Natal que inglês viu

Os primeiros anos da presença lusitana foram quase de abandono da capitania, situação relatada por vários cronistas que visitaram Natal entre os anos de 1599 a 1900. Relatos que falam de uma cidade inexistente, merecedora do título de Vila do Natal, talvez, mas não de Cidade do Natal. Era uma época caracterizada pelo retardamento do seu processo de desenvolvimento, onde o povoamento e o cultivo da terra aconteciam lentamente (MARIZ; SUASSUNA, 2000, p. 39).

Natal de poucas edificações, poucas ruas, pouca gente, esta foi a Natal encontrada pelo inglês Henry Koster, em novembro de 1810, citado por Câmara Cascudo:

As construções foram feitas numa elevação a pequena distância do rio, formando a
cidade propriamente dita porque contém a igreja Matriz. Consiste n`uma praça
cercada de residências tendo apenas o pavimento térreo, as igrejas que são três, o
Palácio, a Câmara e a prisão. Três ruas desembocam nesta quadra mas elas não
possuem senão algumas casas de cada lado. A cidade não é calçada em parte
alguma e anda-se sobre uma areia solta, o que obrigou alguns habitantes a fazerem
calçadas de tijolos ante suas moradas. Esse lugar conterá seiscentos ou setecentos
habitantes (CASCUDO, 1999, p. 144)

Aos poucos o traçado urbano vai se delineando, a urbe caminha com seu passo lento, mas firme, banhada pelo Potengi e protegida pelas dunas. Uma Natal em transformação, que não aceita a frase dita pelo bispo de Olinda Dom Frei Luiz de Santa Tereza, em 1746: Da cidade de Natal não-há tal .

Legenda: Pintura do inglês Henry Koster em suas viagens pelo Nordeste brasileiro.

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