A Base Naval de Natal Ary Parreiras
A cidade de Natal, conhecida durante a Segunda Guerra Mundial, como Cidade Trampolim da Vitória, tem em cada canto uma marca deste período de confronto mundial, entre as nações democráticas e os governos nazifascistas liderados pela Alemanha Hitleriana. Tempos difíceis para a humanidade. Aqui na capital Potiguar, ocorreu um impacto socioeconômico importante, podemos dizer, existir uma cidade antes, durante e depois da Segunda Guerra Mundial. Hoje os vestígios deste período são sempre relacionados a instalação da Base Aérea Norte-americana em solo natalense, o que era antes área suburbana hoje é a cidade de Parnamirim, uma urbe nascida dos impactos de esforço de guerra. Mas não podemos esquecer da presença da Marinha do Brasil. Esta é a sua história iniciada com a construção da Base Naval de Natal por Ary Parreiras.
Antecedentes
A presença francesa nas costas da capitania do Rio Grande foi possível diante da aliança estabelecida com os índios potiguares que viviam por todo o litoral norte-rio-grandense, ficando a taba principal na Aldeia Velha, área que se estende entre o atual bairro de Igapó e a praia da Redinha. De todos os franceses que estiveram por essas bandas, Charles de Vaux e Jacques Riffault foram os mais constantes, sendo que este último, no dizer de Medeiros (1973, p. 25), “traficante, aventureiro comerciante de Diepe, fundeava suas naus um pouco mais ao sul da curva do Rio Potengi, resguardando-as de possíveis eventualidades. Um topônimo gravou o local e fixou o fato inconteste: diz-se Nau dos Refoles, ou simplesmente Refoles, até hoje, a parte do bairro do Alecrim (Natal) onde se ergue a Base Naval.”
Essa Natal moderna conheceu a região onde nasceu o Alecrim, muito antes da publicação da resolução da Intendência Municipal criando o quarto bairro. O historiador Olavo de Medeiros Filho, faz referências a Datas de Terras de 1677, doações realizadas na longínqua região da antiga cidade colonial.
Terras concedidas ao cap. Pedro da Costa Faleiro, sitas no “rio, fonte desta cidade.” Um alagadiço desaproveitado… desde da testada da Data do vigrª Paulo da Costa Barros para baixo, tudo que se achar até o rio Salgad Refoles[…] O chamado rio Salgado era o Potengi. O porto de Refoles correspondia ao local, onde atualmente acha-se construída a Base Naval de Natal. A maior parte da terra ficava no presente bairro do Alecrim. (MEDEIROS FILHO, 1991, p. 67)
O poder público se fazia presente através da doação de terras. Desse modo o longínquo Refoles (onde hoje localiza a Base Naval de Natal), foi ocupado, por homens e mulheres, surgindo os primeiros casebres, florindo as roças, constituindo fazendas e granjas centros fornecedores de alimentos para os moradores da Cidade Alta, Ribeira e a Cidade Nova, primeiros núcleos urbanos.
A construção da estrada de ferro Natal a Nova Cruz foi iniciada no dia 1º de outubro de 1878, por Eliseu de Souza Martins, e, dirigida pelo engenheiro Jason Rigby que removeu as terras do lugar chamado “Nau de Refoles” onde atualmente, se encontra a Base Naval. Os trilhos chegaram a Nova Cruz em abril de 1883 com 121 quilômetros de extensão.
A cidade do Natal, terra do historiador Luís da Câmara Cascudo e berço dos índios Potiguara, também tem na sua história significativa participação na formação da marinha brasileira. Aqui foi implantada, em 1908, Escola de Aprendizes de Marinheiros. Primeira unidade militar das regiões norte nordeste com o objetivo de formar “marujos”. Seu primeiro diretor foi o comandante Sylvio Pelico.
O Pirata Francês Jacques Riffault descobriu em 1590 e em 1941 os Americanos incrementaram. Em 1941, segundo ano da Segunda Guerra Mundial, o rio Potengi se preparou para a construção de um prédio do Comando da Base Naval de Natal pela Marinha do Brasil na área da “baia de Refoles”, região que recebeu essa designação devido a presença constante do Pirata Francês Jacques Riffault que ancorava nessa baia para negociar pau brasil com os índios da região por volta do ano de 1590.
Natal, cidade “Trampolim”, ponto de pouso de pioneiros da aviação internacional, quando as águas do Rio Potengi transformavam-se em ponto de chegada e saída dos hidroaviões das companhias aéreas, francesas, alemãs e inglesas, todas com suas cores disputando o nascente comércio aéreo. Natal “Trampolim” da aviação comercial, desde os primeiros anos da década de 1920, acrescenta ao seu nome “Vitória”, fruto de sua participação durante a Segunda Guerra Mundial.
Natal com esta vocação histórica, diante do cenário de conflito surgido com a eclosão da Segunda Guerra Mundial é escolhida para sediar uma nova base naval. O objetivo era garantir a defesa do litoral brasileiro neste período de beligerância.
O ano era 1941. O mundo estava em conflito. Já era perfeitamente consolidada a importância que representava para o país a manutenção do tráfego marítimo ligando entre si os nossos portos e, principalmente, aos de outras nações. Os navios da Marinha do Brasil eram empregados em patrulhas navais e escoltas de navios mercantes nas águas nordestinas.
Foi igualmente o caso durante a segunda guerra mundial. A escolha de Natal para a construção de uma base militar nos parece, portanto, inteiramente previsível neste contexto de beligerância. Os efeitos do processo rápido de implantação de várias instalações beneficiaram a capital: uma base naval, uma base aérea, uma brigada de infantaria, tropas de apoio, um sistema de vigilância costeira e a defesa civil, um pipeline para abastecer os aviões, unindo o aeroporto –situado a 20 km ao sul da cidade da época—ao porto dela.
Da avaliação do cenário mundial resultou, então, a decisão de se instalar, na costa do Nordeste, na cidade do Natal, uma Base Naval de apoio às forças navais em operação nas águas do Atlântico Sul, devido à sua privilegiada localização estratégica. Assim, em 10 de maio de 1941, o Ministro da Marinha, Vice-Almirante Aristides Guilhem, baixou um Aviso atribuindo ao Contra-Almirante Ary Parreiras a tarefa de construir a Base Naval de Natal. Em 7 de julho de 1941, foram iniciados os trabalhos, com a abertura da primeira licitação.
Foi neste contexto de conflitos, entre as nações, nasceu a Base Naval Almirante Ary Parreiras, segundo Cascudo (1999, p. 422): A marinha mandara o almirante Ari Parreiras criar a Base Navaldo Natal […], prevendo a tempestade.
A Marinha do Brasil com o apoio dos Estados Unidos construíram a Base Naval de Natal, nesta região protegida do rio Potengi, para fornecer apoio logístico aos navios brasileiros e aliados que operavam no Atlântico Sul durante o conflito. Em dezembro de 1941, chegou a Natal o primeiro contingente do Esquadrão de Patrulha da Marinha dos Estados Unidos, com nove PBY-5 Catalinas e o concurso de hidroaviões “Clemson”.
Pouco depois, os fuzileiros navais chegaram. Em 1942, eram duzentos homens.
Ary Parreiras
Um nome se destacou na presença da Marinha do Brasil no Alecrim, o Almirante Ary Parreiras, responsável pela construção da Base Naval de Natal, segundo relatos de seus contemporâneos um homem de hábitos simples, morando em uma modesta residência, próxima ao canteiro de obras. O Almirante Ary Parreiras, ficou a frente da Base Naval de Natal, de outubro de 1941 a abril de 1945, neste período ergueu as instalações da “Força Naval Brasileira” em solo Potiguar.
Ary Parreiras (Niterói, 17 de outubro de 1890 — Niterói, 9 de julho de 1945) foi um militar e político brasileiro. Sentou praça na Marinha do Brasil em 1907, quando se matriculou no curso de máquinas da Escola Naval. Foi guarda-marinha da Turma de 1911.
Na Primeira Guerra Mundial, foi alocado na Divisão Naval em Operações de Guerra (DNOG), embarcando no Contratorpedeiro Piuahy. Foi um oficial atuante nos preparativos da Revolução de 1930, a ponto de ter sido considerado desertor. Ficou preso na ilha de Trindade com Eduardo Gomes, Juarez Távora, Osvaldo Aranha entre outros amigos. Durante o período da Revolução, estavam aprisionados na Fortaleza de Santa Cruz da Barra, em Niterói, Juarez Távora, Alcides de Araujo, Estillac Leal. Ary Parreiras saiu com sua baleeira do clube de Regatas Icaraí, remando até a Fortaleza, rendeu o sentinela e resgatou seus companheiros. Esse foi o único caso de fuga da Fortaleza de Santa Cruz da Barra, ocorrida em 28 de fevereiro de 1930. Esse fato valeu a seu então comandante, Mascarenhas de Morais, sua transferência punitiva.
Com a chegada de Getúlio Vargas ao poder foi anistiado e ainda naquele ano foi nomeado oficial de gabinete do Ministro da Marinha. Integrou ainda o chamado “gabinete negro”, formado por oficiais “tenentistas” que se reunia com Vargas logo após a Revolução para discutir o futuro do governo e fiscalizar a implantação das medidas preconizadas por ela. Ary Parreiras era um homem de tanta influência, que uma carta de Luiz Carlos Prestes para Roberto Sissom dizia: Temos que tentar tê-lo do nosso lado, assim, teremos toda marinha brasileira.
Em 16 de dezembro de 1931 foi exonerado do gabinete da Marinha para ocupar o cargo de interventor federal no estado do Rio de Janeiro. Governou o estado realizando grandes obras, tais como escolas, abrindo estradas, construindo pontes por todos os municípios. Permaneceu até 7 de novembro de 1935 quando deixou a interventoria e voltou ao serviço ativo na Marinha.
Durante à segunda guerra mundial, vai para Natal com à esposa Aracy Sardinha Parreiras e os filhos Luiz Carlos, Eduardo, Mario e Ary. Onde passa a morar, construir e comandar a Base Naval de Natal, hoje chamada Base Almirante Ary Parreiras. A marinha homenageou pelo seus grandes feitos, batizando um navio com o seu nome.
Paralelamente ao aumento da presença militar dos Estados Unidos no Nordeste, o governo brasileiro também passou a incrementar o efetivo militar na região, enviando para Natal o almirante Ary Parreiras com a incumbência de construir a Base Naval. A área escolhida para a construção da Base Naval foi o Refoles, no bairro do Alecrim, onde funcionava a Escola de Aprendizes de Marinheiro. A Marinha americana, instalada na Rampa, trabalhava harmoniosamente com a Marinha brasileira.
O almirante Parreiras criou tudo, terra, clima, ritmo, força realizadora, obstinação, ditadura da honestidade, mística do sacrifício silencioso, discreto e diário.
A construção da Base Naval Almirante Ary Parreiras, teve início em outubro de 1941, e foi concluída em 1944. A escolha do patrono é uma homenagem aquele que foi seu primeiro comandante, homem de ação o almirante Ary Parreiras deixou gravado na história de Natal sua digital de empreendedor.
No seu enterro, acompanharam seu funeral a pé, uma verdadeira multidão, da rua Lemos Cunha em Icaraí até o cemitério do Maruí, no Barreto. Após sua morte foi homenageado por amigos, com uma estátua em corpo inteiro, feita pelo escultor Onório Peçanha primo do seu grande amigo Celso Peçanha. Esse monumento está situado na praia de Icaraí, na cidade de Niterói. família: Era sobrinho do pintor Antônio Parreiras. Irmão do pintor Edgar Parreiras, da educadora Ayde Parreiras, do desembargador Atayde Parreiras.
Construção
A decisão de construção de uma Base Naval em Natal remonta do Decreto Presidencial nº 15.672 de 7 de setembro de 1922, no qual considerou entre outros aspectos que “a Esquadra, Órgão fundamental de defesa marítima, não pode prescindir, para sua eficácia, da localização inteligente de pontos de apoio, onde, no abrigo, os navios se reabasteçam de munições e combustíveis”. Entretanto, somente a 7 de julho de 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, a margem direita do rio Potengi, era iniciada a preparação do terreno para a edificação do prédio do Comando desta OM, a Base Naval de Natal.
O terreno escolhido já pertencia à Marinha do Brasil desde 1908 e nele estavam instalados dois depósitos de inflamáveis da Prefeitura do Natal, as antigas instalações de manutenção da Companhia Air France, que aqui funcionaram até 1939, cedidos a título precário, e a Escola de Aprendizes-Marinheiros do Rio Grande do Norte. Outros terrenos adjacentes foram comprados ou cedidos pelo Governo do Estado do Rio Grande do Norte, fato que fez mais que dobrar a área inicial projetada. Também foram aproveitados dois hangares pertencentes a Aviação Naval, que foram desmontados, transportados da Ilha das Enxadas (localizada no antigo Estado da Guanabara) para Natal, remontados e, até hoje, abrigam duas das nossas oficinas.
Em 7 de julho de 1941, segundo ano da Segunda Guerra Mundial, a margem direita do rio Potengi preparou o terreno para a construção do prédio do Comando da Base Naval de Natal. A fundação apoiou navios brasileiros e aliados que operavam no Atlântico Sul durante o conflito. Em dezembro de 1941, chegou a Natal o primeiro contingente do Esquadrão de Patrulha da Marinha dos Estados Unidos, com nove PBY-5 Catalinas e a licitação de hidroaviões “Clemson”. Pouco depois, os fuzileiros navais chegaram. Em 1942, eram duzentos homens.
Apesar das adversidades, após quinze meses de muito trabalho e dedicação, a Base Naval recebeu os primeiros navios da Marinha, os Caça-Submarinos Guaporé e Gurupi, que passaram, junto a outros navios nacionais e estrangeiros, a serem totalmente apoiados pela Base Naval.
Uma doca flutuante “Cidade de Natal” foi projetada pelo BUREAU DE YARDS AND DOCKS e construída pela TIDE WATER CONSTRUCTION CORP. Norfolk, Virginia-USA. O mesmo foi transferido para o Brasil com o objetivo de prestar manutenção e reparos às embarcações sob comando da Marinha dos EUA que operavam na região.
No final da guerra, a Marinha dos Estados Unidos cedeu a doca seca ao Brasil. Era uma grande embarcação, construída em concreto, com 120 metros de comprimento, proa a popa e 20 pés de largura. Composto por 10 tanques flutuantes responsáveis pelo afundamento do sistema da embarcação, e duas asas laterais, bombordo e estibordo, com 12 metros de altura, com localização para cabine, casa de máquinas, dormitórios e refeitórios.
A Marinha dos Estados Unidos trouxe para o Brasil dois Dique Seco Flutuante, sendo um de 1000 toneladas que estava baseado na Base Naval de Natal. Ambos foram muito importantes na assistência para manter os navios em condições de navegabilidade. Durante o período de 1944, a Base tinha nada menos que 26 navios aguardando reparos. Essa base foi vital para o fornecimento de apoio logístico aos navios da frota brasileira e da esquadra norte-americana durante a Guerra.
O Almirante Ary Parreiras o primeiro Comandante foi enviado para construir a Base Naval de Natal. Durante esses tempos de adversidades e dificuldades intransponíveis, ele mostrou “diretor de força, obstinação, ditadura da honestidade, sacrifício mítico silencioso e discreto cotidiano”. Lá ele foi Chefe da Comissão Instaladora, e mais tarde seu diretor.
Graças a competência e a dedicação dos funcionários civis e militares, sob o comando do Almirante Ary Parreiras, em pouco tempo a Base estava capacitada a apoiar os nossos navios e os dos aliados, que operavam no atlântico sul, durante aquele conflito. Desde sua criação, a Base Naval de Natal vem contribuindo de maneira exemplar para o aprestamento dos meios navais aqui estacionados ou em trânsito na área e, nos dias atuais, gera seus próprios recursos para continuar com sua missão, sob a orientação de uma nova sistemática conhecida como “Organização Militar Prestadora de Serviços” – OMPS, instrumento imaginado pela Alta Administração Naval para aplicação com maior eficiência dos recursos de pessoal e material.
O desafio vencido pelo Almirante Ary Parreiras foi gigantesco, fruto de suas nobres qualidades: singular liderança, elevadíssima capacidade administrativa e extrema dedicação ao serviço. Para dimensionar o feito, à época, a cidade do Natal tinha cerca de 50 mil habitantes; energia elétrica intermitente; água potável oriunda de poços; e mão de obra escassa e com qualificação técnica insuficiente. Além disso, tais recursos eram disputados com os norte-americanos, que, também no mesmo período, iniciavam as obras da Base Aérea de Parnamirim.
Essa base foi vital para o fornecimento de apoio logístico aos navios da frota brasileira e da esquadra norte-americana durante a Guerra. O fato dos navios serem utilizados no patrulhamento, com poucos dias de folga no porto, tornava sua manutenção muito importante. Tiveram que ser reparados com a máxima prontidão e rapidez para poderem regressar à sua missão assim que solicitados.
Nesse sentido, a Base Naval cumpriu seu dever. Não só pelo profissionalismo de sua equipe, mas por ser um novo ponto de apoio no litoral brasileiro. Evitando a mudança para bases navais mais distantes do teatro. A importância da manutenção dos navios em operação acabou levando-o à presidência do Abastecimento de Sobressalentes para Destruidores e Sub-artilheiros. Na base a Marinha do Brasil recebeu 8 Escort Destroyers, além de 16 Patrol e Sub Chasers nos termos de Lend Lease Agreements.
A Base Naval de Natal (BNN) está pelnamente capacitada a executar atividades técnicas e industriais relacionadas à construção, reparo e manutenção de embarcações de pequeno e médio portes, bem como serviços de reparo em plataformas e estruturas pesadas, para emprego naval, ferroviário e outros, segundo padrão de qualidade, requisitos e especificações internacionais.
Declaração de guerra
A declaração de guerra dada em agosto foi distribuída como ‘urgentíssima’ aos jornais, comunicando a declaração do Brasil, sobre a solução de ataque a soberania nacional, que apresentaria medidas para as circunstância ao longos da semana. Ao lado, a imagem do presidente, que simbolicamente chama a atenção para o comunicado e com expressão séria, deixa claro o teor de afirmação da honra do Brasil.
O discurso sobre o momento é permeado pelo que os brasileiros e norte-riograndenses deveriam dar o esforço máximo ao bem da Pátria, o mesmo dito por Ferreira (2017) quanto ao esforço de guerra e ao patriotismo otimista. A visão que “Natal será uma das melhores bases do mundo”, noticia divulgado no Correio da Noite. Correio diário e vespertino fundando em 1935, mantendo uma posição conservadora e estreitamente vinculado a Igreja católica, apesar de ter apoiado outra candidatura antes da instauração do Estado Novo, se manteve no pós, preocupado em noticiar e se aliou aos militares do Exército, ao qual disseminava informações de interesse desses.
Com o regresso do almirante dos fuzileiros navais que servem no Rio Grande do Norte, afirmando a valorosa imagem que buscam entre “brasileiros e Yankees” (Referência gentílica muitas vezes utilizado para oriundos dos Estados Unidos da América. ). Ao ser indagado sobre a base:
- Otima! A melhor possível. Natal, caso não esmoreça o influxo de progresso que ora recebe, será, dentro em breve, uma das melhores do mundo. Graças ao tino administrativo do sr. Ministro da Marainha, que tem emprestado o seu apoio tanto a Mato Grosso como a natal, é graças igualmente ao dinamismo do Almirante Ari Pareiras, que chefia a Comissão de Instalação da base naval e que não poupa esforços e sacrifícios no sentido de ampliar, construir e melhorar cada vez mais aquela base, podemos hoje nos orgulhamos de possuir uma organização aero-naval verdadeiramente eficiente.
Navios entregues
Na Segunda Guerra Mundial, a marinha brasileira estava desarmada e impossibilitada de defender a costa, atualmente, conhecida como “Amazônia Azul”, e a prova disto foi a ação livre dos submarinos alemães U-boot´s até meados de 1943, quando os americanos iniciaram a série de afundamentos.
A inexistente indústria nacional e o esforço de guerra dos países mais desenvolvidos impossibilitou a compra de meios navais, até o ano de 1944, quando os Estados Unidos tiveram condições de fornecer armamentos e veículos aos países aliados, entre eles o Brasil. Um dado curioso e descoberto pela Fundação Rampa, é que o almirante Ary Parreiras, construtor da Base Naval de Natal, entre os anos de 1941 e 1942, numa carta respondeu ao então presidente Vargas sobre o questionamento “do que ele precisava”, feito em 1943 durante a visita a Natal.
A resposta foi clara; “navios, barcos e navios”, pois seria impossível defender a costa sem os meios necessários, estando profundamente chateado por não poder proteger os comboios nem a força expedicionária brasileira que lutaria na Itália em 1944.
Após três anos em aparente desvantagem, em 1944 os aliados começas a virar o jogo da guerra e, aliado a isso, acontece um excedente de produção para o esforço de guerra, possibilitando a transferência de meios ao Brasil e, consequentemente, à Marinha.
No dia 1 de agosto daquele ano, os navios USS Pennwill DE-175 e o USS Herzog DE-178 tornam-se parte da Marinha do Brasil, sobre os termos da Lei de Empréstimos e Arrendamento, sendo totalmente transferido após a guerra. A cerimônia de entrega ocorreria no dia 15 de agosto de 1944, na Base Naval de Natal, a mesma fundada pelo almirante Ary Parreiras e que hoje leva seu nome.
Estavam presentes as maiores autoridades civis e militares da cidade, inclusive o almirante Ingram, comandante e chefe norte-americano das força armadas no Atlântico Sul. Neste mesmo dia, eram entregues ainda outros dois navios, o USS Reybolt DE-177 e o USS McAnn DE-179, e até novembro do mesmo ano outros quatros Destroyers Escort viriam. Apesar de ser o final da guerra, seria o alívio do almirante Ary Parreiras. A partir de então foi possível uma melhor proteção da costa, escolta dos comboios e até participação na travessia das tropas brasileiras sobre o atlântico.
Além do Ericsson , que logo foi destacado, e do Eberle , os navios que se apresentaram para o serviço em setembro, foram os dois PCs, 544 e 547, e os Destroyers Belknap , George E. Badger e Ellis. Os PCs vieram apenas para transferência para a Marinha do Brasil e, no dia 24 de setembro, a cerimônia aconteceu em Natal. A apresentação foi feita pelos Comandantes Americanos dos navios, Tenentes AG Cook e SP Johnson. O Contra-Almirante Ary Parreiras, Chefe da Comissão da Base Naval de Natal, os recebeu em nome do Brasil.
As tripulações brasileiras embarcaram imediatamente e alçaram a bandeira, enquanto os marinheiros americanos foram transferidos para outros navios para serviço temporário, exceto aqueles necessários em posições-chave para instruir os brasileiros. Desnecessário dizer que os navios foram imediatamente renomeados, o PC-544 passou a ser o Guaporé, enquanto o novo nome do 547 era Gurupi. Os dois navios, com o status alterado, continuaram a servir sob o comando do Almirante, assim como toda a Marinha do Brasil. No dia seguinte à transferência, eles se tornaram Elenco do Grupo de Trabalho , operando sob o comando do Comandante Cox, um oficial brasileiro de nome anglo-saxão.
No dia 27 de setembro, o almirante Ingram deixou o Recife com destino a Natal para se encontrar com o secretário da Marinha, coronel Frank Knox. O objetivo era acompanhá-lo de lá ao Rio, para uma conferência com o presidente Vargas e autoridades brasileiras. O secretário Knox chegou de avião no dia 28 e passou a noite em Natal nas primitivas acomodações que as Instalações Navais podiam pagar. No dia seguinte seguiram para o Rio, chegando no final da tarde e se reunindo com uma recepção popular.
O comércio e a presença militar no Alecrim
A movimentação militar em Natal provocou mudanças em todas as regiões. O bairro do Alecrim guarda muito deste período. As ruas e avenidas numeradas, não são resultados da presença norte-americana, muito antes dos anos de 1940 documentos já se referiam a logradouros através de números. O Alecrim tem outros “testemunhos” da Segunda Guerra na cidade de Natal.
O Alecrim foi uma das áreas de Natal que mais apresentou alterações provenientes da influência militar. Juntamente com a instalação da Base Naval de Natal, os Clubes Sociais da Marinha , deu-se também no bairro a construção da Vila Naval, destinada aos militares da Marinha, outra razão para o aumento do fluxo de pessoas naquela área.
Um setor que também obteve grandes lucros foi o imobiliário, no qual algumas famílias desocupavam suas próprias residências para alugá-las a militares. Em pouco tempo, o aspecto provinciano de Natal deu lugar à modernidade proveniente da presença americana na cidade, que ia além de mudanças na infraestrutura, atingindo também os aspectos sociais e culturais.
O setor terciário também apresentou crescimento na cidade de Natal e no Alecrim com o advento da Segunda Guerra Mundial. De acordo com Santos (1998), cresceu o número de atividades comerciais e todos os negociantes aumentaram os preços dos seus produtos e serviços, na intenção de obterem grandes lucros.
Como um todo, a cidade de Natal teve grandes alterações socioespaciais que passaram a fazer parte da sua paisagem. O censo demográfico de 1940 apresentou uma população de 54.836 habitantes e o de 1950, uma população de 103.215 habitantes, o que demonstra um notável crescimento em um intervalo de tempo de apenas 10 anos. Em relação ao Alecrim, na década de 1950, havia uma população de 52.226 habitantes, o que significa mais da metade da população de Natal.
“Desde 1901 o crescimento da cidade era orientado por plano urbanístico: Plano da cidade nova. Antes da Guerra estava em
execução o Plano Palumbo, considerado, por especialistas, ousado para as características que a cidade apresentava na época.
Posteriormente, um período que vai de 1943 a 1968 não observamos a presença de plano oficial, ou outro instrumento norteador do crescimento urbano de Natal. A cidade acompanha nesse período duas tendências de crescimento: uma pela expansão da rodovia Natal/Parnamirim, construída pelos norte-americanos e a outra, pouco definida, em direção ao bairro do Alecrim no trajeto de prolongamento da Base Naval” (CLEMENTINO, 1989, p. 117).
Atualidades
Nos mais de 80 anos da nossa Base Naval de Natal, é justo agradecer a todos que trabalharam na sua construção. As virtudes demonstradas pelo Almirante Ary Parreiras, como disse o famoso historiador potiguar Câmara Cascudo: “o inexcedível velho Ary”, servem de inspiração para enfrentar os novos desafios.
E com o sentimento de felicidade, rendemos homenagem àqueles que contribuíram para que a nossa Base bem cumprisse sua missão até hoje, que contempla várias tarefas, como o apoio aos meios navais sediados ou em trânsito na área de jurisdição do Comando do 3º Distrito Naval, a formação de reservistas da Marinha, a manutenção dos próprios nacionais residenciais na cidade do Natal, a operação e manutenção da Estação Científica do Arquipélago de São Pedro e São Paulo, dentre outras.
A Escola Ary Parreiras
Exemplo de rigidez era a Escola Ary Parreiras, um modelo de qualidade entre as instituições natalenses de meados de 1940 até o início do século XXI. Francisco Derneval de Sá (SÁ, 2011), um comerciante e antigo morador do Alecrim, narra a história de sua fundação, contada a ele pelo fundador da escola, o cabo Francisco Luciano de Oliveira, que, posteriormente, tornaria- sargento da Marinha. Ele veio para a Base Naval de Natal em 1945, e, em um certo dia, foi comprar na Feira do Alecrim e pediu a um dos “balaieiros” (meninos que levavam a feira das pessoas na cabeça, dentro de um balaio), que transportasse suas compras até sua casa, escrevendo o endereço em um papel e entregando ao menino, que não sabia ler. Do mesmo modo aconteceu com mais outros sete “balaieiros”. Foi então que Francisco Luciano ofereceu-se para ensinar as crianças a ler, fornecendo-lhes café da manhã, lanche, almoço, fardamento e material escolar.
A pequena escola estava crescendo, necessitando de um espaço e de um maior contingente de professores. Foi então que o cabo pediu auxílio aos seus colegas da Marinha. A situação chegou ao conhecimento do Almirante Ary Parreiras, que ofertou a Francisco Luciano um terreno para abrigar o seu pequeno colégio. Ele, então, escolheu o terreno do clube dos marinheiros, o Camana, segundo Derneval de Sá; posteriormente, a Marinha retirou a escola de dentro da Base e colocou-a onde é até hoje a Escola Estadual Ary Parreiras. Contudo, Evaldo Carvalho afirma que, até 1948, a “escolinha” permaneceu em uma sala cedida pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, e só então que Francisco Luciano pediu ao comandante da Base um novo local, na Rua Manoel Vitorino, onde a escola Ary Parreiras funcionou até 1965.
Depois, em 13 de dezembro de 1965, a Marinha inaugurou uma construção mais moderna para a escola. Desde sua fundação, a Escola Estadual Ary Parreiras é conhecida por sua rigidez.
Evânio Mafra, que estudou lá aproximadamente entre o fim da década de 1980 e o início da década de 1990, diz que havia bastante rigor, a ponto de “O capitão que tomava conta da escola” qualificar os alunos dentro de livros: o “fofinho”, para o turno matutino, o ‘fofo’, para o turno vespertino, e o ‘fofão’, para o turno noturno. “O terror da criançada era ir para esse livro do ‘fofo’”. (MAFRA, 2011). Mafra, apesar de não esclarecer em que consistia cada um desses livros, deixa subentendido que eles separavam aqueles alunos que “não andassem na linha”, que não obedecessem à disciplina imposta.
Curiosidades
Carnaval: Aí vem a Marinha constitui-se como uma escola de samba bastante particular, frequentemente lembrada e apontada por Francisco Derneval de Sá como “uma influência do Rio de Janeiro, nos 50 [década de 1950]” (SÁ, 2011). Tal escola, organizada pela Base Naval, recebia pessoas de fora do estado, ligadas ao samba, e despertava grande admiração na população do bairro. É isso que mostra André Luiz Santana Marinho em A praça de Novo, volta a ser do povo: um estudo etnográfico do espaço e da prostituição na praça Gentil Ferreira, através da fala de uma antiga moradora do Alecrim, “Dona Belquice”. Era forte o encantamento que se tinha pela escola de samba da Marinha, pelo navio que se construía com o nome “Aí vem a Marinha” e pelos marinheiros vestidos com sua roupa quadriculada, suspensório, turbante, cantando “Ai! Ai! Ai! Isaura!”.
Fontes:
A CASA PRÓPRIA: SONHO OU REALIDADE? Um olhar sobre os conjuntos habitacionais em Natal. SARA RAQUEL FERNANDES QUEIROZ DE MEDEIROS. NATAL – RN. 2007.
A modernização da Cidade doNatal: o aformoseamento do bairro da Ribeira (1899-1920). Lídia Maia Neta. Natal/2000.
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