O Passo da Pátria

Historicamente situado na faixa de terra entre o rio e o casario que dá início à Cidade Alta, o Passo da Pátria depois da segunda metade do século XIX se caracterizava por duas funções principais: por ser o cais da Cidade Alta, fazendo a comunicação entre esse bairro e o Rio Potengi – transportando mercadorias de Natal para o entreposto de Guarapes e para a cidade de Macaíba – e por abrigar uma feira tradicional que abastecia grande parte do bairro alto.

Porto

O local que veio a ser conhecido como Passo da Pátria já no período colonial servia como importante porto de integração da cidade com o rio. Um dos primeiros registros de reformas desse logradouro aparece em um documento escrito pelo senado da câmara em 29 de maio de 1805, onde o Capitão Mór Lopo Joaquim era julgado em razão dos maus tratos e de sua maneira despótica de governar a capitania. Um dos argumentos da defesa eram os melhoramentos empreendidos por ele durante sua administração.

Uma dessas obras empreendidas pelo acusado demonstra claramente que já antes de 1805 havia uma clara preocupação da administração colonial em colocar a cidade do Natal em conexão fácil e plena com o rio Salgado.

Em 1847, a ladeira e porto do Passo da Pátria, então chamada de “Caminho Novo do Dr. Sarmento”, aparece no Plano Hydro-topografico do rio Potengi. Sua demarcação no Plano é bastante específica e denota sua importância como ponto de desembarque de mercadorias desde datas remotas.

No local, a comercialização de mercadorias provenientes de outras povoações como Macaíba, São Gonçalo, Redinha, tornava o lugar frequentado por todos os moradores da cidade. Seu funcionamento dava-se, principalmente, durante a noite, sob a iluminação de lamparinas, já que Natal ainda não contava com iluminação pública.

Segundo Cascudo, em 1856 o Presidente da Província Bernardo de Passos auxilia com recursos um morador das cercanias, Manoel Bofe, para melhorar a ladeira. O morador alargou e rebaixou a ladeira, “desbastando o matagal, batendo a rampa que era áspera e quase a pique”. (CASCUDO, 1999, p. 251) Já nesse período, Macaíba e São Gonçalo despontavam como importantes praças comerciais, enviando seus gêneros pelo rio Jundiaí e Potengi até o porto do Passo da Pátria, conhecido então como porto da Cidade. (CASCUDO, 1999, p. 251) A intensa movimentação nesse local determinaria a fixação de casas nos arredores da ladeira e do porto, além de um feira muito concorrida, responsável pelo abastecimento interno da Cidade Alta.

Em 1866, o Presidente da Província José Meira resolve calçar o Caminho Novo do Dr. Sarmento, antiga Ladeira da Cadeia, visto a extrema importância desta para a integração da cidade com o rio. Só que decide investir em outra ladeira, que passava ao lado do Hospital de Caridade (atual casa do estudante), segundo o presidente um local mais próximo e com maiores vantagens.

O local foi rebatizado como Passo da Pátria, destinando-se 3:399$000 para o melhoramento da ladeira. O contratado, Roberto Francisco da Silva Barros devia encarregar-se de calçar a ladeira para que melhorasse o trânsito da cidade alta para o rio. Segundo o presidente, essa obra não era apenas um simples embelezamento, era uma importante obra de integração da cidade com o rio.

O engenheiro responsável pelo setor de Obras Públicas da província, Sr. Ernesto Augusto Amorim (apud CASCUDO, 1999 [1946], p; 251), em 1866, relatava a constituição da comunicação entre o Passo da Pátria e a Cidade Alta da seguinte maneira:

A falta de uma ladeira que se prestasse ao fácil trânsito entre a Cidade e o Porto do Rio Salgado era reclamado instantemente pelos habitantes desta Cidade. Foi em virtude disto que o antecessor de V. Excia. ordenou-me que organizasse um orçamento para proceder-se ao calçamento da ladeira que passa pelo oitão do Hospital da Caridade, a qual recebeu o nome de Passo da Pátria.

Em 1867, o Presidente pede recursos ao Governo Imperial para a construção de um cais no Passo da Pátria, já que a obra era um complemento indispensável para a ladeira. Em 1870 o cais do Passo da Pátria e o da Praça da Alfândega estão bastante deteriorados, o que faz com que o Presidente autorize orçamento para as despesas necessárias para o conserto dos dois. O cais da Alfândega desempenhava também um importante papel de integração – no caso do abastecimento interno – da cidade com o rio. Tanto que é proposto em 1873 o prolongamento deste até o Passo da Pátria, obra que não foi realizada pela falta de recursos da Província.

Em 1878, o Passo da Pátria foi palco de uma contenda que demonstrou a rivalidade entre o bairro baixo e o bairro alto da Capital. Na verdade, esses locais funcionavam praticamente como duas cidades, com funções e valores bem distintos. A cidade alta, núcleo original da cidade e centro do poder administrativo e religioso da Capital, reivindica para o Passo da Pátria o novo local da “Passagem do Salgado”, já que o antigo Aterro do Salgado estava bastante deteriorado e estava sendo construído um novo aterro, também na margem esquerda do rio, mas dessa vez “á partir do rio de fora até a Cambóa do Achado, confronte ao Passo da Pátria”.

Em reportagem de 26 de outubro de 1892, o periódico “O Caixeiro” traça algumas considerações acerca do “interessante ‘Passo da Pátria’, que é a feira e o caes da população do bairro alto da cidade”. O Passo é descrito como “o porto dos charias, mas sem abrigo nem caes de pedra”. A subida, descrita como “menos convidativa do que uma ascenção aos Alpes” no relato do periódico é calçada regularmente desde “o tempo da guerra do Paraguay”. O nome derivaria do sentimento da vitória empreendida pelas tropas brasileiras naquele conflito. No decorrer de sua exposição, entretanto, o periódico transcreve os primeiros sinais de decadência da feira do Passo, que passava a concentrar também a zona de meretrício da cidade, além do local não possuir mais um caráter aprazível, já que se encontrava praticamente “esmagado” pela linha férrea.

Os melhoramentos do Passo continuam durante todo o final do século XIX, e até o início do século XX o telheiro e o cais continuavam com considerável movimentação comercial, de acordo com fotografias desse período.

No século XIX o Porto do Oitizeiro ou porto Passo da Pátria continuou sendo o mais importante ponto de abastecimento de gêneros da cidade de Natal, consolidado a partir da realização semanal da feira, permanecendo assim até o início do século XX.

Croqui feito a partir do plano Topo Hidrográfico de 1847. Demarcação em vermelho: Aterro do Salgado e Ladeira da Cadeia. As mercadorias desciam pelo rio Jundiaí e paravam no porto do Passo da Pátria, tradicionalmente utilizado para o abastecimento interno da capital, via Cidade Alta. Fonte: Produção do autor a partir do Plano hydrotopográfico do Rio Grande.
Foto Panorâmica da Cidade. Álbum Fotográfico de Bruno Bougard de 1904. A ladeira da cadeia prossegue até o rio, onde se podem ver barcos atracados. (Fonte: IHG/RN)
Foto Panorâmica da Cidade. Álbum Fotográfico de Bruno Bougard de 1904. A segunda ladeira que seria calçada em 1866 era acessível pela atual praça João Tibúrcio, prosseguindo pelo Hospital da Caridade, cujo telhado aparece na Fotografia. A intensa movimentação dessa via deixou marcas visíveis no solo. (Fonte: IHG/RN).
Feira popular no Passo da Pátria em 1920. Em segundo plano a linha do trem em direção a Estação Ferroviária de Natal. O comércio popular foi removido pelo poder público por “não oferecer condições de higiene” o que resultou na completa destruição econômica daquela comunidade.
Passo da Pátria, cerca do ano de 1900. Fotografia do macaibense Fernando Pedroza (1886-1936), fundador da firma Wharton, Pedroza S.A, um dos pioneiros na indústria do algodão no Rio Grande do Norte. #fatosefotosdenatalantiga #passodapatria Acervo original: Fernando Gomes Pedroza (1919-2010). Acervo atual: Instituto Tavares de Lyra
Fotografia da escadaria de acesso ao Porto do Passo da Pátria, atualmente dentro de residência particular no Bairro do Passo da Pátria. Foto: Bruno França.

A feira

Nas proximidades do rio formou-se uma animada feira, que ocorria num local conhecido como Passo da Pátria. Essa feira, que ainda acontecia nas duas primeiras décadas do século XX, recebia, por meio do rio, vários tipos de produtos de outras localidades, e abastecia a cidade valendo-se do caminho em apreço.

Nesse momento histórico, o Passo da Pátria ocupava um lugar importante na vida comercial da cidade do Natal. No final do século XIX, o Passo da Pátria consolidou-se como um dos principais pontos de abastecimento de Natal, como descreve Dom Nivaldo Monte (2009, p.19):

Aninhado entre os luxuriantes manguezais, que se esparramam ao longo da ribanceira, em cujo topo foi edificada a primitiva cidade, o Paço da Pátria assumiu, desde o início, os foros de um verdadeiro interposto comercial, ponto de encontro, cais de atracação das jangadas vindas de alto mar, carregadas de peixes, botes que vinham do outro lado do rio, apinhados de gente e canoas, descendo água abaixo, vindas de Macaíba, Guarapes e Carnaubinha, abarrotadas de mercadoria, tudo em busca da cidade.

O Passo da Pátria, mas também a Alfândega, igualmente situada às margens do Rio Salgado, representavam elementos de ligação da cidade com o rio e com florescentes localidades comerciais ao sul do mesmo rio, como Macaíba e o porto de Guarapes, ambos situados às margens do afluente Jundiaí.

A feira e as mercadorias que chegavam pelo cais abasteciam a Cidade Alta e movimentavam financeiramente a localidade do Passo. Itamar de Souza (2008, p. 125) afirma que “tudo era desembarcado ali, procedente de Macaíba, São Gonçalo, Redinha e outras povoações”. Para a Cidade Alta eram transportados “tijolos, telhas, madeira, frutas, legumes, carnes, aves, criações de todo tipo”, entre outros produtos e mercadorias. Muitos dos animais transportados eram levados para serem abatidos no Matadouro Público que se localizava, então, na Cidade Alta – e depois seria removido para o bairro das Quintas.

Apesar de apresentar desde cedo uma característica de aglomeração de camadas mais baixas da sociedade, desde a sua fundação o Passo da Pátria mantinha uma relação de intercâmbio constante com o restante da cidade, em especial com o bairro da Cidade Alta. Entretanto, com a passagem da linha férrea da Estrada de Ferro de Natal a Nova Cruz as relações seriam mitigadas pela intervenção física desse mecanismo. A população que já vivia dificilmente nas pequenas casas passou a se sentir mais comprimida ainda “na estreita faixa de terra entre a linha do trem e a margem direita do rio Potengi” (SOUZA, 2008, p. 125).

Esse relato já confirmava a vocação de passo da Pátria como um centro cultural dede o século XIX e isso conferia ao local uma aceitação por parte do restante da cidade ainda que, fosse caracterizada como zona de baixa renda. A feira surge em 1870 e teve bom funcionamento até a década de 20 do século XX.

Túnel do tempo: rua logo após a parada Metropolitana, em direção ao passo da pátria ( foto colorizada por Eduardo Alexandre Garcia / atual Google )
A Figura mostra o plano topo-hidrográfico de 1847 e a ampliação de parte dele, no qual estão identificados o Caminho Novo do Doutor Sarmento ou Rua da Cadeia, atual João da Mata, e sua ligação com o porto, assim como o Aterro do Salgado, ou a passagem da coroa, localizada do outro lado do Rio Salgado, ao qual voltaremos. A Figura mostra as relações hidrográficas e terrestres de Natal com essas e outras localidades do litoral, em 1878.
Passo da Pátria durante a construção da Avenida do Coletor Geral 01, pelas obras de
saneamento, em 1937. Fonte: FERREIRA, Angela Lúcia A., EDUARDO, Anna Rachel B., DANTAS, Ana Caroline de C. L., DANTAS, George Alexandre F. Uma Cidade Sã e Bela: a trajetória do Saneamento de Natal entre 1850 e 1969. Natal: IAB/RN; CREA/RN, 2008.

As atenções que antes se voltavam ao porto e ao cais da ladeira do Passo da Pátria no século XIX – elementos que  conectavam a cidade às outras regiões através do rio – passaram, com as reformas empreendidas, para a Praça Augusto Severo, “onde a estação de trem protagonizava esse novo pórtico, o que veio a modificar sensivelmente a noção de centralidade dentro do espaço urbano de Natal” (RODRIGUES, 2006, p. 142).

A instalação do parque ferroviário e o agenciamento do seu entorno, em especial, a consolidação de um importante espaço de integração intra e interurbana para a cidade, a Praça Augusto Severo, entretanto, oblitera outra faceta da instalação das vias férreas no contexto urbano de Natal. Esse aspecto faz referência à segmentação espacial de determinados espaços da cidade, como o Passo da Pátria.

Boêmia

“Lugar modesto e humilde como simples e humildes são os ambientes pobres. No Passo da Pátria havia uma feirinha aos sábados a tarde. Nessa feirinha comprava-se jarras de barro, potes, panelas, além de bonequinhas de pano e de brinquedos de barro, como cavalinho, cadeirinhas, panelinhas. Havia também, grudes, dôces sêcos, raivas, sequilhos, milho, verde cozido e assado e um cem número de gulouzeimas além dos deliciosos alfinins.”

(Lair Tinôco)

Feira do Passo da Pátria-início do século XX, imagem possui inscrição identificando-a como um cartão postal de 1904. Autor desconhecido. Mesmo após a construção da ponte férrea, a feira continuou com relativo sucesso. Na foto aparecem o telheiro e o movimento das pessoas e mercadorias. (Fonte: Giovana Paiva. De cidade A Cidade.) Comunidade do Passo da Pátria. Autor Desconhecido. Fonte: Acervo IHG/RN
Comunidade do Passo da Pátria. Foto: Esdras Rebouças Nobre. Fonte: Acervo SEMURB
Foto aérea da Comunidade do Passo da Pátria.

Os subúrbios da cidade de Natal também possuíam seus espaços de boemia, a exemplo dos botecos do Passo da Pátria. Cascudo definiu o Passo da Pátria como ―uma zona marginal, entre a Ribeira e a Cidade, apertada na faixa de terra úmida do rio [Potengi] e da barranca onde se empinava o casario ( CASCUDO, 1999, p. 250.).

O Passo da Pátria era um bairro localizado próximo à Ribeira, à Cidade Alta e ao Alecrim, caracterizado por moradias precárias de pessoas de baixo poder aquisitivo, construções irregulares e pela falta de saneamento básico. Lá, uma feira era realizada todos os sábados à noite, atraindo uma clientela bastante diversificada, procedente de todas as camadas sociais. Seus frequentadores eram moças, senhoras, cavalheiros, comerciantes, pescadores, soldados, comerciantes, cabeceiros, funcionários públicos, boêmios e prostitutas.

O acesso à feira do Passo da Pátria ocorria pela Ladeira da Cadeia, atual Rua João da Mata, e pela Ladeira do Passo da Pátria, hoje Rua do Passo da Pátria. A feira era um lugar de encontro de pessoas que duscavam mercadorias e diversão:

Espalhadas pelos quadrantes do pátio, estavam botequins, barracas de caldo de cana, bancas de jogos de ―jaburu‖, jogos de dados, bacará, situadas num 
flanco, pois o outro era destinado aos tabuleiros com gostosas tapiocas de coco, alfenins, com figuras de animais e flores, sequilhos de goma, broas,  doces secos, pés-de-moleque, biscoitinhos de araruta, cuscuz, além de  grandes mesas, servindo café com bolachas secas e grudes de Extremoz e de outras tantas, destinadas a venda de sarapatel apimentado, com cachaça, que era apregoados em altas vozes pelos comerciantes, para atraírem a freguesia, sempre os boêmios (WANDERLEY, 1984, p. 22.).

No início da noite, a feira era frequentada por famílias que desciam as ladeiras da Cadeia e do Passo da Pátria para adquirirem mercadorias, como carne de sol, frutas, enfeites e utensílios feitos de barro entre outros produtos. Depois das vinte horas, as famílias voltavam para casa. Na feira, ficavam malandros, boêmios e meretrizes, que permaneciam nas bodegas e nos bailes organizados por comerciantes estabelecidos no Passo da Pátria. Muitos mendigos, bêbados, deficientes visuais e físicos circulavam a esmolar pela feira. Segundo o memorialista Lauro Pinto, em Natal que eu vi (1971), o Passo da Pátria era lugar de degradação social:

Ali viviam as raparigas mais sórdidas, doentes, desgraçadas, cachaceiras, imorais e infelizes de Natal e talvez do mundo. Ali havia mais fome, doença e miséria do que obscenidade ou prazer sexual. Ali a condição humana atingiu o máximo em infelicidade e degradação. Tanto assim que o maior desafôro e a ofensa mais ferina era o de chamar a qualquer meretriz, mesmo sendo de baixa classe, de ―puta do Passo da Pátria‖ (PINTO, 1971, p. 40-41.).

O Passo da Pátria é retratado nos livros de memória como um espaço deteriorado socialmente, marcado pela presença dos vícios, pela extrema pobreza e pela indigência. A poetisa Palmira Wanderley, em Roseira Brava e outros versos (1965), assim referiu-se ao Passo da Pátria:

PASSO DA PÁTRIA
É um antro de miséria,
É um passo de dor!
Parece que os apaches de outras terras
Nascem dali. Que horror!
Quanto medo me mete!

Passo da Pátria é a tasca do vício,
De pecador impenitente.
Tem um cheiro ruim de maresia
E um bafo, muito forte, de aguardente… (WANDERLEY, 1965, p. 41.).

O bairro é visto como ambiente de miséria, vícios, vadiagem, prostituição, mendicância e violência. Embora a feira fosse aceita socialmente, devido o movimento comercial de Natal, o seu funcionamento era monitorado pelas forças policiais, atentas em manter a ordem do lugar, e a combater as constantes brigas e confusões.

Os boêmios frequentavam os botecos do Passo da Pátria. As comemorações do centenário da Independência do Brasil, em setembro de 1922, movimentaram os habitantes da cidade de Natal. Dentro dos festejos, três barcos de pescadores da Colônia José Bonifácio fizeram uma arriscada viagem ao Rio de Janeiro ( Cf. GALVÃO, 2009, p. 88-90.). A iniciativa mobilizou governantes e populares a comparecerem ao cais da Avenida Tavares de Lira para prestigiar a partida dos aventureiros à capital federal. Finalizadas as comemorações do centenário de Independência do Brasil, no Rio de Janeiro, os pescadores natalenses, a bordo do navio Maranguape, retornaram a sua cidade no dia 19 de outubro de 1822.

[…} o populacho fazia da feira do “Passo da Pátria” o prazer favorito das noites de sábado, quando o pátio daquele logradouro regurgitava de gente de todas as camadas sociais, que se confundia na alegria nervosa daquelas horas, que eram vividas sem preocupações, como um passatempo. Já às 6 horas da tarde, começavam a descer a íngreme ladeira, pavimentada com empedramento irregular, moçoilas, matronas, cavalheiros, soldados, cabeçeiros, comerciantes, funcionários públicos, mundanas, pescadores, uma verdadeira miscelânea humana. (WANDERLEY apud SOUZA, 2001, p.89).

Ainda assim, nas poesias que retratam as características do porto do Passo da Pátria e da feira, a heterogeneidade do espaço social fundada na inter-relação dos mais diversos segmentos sociais é exaltada como um dos seus aspectos positivos.

A descrição do poeta Wanderley destaca a diversidade de produtos encontrados no porto e na feira, bem como da paisagem do lazer no Passo da Pátria com seus bares e jogos (apud SOUZA, p.63, 2007):

Espalhados pelos quadrantes do pátio, estavam botequins, barracas de caldo de cana, bancas de jogos de “jaburu”, jogos de dados, bacará, situadas num flanco, pois o outro era destinado aos tabuleiros com gostosas tapiocas de coco, alfenins, com figuras de animais e flores, sequilhos de goma, broas, doces secos, pés-de-moleque, biscoitos de araruta, cuscuz, além de grandes mesas, servindo café com bolachas secas e grudes de Extremoz e de outras tantas, destinadas à venda de sarapatel apimentado, com cachaça, que eram apregoados em altas vozes pelos comerciantes.

Na noite anterior, Othoniel Menezes estava com amigos em um boteco no Passo da Pátria, quando resolveu escrever um poema para homenagear os pescadores que chegariam no  dia seguinte. A poesia falava sobre as angústias de um pescador que deixava em terra a sua amada e se lançava ao mar para obter o sustento para a família. O poema Serenata do pescador foi musicado e tornou-se a modinha mais conhecida na cidade de Natal. Othoniel Menezes teve muitos de seus versos musicados, este foi um deles. Coube ao musicista Eduardo Medeiros a composição da melodia dos versos. Serenata do pescador tornou-se uma canção popular, tocada nas serenatas durante a madrugada.

Em notas policiaes n’A Republica encontramos, vez por outra, alguma notícia sobre uma briga de bar ou entre vizinhos, mormente no Passo da Pátria, área da cidade que à época fazia parte do Bairro da Cidade Alta e que, costumeiramente, era criticada pelos maus costumes de seus moradores, como bem vemos em obras como a do higienista Januario Cicco. Esse médico, em virtude de tais costumes, sugere a demolição do bairro, tendo em vista a impossibilidade de qualquer medida profilática surtir efeito naquele promíscuo meio. CICCO, Januario. Como se hygienizaria Natal, p. 29.

Meses antes, A Republica festejava a ação da polícia no Passo da Pátria, que “foi sempre o local predileto escolhido por individuos inescrupulosos para a pratica de actos reprovaveis.” Em maio, em um lugar chamado castelo, “onde se reuniam pessôas desclassificadas para uma escandalosa jogatina”, a polícia, sob
o comando do major Joaquim Soares, ex-intendente, prendeu algumas pessoas que subvertiam a ordem, dando um pouco mais de paz ao tão criticado bairro suburbano.

A exceção era o Passo da Pátria, região de Natal que pertencia à Cidade Alta. Mas, aqueles que denunciavam para A Republica comportamentos classificados
como inadequados ou desviantes não deviam nem pisar nessa área da cidade, considerada suja e promíscua, para a qual não havia, na visão de Cicco, outra solução senão a demolição.

Declínio

A construção do mercado da Cidade Alta em 1937 colocará, definitivamente, a feira livre em decadência até deixar de funcionar. Além disso, as mudanças nos “fluxos do Rio Salgado” colocaram em cheque o entreposto do Passo da Pátria, segundo Rodrigues (2003, p.133);

[…] a Estrada de Ferro Central drenará a produção do norte e centro da província, realizando-se, enfim, o desejo de ter uma capital integrada às zonas produtivas. Em 1916, a ponte de ferro em Igapó modificará o trajeto desta linha férrea e fechará definitivamente o comércio do rio Jundiaí, encerrando um ciclo de investimentos nesta parte do rio. O Aterro do salgado será definitivamente abandonado […],

Com o rio obstruído, a feira do Passo da Pátria desaparecerá por volta de 1920. Em 1935, um novo plano1 de expansão de Natal produz, entre outros, a construção de uma avenida na encosta do rio Potengi (Avenida do Contorno), que resultaria na destruição de numerosos casebres que ali existiam, contribuindo para a decadência da feira livre, que ainda funcionou até meados da década de 1940. A partir daí, com o impacto decorrente da implantação da via férrea, da construção da avenida do Contorno e da modernização do entorno, a movimentação de pessoas foi resumida aos moradores da área; os demais segmentos sociais que frequentavam a feira deslocaram suas atividades relacionadas ao comércio e ao lazer para outros espaços, são exemplos disto o mercado da Cidade Alta e a feira do Alecrim.

Ainda pesaram para o declínio o fato de que emergiram novos polos comerciais na cidade – como no caso do Alecrim – que originaram as suas próprias feiras; o Também houve relativo ao prejuízo da comunicação existente entre a Cidade Alta e o Passo, especialmente no tocante à ladeira e ao cais, causado pela passagem da estrada de ferro entre os dois núcleos. Tanto a feira, como o cais iriam declinar nas décadas seguintes.

O “Diário de Natal” publica em 1931 uma matéria reivindicando medidas de intervenção urgentes sobre o cais contra a situação de “desasseio e completo abandono em que se acha o trapiche do Passo da Pátria” (DIÁRIO DE NATAL, 1931). “A República”, por sua vez, publica em 1936 uma reportagem relatando a situação das feiras de Natal. Enquanto que a feira do Alecrim é relatada recente, porém em franca ascendência e provavelmente como uma das maiores da cidade, à feira do Passo é atribuído o adjetivo de decadente. Esse contraponto reflete a situação de declínio que sofre a comunidade do Passo, antes integrada à cidade.

Tais aspectos apenas seriam intensificados com o aumento do movimento dos trens a partir da inauguração da ponte metálica sobre o Rio Potengi em 1916, o que intensificou a decadência da localidade, como descrito, durante a década de 1930. O aspecto segmentador impresso pela via férrea no ambiente urbano de Natal não se restringe apenas à comunidade do Passo da Pátria.

Planta dos Estudos Preliminares de implantação da Estrada de Ferro Natal-Nova Cruz, 1878 (Detalhe). No desenho é possível notar a racionalização do acesso ao rio, através da retidão do caminho, numa área visivelmente menos íngreme, como aponta o maior distanciamento das curvas de nível. O acesso da rua está rigorosamente integrado à escadaria do porto. Fonte: Arquivo Nacional. Nota: Na imagem pode-se ver a linha férrea cortando o caminho que dava para o cais do Passo da Pátria.

A falta de infraestrutura da linha pertencente a essa estrada de ferro no trecho que atravessa a cidade, especialmente no tocante à drenagem das águas da chuva, resultaram em diversos prejuízos materiais, especialmente em relação ao fato de que determinadas partes da cidade – nesse caso, o Passo da Pátria – poderiam ter a comunicação com o resto da cidade prejudicada (A VARIAS, 1914a). Essa fração urbana já vinha sofrendo as consequências da segmentação proporcionada desde a construção da linha – em fins do século XIX, como visto anteriormente – e que trariam implicações como o obstáculo na comunicação entre o Passo da Pátria e a Cidade Alta e o consequente declínio de sua feira.

A falta de valetas de escoamento das águas possibilitavam dois grandes inconvenientes: o assoreamento da linha de trem pelo movimento de terras realizado e o acúmulo de águas na direção do Passo da Pátria, dificultado ainda mais a sua comunicação com o restante da cidade.

Perspectiva atual da zona do Passo da Pátria delimitada pela via férrea e a zona de interseção entre a ferrovia e o riacho do Baldo, onde se acumulavam as águas pluviais. A imagem do Google Earth (Dezembro/2011).

Em momentos posteriores, como no ano de 1924, busca-se atenuar essa condição a partir de alguns investimentos públicos, como aqueles efetuados na gestão do coronel Joaquim Manoel Teixeira de Moura da Intendência de Natal. Durante esse período, foram realizados investimentos como a construção de um novo prédio para a Intendência, do novo matadouro – a se situar no Porto do Padre, estação da Central no outro lado do rio, e da pavimentação da Rua Cabugi, que interligava a Praça André de Albuquerque, na Cidade Alta, com o Passo da Pátria.

Às imediações das estradas de ferro, especialmente nas áreas intersticiais entre a ferrovia e o rio, são atraídas populações pobres, tanto em virtude da circunvizinhança aos mecanismos ferroviários – atraindo população operária – como em razão da conveniência proporcionada pela proximidade em relação à utilização dos serviços. No caso específico do Passo da Pátria houve uma segmentação daquela população residente, intensificando a sua característica de baixo poder aquisitivo. O “estrangulamento” daquela aglomeração se dá, sobretudo, devido ao aspecto do sítio enclausurado entre o rio e o terreno alto do bairro da Cidade Alta.

O mapa abaixo, do ano de 1924, especializa essa condição. Pode-se ver que as camadas pobres se fixam, sobretudo, nesse momento nas regiões do Passo da Pátria, da Guarita, das Rocas e do Alecrim, todas áreas limítrofes a estruturas ferroviárias.

Espacialização das áreas adjacentes às ferrovias em Natal. Fonte: Acervo HCUrb. Nota: Elaboração do autor sobre o mapa do Plano de Sistematização de Henrique de Novaes para Natal, de 1924. O traçado da Cidade Nova está demarcado em laranja.
Espacialização dos coletores e suas respectivas avenidas em Natal. Fonte: FERREIRA, et al. (2008). Nota: Destaque para a localização do Passo da Pátria (Azul), do complexo ferroviário da Great Western (Vermelho) e do parque da E. F. Central do RN (Laranja). Marcações feitas pelo autor.

A constatação acima reforça a ideia de que havia uma forte diferenciação sócio-espacial nas áreas adjacentes às linhas férreas, espaços ocupados pelas classes mais pobres do extrato social urbano da cidade do Natal. Em meados da década de 1930 essa organização sócio-espacial dos diferentes bairros componentes da estrutura urbana da capital já estava consolidada. As ferrovias representavam um importante papel nesse processo por serem elementos delimitadores e segmentadores de certas frações da cidade. Zonas pobres como o Passo da Pátria e a Guarita eram delimitadas pela estrada de ferro. Outras áreas sofriam com a segmentação imposta por seus equipamentos, como no caso do bairro das Rocas.

Passo da Pátria, no Início do séc. XX . Extraída do livro “Como se Hygienizaria Natal” (CICCO, 1920). O Passo da Pátria em 1920, antes da construção da Avenida do C. G. 1. Casas alinhadas ao longo da via férrea. Fonte: Acervo do HCUrb.
Visitas dos deputados às obras do C. G. 1 em 1937. Pode-se ver o trem trafegando e ao fundo o parque da Great Western. Fonte: Acervo do HCUrb.
Casas sendo derrubadas durante a construção
da Avenida do C.G. 1. Ao lado, a via férrea. Fonte: Acervo do HCUrb.

Nesse conjunto de crônicas ele descreve o aspecto das casas do Passo da Pátria, adjacentes à ferrovia, e que, segundo ele, dariam um aspecto negativo ao visitante que chegava à cidade. Sobre a saída da estação de Natal, Wanderlei afirma o seguinte:

Ao longo da estrada, as casinhas dos operários estavam com os seus habitantes á porta, como si fosse a primeira vez que por ali passasse um trem-de-ferro… E eu fiquei a pensar que aquellas casinholas desalinhadas, de paredes obliquas, dão a quem chega num trem da Central ou da Great Western, a impressão de que Natal é uma cidade que não se renovou. Uma cidade colonial. Depois eu me lembrei dos prédios elegantes de Tyrol e Petropolis, que fazem o forasteiro esquecer as construcções humildes do Passo da Patria (WANDERLEY, 1937a, p. 03).

A assunção do cargo de governador por Ferreira Chaves em 1914 – bem como a gestão do Coronel Joaquim Manoel Teixeira de Moura à frente da Intendência Municipal – viria, apesar das dificuldades com os bondes, trazer uma nova onda de melhoramentos a Natal. Entre os principais benefícios implantados nesse ano se encontra a pavimentação da Rua Cabugi, interligando a Praça André de Albuquerque com o Passo da Pátria (POÇOS…, 1914).

Higiene

Cicco, então, ao propugnar a necessidade inconteste de fazer as águas circularem, de reformar o espaço urbano a partir da reforma da habitação, principalmente das classes populares, e da mudança e introdução de novos hábitos que tinham a higiene como eixo central, não estava afastado do ideal de disciplinamento, da organização e do governo racional da cidade, que era o oposto utópico da “cidade pestilenta” (Andrade, 1992, p16). Ao invés da promiscuidade – lida no adensamento demográfico do bairro do Alecrim, na convivência indesejada da lavagem de roupas, corpos e animais em logradouros públicos como o Baldo, ou nos comportamentos considerados indecorosos e degradantes, como o alcoolismo e a prostituição no Passo da Pátria – o conforto dos fluidos em circulação.

Não é bem o que se vê quando, quinze anos depois, o médico Januário Cicco escreve “Como se higienizaria Natal” e reforça, de forma mais contundente, as críticas feitas por Antonio China. Cicco dizia que um pouco além do Passo da Pátria havia,

O admiravel Matadouro de Natal, que é o mais sordido attentado à vida de uma população, o mais frisante attestado de abandono a que a autoridade sanitaria entrega a vida dos habitantes desta terra, permitindo dentro da cidade o Matadouro (…) tendo ao lado a esterqueira e o lixo de toda urbs, e onde se regala de podridão o hygienista daquela zona – o urubú. ( CICCO, Januário. Op. Cit. p. 29..).

O que Cicco não dizia, afinal esta descrição diferia pouco das outras acerca dos bairros populares, era que, além de capins e porcos, esta era uma zona de pândegos e de prostituição, de tudo que parecia mais corrompido ao olhar “civilizado” das elites. Um memorialista depois lembraria que, mesmo entre as meretrizes, não podia haver ofensa maior do que ser chamada de “puta do Passo da Pátria”,ntal a sordidez e degradação do espaço e daqueles que lá moravam ( Pinto, 1971, p.40-41.).

Defensor de uma nova moral e pudicícia burguesas, o olhar do médico, sem dúvida elitista, não conseguia esconder a incompreensão e preconceito em relação às práticas e estratégias populares, consideradas todas como causa e conseqüência da promiscuidade e da degenerescência ( Rolnik, 1997; Bonduki, 1998.) Ao que parecia tão afrontoso, como o Passo da Pátria, não cabia nem reforma – era a destruição pura e simples.

No dia 09 de abril, depois de noticiar que o governador do estado, Alberto Maranhão, havia mandado por à disposição das autoridades encarregadas do serviço de limpeza da cidade “varios animaes próprios para o transporte do lixo”, o jornal “A República” continuou a denunciar os acúmulos de lixo em diversos lugares da cidade. Segundo o jornalista, “na ladeira do Passo da Patria, existe grande quantidade de lixo” ( Limpeza pública. A República 09 de abril de 1902.).

Desenrola-se na cidade, nesse período, um processo de segregação espacial. Primeiro e único bairro projetado da cidade, no início do século XX, Cidade Nova, com suas amplas avenidas e ruas largas, ornamentadas por palmeiras imperiais, foi pensada e planejada para ser o bairro da elite potiguar, e não das camadas populares, que deveriam habitar bairros suburbanos como as Rocas, o Alecrim, bairro operário, ou, então, o Passo da Pátria. Foi em virtude disso que essas camadas, cujos costumes eram vistos pela elite como incompatíveis com o grau de civilização que ela almejava para Natal, foram desalojadas da região em que se construiria uma “nova cidade”.

O surgimento de bairros como o Alecrim, as Rocas e o Passo da Pátria, por exemplo, está vinculado aos movimentos dessa nova lógica de ocupação espacial, na qual a segregação se tornaria estrutural. Uma das vozes contrárias ao projeto de Polidrelli, foi a do jornalista Elias Souto (CASCUDO, 1999). Uma oposição acirrada que, corretamente, denominou o novo bairro de Cidade das Lágrimas, denunciando as desocupações de centenas de “habitações”, provocando a “favelização” da Praia do Meio e do Passo da Pátria.

Passo da Pátria (década de 1980). Foto: Acervo “A República”.
Pedra do Rosário, comunidade do Passo da Pátria (1985). Foto: Acervo “A República”.
Cartão-postal: Jaeci Galvão, Natal – RN. Antigo Horto Municipal do Passo da Pátria. Inaugurado em, 1946. Década entre 1950/60. Fonte: Acervo de José Valério Cavalcanti.

Fontes:

A construção da natureza saudável em Natal (1900 – 1930) / Enoque Gonçalves Vieira – Natal, RN, 2008.

ANUÁRIO NATAL 2013 / Organizado por: Carlos Eduardo Pereira da Hora, Fernando Antonio Carneiro de Medeiros, Luciano Fábio Dantas Capistrano. – Natal : SEMURB, 2013.

Cais da Memória: Espaço para vivências afetivas com a cidade de Natal por Francisco Rocha Vasconcelos Neto.

Cantos de bar: sociabilidades e boemia na cidade de Natal (1946-1960)/Viltany Oliveira Freitas. – 2013.

Caminhos que estruturam cidades: redes técnicas de transporte sobre trilhos e a conformação intra-urbana de Natal / Gabriel Leopoldino Paulo de Medeiros. – Natal, RN, 2011.

DOS CAMINHOS DE ÁGUA AOS CAMINHOS DE FERRO: A construção da hegemonia de Natal através das vias de comunicação (1820-1920) por Wagner do Nascimento Rodrigues

Linhas convulsas e tortuosas retificações Transformações urbanas em Natal nos anos 1920. George Alexandre Ferreira Dantas. São Carlos – SP. Outubro de 2003

Natal ontem e hoje / Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo. – Natal (RN): Departamento de Informação Pesquisa e Estatística, 2006.

Natal, outra cidade! [recurso eletrônico] : o papel da Intendência Municipal no desenvolvimento de uma nova ordem urbana na cidade de Natal (1904-1929) / Renato Marinho Brandão Santos. – Natal, RN : EDUFRN, 2018.

Consultas:

ANDRADE, Carlos. A Peste e o Plano: o urbanismo sanitarista do eng. Saturnino de Brito. 1992. 2 vol. Dissertação. (Mestrado em Estruturas Ambientais) – FAUUSP, São Paulo, 1992.

BONDUKI, Nabil G. Origens da habitação social no Brasil. Arquitetura moderna, Lei do Inquilinato e difusão da casa própria. 2 ed. São Paulo: Estação Liberdade, 1998.

CASCUDO, Câmara. (1947). História da Cidade do Natal. 3. ed. Natal: IHGRN, 1999.

CASCUDO, Luís da Câmara. História da Cidade do Natal. Natal: RN Econômico, 1999.

CICCO, Januario. Como se hygienizaria Natal: algumas considerações sobre o seu saneamento. Natal: Atelier Typ.
M. Victorino, 1920.

CICCO, Januário. Como se higienzaria Natal: algumas considerações
sobre o seu saneamento. In: LIMA, Pedro de. Saneamento e urbanização
em Natal: Januário Cicco, 1920. Natal: Sebo vermelho, 2003.

DIÁRIO DE NATAL, Natal, 21 abr. 1931.

GALVÃO, Cláudio. Príncipe Plebeu: uma biografia do poeta Othoniel Menezes. Natal: FAPERN, 2009.

GOVERNO Municipal – RELATORIO… A REPUBLICA, Natal, 14 jan. 1905.

PINTO, Lauro. Natal que eu vi. Natal: Imprensa Universitária, 1971.

POÇOS Tubulares…, A Republica, Natal, ano 26, n.122, 4 jun. 1914.

SOUZA, Itamar de. História de Natal. 2ª Ed. Natal: Departamento Estadual de Imprensa, 2008.

RODRIGUES, Wagner do Nascimento. Dos caminhos de água aos caminhos de ferro: a construção da hegemonia de Natal através das vias de comunicação (1820-1920). 2006. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2006.

VARIAS, A Republica, Natal, ano 26, n.76, 06 abr. 1914a.

WANDERLEY, Jaime dos Guimarães. É Tempo de Recordar. Natal: CERN/Fundação José Augusto, 1984.

WANDERLEY, Palmyra. Roseira Brava. Natal: Fundação José Augusto, 1965.

WANDERLEY, Romulo. De Natal ao Sertão I, A Republica, Natal, ano 68, 1 out. 1937a.

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One thought on “O Passo da Pátria

  • 5 de janeiro de 2022 em 3:57 pm
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    Muito bom o artigo sobre o Passo da Pátria. Eu gostaria de usá-lo num texto que estou construindo. Como posso citá-lo?

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