As estações de Trem de Natal antes da ponte de ferro
Estação Coroa, Estação do Padre e da Pedra Preta
A EFCRN começou a ser construída em 1904, para ajudar as áreas assoladas pelas secas. O primeiro trecho a ser concluído foi o de Natal a Ceará-mirim, que foi feito antes da construção da ponte de ferro de Igapó. Os trens paravam em uma estação que ficava do outro lado do rio Potengi, de frente para Natal, e então atravessava-se por meio de barcos para a cidade.
Ela ficou conhecida como Estação do Padre, da Pedra Preta ou da Coroa, na margem esquerda do rio Potengi e era a estação inicial da EFCRGN. Suas ruínas existem até hoje. A ponte só seria construída em 1916 e a Estação do Padre seria então desativada. A estação ficava praticamente na beira do rio, os trilhos atravessavam o mangue sobre um aterro. Ela não era tão grande assim, o que aparece na foto (abaixo, de 2004) são os alicerces da estação, pois as paredes ruiram totalmente.
“Até 1917, a estação que recebia todo o fluxo de passageiros e mercadorias da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte (EFCRGN) era a da Pedra Preta, mais conhecida como Estação do Padre, situada na margem esquerda do rio Potengi, de onde se atravessava para Natal através de embarcações. Com a conclusão da ponte de Igapó, em 1916, finalmente a esplanada Silva Jardim poderia ser ligada diretamente aos trilhos da Ferrovia. Mas a integração com a esplanada não seria tão simples. Enquanto não se concluíam os estudos e as desapropriações necessárias para ligar a linha ao pátio, foram feitas algumas improvisações.
Estação terminal provisória de passageiros da EFCRGN
O escritório da Central, localizado no pátio da Great Western, que antes recebia no seu cais os passageiros e mercadorias da Estação da Pedra Preta, com a chegada dos trilhos vira a estação terminal provisória de passageiros da EFCRGN. A ferrovia faz um acordo com a Great Western para utilizar seus trilhos no trecho entre Igapó e Natal. A estação provisória só era utilizada para o tráfego de passageiros, enquanto que a Estação da Pedra Preta continuou sendo utilizada para transporte de mercadorias e a Parada de Igapó para desembarque de animais” (RODRIGUES, Wagner do Nascimento. Caminhos de água e de ferro, 2006).(Fonte: Wagner do Nascimento Rodrigues, 01/2006).
Ao fim, chegamos à conclusão que Natal teve quatro estações terminais em meados da década 1920! Três funcionando de fato e uma que nunca veio a ser estação.
Edifício da Rede Ferroviária do Nordeste
Inaugurada em 1906, pelo Presidente Afonso Pena, a Estação Central de Natal integrava um parque ferroviário com instalações da Inspetoria de Obras Contra as Secas (IFOCS). Tombado pelo Patrimônio Histórico da União em 1987 e recuperado pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). O prédio tornou-se sede do departamento em 2013.
Funcionou como a antiga Estação Ferroviária Federal Sampaio Correia e foi utilizado como escola pública. Localiza-se na Esplanada Silva Jardim, no Bairro das Rocas.
A estação de Natal foi inaugurada em 1881.
Com a abertura da E. F. Central do Rio Grande do Norte (que depois teve o nome alterado para E. F. Sampaio Correa) em Natal, em 1917, passou a atender as duas ferrovias, embora uma estação tenha sido construída para esse fim pela EFCRN e inexplicavelmente jamais tenha sido utilizada como tal.
Esta estação, Natal-EFCRN, nunca funcionou como estação, embora tivesse um pátio muito movimentado.
A estação de Natal ainda está de pé, mas já há algum tempo sem tráfego algum de trens cargueiros, pois a atual concessionária da linha, a CFN, deixou de operar cargas no Rio Grande do Norte. Ainda é uma estação que agora é o ponto inicial dos trens metropolitanos, operada pela CBTU, e recebeu há algum tempo o pomposo nome de Poeta Diógenes da Cunha Lima, embora o prédio esteja bastante modificado em relação à sua arquitetura original, quase irreconhecível.
A linha que originalmente unia a estação de Brum, no Recife, a Pureza, próximo à divisa entre Pernambuco e Paraíba, foi aberta de 1881 a 1883 pela Great Western do Brasil, empresa inglesa que tinha a posse e a concessão da E. F. Recife ao Limoeiro. Esta linha avançou até Pilar, na antiga E. F. Conde D’Eu, incorporada à GW em 1901, onde sua linha, aberta em 1883, entre outros ramais, avançava até Nova Cruz, já no Rio Grande do Norte e da E. F. Natal a Nova Cruz, que também passou à GW, na mesma época. Para ligar estas duas últimas, a GW construiu em 1904 um trecho de 45 km, formando então o que veio a ser chamado de Linha Norte. Quando ocorreu a venda da GW para a Rede Ferroviária do Nordeste, no entanto, o trecho do RN já não mais pertencia à GW, mas foi incorporado à RFN, e em 1957 tudo isso foi uma das formadoras da RFFSA. A linha está ativa até hoje sob o controle da CFN, que obteve a concessão da malha Nordeste em 1996, mas trens de passageiros não circulam mais por essa linha desde os anos 1980.
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