FFNA na 3ª Caminhada Espaços Sagrados do Centro Histórico de Natal

A expedição fotográfica do Fatos e Fotos de Natal Antiga neste mês foi um tanto diferente. Participamos da 3ª Caminhada Espaços Sagrados do Centro Histórico de Natal realizada ontem, dia 15 de novembro de 2021 organizada pelo Projeto de Extensão Memória Religiosa da Cidade de Natal – UERN / PROEX /Campus de Natal / Departamento de Ciências da Religião (@projetomrcn).

Sob a coordenação dos professores do Departamento de Ciências da Religião da UERN Natal, Irene van den Berg e Rodson Ricardo do Nascimento, e com a colaboração de monitores estudantes da graduação e egressos do curso, a cada parada, a caminhada pelo Centro Histórico de Natal apresentou a história de monumentos, instituições, personagens e práticas ligadas ao repertório religioso da cidade.

A saída ocorreu na Praça das Mães, na Cidade Alta, totalizando 16 paradas em locais e monumentos, até o encerramento do trajeto de cerca de três quilômetros no Cemitério do Alecrim, por volta do meio-dia (veja abaixo).

A caminhada revelou surpresas para muitos desavisados do cotidiano da cidade de Natal, pois traz à tona o conhecimento de lugares pouco explorados ou esquecidos em nossas vivências atuais. Foram percorridos e visitados os diferentes centros religiosos. Em cada parada o religioso local, ou mesmo um professor/monitor, apresentou a história da congregação.

Assim foram visitas Igreja de Nossa Senhora  do Rosário dos Pretos, Primeira Igreja Presbiteriana de Natal, Igreja Internacional da Graça de Deus, Catedral Metropolitana de Natal, Igreja Presbiteriana Independente, Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, Igreja do Galo, entre outros. Um fato que despertou a atenção nos discursos dos representantes eclesiásticos foi a estreita ligação destes centros com a educação, uma vez que muitos foram centros educacionais em diferentes épocas seja sediando a escola ou fomentando estes espaços em outras localidades. Sem dúvida um campo a ser explorado com maior atenção em nossas pesquisas.

Durante o percurso fizemos o registro de alguns dos prédios históricos e das ruas desertas do centro de Natal (em virtude do feriado da proclamação da República). vejam abaixo as fotos que registramos durante o passeio.

Os temas foram extraídos de pesquisas acadêmicas e apresentados em um clima descontraído, dialogado e colaborativo. Os participantes puderam interagir com perguntas e contribuições sobre as temáticas abordadas no passeio e conversar com os professores e estudantes durante todo o percurso.

A presença foi livre com direito a um certificado de participação. a novidade deste ano foi a realização de uma feira multicultural para um pitstop na Praça André de Albuquerque. Neste espaço houve ainda apresentação cultural com sarau poético e cordel, gastronomia, artesanato, exposições de livros e de jogos, além de sorteio de brindes.

O percurso foi encerrado no cemitério do Alecrim cujas lembranças remontam muito de nossa história sobre tudo da religiosidade de nossa terra.

Parabéns os envolvidos na iniciativa. São ações como estas que valorizam o nosso patrimônio cultual.

Confira o percurso da III Caminhada Espaços Sagrados do Centro Histórico:

1- Praça das Mães

2- Igreja de Nossa Senhora  do Rosário dos Pretos

3- Primeira Igreja Presbiteriana de Natal

4- Sinagoga Braz Palatinik

5- Colégio Imaculada Conceição

6 – Igreja Batista

7 – Igreja Internacional da Graça de Deus

8 – Catedral Metropolitana de Natal

9 – Igreja Presbiteriana Independente

10 – Praça Padre João Maria

11 – Irmandade Bom Jesus dos Passos  12 – Praça André de Albuquerque

13 – Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação

14 – Igreja do Galo

15 – Santa Cruz da Bica

16 – Cemitério do Alecrim

Concentração próximo a praça das Mães.
Avenida Câmara Cascudo (antiga avenida Junqueira Aires).
Antigo Congresso Estadual no início do século XX e já foi sede do judiciário da OAB/RN.
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) passou a ocupar o prédio do antigo INAMPS/RN no ano de 1987, na época o maior prédio da capital potiguar, transferindo, assim, suas atividades da Avenida Junqueira Aires (foto) para a nova Sede, na Avenida Deodoro da Fonseca, no Bairro Cidade Alta.
O relógio é de ferro fundido, ricamente decorado com motivos florais e faz parte do conjunto da balaustrada, localizado na Avenida Câmara Cascudo , antiga Junqueira Aires . Encomendado a uma empresa francesa , foi inaugurado em 2 de outubro de 1911, data do aniversário do governador Alberto Maranhão .
Atheneu de 1859 a 1953
Em 1848, Frederico Augusto Pamplona iniciou a construção da sede para o Atheneu, que levou 11 anos para ser concluída. No ano de 1859 o Atheneu foi transferido para o prédio onde hoje funciona a Secretaria de Finanças do Município, próximo a Prefeitura Municipal, na rua Câmara Cascudo, antiga Junqueira Ayres, e lá permaneceu até a inauguração da sede no bairro de Petrópolis.
Um dos nossos participantes de nossa comunidade virtual que estiveram presentes no evento.
A Praça das Mães foi construída em 1909, com o nome de Praça Pedro Velho que era o irmão do então governador do estado Alberto Maranhão. Muitas histórias dão origem ao nome da praça. A mais difundida delas é que a praça possui o nome de Praça das Mães devido as mães que esperavam seus filhos nela durante a Segunda Grande Guerra, nos anos de 1939 a 1945. Porém, nem todos os historiadores concordam com essa história.
Segundo o historiador e escritor Itamar de Souza, a homenagem as mães partiu do então prefeito da capital José Pinto Freire, que inaugurou a praça oficialmente. Segundo Souza, no local “havia um busto, feito em mármore claro elaborado pelo artista plástico Dorian Gray: uma mulher com um filho no colo. Além de bancos, luminárias, jardins etc”.
A Praça das Mães Martha Salem, que era chamada até 1960 de Praça Pedro Velho (não confundir com a Praça Pedro Velho no bairro de Petrópolis, também em Natal), é uma pequena praça localizada entre os bairros da Ribeira e Cidade Alta.
Em 1968, o monumento foi trocado por outro, também de Dorian Gray, feito em mosaico. Nas imagens, há uma mãe que amamenta o filho e protege os filhos. Uma alusão ao nome da praça.
Casório antigo nas proximidades da praça.
Restauração do Arquivo Diocesano, na Cidade Alta, está a cargo do Iphan.
Uma visita a esta Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos não é completa sem você admirar, de dia, a vista do mirante do Cruzeiro, que fica logo em frente.
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos tem uma das vistas do rio Potengi mais bonitas da cidade, principalmente para se admirar ao pôr-do-sol.
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi levantada em 1714. A construção pode ser caracterizada como um rococó tardio, já absorvendo as críticas do neoclássico dos setecentos ao exagero barroco. Porém sua versão atual é bem distinta daquela que foi construída pelos escravos originalmente. A ala lateral, junto com a capela de Bom Jesus do Martírio são construções de 1844, a sacristia e a torre fora adicionadas em 1904. Inúmeras camadas temporais estão expostas neste monumento.
Meu amor e companheira inseparável: obrigado pela companhia minha filha Natália Vieira de Medeiros.
Um dos pontos turísticos mais importantes de Natal e fica entre o bairro de Cidade Alta com o Passo da Pátria. É onde está localizada a imagem de Nossa Senhora da Apresentação, que é a padroeira da cidade do Natal. A santa fica instalada na Pedra do Rosário. Esta é uma coluna que ergue a imagem e está localizada numa espécie de dique que desce e fica localizado a margem do Rio Potengi. No dia da padroeira de Natal, milhares de fiéis vão ao local de madrugada para homenagear a santa. Isto aconteceu em 21 de novembro de 1753, um grupo de pescadores encontrou um caixote de madeira encalhado em umas rochas na margem direita do Rio Potengi, na frente à Igreja do Rosário. Dentro do caixote, havia uma imagem de Nossa Senhora do Rosário e uma mensagem: Aonde esta imagem aportar nenhuma desgraça acontecerá.
Visão para o porto de Natal.
Rua de acesso a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos para o Rio Potengi. Vejam o tipo de pedra preta utilizada para fazer o calçamento. Este material foi retirado das margens do rio Potengi onde este tipo de material é abundante.
O nome dela era Amélia Duarte Machado, nasceu em 1881. Quando jovem, ela casou com o português Manoel Duarte Machado, um homem bastante rico naquela época. Dono de muitas terras e um grande comerciante, tinha lojas nas ruas da Ribeira. Dizem que o bairro de Nova Descoberta e Morro Branco eram de propriedade da família Machado. A Dona Amélia contribuiu para fama do marido, promovendo jantares para a elite natalense.
Em 1910, eles construíram esta casa próximo da Igreja do Rosário, no bairro de Cidade Alta. No ano de 1934, o Manuel Machado faleceu e a viúva continuou a morar. Depois da morte do Manuel, a viúva começou a administrar os seus negócios. Então, nasce a lenda. Por ser uma mulher bastante rica e muito reservada, surgiu diversas lendas sobre a então empresária.
Casarios próximos ao TRE/RN.
Localizado no Centro Histórico, o Memorial da Justiça Desembargador Vicente de Lemos, abriga a história do Judiciário do Rio Grande do Norte, através de painéis descritivos, desde a década de 30 até os ano 80 além de fotos e livros. Lance curioso e engraçado é a foto do processo movido contra LAMPIÃO.
Casório antigo na Cidade Alta.
A Praça Sete de Setembro (ou também Praça dos Três Poderes) é uma pequena praça localizada no bairro da Cidade Alta, em Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte. Foi criada em 23 de março de 1914 por uma resolução editada por Romualdo Galvão, então o presidente da Intendência, e recebeu este nome a pedidos de professores do estado.
A praça está localizada entre alguns prédios importantes do Centro Histórico de Natal, como o Palácio Felipe Camarão, sede da prefeitura do Natal, e o Palácio da Cultura, também conhecido como Palácio Potengi, antiga sede do governo do estado. Além dessas duas construções, estão localizados nesta praça a sede Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte e do Tribunal de Justiça do Estado. Nas suas imediações, pode-se encontrar o Museu Café Filho, Praça André de Albuquerque e a Praça das Mães.
Em 1922 foi construído um monumento aos 100 anos da independência do Brasil, que está na praça até hoje.
A Igreja Presbiteriana de Natal instalou-se oficialmente no dia 3 de fevereiro de 1896, por uma comissão composta do Rev. Henderlite e do Presbítero Minervino Lins. 
No interior da Igreja Presbiteriana de Natal
Lembram do Café Magestic?
Esquina do antigo Royal Cinema
Ruas desertas devido ao feriado da Proclamação de República (15 de novembro)
Com a benção de uma capela, seguida das demais instalações, no dia 22 de fevereiro de 1902 as irmãs participaram da celebração da missa de fundação do Colégio da Imaculada Conceição.
A presença judaica em Natal, Rio Grande do Norte, teve início nas décadas de 1910 e 1920, com imigrantes judeus oriundos de diversos países da Europa, como a Ucrânia, a Espanha e a Polônia, que chegaram à cidade atraídos pelo crescimento do comércio na região. O núcleo inicial foi em torno de quatro irmãos e um tio da família Palatnik. Conforme escreveram Egon e Frieda Wolff: “Seria difícil de imaginar a comunidade judaica de Natal, a partir do segundo decênio do século 20, sem os Palatnik”. m 1925, foi fundado o Centro Israelita, que funcionava também como uma sinagoga. Em 1927, as famílias judaicas locais contrataram uma professora que veio da então Palestina para ensinar judaísmo. Ainda na década de 1920, um espaço regular de educação judaica para crianças começou a funcionar, junto a um programa de educação judaica complementar.
s janelas em estilo escotilha e o frontal que lembra a proa de um navio fazem do edifício onde funcionou o cinema Rio Grande um legítimo exemplar da Art Déco em Natal. Marco arquitetônico da Av. Deodoro e referência para a identidade cultural da Cidade Alta, o Cine foi inaugurado com pompas em fevereiro de 1949 e por décadas foi reduto dos cinéfilos da capital  potiguar. Templo da sétima arte até o final dos anos 1990, desde 2009 se transformou em templo religioso sem perder seus traços originais.
A Catedral Metropolitana de Natal (também conhecida como Catedral Nova ou Catedral Nova Cidade), é uma catedral dedicada a Nossa Senhora da Apresentação de Natal. Foi inaugurada em 21 de novembro de 1988,[3] e localiza-se no bairro da Cidade Alta, em Natal, capital do estado brasileiro do Rio Grande do Norte. Ela possui um estilo de construção com linhas ascendentes na forma trapezoidal bastante peculiar. No subsolo do prédio, encontra-se o Centro Pastoral Pio X, onde funciona o Gabinete do Arcebispo, a Cúria Metropolitana, a Paróquia da Catedral, além da coordenação de diversas pastorais. A ocasião de sua terceira visita ao Brasil, a catedral recebeu o Papa João Paulo II em 13 de outubro de 1991.
Rua João Pessoa.
Dia 20/04 a 1ª Igreja Presbiteriana de Natal completou 108 anos de existência. É uma história muito bonita de testemunho na nossa cidade.
Rua Princesa Isabel.
Sou absolutamente fã deste antigo casório na esquina da Rua Princesa Isabel com a Rua Joao Pessoa.
Grande Ponto.
O terreno onde hoje está localizada a praça Padre João Maria, por detrás da antiga Igreja Matriz recebeu várias denominações ao longo da história. Hoje é testemunha da fé do Natalense.
Rua da Conceição.
O Memorial Câmara Cascudo é um ponto turístico da cidade de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte. Fica localizado próximo à antiga catedral.
Visa homenagear o maior historiador e folclorista do estado do Rio Grande do Norte e um dos maiores do país. E esse monumento foi a melhor forma encontrada para homenagear Câmara Cascudo e de fazer as pessoas conhecerem mais sobre esse grande artista do Rio Grande do Norte. Foi instalado em 10 de fevereiro de 1987 num prédio que data do século XVIII erguida para servir de sede ao Real Erário e posteriormente a Tesouraria da Fazenda, localizado na Praça André de Albuquerque na cidade de Natal no Rio Grande do Norte.
Igreja Matriz Nossa Senhora da Apresentação em meados do século XX. Localizada na Praça André de Albuquerque, foi a 1a. Igreja de Natal tendo sua construção iniciada por ocasião da fundação da cidade (1599). Constituída inicialmente apenas da capela mor, passou por sucessivas ampliações, sendo concluída em 1862, quando da edificação da sua torre. A partir do final do século XIX sofreu modificações e acréscimos na sua arquitetura original, adquirindo feições neoclássicas vistas na foto. Em 1995, passou por uma cuidadosa restauração que lhe devolveu as características coloniais de origem.
Um violento surto de febre tifóide, provavelmente influenciada pelas péssimas condições higiênicas da cisterna do Colégio Diocesano Santo Antônio (funcionava ao lado da Igreja Santo Antônio – Igreja do Galo – futuro Colégio Marista), tirou a vida de seis estudantes, o que obrigou ao fechamento
do colégio.
Esse acontecimento chocou a cidade em 1916 e, em especial, os estudantes do Santo Antônio. O colégio havia sido fundado pelos padres da Diocese de Natal em 1903 e apresentava uma estrutura precária, principalmente em relação às instalações sanitárias.
Recomeço – Os Irmãos Maristas chegaram a Natal em 1929, após convite de D, Marcolino Dantas, então o bispo da cidade. De início, ficaram hospedados no prédio que havia sido do Colégio Diocesano, que se encontrava fechado, e então começaram a planejar a criação de um novo colégio na cidade que em 1938 foi inaugurado como colégio Marista de Natal na esquina da Avenida Deodoro da Fonseca com a Rua Apodi.
A Santa Cruz da Bica é um dos monumentos históricos mais antigos de Natal. Localiza-se no bairro da Cidade Alta. Nos primeiros anos da fundação, marcava o limite Sul da cidade. A outra cruz indicava o limite norte, seu lugar era a atual Avenida Luís da Câmara Cascudo, onde está a praça das mães.
COLUNA DOS MÁRTIRES: Localizada na Praça André de Albuquerque , este monumento foi erguido em homenagem aos potiguares Padre Miguelinho e André de Albuquerque que tiveram destacada participação na chamada Revolução Pernambucana de 1817 . Foi entregue a população em 12 de junho de 1917. Constituído de uma coluna de granito sobre um pedestal, com inscrições em latim feitas pelo cônego Estevão Dantas . O projeto coube ao engenheiro Willy Fisher e execução de Miguel Micussi .
O Cemitério do Alecrim foi construído em 1856 com a proposta de ficar bem longe da cidade, pois corriam boatos aterrorizantes de que o cemitério das Rocas, o primeiro cemitério da cidade de Natal, estava assombrado. Fez-se uma trilha para a região oeste de Natal, seguindo a linha do trem, e acharam assim o terreno perfeito para construir o cemitério e a seguir a Igreja de São Pedro. Ele conta atualmente com 3900 túmulos, muitos dos quais ocupados por personalidades do estado que deixaram sua trajetória expressa na suntuosidade da última morada.
Foi o primeiro cemitério público de Natal, que na época Natal se resumia territorialmente aos bairros da Ribeira e Cidade Alta. De acordo com o pesquisador Ierecê Duarte, autor do livro ‘O repouso póstumo do natalense no cemitério do Alecrim’, antes da construção do cemitério, os sepultamentos eram feitos nas igrejas.
O Cemitério do Alecrim foi inaugurado no ano de 1856. Sim, este prédio simpático da foto acima do título guarda muita história dos natalenses e da cidade por quase dois séculos.
Nos livros publicados de Câmara Cascudo, também enterrado no Cemitério do Alecrim, juntamente com outros parentes, existem duas versões sobre a origem do nome do bairro Alecrim. A primeira refere-se às pessoas humildes que tinham o habito de enfeitar a frente de suas casas com a planta do alecrim. A segunda diz respeito a uma moradora local que costumava decorar os caixões dos “anjinhos” com galhos da referida planta.
Distante da Ribeira e da Cidade Alta, nasceu o cemitério (hoje Cemitério do Alecrim), lugar de descanso e fim do sofrimento daqueles que acompanhavam um cortejo fúnebre.
A construção do cemitério, até então sem nome, surgiu após um surto de cólera em 1855, ano em que foi autorizada a obra. Na época, o Alecrim era habitado por agricultores e era tão distante do centro da cidade que um carro fúnebre teve de ser providenciado para o transporte dos corpos.
Em abril de 1856, quando o Cemitério foi inaugurado, o Presidente Antonio Bernardo de Passos informava ter adquirido um carro fúnebre em razão da “grande distância entre o Cemitério e esta Cidade”.
A primeira reforma do cemitério só aconteceu em 1941, já passou por várias reformas, mas é comum ver os noticiários falando da falta de infraestrutura. Em 2011, a Prefeitura do Natal decretou o prédio como Patrimônio Histórico de Natal, mas nenhuma reforma foi feita até então.
O que o Cemitério do Alecrim tem de tanto diferente? Lá é enterrado desde a pessoa mais pobre até os mais ricos. Ou seja, não tem restrição de credo, cor ou classe social. Lá está sepultado desde o seu parente até o ex-presidente Café Filho.
O espaço é lembrado pela existência daqueles mausoléus gigantes e bem feitos, parecendo uma casa que vai habitar cinco famílias. Os trabalhos artísticos nos túmulos típicos existem várias representações de Jesus, anjos, santos e figuras mitológicas, de autoria de escultores e artesãos locais ou de outros Estados.
Nenhuma descrição de foto disponível.
Já não existe mais espaço no chão, nem nos muros do Cemitério do Alecrim. Toda essa parte pertence a uma associação do Passo da Pátria que aluga o espaço durante três anos para quem não tem terreno em cemitério.
Túmulos dos americanos | Durante a II Guerra Mundial, Natal foi uma importante base dos Estados Unidos e em 15 de abril de 1944 três soldados ingleses foram abatidos próximo à costa do Rio Grande do Norte. Eram eles: Sargento R. J. Uden (21 anos), Sargento W. J. Poling (22 anos), Oficial piloto G.D. Morris (23 anos).
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Túmulo do Soldado Luiz Gonzaga – O Soldado Luiz Gonzaga foi assassinado em 1935 durante a INTENTONA COMUNISTA NO RN, que findou em um governo comunista de 4 dias em Natal. Luiz resistiu a ação dos soldados comunistas e morreu fuzilado. É considerado um dos heróis da PM/RN.
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Cemitério do Alecrim – Djalma Maranhão é considerado um dos principais prefeitos da História de Natal. Foi o primeiro prefeito eleito via eleição direta. Criou o projeto “De Pé no Chão Também se Aprende a Ler”, que até hoje é uma referência quando se fala em alfabetização. Foi cassado durante a Ditadura Militar e morreu exilado em Montevidéu, Uruguai, aos 55 anos de idade.
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Túmulo do ex-governador Pedro Velho – Médico, farmacêutico e proclamador da República do Rio Grande do Norte, se tornou o primeiro governador do estado. Foi o fundador do jornal “A Republica” e foi um dos mais importantes e influentes políticos da história do RN.
Esse é o jazigo que mais chama atenção no cemitério do Alecrim. Pertencente à Maçonaria do Rio Grande do Norte, chama mais atenção, inclusive, que o túmulo de Pedro Velho, que parece um apartamento de 49,5 m².
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Considerado um santo por muitos, João Maria Cavalcanti de Brito nasceu em Jardim de Piranhas e esteve à frente da antiga Catedral potiguar, em 1881. Foi muito conhecido por seu trabalho na área social, ajudando na luta contra a varíola, trabalhando fortemente pela libertação dos escravos – o que lhe rendeu o apelido de Pai dos Negros Forros. Criou a Escola São Vicente, destinada a crianças carentes e morreu em 1905, vítima de varíola. Sua morte abalou a cidade e, desde então, é considerado como “O Santo de Natal”.
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Túmulo de Luiz Soares | Foto: Mateus Angelo | Luiz Soares nasceu em 1888 na cidade de Açu e formou-se em pedagogia em Recife. Foi chamado pelo Governo do RN para empreender um programa de construção de grupos escolares no interior. Contribuiu para a construção do Instituto Padre Miguelinho (doando o terreno para o estado) e foi fundador do primeiro Grupo de Escoteiros do Rio Grande do Norte.
Januário Cicco é um dos mais importantes nomes da medicina potiguar de todos os tempos. Nascido em São José de Mipibu, se formou na Faculdade de Medicina da Bahia e retornou para Natal para instalar um consultório na casa dos pais. Foi fundador da Maternidade Escola que hoje leva seu nome, além de ter criado o primeiro Banco de Sangue e o primeiro Serviço de Pronto Socorro do Rio Grande do Norte. Outras estátuas que chamam atenção estão no túmulo da família Cicco: Uma de pé, representando a Yvette Simões Cicco, falecida em 1937, aos 25 anos. Era filha única de Januário Cicco, renomado médico que fundou os primeiros hospitais de grande porte em Natal. A outra estátua sentada é a mãe da jovem e esposa de Januário Cicco.
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Café Filho foi o primeiro potiguar da história a assumir a Presidência da República. Cristão protestante, há controvérsias sobre o local de seu nascimentos; uns defendem que foi em Natal e outros que foi em Extremoz. Trabalhou como jornalista e atuou como goleiro do Alecrim Futebol Clube. Em 1934 foi eleito deputado federal pelo Rio Grande do Norte. Em 1950 teve seu nome imposto para a Vice-Presidência da República e assumiu em 1954, após o suicídio de Getúlio Vargas.
Uma das curiosidades do cemitério é ser a úncia área da cidade que tem uma ala dedicadas aos Judeus. Além disso, está enterrado um americano que morara em Natal quando a cidade serviu de base militar durante a Segunda Guerra Mundial.
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Tumulo do Desembargador Floriano Cavalcanti Apesar de ter nascido em Belém/PA, era filho de famílias tradicionais potiguares. Veio para Natal, estudou em escolas como o Atheneu, se formou advogado e voltou a ensinar na escola. Foi deputado em 1926 e candidato ao Governo do RN em 1950, perdendo para Dix-Sept Rosado Maia. Destacava-se pelos seus incríveis discursos de orador nato.
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Historiador, antropólogo, advogado, jornalista, secretário de estado e folclorista – considerado, inclusive, o maior de todos os tempos -, foi um dos maiores estudiosos da História do Rio Grande do Norte. Sua obra é gigantesca e engloba mais de 150 volumes. Nasceu e morreu em Natal, cidade que ele tanto amava, vivendo até aos 87 anos. Hoje é impossível falar de cultura do RN e não falar de Câmara Cascudo.
Uma estátua do deus grego Hermes está postada no mausoléu de João Câmara e existe várias lendas sobre o monumento. Nascido em Taipu, João Câmara era um importante fazendeiro do estado. Criava gado e plantava algodão e é considerado um homem fundamental para o desenvolvimento do município de Baixa Verde, que hoje leva o seu nome. Foi deputado estadual em 1934 e senador em 1947. Quando morreu, era um dos nomes mais cotados para assumir o Governo do Rio Grande do Norte.
Durante esta jornada comprei este exemplar que vou ler e colocar em minha literatura de pesquisas.
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