A Natal das cavalgadas
Com o adentrar do século XX, os saberes médicos redobravam suas preocupações e clamavam, com mais ímpeto a cada tentativa, pela regeneração da raça que se degradava no campo pela falta de higiene, e nas cidades pela ausência de atividades físicas. Os apelos dos médicos aliados ao sentimento de patriotismo, despertado nos brasileiros por uma guerra alémmar, eclodiram num verdadeiro modismo em favor dos esportes. As cidades eram, por excelência, o palco dos grandes torneios de esporte e coube à juventude a responsabilidade de construir com seus próprios corpos uma nova raça, melhorada, livre das degradações físicas, como a sífilis, que marcaram fisicamente os homens e mulheres das gerações anteriores.
Aos olhos dos especialistas, os anos 1920 demonstravam que os frutos de uma educação esportiva começavam a ser colhidos. A aliança dos esportes com a eugenia e a higiene era a solução encontrada pelos cientistas. Somente a união dessas três práticas teria o poder de restaurar as massas no país.
A década de 1920 exaltava o corpo e, nesse período, um novo discurso apelava para a necessidade da prática de exercícios. Os jovens não demoraram a se deixar envolver pelos ideais esportivos e, logo, competiam nas quadras e nos rios, torciam e hasteavam as bandeiras de seus clubes favoritos. O esporte nos anos 1920 era um fenômeno urbano, que gerou moda e mudou a rotina das cidades (SEVCENKO, Nicolau. Orfeu estático na metrópole: São Paulo sociedade e cultura. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 60.).
Os esportes ganhavam espaços nas colunas de jornal à medida que ganhavam prestígio na cidade. No jornal A Republica, as notas sobre os jogos saiam das sessões de notas “Várias” ganhando o seu espaço próprio na primeira página do jornal. A coluna “Desporto” atesta diariamente a energia e vibração que o esporte espalhava pelos habitantes da cidade.
A aura de entusiasmo esportivo que circundava a cidade só seria possível graças ao esforço de alguns membros das elites, que se mostraram grandes entusiastas das práticas esportivas entre os jovens. Foi decisiva a determinação e o fôlego de voluntários como Henrique Castriciano, Leite Ribeiro, Manuel Dantas e Luiz Soares, que trabalharam em prol da divulgação, instrução, financiamento e incentivo dos esportes na capital.
As práticas esportivas modernas diferem-se das antigas brincadeiras de rua por instituir espaços e regras às práticas relacionadas ao esporte. Os clubes e associações esportivas, neste caso, têm um papel fundamental. Eles definem os espaços destinados às práticas esportivas na cidade e selecionam entre os seus sócios os esportistas competidores. A prática do esporte moderno é institucionalizada, sujeita a regras e a um espaço propício.
Dessa maneira, as práticas esportivas geraram um novo ambiente de sociabilidade na cidade. À medida que os esportes modernos começaram a ser praticados pela elite local, novas associações esportivas foram sendo criadas. Esses clubes, além de organizarem os eventos esportivos, permitiam a criação de ambientes que possibilitavam a sociabilidade da elite.
A sociabilidade da elite vinculada às práticas esportivas mostra-se evidente ao observarmos as competições esportivas organizadas pelos clubes. Nessas competições, as associações esportivas proporcionavam aos espectadores, além das provas esportivas, a banda do Batalhão de Segurança tocando nos intervalos, o que sugere um clima festivo na realização desses eventos. Em 1910, Natal contava com várias associações esportivas responsáveis pela organização das competições, como o Velo-Club-Natal, o Derby-Club-Natalense, Sport-ClubNatalense, Natal-foot-ball-Club, etc. Como podemos notar, o nome dos clubes esportivos são todos nomes estrangeiros e há uma razão para isso. Além do fato de o nome de muitas práticas esportivas, vigentes no momento, não terem ainda tradução para o português, a referência aos nomes estrangeiros, em especial aos ingleses e franceses, gera um tipo de proximidade da população natalense com o que se passava na Europa, pois a linguagem também constrói imagens. No caso, o inglês e o francês ajudam a construir a imagem do esportista, já legitimada na Europa.
Os clubes tinham um papel importante na construção dessa nova Natal almejada pela elite local, pois através dessas instituições, difundiam-se novas práticas sociais que seriam refletidas nos espaços urbanos. Aos poucos, o entusiasmo dos atletas e treinadores contagiava os habitantes
de Natal. A cada ano que se passava, a cidade, parecia ser tomada, de forma mais intensa, pela febre dos esportes. O uso dos discursos médico-higienistas e eugenistas atuaria na cidade com o propósito de entusiasmar os jovens a trocarem seus vícios por uma nova forma de diversão, que
resultaria num real envolvimento dos moços na árdua tarefa de treinar o corpo, construir músculos e vencer.
Em Natal, salvo as devidas proporções, acontece o mesmo processo de especialização nas práticas esportivas que ocorreu na Europa. Um dos exemplos é a construção do Prado Natalense, em 1909. Construído no mais novo bairro da cidade, A Cidade Nova, o Prado dotava a cidade de
um lugar específico para a criação e corrida de cavalos.
As corridas de cavalos não eram uma novidade para os natalenses. As chamadas cavaladas eram práticas comuns, mas somente na virada do século aparece, entre os cavaleiros potiguares, a preocupação com a regulamentação das competições.
O governador Alberto Maranhão, em sua primeira gestão estadual (1900-1904), ganhou o título de “mecenas do Rio Grande do Norte”, graças ao seu destaque no que diz respeito ao impulso que deu às artes e à cultura. Entre as suas feitorias, estão: a inauguração do teatro Carlos Gomes – hoje denominado Teatro Alberto Maranhão; . Alberto Maranhão ainda se dedicou a outras realizações em seu segundo mandato (1908-1914) como, por exemplo, “implantou a luz elétrica em Natal, e posteriormente os bondes elétricos; realizou uma reforma na educação; inaugurou a Escola Normal de Natal e instalou o Palácio do Governo na Praça Sete de Setembro”.
Como grande político e administrador instituiu o Conservatório de Música, reformulou o Teatro “Carlos Gomes” que hoje leva seu nome; construiu a Praça “Augusto Severo”, o Hospital “Juvino Barreto” e edificou o segundo Grupo Escolar da cidade denominado “Frei Miguelinho”. Instituiu o Derby Clube – para os apreciadores do hipismo; a lei número 145, de 06 de agosto de 1900; a fundação do Conservatório de Música; construiu a Casa de Detenção, onde, atualmente, funciona o Centro de Turismo; edificou o Asilo de Mendicidade; substituiu a iluminação pública do acetileno pela luz elétrica, e os bondes de tração animal passaram a ser movidos à energia elétrica. Intelectualmente, foi chamado “Príncipe Mecenas”, por ser considerado intelectualmente o maior animador de poetas e literatas.
Em 25 de março de 1900, inaugurava-se o Derby Clube Natalense, trazendo uma grande movimentação rua Esplanada Silva Jardim,na Ribeira, onde eram realizadas corridas de cavalos. O clube deveria promover não apenas as corridas, mas que se dedicaria ao desenvolvimento e aperfeiçoamento da raça cavalar.
Os primeiros bondes puxados a burro começaram a circular em 7 de setembro de 1908. Pertenciam à Companhia Ferro Carril. O primeiro trecho inaugurado iniciava-se na Esplanada Silva Jardim e os bondes percorriam a Ribeira, depois vencendo dificultosamente a ladeira correspondente à atual Junqueira Aires, até atingir a Praça Padre João Maria.
Em geral, as corridas, ou cavaladas tomavam lugar nas ruas e avenidas da cidade, como nos conta um cronista, em 1903:
Hontem, à tarde na rua visconde do Rio Branco um, grupo de amadores, sob a direcção do camp. Fausto Leiros, realisou as annunciadas cavalladas. (…) Na falta de outras devemos cultivar essas festas, que alem da distracção commoda e barata á nossa gente, que gosa por ai da fama de tristonha e macambusia, servem para concervar as nossas tradições populares.
A REPUBLICA, Natal, 13 abr. 1903.
Como podemos perceber, as cavaladas ainda traziam consigo fortes traços da cultura popular que não contrariavam o ideal de diversão buscado pelas elites. Essa falta de ímpeto da sociedade natalense em adotar os novos hábitos civilizados causaria no cronista um sentimento de resignação, que transparece em seu discurso ao comentar que na falta das distrações civilizadas, era preciso contenta-se com as brincadeiras feitas na rua.
Em 1906, fundou-se em Natal um novo clube dedicado ao desenvolvimento das corridas de cavalos em Natal. O club foi prestigiado pela elite local. O Sport Club Natalense iniciou sua organização com 12.000 réis em ações. Este clube tinha por fim, “além de outros jogos esportivos, promover por meio de corridas e pela propaganda escrita o aperfeiçoamento da raça cavallar.” (SPORT Club Natalense. A Republica, Natal, 27 dez. 1906.).
Três anos depois, o Sport Club seria a importante sede dos dois primeiros eventos realizados em homenagem ao distinto poeta potiguar, Segundo Wanderley. No último dia de janeiro do ano de 1909, Alberto Maranhão e outros ilustres membros da elite potiguar se reuniram no Teatro Carlos
Gomes, com o intuito de buscar meios para comprar uma casa para os órfãos do pranteado vate rio-grandense. A primeira medida proposta pela comissão encarregada de alcançar o dito propósito, e acatada pelos que participaram da reunião, foi a realização de uma série de conferências, espetáculos e corridas no Sport-Club. Para as conferências foram inscritos Manuel Dantas, Eloy de Souza, Domingos Barros, Honório Carrilho e Henrique Castriciano.
A comissão encarregada da organização dos eventos, bem como da edição de obras de Segundo Wanderley foi composta por Manoel Dantas, José M. Pinto, Henrique Castriciano, entre outros. No fim da década de 1900, o Sport Club Natalense deu início à construção de uma pista de corrida, que ficou conhecida como Prado Natalense. A construção do Prado tornou possível e aspiração das elites locais de transformar a popular cavalada num esporte respeitado.
Quando o Prado foi inaugurado, um novo quadro se mostrou no que diz respeito às corridas de cavalos, pois o Prado era um espaço dedicado com exclusividade à criação e corrida de cavalos, o que condiz com a imagem da cidade moderna, na qual cada prática devia ter seu lugar específico. Desta forma, as corridas não mais deveriam acontecer nas ruas da cidade. Uma outra relação travava-se entre o expectador e o espetáculo. Antes, o público poderia assistir às corridas das janelas das suas casas ou nas calçadas das avenidas; agora, teria que se deslocar de bonde até a Cidade Nova, comprar uma entrada, envergar a vestimenta adequada e se comportar civilizadamente, sem cometer excessos.
Obedecendo à mesma lógica dos clubes, o associado do Prado Natalense deveria obedecer a um regimento interno, que regulamentaria as ações dos sócios e do público em geral. Logo no primeiro artigo do regimento, limitava-se a entrada aos que portassem os “bilhetes de ingresso distribuídos aos accionistas, que serão os unicos admittidos a assistirem os ensaios, além dos proprietários de animais, dos jockeys e tratadores”. (REGIMENTO interno do Prado Natalense. A Republica, Natal, 18 maio 1909.) A cobrança de entradas inibia a presença de populares, e com isso criavam-se espaços de sociabilidade excludentes.
Já para a primeira corrida do ano de 1909, realizada na pista do citado Club, foram “convocados” o coronel Joaquim Manoel e Fabricio Maranhão para porem seus cavalos no páreo, entre outros. Participaram, ainda, da organização desse primeiro evento em homenagem a Segundo Wanderley o senador Ferreira Chaves, os coronéis Francisco Cascudo e Olympio Tavares e o Dr. Manoel Dantas. Passados pouco mais de 30 dias da primeira corrida, realizou-se uma outra, com os mesmos intuitos, contando com a participação do major José Pinto, além dos nomes já referidos (Id., Natal, 13 mar. 1909.).
As corridas realizadas no Prado recebiam um público composto por famílias e cavalheiros. Na possível intenção de atrair mais famílias, e não apenas senhores e rapazes, o Sport Club Natalense oferecia entrada franca às mulheres. Ainda comentando a frequência das corridas, o redator d’A Republica escreveu:
realizou hontem com numerosa e selecta assistência a corrida anunciada o Sport Club Natalense Havia nas archibancadas grande números de senhoras e cavalheiros de nossa elite social dando á esplendida diversão da sympathica sociedade um cunho de alta distinção.
NOTAS sportivas. A Republica, Natal, 2 mar. 1909.
Os clubes eram espaços de sociabilidade com grande importância no cenário da vida social da cidade de Natal. Nas duas primeiras décadas do século XX, as principais festas aconteciam nos salões dos clubes da Cidade Alta, a exemplo do Natal Club, inaugurado no dia 9 de outubro de 1909, na Avenida Rio Branco.
A realização desses eventos – que chegaram até o ano de 1910, no qual se realizou a última das conferências do ciclo programado, sob comando de Henrique Castriciano –, com o intuito de constituir um patrimônio para os órfãos do já referido poeta, revela a união da elite em prol de um
de seus membros. Infelizmente, não encontramos registros dessa conferência. Vimos apenas uma menção a ela no citado relatório do presidente do Natal Club, José Pinto, no ano de 1911 (A REPUBLICA, Natal, 05 jan. 1911).
Ao vermos as matérias que tratam desses eventos, conferências no salão nobre do Palácio do Governo e corridas no Sport Club, além da edição das obras do literato, vendidas na Cosmopolita de Fortunato Aranha, sentimos esse grupo funcionar como uma irmandade: ocorrendo algo a um dos membros ou a sua família, se juntam os demais, prontos a prestar sua solidariedade. Lembramos também que, quando da morte de Augusto Severo, houve movimento parecido, juntando-se membros dessa elite local para constituir patrimônio para os órfãos do herói potiguar.
O destaque dado ao caráter seletivo da assistência confirma algumas suspeitas levantadas anteriormente: a de que havia uma preocupação de certos grupos de criar no Prado um espaço de convivência restrito. E, assim, como em muitos espaços de sociabilidade que se inauguravam nos bairros mais afastados da cidade, foi fundamental a presença do bonde como um meio de transporte eficiente, responsável pela expansão efetiva da cidade. Não seria simples coincidência a inauguração do Prado Natalense ter-se dado no mesmo ano em que foi inaugurado o bonde de tração a burro. A companhia de bondes enviava bondes a cada 20 minutos para o Prado em dias de corrida. Após a construção do Prado no bairro Cidade Nova, é comum encontrar referências que substituem o nome do bairro de Cidade Nova por Prado, de modo que o nome da atividade de práticas se sobrepunha ao nome oficial do bairro.
Ao comentar o caso específico da Europa, o historiador George Vigarello aponta duas diferentes direções tomadas pelo esporte no Velho Mundo durante a segunda metade do século XIX. Na primeira situação, práticas antigas, como a corrida de cavalos e a caça, são dotadas de regras e especificidades, criando-se justificativas para a manutenção daquelas práticas. (VIGARELLO, Georges. Le temps du sport. In: CORBIN, Alain. L’avènement des loisir: 1850-1960. p. 1194-196.) Deste modo, em Natal, a corrida de cavalo ganhava um novo espaço: o Jóquei-Club. Os cavalheiros ganham outra definição: eram agora Sportmans, e a corrida ganhava um novo propósito – o de “aperfeiçoar a raça cavalhar”. O sportman tinha um papel social de testemunhar a melhoria da raça. Ele não inventou nem a corrida de cavalo, nem a caça, nem um tempo particular para sua prática, mas criou uma finalidade e uma utilidade para práticas já existentes.
Na segunda situação, exposta por Vigarello, temos um outro tipo de esportista, este exclusivamente citadino, que busca no esporte não uma utilidade, e sim uma via de escape do tumulto do trabalho. Enquanto o sportman dota de utilidade o tempo dedicado ao esporte fazendo com que a prática esportiva ganhe a importância de um ofício, de modo a profissionalizar o esporte, o segundo tipo de esportista busca no esporte um tempo oposto ao do trabalho, o tempo do lazer. As duas situações mostram a mudança da relação do homem com o trabalho e, logo, com o tempo de trabalho, as quais nada mais são que reflexos do novo modelo de produção industrial implantado no século XIX, que por exigir rapidez na produção, distribuição e consumo de bens materiais, acabou alterando as relações sociais do homem com o tempo. O homem moderno tinha pressa, e até mesmo o ócio e o lazer também passaram a ser controlados pelo relógio.
Nas cidades, onde as relações com o mundo industrial eram mais estritas, o tempo ganhou uma dinâmica nova. O cronômetro marcava precisamente a superação humana. O tempo moderno era preciso, governado não mais pelo sol e sim pelo relógio. Toda a cultura da rapidez, vivida pelos grandes centros, vinha se refletir nos esportes.
Em Natal, a articulação dos clubes, que se deu na década de 1920, já indiciava uma mudança de comportamento dos esportistas. O crescente número de competições, a busca por melhorias estruturais das sedes e campos dava aos clubes um ar profissional, status que só definiu os clubes de Natal, de fato, em meados dos anos de 1930. E seria justamente na década de 1920 que veríamos surgir uma nova relação da cidade com os esportes. Despontavam as primeiras ações do esporte de massa em Natal.
O empenho em formar cidadãos fortes e sãos teve apoio da intelectualidade local e, consequentemente, do governo, com especial destaque ao governo de Juvenal Lamartine (1928-1930). No curto período em que administrou o Rio Grande do Norte, Juvenal Lamartine investiu dinheiro público em vários projetos voltados para a prática esportiva. Três das suas grandes obras refletiram, direta ou indiretamente, no movimento esportivo natalense. Indiretamente, a construção da Avenida Atlântica, na praia de Areia Preta, facilitou ainda mais a ida à praia e a prática dos esportes náuticos. Já a construção do Aero-Club afetou diretamente os esportistas amadores, que se associaram a esse novo clube, beneficiados com uma nova quadra de tênis, piscina e salões de dança. Mas nenhuma dessas obras teve o impacto esportivo do Stadium Juvenal Lamartine, inaugurado em 1929, no bairro do Tyrol. O estádio esportivo seria a consagração da vida esportiva no estado. Esse prédio monumental que se erguia na cidade seria mais um símbolo do avanço da cidade rumo ao ideal de civilidade. Seria, também, a prova do empenho governamental de promover a cultura esportiva entre os jovens.
Na época da Segunda Guerra Mundial, além das festas semanais, nos clubes natalenses, incluindo o Hípico, recém-fundado, onde confraternizavam natalenses ricos e yankees havia o mais perfeito entendimento. Os americanos tinham seus clubes, além de excelente cassino, dentro da base, onde brasileiros eram convidados e circulavam figuras do cinema hollywoodiano, do showbusiness e outros. Na cidade havia 2 clubes. Um na praça Augusto Severo, onde é hoje a firma Limarujo e o outro no fim da avenida Getúlio Vargas. Eram denominados, respectivamente, de USO cidade e USO praia. Nestes clubes os visitantes bebiam, e dançavam com as moças da terra, filhas das famílias mais “pra frente”, numa camaradagem, como se tudo já tivesse sido ensaiado.
Em 16 de fevereiro de 1946, realizou-se a homenagem a Waldemar de Almeida: um jantar no Clube Hípico, com ônibus saindo do Grande Ponto. Sua participação na banca examinadora do concurso realizado no Instituto Nacional de Música teve voto de louvor constado em ata comunicado em ofício, ao Interventor. Discursos de Rômulo Wanderley, Veríssimo de Melo (representando a Secretaria Geral do Estado) e do novo prefeito, Sylvio Pedroza (Natal, 12/07/1918 – Rio de Janeiro, 19/08/1998). Prefeito de Natal no período de 13/02/1946 a 08/10/1951. Governou o Estado de 16 de julho de 1951 a 31 de janeiro de 1956.
Em 1959, em Natal o lazer era feito nos vinte e cinco clubes recreativos existentes, no Teatro Alberto Maranhão, e nos cinemas, Rex, Rio Grande, Nordeste, São Luiz, São Pedro, São Sebastião, São João e Potengi, além do passeio de barco a motor e a vela até a praia da Redinha, com saída do porto flutuante do Canto do Mangue.
Fonte:
A MODERNIZAÇÃO DA CIDADE DO NATAL: O AFORMOSEAMENTO DO BAIRRO DA RIBEIRA (1899-1920). LÍDIA MAIA NETA. NATAL/Dez/2000.
AO MAR GENTE MOÇA!: O ESPORTE COMO MEIO DE INSERÇÃO DA MODERNIDADE NA CIDADE DE NATAL. Márcia Maria Fonseca Marinho. Recorde: Revista de História do Esporte volume 2, número 1, junho de 2009
Cantos de bar: sociabilidades e boemia na cidade de Natal (1946-1960) /Viltany Oliveira Freitas. – 2013.
“Em cada esquina um poeta, em cada rua um jornal”: a vida intelectual natalense (1889-1930) / Maiara Juliana Gonçalves da Silva. – Natal, RN, 2014.
Esplanada Silva Jardim, Ribeira – Protwitter – http://protuitter.blogspot.com/2011/04/esplanada-silva-jardim-ribeira.html – Acesso em 18/01/2022.
Natal também civiliza-se: sociabilidade, lazer e esporte na Belle Époque Natalense (1900-1930) / Márcia Maria Fonseca Marinho. – Natal, RN, 2008.
Natal Não-Há-Tal: Aspectos da História da Cidade do Natal/ Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo; organização de João. Gothardo Dantas Emerenciano. _ Natal: Departamento de Informação, Pesquisa e Estatística, 2007.
Natal, outra cidade! [recurso eletrônico] : o papel da Intendência Municipal no desenvolvimento de uma nova ordem urbana na cidade de Natal (1904-1929) / Renato Marinho Brandão Santos. – Natal, RN : EDUFRN, 2018.
O nosso maestro: biografia de Waldemar de Almeida / Claudio Galvão. – Natal: EDUFRN, 2019.
Bibliografia:
Práticas esportivas e sociabilidade na Belle Époque natalense (1900-1930). Márcia Maria Fonseca Marinho. XIII Encontro de História Anpuh-Rio.
SEVCENKO, Nicolau. Orfeu extático na metrópole: São Paulo sociedade e cultura nos frenéticos anos 20. Companhia das Letras: São Paulo, 1992.