Rei Pelé em Natal

Morreu nesta quinta-feira o Rei do Futebol, Pelé, aos 82 anos. O ídolo do Santos e da Seleção Brasileira, três vezes campeão do mundo, estava internado desde 29 de novembro no hospital Albert Einstein, em São Paulo. A causa da morte foi em decorrência de falência de múltiplos órgãos, resultado da progressão do câncer de cólon, segundo o hospital. 

Ao longo das décadas em que atuou profissionalmente, Edson Arantes do Nascimento marcou época dentro e fora de campo. No Rio Grande do Norte, o Rei chegou a disputar partidas em três oportunidades. Foram dois encontros do camisa 10 do Santos com o América-RN, sendo um amistoso, e um duelo contra o ABC, que registrou um dos maiores públicos da história do antigo Estádio Castelão. Em todas, saiu vitorioso e deixou sua marca nas redes. O levantamento foi feito pelo pesquisador Marcos Trindade.

TRÊS VEZES EM QUE PELÉ ESTEVE JOGANDO EM NATAL/RN

Em três jogos em Natal, Pelé marcou cinco gols.

> 12 de dezembro de 1971 – Em amistoso disputado no Estádio Juvenal Lamartine, o Santos venceu o América-RN por 2 a 1, com gols de Pelé e Edu. Amorim descontou para o Alvirrubro.

Pelé pisou primeiro no modestíssimo palco do Estádio Juvenal Lamartine, em amistoso contra o América dia 12 de dezembro de 1971. A empreitada foi realizada pela antiga agência Dumbo Promoções, que na época tinha o América como cliente e um de seus sócios era o jornalista Cassiano Arruda Câmara, hoje na Tribuna do Norte, causou prejuízo de R$ 70 mil a preço de 2022. 

O América foi escolhido para jogar a partir de um sorteio, disputado entre o Alecrim e ABC para saber quem iria jogar. Além disso, ele se hospedou no Hotel Reis Magos.

Natal, em 1971, era a solitária capital a não ter visto o Rei do Futebol e promotor de eventos Carlinhos Silva entendeu que era hora de unir história e lucro. Naquele ano, Pelé se despedira da seleção brasileira e seguia atuando com brilho no Santos. 

Excluído da festa, o ABC tratou de boicotá-la. Dirigentes alvinegros espalharam o boato de que haveria outra partida a preços simbólicos e não mais que 4 mil pessoas saíram de casa na tarde chuvosa de um domingo com ares melancólicos. Pelé e o Santos ficaram hospedados no Hotel dos Reis Magos, posto abaixo pela decadência e tiveram toda a paciência possível com fãs e puxa-sacos que impediram o astro de dar mísero mergulho na convidativa piscina da ampla área de lazer. 

Em campo, Pelé não esteve ligado, se deixando levar pela marcação do nervoso quarto-zagueiro Ivo. O América se encheu de brios e fez 1×0 na primeira etapa com o atacante paraense Amorim. O Santos seguiu bocejando até o técnico Orlando Peçanha, beque da seleção brasileira campeã de 1958, encher os jogadores de esporros. Edu empatou aos 15 minutos do segundo tempo. Faltando menos de um minuto para acabar o jogo, o árbitro Jáder Correia marcou falta na entrada da área da trave dos fundos do Juvenal Lamartine. 

Entra o cômico em cena. O lateral-direito Pimentel Batata implorou a Pelé para que chutasse para fora, para “que o bicho fosse bom para os de casa” e o América ganhasse fama nacional. Mudo, Pelé bateu com estilo no ângulo superior do goleiro Jairo, fazendo 2×1 e dando tapinha nas costas do inconformado Batata: “Garoto, futebol é assim”. O jovem zagueiro rubro, em prantos, protestava: “Você é um Rei, mas não é humano”. 

O Santos venceu com Cejas; Orlando Lelé, Paulo, Oberdan e Rildo; Léo Oliveira e Dicá(Nenê); Jáder, Pelé, Edu e Ferreira. O América perdeu com Jairo; Pimentel Batata, Cláudio, Ivo e Duda; Osmar e Gobat; Bagadão, Tuta(Zé Roberto), Petinha e Amorim. Técnico: Pinguela. 

Pelé foi embora levando cajus e deixando a camisa 10 para exposição na lendária loja Formosa Síria na Avenida Rio Branco e depois leilão com renda revertida para a Companhia Nacional das Escolas da Comunidade. Recebeu título de cidadão natalense e potiguar. 

Santos e América enfrentam-se hoje pela Copa do Brasil – mas não é de agora que esse duelo é conhecido. Em 1971, o Estádio Juvenal Lamartine, em Natal, lotou para ver Pelé atuar pela primeira vez no Rio Grande do Norte. E os torcedores não se decepcionaram. O Rei do Futebol, Edu, Pepe e companhia deram um show de futebol, e sacramentaram a vitória santista por 2×1 sobre o América. Você pode conferir a trajetória do Rei do Futebol no Museu Pelé (Largo Marquês de Monte Alegre, 1, Valongo, Centro Histórico).
Recebeu título de cidadão natalense e potiguar. 
 O Rei Pelé jogava pela primeira vez em Natal no dia 12/12/1971. Santos venceu o amistoso contra o América por 2×1 de virada no estadinho Juvenal Lamartine. O Santos: Cejas; Orlando Lelé, Paulo, Oberdan e Rildo; Léo Oliveira e Dicá(Nenê); Jáder, Edu, Pelé e Ferreira. Técnico: Mauro Ramos de Oliveira, bicampeão mundial pelo Brasil e capitão do escrete nacional em 1962. O América, que reclamou da arbitragem de Jáder Correia, atuou com Jairo; Batata, Cláudio, Ivo e Duda; Osmar e Gobat; Bagadão, Tuta(Zé Roberto), Petinha e Amorim. Técnico: João Paulo. O jogo foi promovido pela agência de publicidade Dumbo com apoio do grupo financeiro Campina Grande. Fotos de Rubens Lemos Filho

Ficha Técnica:

AMÉRICA-RN 1 x 2 SANTOS

Data: 12/12/1971 (Amistoso)

Local: Estádio Juvenal Lamartine, Natal-RN

Gols: Amorim (35-1), Edu (44-1) e Pelé (46-2)

AMÉRICA-RN: Florio; Ivo, Cláudio, Duda e Pimentel; Osmar e Covar; Bagadão, Petinha, Boia e Amorim

SANTOS: Cejas; Orlando, Paulo, Oberdan e Rildo; Léo e Dicá; Jadir, Edu, Pelé e Ferreira. Técnico: Mauro Ramos

A capa do Diário de Natal do dia seguinte a este jogo.
A foto do time do América-RN no Diário, logo abaixo da manchete.
Nesta segunda-feira 12/12/22, completou 51 anos da partida amistosa, entre América e Santos(SP), realizada no Estádio Juvenal Lamartine. Vale salientar, que foi a primeira vez que Pelé atuou em Natal. Placar. América 1×2 Santos. Gols, Pelé e Edu. Para o América Amorim.
Pelé ao seu lado o ex-atleta Ribamar Cavalcante

> 29 de novembro de 1972 – Em confronto pela primeira divisão do Campeonato Brasileiro, o Santos bateu o ABC por 2 a 0. O local do confronto foi o Castelão, antigo nome do Estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado, o Machadão, demolido em 2011. Novamente, os gols foram de Pelé e Edu. O duelo registrou um dos maiores públicos da história do antigo Estádio Castelão.

No dia 29 de novembro de 1972, pelo primeiro Campeonato Brasileiro com a presença de um clube potiguar na divisão principal, Pelé voltou a fazer gol na vitória por 2×0 sobre o ABC diante de 49.150 pagantes, terceiro maior público da história do Estádio Castelo Branco(que passaria a ser chamado de João Machado em 1989 até ser demolido em 2011 para a Copa do mundo de 2014). Edu marcou o outro gol. 

Durante o Campeonato Nacional de 1972, o primeiro com a presença de um clube potiguar na divisão principal, a torcida do ABC se acostumou a ver de perto, nos gramados do recém inaugurado Estádio Castelo Branco(que passaria a ser chamado de João Machado em 1989 até ser demolido em 2011 para a Copa do mundo de 2014), os melhores times do Brasil e seus craques. Mas a tabela, que havia sido feita exatamente para trazer as grandes equipes para os menores centros do futebol brasileiro, reservou ao torcedor abecedista o melhor para o final. Estava marcado para o dia 29 de novembro daquele ano o duelo contra a temida equipe do Santos, que ainda tinha em seu ataque a presença de Pelé, então campeão mundial com a seleção canarinho em 1970 e já coroado “Rei do Futebol”.

No dia do jogo, a cidade parou. O grande evento causou inclusive alguns contratempos para quem queria ir ao Castelão assistir à tão esperada partida entre as duas equipes alvinegras. O ex-árbitro Cézar Virgílio, na época repórter de rádio, fez a cobertura do jogo de dentro do gramado e se lembra que não haviam mais táxis disponíveis na cidade. Segundo ele, quem quisesse assistir à partida, não importando de onde viesse, tinha duas opções: ir de carro ou a pé. E não é para menos. Neste dia o Castelão recebeu seu maior público: cerca de 49.150 pagantes, com mais de 50 mil pessoas presentes. Isso representava 20% da população de Natal, que tinha entre 200 e 250 mil habitantes na época. Muitas pessoas também vieram de cidades vizinhas. Foi um grande acontecimento – falou Marcos Trindade.

Estádio Presidente Castelo Branco há aproximadamente três meses antes da data estipulada para a finalização das obras. Fonte: A República, Natal, 28 mar. 1972. p. 7.
Cézar Virgílio foi designado para fazer a cobertura das duas equipes naquela oportunidade. Segundo ele, o jogo foi um grande evento, não só para os times e para a torcida, mas também para a imprensa esportiva do estado. Desfrutando de uma memória irretocável, Cézar relembra uma situação envolvendo Pelé que ainda hoje o emociona. Cézar Virgílio entrevista Pelé no antigo Castelão, em Natal — Foto: Arquivo pessoal Repórter

Em campo, as duas equipes vestiam seus uniformes tradicionais: o ABC com sua camisa listrada e o Santos com seu uniforme todo branco. Do lado do Santos, o técnico era Pepe, jogador que brilhou com a camisa do Peixe, enquanto Edu e Pelé comandavam o ataque. No ABC, Maranhão, Libânio e Alberi eram os destaques da equipe. Alberi, inclusive, recebeu o prêmio Bola de Prata ao final daquela temporada, como um dos melhores jogadores do campeonato.

Capitão do time de Natal em 72, o zagueiro Edson teve a ingrata missão de marcar o xará mais famoso do mundo e lembrou que teve que se conter para não tietar o “Atleta do Século”.

– Pelé foi o mais completo que o mundo já conheceu. O que você pensar que um jogador pode fazer de bem feito ele fazia: tinha velocidade, chutava bem com as duas pernas, era um grande cabeceador, era catimbeiro e tinha um grande porte físico. Então, eu era fã dele, mas eu me contive. Eu pensei: ‘Não, ele aqui é o meu adversário’ – contou Edson em 2015.

O ABC conseguiu suportar a pressão do Santos durante todo o primeiro tempo, muito graças à solidez defensiva da equipe. Porém, logo nos primeiros 10 minutos da segunda etapa, com gols de Edu e Pelé, a equipe paulista se impôs e fez valer o favoritismo. Com a dura missão de parar Pelé, Edson exalta seu companheiro de zaga e revela que respeitou o Rei do Futebol ao longo da partida.

Eu respeitei Pelé em uma jogada, em uma dividida com ele. Eu fiquei com medo de machucá-lo. Imagina eu lesionar o ‘Rei’? Eu ia ficar com um peso na consciência. Eu poderia ter ganho o lance se eu fosse um pouco mais duro, mas eu nunca fui um zagueiro maldoso. Apesar disso, nas divididas eu entrava sempre para ganhar, não importava quem fosse. Mas por respeito ao Rei do Futebol eu fui mais devagar – revelou Edson à época.

O confronto foi cercado de expectativa pelo encontro de Pelé com Alberi, o Deus provincial. Lendas urbanas criaram um lençol de Alberi em Pelé e uma caneta do Rei no Negão, os dois lances desmentidos pelo capitão do ABC, o zagueiro Edson. “Não houve nada disso. Pelé nem estava a fim de jogo e Alberi entrou tenso. Eu dividi com força a bola com Pelé, ele ganhou e fez o gol”, contou Edson em depoimento ao livro Memórias Póstumas do Estádio Assassinado, sobre o Castelão (Machadão). 

Capitão Edson marcou o xará famoso em 1972 (Foto: Ribamar Cavalcante/Arquivo Pessoal)

No confronto entre ABC e Santos em 1972, o atacante Alberi teve a missão de enfrentar o maior de todos os tempos. Cerca de 50 mil pessoas foram ao antigo Castelão e presenciaram o show do Rei. Alberi morreu em 28 de outubro deste ano em Natal, aos 77 anos. Em uma entrevista ainda em vida ao Globo Esporte RN, o futebolista relembrou o confronto contra Pelé.

“Esse dia aí foi um espetáculo maravilhoso que aconteceu no Rio Grande do Norte, que foi o que colocou mais público dentro do Castelão, na época. Mais de 50 mil pessoas. Pelé é um cara fora de série. Um cara que nunca viu o Pelé jogar me pergunta se ele jogava mesmo. É brincadeira!”, disse ao site.

Além da tietagem de políticos, o duelo foi marcado por  uma foto de Pelé com Alberi, e o show do ponta-esquerda Edu. O Santos venceu de Cláudio; Turcão, Vicente, Paulo e Murias; Léo Oliveira, Afonsinho e Pelé; Jair da Costa, Brecha(Pitico) e Edu. ABC: Tião; Sabará, Edson, Quelé e Anchieta(Preta); Maranhão, Orlando e Alberi; Libânio, Baltazar(Everaldo) e Petinha. Duelo entre Santos de Pelé e ABC de Alberi em 1972 | Foto: Ribamar Cavalcante/Acervo pessoal

“Vamos ter cuidado com o galego. Dizem que é craque. E doido”, alertou Pelé aos companheiros do Santos em 1972. A passagem é relatada em matéria da Revista Trip, de 2010. O “craque” e “doido” era Marinho Chagas, lateral natalense que faleceu em 2014, não sem antes ter deixado sua história nos campos potiguares e na Copa do Mundo. 

Chagas disputou o torneio mundial em 1974, este sem a presença de Pelé. Entretanto, foi rival do ídolo do Santos enquanto jogava pelo Botafogo. O jogo em que Pelé fez alerta ao time do Santos foi na estreia de Marinho como titular na primeira rodada do Brasileirão de 1972, justamente contra o Santos de Pelé. A partida terminou em 1×1, com direito a um “chapéu” do potiguar contra o mineiro de Três Corações, que reclamou.

“No fim da partida, ele [Pelé] veio até mim, apertou minha mão e disse: ‘vê se me respeita, não vem com essa história de chapéu de novo, não, hein?’. Mandei ele tomar no c… e saí rindo”, disse o futebolista do RN à revista.

Entretanto, Marinho não deixou de comentar o que sentiu ao pisar no mesmo campo que Edson Arantes do Nascimento: 

“Quando vi Pelé em campo quase chorei”, cravou.

“Bruxa Loura” Marinho Chagas ao lado de Pelé | Foto: arquivo pessoal Marinho Chagas
Time do Santos que enfrentou o ABC em 72 tinha Pelé e Edu no ataque (Foto: Cézar Virgílio/ Acervo Pessoal)

O Santos ficou hospedado no antigo Hotel Reis Magos, o melhor hotel da cidade na época, localizado na Praia do Meio, que foi demolido recentemente. O ex-árbitro Cézar Virgílio era repórter de rádio e fez a cobertura do jogo. Ele relembrou uma situação envolvendo Pelé que o emocionou.

O Santos foi sair para treinar no antigo Castelão e tinha um público do lado de fora do hotel tentando quebrar o bloqueio de seguranças. No meio desse povo tinha uma velhinha, uma senhora com os seus 70 anos, por aí. Ela gritava e tentava falar com os jogadores, e o pessoal continuava a se empurrar tentando fazer o mesmo. Os jogadores iam entrando no ônibus sem problemas. Quando Pelé estava para entrar no ônibus, ele avistou essa senhora no meio do povo. Na mesma hora ele pediu que os seguranças abrissem caminho para que ela passasse, e ela passou. Na porta do ônibus, Pelé perguntou a aquela senhora o que ela queria, e ela respondeu dizendo que gostaria somente de falar com ele e lhe dar um abraço. Foi quando Pelé pegou a camisa de treino, que ele usaria no treinamento do Castelão, e deu a ela. O pessoal bateu palmas e a senhorinha ficou que não se aguentava de alegria. Até hoje quando eu lembro dessa situação eu me emociono. Esse tipo de comportamento e esse tipo de ação é que caracterizam o carisma do Pelé, que elevou ele ao status de ídolo – contou Cézar.

Pelé na piscina do antigo Hotel Reis Magos, tendo ao seu lado o ex-atleta Ribamar Cavalcante. O ano é 1971, o atleta esteve em Natal para o jogo América 1 x 2 Santos. Na ocasião, o maior de todos os tempos já era tricampeão mundial. Ex-jogador e pesquisador Ribamar Cavalcante guarda foto com o Rei Pelé, no antigo Hotel Reis Magos, em Natal — Foto: Acervo Ribamar Cavalcante

> 26 de setembro de 1973 – No Castelão, também pelo Brasileiro, o Santos goleou o América-RN por 6 a 1, com direito a hat-trick (três gols na mesma partida) de Pelé, além de anotações na rede de Mazinho, Euzébio e Hermes. Santa Cruz descontou para o América.

No ano seguinte, Pelé ficou irritado com provocações de origem duvidosa e liderou o massacre do Santos sobre o América pelo Campeonato Brasileiro por 6×1, sendo três gols dele.

Pelé e o Santos, nesta ordem, se hospedaram no Hotel dos Reis Magos. O Rei foi provocado pela imprensa radiofônica e chamado de míope e superado. Faltou a um programa de entrevistas com estudantes universitários, o Xeque Mate, da TVE e alegou desencontro:

“Depois de 20 anos de carreira como jogador de futebol, sempre com aquela imagem de atender bem, não seria agora, quando estou abandonando a carreira, que daria essa de grosso. Além do mais porque sou cidadão natalense e respeito os estudantes de jornalismo”, declarou Sua Majestade ao jornal Tribuna do Norte.

Na manhã do jogo, ele estava à beira da piscina do Hotel dos Reis Magos, fustigado por fãs, quando um grupo de jovens vestindo vermelho e portando bandeiras do América passou a xingá-lo de velho e míope. Pelé pediu para esperar pela noite no gramado. Os baderneiros, contam não poucas testemunhas, eram, na verdade, torcedores do ABC, à época suspenso de competições nacionais desejosos de um fracasso rubro.

O América estava invicto e era o melhor time do Norte/Nordeste, conquistando a Taça Almir, referência ao polêmico artilheiro assassinado naquele ano. Seu astro era o zagueiro central Scala, companheiro de Pelé na seleção brasileira nas Eliminatórias da Copa de 1970. Em 1969, as Feras do jornalista João Saldanha encantaram o planeta.

O jogo foi numa quarta-feira à noite e o Castelão(depois Machadão), recebeu um dos maiores públicos de sua história: 41.736 pagantes. O estádio tremia e o América sentiu o peso da fúria de um monarca provocado.

Aos 20 minutos do primeiro tempo, Pelé já impunha 4×0 para desespero do público local. Fez questão de ficar em campo os 90 minuto e armou os gols de Mazinho, Eusébio e Brecha. O mais castigado pelos dribles de Pelé foi o capitão e maior zagueiro da história americana, Scala, companheiro do Rei nas Eliminatórias para a Copa de 1970. 

Hermes fez 5×1 e Pelé deu o tiro de misericórdia aos 45 minutos do segundo tempo, fazendo o sexto em jogada pessoal. Foi sua última partida em Natal e o 6×1 doeu na alma americana. Com Rei, ninguém mexe.

Súmula

AMÉRICA 1X6 SANTOS

LOCAL: CASTELO BRANCO(CASTELÃO)

JUIZ: LUIS CARLOS FÉLIX(RJ)

AUXILIARES: NELSON LUZIA E AFRÂNIO MESSIAS(RN).

RENDA: Cr$ 240.831,00

PÚBLICO PAGANTE: 41.736

GOLS: Pelé, Mazinho, Eusébio, Pelé, Santa Cruz, Hermes e Pelé.

América: Ubirajara;Mário Braga, Scala, Djalma e Chico; Afonsinho, Careca e João Daniel(Santa Cruz); Almir(Bagadão), Hélcio Jacaré e Gilson Porto. Santos: Cejas; Hermes, Carlos Alberto Torres(Bianchi), Vicente e Zé Carlos; Clodoaldo, Léo Oliveira(Brecha) e Pelé; Mazinho, Eusébio e Edu.

Diário de Natal lembra derrota do América-RN para o Santos de Pelé — Foto: Acervo Marcos Trindade

EU VI PELÉ JOGAR

Quando o futebol não era, como hoje, a soma de táticas rígidas + táticas inflexíveis + táticas coachs e, sim, o resultado da visão do técnico + jogadores
livres + jogadas criativas, eu vi Pelé jogar.

Foi no Castelão (nome à época), cuja construção foi iniciada por Agnelo Alves e concluída por Cortez Pereira, que o chamou de “poema de concreto”. O jogo, pelo Campeonato Brasileiro, aconteceu na noite da quarta-feira 29 de novembro de 1972 e reuniu 52 mil torcedores, cerca de 20% da população
natalense de então, pouco acima de 200 mil habitantes.

Aqui começam minhas lembranças: o estádio tinha capacidade oficial para 42 mil torcedores, e com o excedente daquele dia, quem se sentou foi porque chegou muito cedo. Eu, vindo de Macaíba num ônibus de torcedores, cheguei uma hora antes do início da partida e o máximo que consegui foi ficar de cócoras, segurando na barra de ferro da mureta de proteção da arquibancada da Frasqueira, em frente ao corner da trave que dava as costas para onde, anos depois, Geraldo Melo construiria a sua casa. A disputa por espaço era tanta que, no intervalo, quem ousou ir ao banheiro virou Lourenço, perdeu o assento. Eu, nesses 15 minutos, tive o conforto de ficar em pé.

Bom, foi pequeno o preço pago por minhas pernas dormentes ante a alegria de ver, de um lado, o ABC de Tião, Sabará, Edson, Nilson Andrade e Rildo;
Maranhão, Orlando e Marcílio; Libânio, Alberi e Baltazar (Petinha) e, do outro, o Santos de Cláudio, Altivo, Vicente, Paulo e Turcão; Leo Oliveira, Afonsinho e Pelé; Jair da Costa, Brecha e Edu.

Do jogo, em que o ABC, Alberi à frente, surpreendeu o Santos com o seu futebol de time grande, lembro particularmente de duas coisas. A primeira: o
discreto técnico do Santos, Pepe, mandando marcar Alberi.

E a segunda: perto do final do primeiro tempo, inconformado com o 0 X 0, inconcebível para um time daquela grandeza ante um clube pequeno do Nordeste, Pelé foi à pequena área do seu campo, pediu a bola a Cláudio, imaginou uma reta e saiu conduzindo a bola em tal velocidade que mal precisou driblar um ou dois jogadores do ABC antes de chegar a alguns metros da meia lua da grande área e desferir uma bomba daquelas que, por
aqui, só Bagadão conseguia.

Gooooool!

Gol?!

Não!

A bola bateu no travessão superior e subiu, subiu, enquanto Tião a acompanhava com o olhar apreensivo, até cair atrás do gol, onde devia ser, pelo projeto original de um estádio olímpico, a área de arremesso de peso.

O silêncio que tomou conta do estádio foi o do alívio profundo.

Eu, naquele instante, me disse:

Eu vi Pelé jogar!

RIP, Pelé.

Obrigado pelas alegrias que a sua genialidade nos deu.

Texto: Osair Vasconcelos

HOTEL DO REI

Além do gosto pelo futebol, também tinha encantamento pelo Rio Grande do Norte, segundo relatos. Passou por Ponta Negra, Touros, Lagoa do Sal, Jacumã e São Miguel do Gostoso. Encontrou, ainda, na capital potiguar, lugar para um investimento próprio.

No dia 1º de abril de 1974, em meios aos apelos infrutíferos para disputar a Copa da Alemanha, Pelé veio a Natal de paletó branco e reluzente camisa vermelha assinar os documentos e receber a escritura de um terreno de 1.400 metros no filé imobiliário da praia de Ponta Negra, avaliado, na época, em Cr$ 30 mil, generosamente doado pelo governador Cortez Pereira. 

Na época, a chamada Empresa Potiguar de Promoção Turística (Emprotur) via a iniciativa como forma de divulgar o estado. Ouviu piadas irritantes de assessores, entrou no Galaxie do governador e seguiu ao Aeroporto de Parnamirim, onde embarcou para Recife(PE). 

A doação aconteceu após Pelé demonstrar interesse em construir um empreendimento em Natal com vista para o mar, ainda em 73. O desejo logo se tornou realidade, pois em setembro do mesmo ano, aconteceu a doação simbólica do lote, que foi aprovada pela Assembleia Legislativa um ano depois.  

Ele visitou o estado pelo menos seis vezes. Muitos anos depois, um grupo de investidores se juntou ao Rei do Futebol para construir o King’s Flat Hotel, até hoje em funcionamento.

Em Natal, andava com o corretor Milton Torres, o sócio  José Fornos, apelidado de Pepito, além do fotógrafo Canindé Soares. O corretor quem convidou o jogador para a cidade.  Comenta que conseguiu o telefone do sócio de Pelé com um amigo de um amigo. Então ligou para ele numa segunda-feira, convidando-o para Natal, na quarta-feira da mesma semana. Trocaram informações sobre a construtora e assim fecharam negócio.

Veio enquanto jogador em 1973 e, mais de 30 anos depois, retornou para o lançamento do King’s Flat, na rua Francisco Gurgel Praia de Ponta Negra, em novembro de 2006. O King´s Hotel foi construído pela construtora Imperial Construções, com cerca de 30 apartamentos, medindo 36 e 38m². Um negócio que traria problemas para Pelé até na Polícia Federal nos anos 2000, por suspeitas contra o grupo estrangeiro com o qual se associou.

Na cerimônia, segundo cobertura da TRIBUNA DO NORTE da época, Pelé  abriu mão de uma coletiva tradicional, então atendeu os fãs e jornalistas como pôde. Cada um atrás de um autógrafo ou de uma resposta. Seguiu assinando camisas e bolas conforme apareciam e respondia as perguntas de acordo com quem conseguia fazê-las primeiro.

Dessa vez, ficou cerca de quatro dias hospedado na suíte presidencial do Ocean Palace, na Via Costeira.  Em seguida, visitou novamente o Estado em janeiro de 2007, e ficou hospedado no mesmo hotel durante uma semana. 

O hotel tem uma estátua de Pelé, além de objetos como camisa e bola autografados.

O jogador de futebol já voltou outras vezes na capital potiguar. No ano de 1974, Pelé recebeu do então governador do Rio Grande do Norte, Cortez Pereira, a doação de um terreno na praia de Ponta Negra, em Natal. Na época, a chamada Empresa Potiguar de Promoção Turística (Emprotur) via a iniciativa como forma de divulgar o estado. Além disso, muitos anos depois, um grupo de investidores se juntou ao Rei do Futebol para construir o King’s Flat Hotel, até hoje em funcionamento. 
Estátua de Pelé em hotel em Natal — Foto: Reprodução/Trip Advisor

PAIXÃO PELO RN

Na segunda vinda, passou pela praia de Lagoa de Sal, em Touros, onde pretendia firmar um empreendimento com o grupo dinamarquês, Takker, que faria de Pelé garoto propaganda.

O empreendimento seria a construção de casas de luxo de frente para o mar, além de apartamentos com área de lazer. Lagoa de Sal juntaria o Brasil à Inglaterra, Alemanha, Estados Undos, Portugal, Dinamarca e Espanha, os únicos países do mundo a contarem com as construções. O projeto não foi para frente, de acordo com o corretor Milton Torres. “Ele ficou encantado”, relembra.

Nas vezes que visitou a capital, se encantava cada vez mais por Ponta Negra e outros lugares que conheceu. Encontrava tempo para fotografar as belezas norte-riograndenses ao lado de colegas. “Eles vieram algumas vezes aqui em Natal e pediam sempre muito sigilo porque todas as vezes que ele vinha tinha muita gente. Então, para mim foi um ser humano maravilhoso que eu conheci e eu só posso lamentar a partida dele”, diz Milton.

Ele comenta sobre a personalidade do ídolo. Uma pessoa gentil. “É uma pessoa maravilhosa, foi muito gentil sempre com os amigos, com as crianças”, comenta. Relembra, ainda, que mesmo quando estava ocupado, não deixava de conversar com quem aparecia. “Onde a gente chegava, nos restaurantes, ele deixava de almoçar para abraçar um criança, para falar com os pais, as mães. Uma pessoa muito agradável, com o coração muito grande”, completa.

Milton relembra os lugares favoritos do jogador: Toca do Miga. “Ele disse que a próxima vez que viesse queria ficar lá, tocando violão e se brincando com os amigos e convidados”, diz Torres. O lugar pertencia a Miguel Carrilho. Além de lá, gostou de Touros, Jacumã e São Miguel do Gostoso. O sol, camarão, lagosta e peixe era o que mais comia. “Ele adorava como a gente fazia lagosta, na grelha, como churrasco”, comenta. Pelé provou lagosta do jeito nordestino, com manteiga do sertão.

“Gostou muito do litoral norte, achou as praias maravilhosas, muito calmas e tranquilas. O vento muito agradável. Ficou muito encantado com o Rio Grande do Norte”, relata Uma pessoa regrada, que não bebia muito e comia pouco, fazia jus ao corpo de atleta, de acordo com Milton. Conversava sobre futebol, principalmente sobre o Vasco, seu clube de paixão. “Foi uma semana muito agradável”, finaliza.

Canindé Soares era o fotógrafo da turma. Tem uma coleção de fotos do Rei. Fotografou Pelé na praia durante as visitas e relembra diversos momentos. “Foi muito bacana fazer esse momento. Uma oportunidade, para mim, bem legal. Eu não tenho nenhuma foto com ele porque não costumo tirar fotos com ninguém, mas tem as que eu fiz dele”, comenta.

Enquanto passava por Touros, o jogador avistou uma turma de pessoas jogando futebol e decidiu se juntar a elas. Todos ficaram surpresos, relata  o fotógrafo. Depois de um tempo, postou a foto nas redes sociais. Uma das pessoas que estava em Touros na ocasião, viu a foto e aproveitou para deixar um comentário para aqueles que não acreditavam em sua experiência até então.    

Pelé em Touros/RN. Foto registrada num campinho que existe até hoje no distrito de Lagoa do sal. Agosto 2007

“O pessoal ficou, assim, boquiaberto porque era Pelé lá no interior e eu fiz a foto dele com esse pessoal. Anos depois eu postei a foto e uma das pessoas que estava lá, comentou. ‘Que bom que você postou porque eu contava essa história e ninguém acreditava’. A foto está lá até hoje”, conta.

Com relação a personalidade, Canindé completa os comentários de Milton. A simplicidade é o ponto mais destacado por ele. “É uma pessoa espetacular. A simplicidade extrema. Ele não falava estando com você de cima para baixo, ele falava de igual para igual. Na segunda vez que eu fui pegar ele no aeroporto, ele me chamou pelo nome. Uma pessoa muito simples”, diz.

Lembra, ainda, do dia em que estava no restaurante Sal e Brasa, na avenida Roberto Freire, e várias pessoas pararam o jogador para pedir fotos e ele não se incomodou. “Ele se levantava na maior calma do mundo’, diz. A personalidade calma, simpática e simples foi o que mais tocou o fotógrafo, que se lembra dos momentos até hoje e os conta com gosto, detalhe por detalhe.

A verdade é que as belezas do RN cativaram o Rei do futebol. Certamente, sua memória permanecerá em cada pessoa que tocou e os lugares por onde passou. Um ídolo para o mundo, cujo nome está ressoado nos quatro cantos. O amor que pregou também ressoa até hoje. Como disse em seu discurso de despedida do Cosmos, nos Estados Unidos: “Eu acredito que o amor é o mais importante que podemos tirar da vida”.

Ainda na década de 70, Pelé recebeu do Governo um terreno. Encantado pelas praias, retornou ao Estado nos anos 2000. Foto: Canindé Soares via Tribuna do Norte.

TÍTULOS E MARCAS

O maior jogador de futebol de todos os tempos estreou na Seleção em 1957, numa partida da Copa Roca contra a Argentina, quando também fez seu primeiro gol com a camisa amarelinha. Pela equipe brasileira, com apenas 17 anos, venceu a Copa do Mundo na Suécia, em 1958.

Quatro anos depois, se machucaria na segunda rodada do Mundial do Chile, também vencido pelo Brasil. Após ser caçado em campo com duras faltas na Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra, ele comandou o lendário time brasileiro ao tricampeonato mundial em 1970, no México – é o único jogador a vencer três Copas.

Pelé comemora gol do Brasil 

Pelo Santos, Pelé é dono de marcas impressionantes: venceu dez vezes o Campeonato Paulista, torneio do qual foi o artilheiro por nove temporadas seguidas. Ainda foi bicampeão da Libertadores e do Mundial de Clubes, em 1962 e 1963. Foi também com a camisa branca do Peixe que marcou seu milésimo gol, contra o Vasco, no Maracanã, no dia 19 de novembro de 1969.

Segundo números do Santos, Pelé marcou pelo clube 1.091 gols em 1.116 jogos.

Com a camisa canarinho, Pelé disputou 113 jogos e marcou 95 gols, de acordo com números da CBF. Nas contas da Fifa, que considera apenas jogos entre seleções, são 77 gols em 91 partidas.

Levará consigo marcas que talvez nunca sejam superadas. É o único tricampeão do mundo – a primeira taça vencida ainda como adolescente, aos 17 anos, na Suécia. Em toda a carreira, Pelé fez 1.282 gols em 1.364 partidas na contabilização feita pelo Santos. Nas redes sociais, o Rei dizia ter feito um a mais, 1.283, 95 deles pela Seleção, numa carreira de 21 anos que começou no Santos, em 1956, e terminou no Cosmos, de Nova York, em 1977.

DESPEDIDAS

Aberto ao público, o velório será realizado das 10h de segunda-feira, 02/01, até as 10h de terça, 03/01, na Vila Belmiro. O enterro, restrito aos familiares, será na terça, no Memorial Necrópole Ecumênica, também em Santos.

O Atleta do Século estava internado desde 29 de novembro de 2022 no hospital Albert Einstein, em São Paulo. A internação ocorreu em virtude de uma infecção respiratória após ele contrair Covid-19 e para a reavaliação do tratamento de um câncer no cólon. Na tarde desta quinta, o hospital anunciou a morte do Rei.

Pelé passou por uma cirurgia no cólon em setembro de 2021 e desde então vinha sendo submetido a repetidas sessões de quimioterapia. No início de 2022, foram detectadas metástases no intestino, no pulmão e no fígado.

Pelé em foto publicada em fevereiro de 2022 — Foto: Arquivo pessoal

Em virtude da idade avançada e do tratamento, as aparições públicas do Rei do Futebol se tornaram cada vez menos frequentes nos últimos anos. Em redes sociais, ele manifestava otimismo com a recuperação.

Pelé recebeu diversas homenagens durante a Copa do Mundo de 2022, disputada enquanto ele estava internado na capital paulista. Jogadores como Neymar, Richarlison e Mbappé desejaram melhoras ao gênio em meio ao torneio. Torcedores também exibiram faixas nos estádios.

Homenagem dos jogadores da seleção brasileira a Pelé na Copa do Mundo — Foto: Reuters.

Pelé teve sete filhos e estava casado desde 2016 com Márcia Aoki. Do primeiro casamento, com Rosemeri Cholbi, nasceram Kely Cristina, Edinho e Jennifer. O ex-jogador também é pai dos gêmeos Joshua e Celeste, de seu relacionamento com a psicóloga Assíria Lemos. Além desses, Pelé teve duas filhas fora do casamento: Sandra Regina, que só obteve o reconhecimento da paternidade pela Justiça e morreu em 2006, e Flávia.

Em homenagem ao Rei Pelé, a Arena das Dunas, palco de jogos da Copa de 2014 em Natal, projetou o rosto e assinatura dele em sua área externa. A projeção acontece das 18h às 22h desta sexta (30/12) na pétala voltada para a Avenida Prudente de Morais. Toda a iluminação externa do estádio foi desligada e foi estampado o rosto e a assinatura do rei do futebol, Edson Arantes do Nascimento. Arena das Dunas – Foto: Douglas Lemos

FONTES:

ABC x Santos: 49 mil pessoas para ver duelo entre Alberi e Pelé em 1972. GE. https://ge.globo.com/rn/abc-100-anos/noticia/2015/06/abc-x-santos-49-mil-pessoas-para-ver-duelo-entre-alberi-e-pele-em-1972.html. Acesso em 31/12/2022.

Arena das Dunas faz homenagem ao Pelé na noite desta sexta-feira 30. AgoraRN. https://agorarn.com.br/ultimas/arena-das-dunas-faz-homenagem-ao-pele-na-noite-desta-sexta-feira-20/. Acesso em 31/12/2022.

Morre o Rei Pelé aos 82 anos. GE. https://ge.globo.com/pele/noticia/2022/12/29/morre-o-rei-pele-aos-82-anos.ghtml. Acesso em 31/12/2022.

Pelé 80 anos: O dia em que Natal parou para ver o Rei do Futebol. GE. https://ge.globo.com/rn/noticia/pele-80-anos-o-dia-em-que-natal-parou-para-ver-o-rei-do-futebol.ghtml. Acesso em 31/12/2022.

Pelé deixou um legado em Natal. Brechando. https://brechando.com/2022/12/29/pele-deixou-um-legado-em-natal/. Acesso em 31/12/2022.

Pelé em Natal: Gols, gozações, provocações. Tribuna do Norte. http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/pela-em-natal-gols-gozaa-a-es-provocaa-a-es/554571. 31/12/2022.

Pelé visitou praias do RN e decidiu construir um hotel em Ponta Negra. Tribuna do Norte. http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/pela-visitou-praias-do-rn-e-decidiu-construir-um-hotel-em-ponta-negra/554616. Acessi em 31/12/2022.

Rei Pelé jogou três vezes no RN e parou Natal; morte do atleta do século comove o mundo. Saiba mais. https://saibamais.jor.br/2022/12/rei-pele-jogou-tres-vezes-no-rn-e-parou-natal-morte-do-atleta-do-seculo-comove-o-mundo/. Acesso em 31/12/2022.

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