A fotografia de Manoel Dantas
Manoel Dantas foi Diretor Geral da Instrução Pública, mas ele também exerceu outros importantes cargos públicos, como o de Juiz, de Procurador Geral do Estado e de Intendente Municipal (o cargo de Intendente, nos dias de hoje, corresponde ao cargo de Prefeito. Manoel Dantas foi eleito em 1924, contudo, passou pouco tempo no cargo, já que faleceu pouco depois da eleição) na cidade de Natal, o que denota sua relação direta com o Estado ( Além do seu parentesco com lideranças políticas como José Augusto e Juvenal Lamartine).
Além disso, deu aulas nas instituições de ensino mais importantes da capital potiguar, dentre elas o Atheneu Norte-Rio-Grandense e a Escola Doméstica. Ainda escreveu para diversos jornais do Estado, sendo redator chefe do jornal “A República”. Em suma, foi um dos intelectuais potiguares mais influentes de seu tempo.
Durante muito tempo, Dantas foi o único possuidor de equipamento fotográfico em Natal e, por este motivo, fazia reuniões em sua casa, onde expunha aos amigos ilustres tudo aquilo que fotografava.
Muitos dos registros fotográficos feitos por Manoel Dantas ainda se encontram no Positivo em vidro, o que impossibilita a sua circulação e a sua exposição. Enquanto fotógrafo, Manoel Dantas deixou um legado de centenas de fotografias que retratam, em sua maioria, a cidade de Natal no início do século XX.
O legado fotográfico de Manoel Dantas é composto por uma gama diversificada de temáticas, que vão desde a cobertura de festividades até o traçado urbano e o cotidiano da então pequena cidade de Natal. O que os tornam registros muito interessantes do ponto de vista histórico, já que Manoel Dantas não era fotógrafo profissional, ou seja, não vivia da fotografia.
Dentre as fotografias de Manoel Dantas que foram localizadas durante a pesquisa, boa parte delas abordam temáticas urbanas, o que denota este particular interesse do intelectual enquanto fotógrafo. Na fotografia que capturou um senhor lendo para um menino no banco da praça, foi exaltada a importância da leitura como uma prática moderna, vivenciada em uma cidade também moderna.