Scenas de infortúnio
Em ‘SCENAS DE INFORTÚNIO” a Revista do Centro Polymathico do Rio Grande do Norte nas páginas 68 e 69 fez registro social dramático das consequências da ação seca na população interiorana do Estado no final da década de 1920. A multidão de flagelados se amontoam em Natal em busca de assistência em um dos momentos mais difíceis da vida destas pessoas, bem como de toda a cidade. Acompanhem:
“A lei da solidariedade humana não nos permitte fiquemos indifferentes ante a triste sorte dos nossos patrícios do nordeste, victimas das seccas periódicas que vêm dgspovoando o interior dessa desprivilegiada região. O quadro que estampamos acima representa uma agglomeração de indigentes, que, chegados do interior do Rio Grande Norte, recebiam sob o telheiro em que promiscuamente armavam suas andrajosas rêdes, os soccorros obtidos pelo professor Jeronymo Gueiros, que pode ser visto, entre as victimas da secca, cumprindo sua philanthropica missão. Nessas agglomerações antihygienicas muitos dos flagellados adoecem, tornando-se, desfarte, mais desesperadora sua situação de dor e de infortunio.
Que quadro triste !
—Fome, nudez, doença e desabrigo!..*.
Felizmepte, emquanto o professor Gueiros se empenhava cm distribuir os soccorros angariados especialmente pela A. C. M., de Porto Alegre, levândo os mais abatidos indigentes para abrigos particulares, e para o templo transformado em posto de soccorro, o governo estadual mandava improvisar um melhor abrigo onde os escoteiros natalenses distribuíam soccorros sob a direcção do professor Luiz Soares e as Damas de Caridade sot os auspícios da Igreja Catholica. A Maçonaria algo tem feito também em prol dos indigentes.
(Do “Jornal do Commercio” de Pernambuco).”
Recorte tendo como fonte: IHGRN
Este é um dos relatos da publicação de amanhã, dia 29/10, do Fatos e Fotos de Natal Antiga, intitulada Os flagelados da seca na Cidade de Natal.