maio de 1943. Essas aeronaves patrulhavam centenas de quilômetros da costa em busca de submarinos do Eixo. 
(Administração Nacional de Arquivos e Registros, 342-FH-3A00788). Marinha Pby Barco E Hangar, Campo De Parnamirim, Natal, Brasil. Maio de 1943.
Brasil, veleiro no Rio Potengi em Natal. Platt, Robert S. (Robert Swanton), 1891-1964

O sistema telefônico existente era antiquado e operava com a intermediação de uma telefonista. O que estava sendo instalado era automático e requereu a construção de uma Estação Central na Rua 13 de Maio, onde ficou a central, e foi gerenciada pela Companhia Força e Luz Nordeste do Brasil. Inicialmente foram instalados quinhentos terminais telefônicos na área urbana cidade e existia a promessa de que seriam duplicados em pouco tempo.

Em meados de fevereiro, foi dado seguimento ao treinamento da população com a publicação da segunda instrução do treinamento da população. Esta tratou do controle das luzes e, embora o Interventor Federal e o Comando da Guarnição tenham ressaltado que não existiam indícios de ataque aéreo naquele momento, também insistiam na necessidade da prevenção para enfrentar as eventualidades. O povo norte-rio-grandense, que tem sabido se manter tão calmo e disciplinado ante o desenrolar dos acontecimentos, deverá conservar essa mesma atitude em qualquer circunstância. A obediência absoluta por parte da população às recomendações das autoridades, será a sua melhor cooperação para a defesa da cidade (CONSELHOS a população: iluminação. A República, Natal, 14 fev. 1942, p.1).

Cada família deveria aprender os procedimentos de controle de luzes e adotá-los em suas residências ante a presença de algum avião inimigo sobre o espaço aéreo das cidades. O aprendizado era considerado importante, pois dele dependia a visão dos aviões inimigos e, consequentemente, dos seus bombardeios. O Governo se encarregava da iluminação das ruas, edifícios públicos, farol da barra e navios que, por ventura, estivessem atracados no Cais do Porto. Os procedimentos eram divulgados pela imprensa local que, ao mesmo tempo, tentava abrandar o pânico que se instalava entre os moradores da cidade. Nos dois primeiros procedimentos de defesa, a população aprendeu a atender ao barulho das sirenes e vedar todas as frestas para que as luzes no interior das residências não se espalhassem pelo exterior. Evidentemente, percebia-se uma desolação entre os moradores, uma vez que os discursos que pretendiam orientar desorientavam a todos e a realidade discursiva do treinamento envolvia a sobrevivência de todos.

O medo refletia a observação de que faltavam providências governamentais. A orientação da defesa dizia que, em caso de um ataque, os moradores deveriam procurar os abrigos antiaéreos para que ficassem melhor protegidos e, na Cidade do Natal não existia, até aquele momento, qualquer abrigo. O Jornal A República informava que estes seriam construídos brevemente pela Prefeitura e ressaltava que as famílias poderiam se antecipar e construir seu próprio abrigo residencial. As instruções técnicas para essas iniciativas estavam disponíveis na Guarnição Federal:

O sinal com silvos interrompidos indicará a aproximação dos aviões, e com silvo longo, fim de alarme. Desde que ouça o sinal, a população deverá dirigir-se ao abrigo mais próximo, munido de merenda e água, pois não é possível prever quanto tempo durará o alarme. Ninguém deve permanecer nas ruas enquanto não for dado o sinal de fim do alarme, porque os estilhaços da artilharia antiaérea podem causar vítimas. Os abrigos devem ser ocupados com calma e obediência ao que for determinado pela autoridade que estiver fazendo o policiamento. É proibido fumar e manter conversas alarmantes ou derrotistas, assim como sair antes do sinal de fim de alarme. As pessoas que estiverem em bondes e automóveis devem abandonar os veículos, apagar as luzes e correr para os abrigos. Nas sessões de cinema, teatros ou outro qualquer lugar onde haja aglomerações de pessoas, é preciso conservar absoluta calma, a fim de evitar atropelos que dificultem a saída para procurar os abrigos (CONSELHOS a população de Natal: abrigos. A República, Natal, 15 fev. 1942, p.1).

Era evidente que as instruções normativas haviam sido copiadas pelas autoridades militares. Estas devem ter sido retiradas de outra realidade que não era a da Cidade do Natal. Por sua vez, os moradores perceberam que não estavam sendo cumpridos os procedimentos mais adequados que lhes garantissem a segurança. As notas não esclareciam em quanto tempo os abrigos seriam construídos, os discursos informavam a proximidade do perigo e que todos se mantivessem “sempre num estado de vigília, a fim de [não serem] surpreendidos pelos propósitos criminosos de quem quer que tente afetar a soberania e a integridade territorial do país” (EM ESTADO de alerta. A República, Natal, 15 fev. 1942, p.3). Para as elites políticas e para as Forças Armadas, no entanto, essas exigências era tratadas como uma atitude prudente:

As notas estão sendo divulgadas hoje na mesma forma como poderiam ter sido divulgadas há muito tempo, porque o seu objetivo é exclusivamente o de ensinar ao povo, instruí-lo sobre a eventualidade de um ataque aéreo contra a cidade. As coisas, na nossa época, acontecem de um modo brusco e imprevisto. A guerra de destruição em que o mundo se acha envolvido é a dolorosa característica do momento angustioso em que vivemos. A arma principal dessa guerra é a aviação, em face da qual são ainda, infelizmente, pequenos os nossos recursos de defesa (CONSELHOS a população de Natal. A República, Natal, 19 fev. 1942, p. 3).

As autoridades civis e militares reiteravam a necessidade de a população permanecer prevenida e preparada, e que aprendessem a reagir com rapidez diante de imprevistos. Por outro lado, compreendia-se que a posição geográfica da Cidade do natal exigia que seus representantes saíssem na frente das demais cidades brasileiras, pois dela dependia a defesa do Continente Americano. Natal tinha a particularidade de ser um alvo real, porque nela estava um aeroporto cujas condições eram reconhecidas internacionalmente e cuja posição estratégica facilitaria a investida de um provável ataque às Américas.

A última etapa do treinamento agregou todos os procedimentos apreendidos e esta se operacionalizou no exercício do “black-out”. Nesta etapa, os moradores foram informados que teriam que conviver com a eventualidade de serem surpreendidos com a paralisação de todas as atividades na cidade e que precisavam aprender a sobreviver nestas condições.

– Foto da Avenida Tavares de Lira (Foto de 1920/1922). Fonte: Pombo (1922, p. 241).
Foto do Parque da Lagoa Manoel Felipe. Fonte: HIDROESB. Acervo: HCURB/UFRN.
Quartel-General Estadunidense do Atlântico Sul, localizado em Parnamirim. Fonte: Smith Junior (1992, p.215).
Aviões estacionados no campo de Parnamirim, Natal, Brasil.  Maio de 1943.
Prédio de operações e a “linha” em um campo de aviação em Natal, Brasil, em 28 de fevereiro de 1944, no Quartel-General da Força Aérea do Exército Americano.
Brasil, veleiros no Rio Potengi em Natal, em 1935.Platt, Robert S. (Robert Swanton), 1891-1964.

Em toda a Europa, muito antes ainda das forças agressoras do nazifascismo provocarem a guerra, já era o “black-out” conhecido de todas as populações, sendo praticado tanto nas grandes e suntuosas capitais como nos burgos pequeninos e humildes, também da mesma forma ameaçados pelos raids aéreos. Agora a conflagração alastra-se assustadoramente por todos os recantos da terra e as possibilidades mais longínquas devem ser previstas. E nessa situação, Natal é no Brasil a cidade que, em conseqüência de sua própria posição geográfica, mais reclama medidas preventivas contra os ataques aéreos (MÁXIMO, Luis. Teremos Black-out. A República, Natal, 26 fev. 1942, p.3).

Natal era uma pequena cidade com cerca de 50 mil habitantes, mas pela sua situação geográfica – o ponto mais próximo da Europa – era local mais vulnerável e seria o primeiro a ser atacado, no caso de uma invasão. Por essa razão, foi instalada na cidade a mais importante base aérea da América do Sul e, junto a ela, montada uma base aérea brasileira. Iniciou-se, igualmente, a instalação de uma base naval. O prédio da maternidade da cidade, ainda em construção, foi transformado em hospital militar. Começaram as simulações de invasão e o necessário treinamento da população, praticando os famosos black-outs, quando
aviões brasileiros sobrevoavam a cidade e toda a iluminação pública e particular era desligada, não circulavam automóveis, e os holofotes do 13o Regimento de Artilharia Antiaérea varriam os céus, procurando focalizar os aviões inimigos.

A importância da posição estratégica da cidade foi internacionalmente evidenciada quando do encontro e conferência secreta ali realizada, no dia 28 de janeiro de 1943, entre os presidentes Franklin Roosevelt, dos Estados Unidos, e Getúlio Vargas, do Brasil, que definiram a entrada do Brasil na guerra.

As comparações com outras cidades ressaltavam a condição da Cidade do Natal que, semelhante às pequenas cidades européias, poderia ser arrasada repentinamente por um bombardeio das forças inimigas. As elites locais e os demais moradores da cidade precisavam se convencer de que estavam no meio do caminho da entrada da América e, conseqüentemente, não escapariam de enfrentar as batalhas da guerra.

O primeiro “black-out” na cidade ocorreu no dia 1º de março de 1942 e foi planejado pelo Comando da Segunda Brigada de Infantaria sediada em Natal e divulgado através da imprensa da cidade. Este seria um teste no qual a população seria avaliada e, posteriormente, todos as autoridades militares procederiam novas instruções e sas providências necessárias para aperfeiçoar a defesa da cidade.

No dia 2 de março houve o primeiro exercício de simulação de ataque aéreo na cidade, realizado com êxito. No mesmo dia, o Presidente da República criava a Base Aérea de Natal e era inaugurado o primeiro abrigo antiaéreo, construído em uma residência particular.

À aproximação da esquadrilha as sirenes soarão dando o sinal de alarme. Imediatamente serão apagadas as luzes das ruas e residências e todos os veículos devem estacionar com os faróis igualmente apagados. Ninguém deve permanecer nas ruas e devem ser evitados todos os ruídos desnecessários. É indispensável que não seja vista do exterior nenhuma fresta de luz, partida das casas. Nessa situação se permanecerá até que seja, pelas sirenes, dado o sinal do fim de alarme, quando se reacenderão as luzes e se retornará à vida normal da cidade. NOTA – Não estando ainda construídos os abrigos antiaéreos, todos devem permanecer em suas casas. Aqueles que, por qualquer circunstância se acharem nas ruas, deverão procurar manter-se parados e próximos às paredes ou muros das casas; e os que se encontrarem nas estradas, deverão deixá-las livres, mantendo-se nas suas orlas (EXERCÍCIOS de defesa antiaérea: instruções da 2ª Brigada de Infantaria. A República, Natal, 27 fev.1942., p.1).

Depois de cada etapa do treinamento, a ordem era voltar à “vida normal da cidade”. Porém, como recuperar a normalidade depois de viver a experiência de sentir aviões de guerra sobrevoando sobre as residências? O treinamento do “blackout” incluiu o sobrevôo de aviões sobre o espaço aéreo da cidade com baixa altitude, rajadas simuladas de tiros de metralhadoras e militares nas ruas aos gritos passando as instruções para corrigir as vedações das luzes que saíam das residências. Este cenário era complementado pelos refletores que iluminavam o céu escuro com fachos de luzes, tentando localizar os aviões que simulavam o ataque. Segundo o Jornal a República, o facho de luz dos refletores foi a “parte dos exercícios de ontem que mais impressionou pela perfeita localização em que se achavam os refletores, circunscrevendo inteiramente a cidade” (O ÊXITO dos exercícios, anteontem, de defesa passiva. A República, Natal, 3 mar. 1942. 160, p.3). Ao final da primeira noite de “black-out”, o Comando da Guarnição avaliou positivamente o exercício e exaltou a colaboração exemplar da população (FRANÇA, 1942g, p.8). No dia anterior à realização do primeiro “black-out” foi inaugurado o primeiro abrigo antiaéreo da cidade. As instalações subterrâneas foram construídas na residência do Sr. Amaro Mesquita que era um importante comerciante da cidade e cuja iniciativa foi festejada pelas elites, que esperavam que fosse seguido por outros “capitalistas e proprietários de recursos” In: FRANÇA. Aderbal . O primeiro abrigo. A República, Natal, 03 mar. 1942g. A segurança da cidade parecia estar caminhando para o êxito do que fora planejado.

Na sequ6encia dos primeiros meses de 1942, a defesa da cidade foi se aperfeiçoando diariamente com exercícios pontuais e sem avisos prévios, o que garantia testar a eficiência do que estava sendo aprendido pela população. Entre os dias 6 a 9 de junho, foi aplicado um “black-out” com maior duração e que se estendeu às cidades vizinhas (Macaíba, São José de Mipibú e Papari). A intenção dos militares era submeter a população a um regime de restrição e de atenção permanente, “como se estivessem na expectativa de sofrer ataques aéreos, diurnos e noturnos, tão comuns na guerra moderna (DEFESA passiva antiaérea. A República, Natal, 2 jun. 1942, p.1). O objetivo também era fazer uma aproximação com a realidade por meio das simulações de ataques.

Nesses dias, enfim, os ataques ocorreram sem aviso, as sirenes soaram intermitentes, a qualquer hora do dia e da noite, e a população foi constantemente pressionada a atender aos sinais sonoros. Os militares das Forças Armadas brasileiras e estadunidenses e a Polícia Civil da cidade ficaram nas ruas vigiando o cumprimento dos procedimentos. Ao final, foi previsto que os intervalos entre as simulações deveriam ser alternados e ocorreram até mais de uma vez a cada turno. O Coordenador da operação, General Cordeiro de Farias, novamente avaliou positivamente em entrevista ao Jornal A República, porém apontou a necessidade de adaptações e correções:

A população precisa controlar-se. No caso real, a primeira coisa a fazer é correr para o abrigo. Poderão me perguntar onde estão eles. É assunto que escapa à minha alçada. Eles são de absoluta e urgente necessidade. Simples valas de 60 centímetros de largura por um metro e sessenta centímetros de profundidade e comprimento que se arbitrar são de um resultado extraordinário. Está provado que elas diminuem o perigo de cerca de 40 %. Sei que há muitas pessoas que não acreditam neste gênero de abrigos. Mas estou certo também que na hora crítica, correrão para eles. […]. É uma imprudência enorme, correr para a rua sem destino. É preciso controle e convicção de que aquele que corre para a rua, arrisca-se a ser morto […].

Houve casos de caminhões transitarem com famílias que alarmadas abandonaram seus lares. São fatos que não admitem comentários, tal imprudência e perigo revelam. No momento do alarme em algumas casas, seus habitantes, alarmados, acenderam as luzes e saíram apressadamente, deixando as portas abertas e iluminadas, outras abriram imprudentemente as janelas, lançando jorros de luz, verdadeiros faróis guias para a aviação inimiga. Esta população por mim tão estimada que tão bem aceita os meus conselhos, […] deve atender a mais este pedido: DOMÍNIO SOBRE SI MESMA PARA EVITAR UM MAL MAIOR (A MARGEM do último exercício de escurecimento e disciplina de luzes de Natal. Fala a República o General Cordeiro de Farias – O que nos disse o ilustre militar – Mais um apelo à população: domínio sobre si mesma. A República, Natal, 11 jun. 1942., p.7).

Não foi objetivo deste estudo avaliar as conseqüências psicológicas que podem ter sido desencadeadas nos moradores, porém há que se inferir que podem ter sido desastrosas. De qualquer maneira, percebeu-se que a população da cidade foi treinada para viver a guerra e sofreu com esta experiência. Experimentavam uma simulação de guerra, enquanto acompanhavam a devastação que a guerra real promovia nas frentes de batalhas. O acompanhamento lhes era possível porque os noticiários dos rádios descreviam minuciosamente as conseqüências trágicas, os requintes de crueldades que a cada dia se aperfeiçoavam. Por outro lado, era-lhes exigido que mantivesse o controle do medo e de seu despreparo, uma vez que estavam recebendo o treinamento necessário para enfrentá-los.

– Foto do Edifício Campelo, Avenida Duque de Caxias, meados do século XX. Acervo: Memorial Câmara Cascudo.
Foto da Avenida Duque de Caxias (Década de 1950). Acervo: Jaeci Emerenciano. Fonte: DVD Álbum Fotos Natal de Ontem.
Presidentes dos Estados Unidos e do Brasil. Fonte: Smith Junior (1992, p.95).
Eleanor Roosevelt, General Gomes e Bispo de Natal em Natal, Brasil, em 14 de março de 1944.
Edifícios Em Construção E Quartéis. Campo de Parnamirim, Natal, Brasil. Maio de 1943.
Brasil, embarcando em hidroavião na base de Natal em 1935. Platt, Robert S. (Robert Swanton), 1891-1964.

Percebeu-se também, o descaso das autoridades civis e militares brasileiras, bem como dos militares estadunidenses, para com a sobrevivência da população natalense. Na cidade, priorizou-se a construção de obras infra-estruturais sofisticadas, utilizando-se a tecnologia moderna para o serviço da guerra, porém, a construção de abrigos antiaéreos, que poderia não requerer grandes recursos, não ocorreu. Parece até que as vidas humanas norte-rio-grandenses eram irrelevantes ou sem grande importância.

O que as elites locais já haviam conquistado por meio de seus esforços havia garantido, no passado recente, que acreditassem que a antiga e provinciana Cidade do Natal tivesse se tornado numa “miniatura de grande cidade moderna” (MARANHÃO, 1942, p.4)281. Estas acreditaram no futuro, quando transformaria a capital num empório cosmopolita. Agora, ainda tinham a chance de acreditar que se tornaria a base mais movimentada das Américas. Enfim, em meados de 1942, percebe-se que o plano das elites políticas era unir para sobreviver, esperar o pesadelo passar ou se contentar com a chegada de outro futuro nunca antes esperado.

Em setembro de 1942, quando o Governo do Brasil declarou oficialmente sua entrada na guerra e iniciou a arregimentação dos militares para enviá-los para as batalha na Europa, a Cidade do Natal poderia ser considerada como preparada para enfrentar uma guerra. As Forças Armadas haviam montado uma estratégia para manter os moradores em permanente estado de alerta. Em pouco tempo, todos poderiam deixar de ser pacíficos observadores e passar a ser “francos elementos de beligerância” (FILGUEIRA FILHO, 1942, p.7)282. Foi fundada a Liga de Defesa Passiva de Natal que pretendia ajudar a “preparação psicológica e material” da população, a fim de que pudesse “suportar as dolorosas contingências da guerra a que estamos sujeitos” (FUNDADA ontem a Liga de Defesa Passiva de Natal. A República, Natal, 6 set. 1942.)

No projeto também estava previsto um limite de captação para os poços e este estava relacionado ao tamanho do consumo e, consequentemente, de sua população. Diante do crescimento repentino da cidade, os prazos deixaram de existir. O consumo de água da cidade naquele momento, sem racionamento, já ultrapassava os volumes captados e distribuídos, assim como os de reserva ( REPARTIÇÃO de Saneamento de Natal: esclarecimentos e advertência à população. A República. Natal, 03 set. 1942.).

A situação piorou quando, a partir de março de 1942, iniciaram-se os exercícios de “black-out”. Diante da suspensão da distribuição de energia elétrica na cidade, as bombas elétricas utilizadas para a retirada de água dos poços profundos passaram a sofrer uma sobrecarga de uso e se desgaste pela maneira intermitente como fora obrigado a funcionar. O corte de energia dificultava o bombeamento da água para o consumo diário e, nas horas em que podiam ser ligadas, estas funcionavam sob esforço para compensar o período em que parava. A medida, no entanto, só foi tomada para que não faltasse água na cidade, porém os técnicos avaliavam que este funcionamento provocaria algum dano nos motores (REPARTIÇÃO de Saneamento de Natal: Aviso 11/1944. A República. Natal, 23 nov. 1944.). Para o Jornal A República, as bombas trabalhavam no limite da exaustão e os técnicos administravam o sistema temendo uma pane que suspendesse a captação de água e, conseqüente, o abastecimento da cidade.

Devido à fundação da Base Naval, da Base Aérea Brasileira e da Base Americana Parnamirim Field, a Cidade de Natal entra em clima de guerra. Para isso contribuíram vários fatores, dentre eles: a oferta de cursos para enfermeiras no Hospital Militar (Cf. A República. Curso de enfermeiras no Hospital Militar. Natal, 6 fev. 1942.), a instalação da Cruz Vermelha (Cf. A República. Instalada ontem a Cruz Vermelha Brasileira no Rio Grande do Norte. Natal, 18 mar. 1942.), o incentivo para a construção de abrigos antiaéreos e a implantação das sirenes, e a preparação da população para um provável ataque32, principalmente com o programa de Blackout (Cf. A República. Semana de escurecimento e disciplina de luzes. Natal, 23 maio 1942. Esse programa de Blackout servia para preparar a população para ficar sem luz elétrica, em caso de um provável ataque.).

Todos esses elementos corroboraram com o estabelecimento de um novo cotidiano na cidade, que é expresso pela imprensa: “não pode haver expressão mais concisa para definir a capital potiguar dos nossos dias que a de ‘Natal cidade em guerra’. Todo o seu clima psicológico é guerreiro, para a guerra trabalham seus habitantes […]” (A REPÚBLICA, Natal, 28 set. 1943). Dentre todas as cidades da América Latina, evidentemente, Natal foi a que mais sofreu o influxo da guerra, uma vez que possuiu a maior base americana fora dos Cf. A República. Semana de escurecimento e disciplina de luzes. Natal, 23 maio 1942. Esse programa de Blackout servia para preparar a população para ficar sem luz elétrica, em caso de um provável ataque.

Por meio do Decreto-Lei nº 4.127, de 25 de fevereiro de 1942, a Instituição mudou sua estrutura de Liceu Industrial para Escola Industrial de Natal (BRASIL, 1942). Durante essa época, houve um pico de desenvolvimento econômico no Rio Grande do Norte decorrente do envolvimento do Brasil na II Guerra Mundial e da consolidação americana do Quartel General do Atlântico Sul na Base Aérea de Parnamirim field que, na época, pertencia à Natal. O envolvimento deste estado com a guerra influenciou também o cotidiano da Escola Industrial, como a alteração do horário das aulas, para que a comunidade acadêmica pudesse chegar às suas casas antes do apagar das luzes, o chamado black out. Nessa mesma época, também foi adquirido o terreno e iniciadas as obras do atual Campus Natal-Central (PEGADO, 2010).

Foto do Hospital Miguel Couto (Data da foto: 1955). Acervo Jaeci Emerenciano.
Foto do Café Grande Ponto/Avenida João Pessoa (Década de 1950). Acervo: Diário de Natal.
Ator Tyrone Power em Natal. Acervo J. Alves de Melo. Fonte: Diário de Natal.
Carregando carga em avião no campo de Parnamirim, Natal, Brasil. Maio de 1943.
Abastecendo um avião com tambores de gasolina. Campo de Parnamirim, Natal Brasil. Maio de 1943.
Brasil, vista de Natal de hidroavião no Rio Potengi em 1935. Platt, Robert S. (Robert Swanton), 1891-1964

Os ataques aéreos jamais aconteceram, mas a sirene, o ronco dos motores e o black-out continuaram na mente dos natalenses, mesmo em tempo de paz.

Maria Eunice de Araújo Sá, em entrevista concedida também ressalta os bons momentos vividos durante o período de seu internato na ED de 1944 a 1945. Lembra também, que na época, foi proibido soltar fogos de artifício em Natal (devido aos treinamentos constantes dos militares) e que as alunas internas da ED muito temiam os black-out que ocorriam constantemente na cidade.

Havia simulações sobre possíveis falta de energia na cidade, onde a sirene tocava acenando para um toque de recolhida das pessoas. Isso fazia parte do treinamento dos militares e Quando isso acontecia a ex. aluna recorda que na ED as discentes ficavam assustadas e algumas tinham que ser acalmadas pela diretora, muitas delas ficavam apavoradas com o acontecimento da guerra e caiam em pranto durante a noite. (ARAÚJO SÁ, 2006).

Mecânico conserta motor de avião Allison. Campo de Parnamirim, Natal, Brasil. Maio de 1943.
Um motor é colocado a bordo de um transporte de carga com destino ao oeste, para revisão. Natal, Brasil.
Brasil, vista de Natal de hidroavião no Rio Potengi em 1935. Platt, Robert S. (Robert Swanton), 1891-1964

FONTES SECUNDÁRIAS:

AGUIAR, José Nazareno Moreira de. Cidade em black-out: crônicas referentes à Segunda Guerra Mundial – 1939-1945. Natal: EDUFRN, 1991.

ARAÚJO SÁ, Maria Eunice de. Sobre o internato da Escola Doméstica de Natal. (Entrevista concedida a Andréa Gabriel F. Rodrigues em 12 jul. de 2006.)

BRASIL. Decreto-Lei nº 4.127, de 25 de fevereiro de 1942. Estabelece as bases de organização da rede federal de estabelecimentos de ensino industrial. Diário Oficial [da] República dos Estados Unidos do Brasil. Seção 1, p. 2957. Rio de Janeiro, RJ, 27 fev. 1942. Disponível em: . Acesso em: 18 mar. 2018.

FERRAZ, Francisco Cesar Ferraz. Os brasileiros a Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.

FERREIRA, Jorge. Brasil, 1942: estado e sociedade contra o reich. Acervo: revista do Arquivo Nacional, v. 30, n. 2, p. 89-109, 2017. Disponível em: http://www.brapci.inf.br/index.php/res/v/45577. Acesso em: 1 dez. 2018.

FILGUEIRA FILHO. Black-Out. A República, Natal, p. 7, 18 nov. 1942.

História do estado do Rio Grande do Norte / Rocha Pombo. – Natal: EDUFRN, 2019.

MELO, João Wilson Mendes. A cidade e o trampolim. Natal: Sebo Vermelho, 2003.

SMITH JUNIOR, Clyde. Trampolim para a vitória: os americanos em Natal – RN/Brasil durante a Segunda Guerra Mundial. Natal/UFRN: EDUFRN, 1992.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

A cidade e a guerra: a visão das elites sobre as transformações do espaço da Cidade do Natal na Segunda Guerra Mundial / Giovana Paiva de Oliveira. – Recife – PE, 2008

A trajetória da Escola de Aprendizes Artífices de Natal: República, Trabalho e Educação (1909–1942) / Rita Diana de Freitas Gurgel. – Natal, 2007.

Dos bondes ao Hippie Drive-in [recurso eletrônico]: fragmentos do cotidiano da cidade do Natal/ Carlos e Fred Sizenando Rossiter Pinheiro. – Natal, RN: EDUFRN, 2017.

Educar para o lar, educar para a vida : cultura escolar e modernidade educacional na Escola Doméstica de Natal (1914-1945) / Andréa Gabriel F. Rodrigues. – Natal, 2007.

O Bairro da Ribeira como um palimpsesto: dinâmicas urbanas na Cidade de Natal (1920-1960) / Anna Gabriella de Souza Cordeiro. – Natal-RN, Julho de 2012.

O Estado Novo no controle da informação cotidiana: o caso da cidade de Natal (1941-1943) a partir do jornal “A República” / Fernanda Carla da Silva Costa. – João Pessoa, 2019.

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