Antiga Praça Pio X

A praça Pio X já não existe mais além da memória de muitos natalenses. No local em que está edificado a Catedral Nova de Natal de Natal.

No início do século XX, alí era um matagal com o padre João Maria, pároco de Natal/RN, querendo edificar uma nova catedral. A antiga, ficava na mesma rua – veja a foto – no início de tudo, onde Natal foi descoberta em 1599. O tempo passou lento até que o Padre João Maria achou de construir a nova Catedral. Pelos ídos do século XIX, por volta de 1895, homens, mulheres, meninos e jovens saiam da Igreja Matriz, caminhando por um terreno cheio de vegetação, até chegar à praia da Ponta do Morcego (Praia do Meio) e depois, na praia de Areia Preta.

Os peregrinos iam buscar pedras para a construção do novo templo. Esse caminhar foi até 1905, quando o Padre João Maria Cavalcante de Brito faleceu. Dai por diante, a nova Catedral que já estava com a sua construção bem avançada, foi esquecida.

Então, muitos anos após, a Prefeitura tomou o terreno e construiu no local a Praça Pio X. De qualquer jeito, a praça era pertencente à Catedral. Por isso teve o nome de Pio X. Nessa praça, quente até demais, pois não tinha árvores por perto, aconteceram fatos misteriosos, como por exemplo o assassinato de um garçon, morto à bala. no meio da praça, em um restaurante ou peixaria que funcionava no local. A peixada era localizada numa especie de “avião”, como se chamava o restaurante locado, com dois lados para subir e descer para o alto e mais dois espaços que eram como as asas de um avião.

Tudo isso ficava na parte alta do tal chamado “avião”. Moças, rapazes e meninos costumavam passear por entre as asas do fabuloso restaurando. Descendo dali, as mocinhas, rapazes e meninos tomavam um calor que nem te conto. Para amenizar essa temperatura, os que passeavam no restaurante tomavam sorvetes. Era um meio de se livrar do mormaço. À noite, não era do mesmo jeito. Não havia por lá as crianças. Essas já estavam dormindo. Do lado direito da praça, um grande, monumental prédio abrigava o Cinema Rio Grande. Um majestoso cinema com os seus elegantes homens e mulheres que recebiam os bilhetes adquiridos no lado de dentro ou do fora, vestindo um traje de cor vermelha bem escura. Botões de metal completavam a indumentária. Cidadãos que frequentavam a casa de espetáculo só tinha acesso ao cinema de fossem trajados de paletó e gravata.. As damas, com mais suntuosos vestidos.

Os vendedores de pipocas, amendoins e de sorvetes, confeitos, balas e outros mais, ficavam à espera na calçada da praça Pio X. Ali, ainda não havia estacionamento de carro-de-praça – os chamados taxis de hoje. Luminárias eram feitas de forma exuberante e bela, com três lâmpadas em cada poste, todos eles feitos de ferro pintados de branco. Ao redor da praça havia quatro bancos onde se plantavam árvores de média estatura. Bondes e ônibus passavam em frente à praça, pela Avenida Deodoro, naquele tempo já calçada com pedras como até hoje se faz em ruas periféricas da cidade. Era um tempo ameno a capital, com o pessoal sem precaução a assaltos por elementos marginais. Quando muito, ouvia-se falar dos famosos ladrões de galinhas que invadiam os quintais tarde da noite. Então, era um alvoroço de “pedra ladrão” e se chamava os guardas-noturnos para prender o larápio, Hoje, não tem mais esses guardas e a policia já está dormindo. Antigamente, era um guarda-noturno a cada cem metros por toda a cidade.

A Praça Pio X era um esmero, principalmente durante à noite, pois à tarde era aquele calor. Vivia-se em um clima de esmerado bom tempo, com as pessoas passeando pela cidade à procura de um local de vendas mais aclimatado. Com o decorrer do tempo, a Nova Catedral foi construída no mesmo local onde, tempos passados, já havia sido escolhido pelo Padre João Maria. A praça, foi apenas lembrança de um espaço que não volta mais.

ANTECEDENTES

O decreto municipal de 13 de fevereiro de 1888 deu a denominação de Visconde de lnhomerim, ao trecho completo da rua: da atual Vaz Gondim à avenida Deodoro. Segundo informava o texto daquele decreto, a rua Visconde de lnhomerim compreendia “da casa de Maria da Luz em direção ao sítio de Antônio Guaju’’. Maria da Luz era uma parteira que morava na atual rua Vaz Gondim; o sítio de Antônio Guaju correspondia à área onde hoje existe a Catedral Metropolitana (ex-praça Pio X).

Para a elite natalense do início do século XX, nada era mais importante do que procurar copiar em Natal um espaço que, mesmo de forma diminuta, se assemelhasse ao “mundo civilizado europeu”. No caso particular de Natal, esse espaço era o bairro da Cidade Nova, que, como já vimos, o seu Plano previa a construção de duas praças, a Praça Municipal, depois chamada de Praça Pio X, e a Praça Pedro Velho, também conhecida como Praça Cívica.

A Resolução Municipal nº. 15, de 30.12.1901, criou a Cidade Nova, onde hoje assentam os bairros de Tirol e Petrópolis, mas o plano foi concluído três anos depois, superfície aproximada de 1.648.510 m², subdividida em sessenta quarteirões, planejada pelo arquiteto Antônio Polidrelli. Constituía-se de avenidas e ruas transversais; as avenidas com trinta metros de largura, todas em direção a 36 graus de S SO, as ruas com vinte: Jundiaí, com 760 m, da Praça Pio X à Oitava Avenida; Açu, com 760 m, da Praça Pio X à Oitava Avenida.

A matéria intitulada Devaneios, publicada no jornal da situação em 1908, serve de exemplo para demonstrar essas representações positivas do terceiro bairro. Na referida matéria, o autor J. Sandoval descreveu sua experiência ao passear no “attrahente e grandioso panorama dessa fresca e agradável redondeza da Cidade Nova” (DEVANEIOS. A Republica, Natal, 28 nov. 1908. p.1.) . J. Sandoval era o pseudônimo utilizado por João Soares de Araújo, jornalista e fiscal da Empresa Tração Força e Luz durante o segundo governo de Alberto Maranhão (Para mais informações sobre João Soares, ver: WANDERLEY, Ezequiel. Poetas do Rio Grande do Norte. Natal: Sebo Vermelho, 2008.) . Na matéria, Sandoval destacou que utilizou o bonde como transporte para chegar até o referido bairro. Ao passar pela praça Pio X, o autor destacou que começou a experimentar os efeitos “tonificantes” de outro ambiente, que não era o mesmo vivenciado nas ruas. Essa experiência começou a fortalecer seu espírito que, nos últimos tempos, estava invadido de tristeza. Sandoval observou crianças com suas mães nas proximidades da fonte existente no bairro e, à medida que chegava ao Prado, sua alma tinha a impressão de vivenciar os passeios realizados em Ipanema, na capital do país, durante os quais podia contemplar também a natureza. Sandoval ainda recordava da pitoresca Copacabana, com seus encantadores e artisticamente ajardinados chalets. Ao chegar até a praça Pedro Velho, o autor ressaltou que ali a vista podia dilatar-se com mais liberdade, e os pulmões respiravam outro ar, “retemperado” e sadio (DEVANEIOS. A Republica. Op. cit).

BONDE

A organização de um serviço regular de transportes na capital era, no texto da Resolução nº 122, considerado de “utilidade pública” e reputadas como “razoáveis” as condições apresentadas pela Companhia em sua requisição, “sem ônus para o governo municipal” ((RESOLUÇÃO Nº 122, A República, Natal, 04 de setembro de 1908). Os privilégios que garantiam o contrato com a Intendência por parte da Companhia Ferro Carril eram muitos. Enquanto que se via obrigada a terminar um trecho de ferro-carril – compreendido entre a Avenida Tavares de Lyra, na Ribeira, e a Praça Pio X, na Cidade Alta – a Intendência era responsabilizada pela isenção de impostos municipais, pela desapropriação e aquisição de prédios e até mesmo pela intervenção junto ao Governo da União requisitando isenção de impostos aduaneiros de importação de material rodante. A Praça Pio X corresponde ao largo onde hoje se localiza a Catedral Metropolitana do Natal, em frente
ao antigo “Grande Ponto”, cruzamento das avenidas João Pessoa e Deodoro da Fonseca, um dos mais movimentados da cidade de então.

Trecho de linha de bonde que deveria ser construído pela Cia. Ferro Carril como estabelecido por contrato (Linha amarela). Fonte: Elaboração do autor sobre o mapa do Plano de Sistematização de Henrique de Novaes para Natal, de 1924. Acervo HCUrb.

Inicialmente, a primeira linha de bonde partia da rua Doutor Barata, no bairro Ribeira, e seguia até a praça André de Albuquerque, na Cidade Alta, interligando os dois bairros mais antigos da cidade. Posteriormente a linha foi prolongada, cruzando a avenida Rio Branco e tangenciando a praça Pio X. Até outubro de 1908 a linha inicial expandiu-se, seguindo pela rua Jundiaí até a avenida Oitava (MEDEIROS, Gabriel Leopoldino Paulo de. A Cidade Interligada. Op. cit., p.118-121.), nas proximidades do sítio Solidão, propriedade dos herdeiros da principal liderança dos Albuquerque Maranhão. Conforme anunciou Medeiros, certamente o desenho das linhas de transporte urbano tinha o objetivo de ligar os lotes aforados pelos sujeitos de destaque na política local aos bairros centrais da cidade. Afinal, o contrato envolvia a Intendência, que era dominada por parentes ou amigos com status de quase parentes dos Albuquerque Maranhão, e uma Companhia formada por indivíduos que também compunham ou se aproximavam da mesma rede. O jogo social existente em Natal não se dava apenas via cargos e apropriação do patrimônio fundiário. Envolvia contratos como o de implementação da linha de transporte, condicionando o vetor de expansão da cidade e valorizando as terras apropriadas por aqueles indivíduos que alimentavam esse sistema.

Quais interesses permeavam o estabelecimento de um serviço de bondes puxados à tração animal, onde já se previa a tração elétrica, numa cidade pouco populosa com menos de 20 mil habitantes? Defendemos a hipótese que eram dois os principais motivos: a articulação de áreas longínquas ao centro como a Avenida Oitava – Hermes da Fonseca – já ocupada pelos membros da elite oligárquica – Alberto Maranhão, Pedro Velho (já falecido), Romualdo Galvão76, entre outros – e a valorização de terrenos que se tornavam acessíveis no trajeto. O posterior prolongamento até os limites de Cidade Nova já se apresentava delineado, partindo da Praça Pio X pela Rua Jundiaí até a Hermes da Fonseca (Avenida Oitava), o que seria implementado ainda em 1908.

Espacialização das linhas de bonde construídas em 1908. Fonte: Elaboração do autor sobre o mapa do Plano de Sistematização de Henrique de Novaes para Natal, de 1924. Acervo HCUrb.
O bonde à tração animal descendo a Junqueira Aires. Fonte: MIRANDA, João Maurício Fernandes de. Natal foto-gráfico: do passado ao presente. Brasília: Senado Federal, 2014. Essa primeira linha percorria um trajeto entre a Ribeira e a Cidade Alta: partia da rua Dr. Barata, passava em frente à estação da Great Western, na Praça Augusto Severo, e subia a Avenida Junqueira Aires, margeando a Ulisses Caldas e passando pela Praça André de Albuquerque, terminando na Praça João Maria – depois se prolongando pelas ruas Pedro Soares (atual João Pessoa), cruzando a Rio Branco e tangenciando a Praça Pio X, pela Rua Jundiaí, se estendendo depois à Avenida Hermes da Fonseca.

A falta de bondes em circulação, seja no Alecrim, seja no Tirol, forçava diversas vezes os habitantes dessas localidades a se deslocarem a pé. Dos oito carros em circulação, quatro se encontravam em estado de lastimável. Apesar disso, algumas posições ainda defendiam que a culpa não seria da Companhia, mas sim “da cidade, que está progredindo damnadamente! […]” (ARAUJO, 1935).

[…] Quanto ao movimento de bondes, nem é bom falar. A linha que vai do Natal Club ao Aero está e tal forma arruinada que, em certas occasiões, os vehiculos mais parecem embarcações no mar alto, balanceadas pela força das ondas. Ademais, succedem-se os descarrilamentos nas curvas da praça Pio X e avenida Hermes da Fonseca, dando lugar a que o transporte fique prejudicado por longas horas, como já hontem aconteceu, e a que, em consequencia, os menos abastados venham a pé até o centro da cidade, em epoca de chuvas constantes. Urge uma providencia immediata do sr. Gerente, devendo considerar que as más condicções dos referidos serviços não prejudicam apenas uma casa ou uma rua, mas um bairro inteiro. Parece proposito da Cia. Força e Luz não manter, como vinha fazendo até poucos dias, bondes na linha do Alecrim, após as sessões cinematographicas do cine theatro “São Pedro”. O resultado é que terminadas as sessões o publico terá que ficar todo o tempo á espera de um bond, que, naquella hora, geralmente entre 22 e 23 horas, é coisa rara naquellas paragens. […] (A FORÇA…, 1935, p.01).

MÚSICA NA PRAÇA

O maestro Wandemar de Almeida morou muitos anos próximo a Praça Pio X. A Praça Pio X corresponde ao local onde foi construída a nova Catedral de Natal. O imóvel, que estaria atualmente na Rua Jundiaí, foi demolido. O violinista Cussy de Almeida Neto faleceu no Recife, a 22 de julho de 2010.

1936 é o ano do nascimento, a 10 de março, do filho Cussy de Almeida Neto. A família já se mudara para uma casa à Praça Pio X. A Praça Pio X corresponde ao local onde foi construída a nova Catedral de Natal. O imóvel, que estaria atualmente na Rua Jundiaí, foi demolido. O violinista Cussy de Almeida Neto faleceu no Recife, a 22 de julho de 2010. Mais um motivo a comemorar nesse Dia da Pátria de 1939: nasceu o terceiro filho de Waldemar e Hylda: Waldemar de Almeida Junior, a 7 de setembro, na mesma casa da Praça Pio X.

A 11 comemorou-se o 108o aniversário de nascimento do compositor Carlos Gomes; na Rádio Educadora de Natal Waldemar de Almeida apresentou palestra sobre o assunto e na Praça Pio X uma retreta com as bandas de música do 16o Regimento de Infantaria e Força Policial Militar lembraram o acontecimento.

No dia 8 janeiro de 1948 houve retreta da banda do 16o Regimento de Infantaria, na Praça Pio X, com peças eruditas e outras da autoria do regente José Jacinto de Carvalho. Na retreta do dia 22, no mesmo local, foram tocadas composições de Waldemar de Almeida, adaptadas para banda: “Palma da Ressurreição”, “Canção dos Caças” e “Canto da Raça”.

Praça Pio X – Cidade Alta – Foto de Grevy – anos 70
Vista parcial de Natal com praça Pio X no centro. Foto de Jaeci.

AFORAMENTO

É importante reforçar que o processo de transferência de terras aforadas não é o mesmo que ocorre com a propriedade no sentido moderno, aquela pertencente diretamente a um único indivíduo, que pode dispor plenamente da mesma. No caso estudado, os terrenos da Intendência de Natal respeitavam a mentalidade proprietária que também tinha como cerne a ideia dos domínios divididos. O foreiro, aquele que possuía o domínio útil, não vendia a propriedade plena da terra aforada, pois ele não a possuía. A Intendência era, e continuaria sendo mesmo após várias alienações, a detentora do domínio direto desses terrenos. Por isso, ao alienar a outrem, o foreiro inicial deveria pedir permissão e pagar ao poder público uma taxa, o laudêmio, uma espécie de indenização por estar transferindo, por necessidade ou objetivando obter lucros, o patrimônio público. O comprador, por sua vez, seria o novo foreiro, o que passaria a deter o domínio útil das terras, devendo, portanto, continuar pagando o foro anual à Intendência, por estar usufruindo dessas terras.

Pode ser difícil para o leitor compreender essa mentalidade proprietária, uma vez que, na atualidade, a presença desse instituto é muito rara. Os anúncios publicados no A Republica e no Diário do Natal podem também ter contribuindo para essa confusão. Muitos anúncios que destacavam a venda de propriedades não explicitavam que o que se vendia era o domínio útil e não a propriedade plena, como pode ser observado nos dois exemplos que seguem:

Vende-se a propriedade onde mora o sr. Hermano Burity na Cidade Nova, desta capital; sendo uma morada de caza, um bom cercado com muitos pés de fructeiras e um poço com agua muito boa. A tratar com o mesmo Burity, […] (AVISOS Especiaes. A Republica, Natal, 14 abr. 1903.p.2.).

Vende-se uma casa e um terreno anexo com 30 metros de frente e 90 de comprimento, com 22 pés de coqueiros, jaqueiras, cajueiros e goiabeiras, sito à Praça Pio X, a tratar com Joaquim Emiliano Pereira do Lago, à rua 13 de Maio,n.41, Cidade Alta (A REPUBLICA, Natal, 16 set. 1910.p.2.).

O gráfico que ilustra as cartas de aforamento emitidas no período de 1904 a 1929 na Avenida Deodoro da Fonseca – limite entre Cidade Alta e Cidade Nova – demonstra a dinâmica percebida anteriormente. Quatro são os principais momentos em que o número de emissões acresce. Em 1904, com a definição das regras do instituto da enfiteuse em 1903 e com a consequente regularização dos terrenos. Em 1907, com a perspectiva da criação do sistema das linhas de bonde na cidade e em 1913, posteriormente à sua eletrificação e passagem pela referida avenida – passando pelo “Grande Ponto” e Praça Pio X e demandando à Praça Pedro Velho, na Cidade Nova. Também em 1923, com a regularização da política de aforamento pela Intendência Municipal. Percebe-se que, diferentemente da Junqueira Aires, a dinâmica foreira na Avenida Deodoro foi menos homogênea e mais concentrada nos momentos relacionados à implantação da infraestrutura ou de mudança da legislação.

Gráfico com a distribuição da emissão de cartas de aforamento entre 1904 e 1929 na Av. Deodoro da Fonseca. Fonte: Cartas de aforamento do município de Natal (1904-1929). Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMURB), Prefeitura do Natal.

Pedro Velho também foi foreiro de um terreno de 5.040m², limitado ao norte por terrenos municipais, ao sul pela praça Pio X, ao leste pela avenida Floriano Peixoto e a oeste pela avenida Deodoro (NATAL. Prefeitura Municipal do Natal. Carta de aforamento n.11, de 29 de janeiro de 1904. Natal: s.d). A carta com informações sobre esse terreno foi expedida em 29 de janeiro de 1904. Segundo as informações registradas nesse documento, Pedro Velho pagava a quantia de 12.600 réis de foro anual. Todavia, segundo a Resolução n.81, o foreiro deveria pagar a quantia de 25.080 réis anuais para um terreno dessas dimensões.

A esposa de Pedro Velho, Petronila Maranhão, também teve seu nome citado em algumas cartas de aforamento. Petronila recebeu em enfiteuse quatro terrenos no bairro Cidade Alta e um terreno na Cidade Nova. Três lotes foram concedidos em 1909 e um em 1913; todos, portanto, após a implementação das linhas de bonde na capital. O terreno de Cidade Nova tinha como limite sul a praça Pio X, por onde passava a linha que seguia em direção ao sítio Solidão. Os terrenos em Cidade Alta localizavam-se nas proximidades dos lotes de Pedro Velho, tendo como alguns de seus limites a avenida Rio Branco e a Junqueira Ayres, avenidas também atendidas pelas linhas de bonde de Cidade Alta.

Ainda no relatório sobre a gestão do ano de 1926, Omar O’Grady destacou que haviam sido realizados melhoramentos em outras avenidas do bairro Cidade Nova, entre eles a ampliação da avenida Floriano Peixoto. Para a realização dessa ampliação, o presidente da Intendência destacou que foi necessário desapropriar um grupo de “oito casebres que fechavam a referida avenida entre a praça Pio X e a rua Mossoró” (INTENDENCIA Municipal. Relatorio apresentando à Intendencia Municipal de Natal pelo presidente Omar O’Grady, em sessão de 1º de janeiro de 1927. Natal: Imprensa Diocesana, s.d.). Essa desapropriação fez com que o governo municipal despendesse a quantia de dez contos de réis (10:000.000). Esse pequeno fragmento do relatório de O’Grady é um indício fundamental capaz de demonstrar como os casebres existentes em Cidade Nova desde o início do século XX ainda permaneceram no bairro na década de 1920. Como ressaltado no primeiro capítulo da dissertação, o governo municipal, sobretudo entre os anos de 1902 a 1904, fez uso de uma política de desapropriação, tentando derrubar os casebres dos indivíduos humildes que habitavam o terceiro bairro de Natal, visando assegurar a imagem de Cidade Nova como bairro aprazível, salubre, destinado aos indivíduos mais abastados e influentes. Contudo, como também foi demonstrado, esse processo de desapropriação não foi completo, existindo, ao longo da década de 1900 e 1910, vários indícios que apontaram a permanência de grupos populares no terceiro bairro.

Imagem da Av. Deodoro da Fonseca com a Vila Palatinik à esquerda em
fins da década de 1920. Fonte: MIRANDA, João Maurício Fernandes de. Natal foto-gráfico: do passado ao presente. Brasília: Senado Federal, 2014.

CALÇAMENTO

A entrevista realizada com o intendente O’Grady por “A República”, em 27 de março de 1930 – sob o título de “A cidade que se renova. Urbanismo e arquitetura – O anseio de construções modernizadas” refletia o processo de investimento na pavimentação dos logradouros públicos da cidade e a importância que isso tinha no ambiente de modernização pretendido.

Ao lado de obras públicas de acentuado valor, pela estética de nossa capital, como o calçamento a paralelepípedo da Junqueira Ayres e da praça Augusto Severo, e a adaptação de meios-fios de granito; além do serviço de drenagem de águas pluviais num dos centros mais movimentados da Ribeira; afora a construção de 10.898 ms. quad. de estradas de rodagem, o prefeito da Cidade, mau grado a situação de dificuldades financeiras por que atravessa o município conta, dentro de breves dias, pelo que nos afirmou, concluir o novo calçamento, também a paralelepípedos, sobre base de concreto, assentados e rejuntados com argamassa de cimento, na avenida Rio Branco, e que, há de constituir, com o da praça Pio X, um dos mais valiosos serviços de utilidade urbana (A REPÚBLICA, Natal, 19 de março de 1930, p. 02, grifos nossos).

O Palacete Betânia de Miguel Micussi em 1922, esquina da Deodoro com Pedro Soares. Fonte: MIRANDA, João Maurício Fernandes de. Natal foto-gráfico: do passado ao presente. Brasília: Senado Federal, 2014.

NATAL DAQUI A 50 ANOS

Conferência Natal daqui a cinqüenta anos realizada no salão de honra do Palácio do Governo, em 21 de março de 1909, Manoel Dantas assim descreveu a Praça em seu imaginário:

A Cidade Nova, com suas avenidas e seus parques sombreados, é o bairro da aristocracia, a cidade artística, onde a riqueza impressiona pelo luxo e o bom gosto das construções. Ao centro desse bairro, a praça Pedro Velho – o cérebro para onde convergem as manifestações da vida urbana – é dominada por uma estátua colossal do Gênio, subjugando com uma mão firme a hidra do mal e apontando com a outra para uma placa de cristal onde o Destino escreve esta legenda: – Façam o progresso que eu mantenho a ordem.

Perdida entre grandes árvores, numa paz serena e calma, onde os asilos para toda a sorte de doentes e vencidos da vida põem um tom de doce recolhimento, a praça Pio X, onde o sentimento católico exulta na imponência da catedral, abriga a estátua de um padre vestido de uma alva, branca como a pureza das bênçãos que ele soubera conquistar, cravejada de lágrimas agradecidas que luzem como estrelas, tendo num baixo relevo, a figura de uma criancinha que se agasalha nas dobras de uma batina.

Avenida Deodoro, Tirol. Onde hoje está a Catedral

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

A Praça Pio X (onde atualmente é a Catedral nova) era bem conservada, sendo o principal ponto de passeio para namorados. Um pequeno restaurante havia sido implantado no centro da mesma, atraindo ainda mais pessoas, principalmente à noite.

A 5 de janeiro de 1950, Sizenando e Déa se encontram na Praça Pio X (onde hoje está a Catedral nova). A conversa foi direta: ele já foi pedindo-a em casamento e propondo data para tal. O pedido foi aceito sem vacilação.

O bonde elétrico era o principal transporte coletivo na cidade, a linha mais extensa percorria o eixo Lagoa Seca – Alecrim – Cidade Alta – Ribeira, duas outras linhas ligavam a Ribeira até os Bairros de Petrópolis (limite na Avenida Getúlio Vargas) e Tirol (Quartel do 16º RI) sempre passando pela Cidade Alta. Lêda Batista Gurgel era menina e lembra dos bondes abarrotados de soldados americanos. Ela e sua irmã Maria Gurgel (atualmente médica em Recife) brincavam de bonecas no abrigo antiaéreo localizado na Praça Pio X (atual Catedral Metropolitana).

Esquina da Avenida Rio Branco com Rua João Pessoa, Cidade Alta.
PRAÇA PIO X, 1945
Vista aérea do bairro de Petrópolis. Acervo: Diário de Natal
Por volta de 1918 já existia o movimento de arrecadação de fundos visando a construção da nova Catedral na Cidade Alta. Desde esse tempo que os natalenses já desconfiavam da viabilidade da construção e conclusão da mesma. É daí que surgiu o tradicional comentário “Fulano só vai casar quando a Catedral for concluída”. Ainda em 1918, o jovem Luís da Câmara Cascudo escreveu seu primeiro artigo no jornal “A Imprensa” com o título “Bric-à-Brac”.

COMÍCIOS POLÍTICOS

A Praça Pio X, localizada no Centro de Natal, foi inaugurada em 1944. Construída em um terreno que pertencia à Arquidiocese de Natal, constituiu-se em um dos locais mais importantes para a realização dos comícios políticos entre o período de 1945-1955, quando a praça foi devolvida pela prefeitura, para que no local fosse construída a Catedral de Natal. Esta, porém, somente foi concluída na década de 1980.

As atuações de Theodorico Bezerra passavam pelos bastidores da política local e nacional. Foi fundador e presidente do então PSD (Partido Social Democrático), atuou como deputado estadual por três mandatos, deputado federal por quatro vezes e vice-governador de Aluízio Alves. Não obteve êxito em duas eleições, para senador, em 1962, e deputado federal em 1970. Perdeu porque foi preso pela ditadura já próximo do dia das eleições. Seu reduto eleitoral sempre foi a região do Trairi. Deixou a Assembleia Legislativa com quase 80 anos. Depois dele, com essa idade, só Agnelo Alves ocupa um mandato na Assembleia. Como deputado estadual, apresentou o projeto que criou o município de São José de Campestre, e atuou membro da Comissão do Comércio, Indústria, Agricultura e Obras Públicas.

Admirador de Getúlio Vargas, foi ao Rio de Janeiro por iniciativa própria conhecer o presidente da República. Ficaram amigos e passou a fazer parte da intimidade de Vargas, inclusive como hóspede na fazenda São Borja, em Minas Gerais, por três dias.

Na campanha de 1950, Getúlio Vargas esteve num comício em Natal e os bastidores dessa visita foram tumultuados. Por meio da influência de Theodorico, o presidente não desistiu de aterrissar na capital potiguar. “Papai era presidente do PDS e apoiava Getúlio para presidente da República e Dix-Sept Rosado para governador. Getúlio foi fazer comício em Fortaleza e a turma da UDN começou a sabotar para ele não viajar até Natal para que Dix-Sept não tivesse vantagem. Papai, que já era amigo dele e ficou com medo de desviarem a rota de Getúlio, então alugou um avião teco-teco e voou para Fortaleza. Lá, colou em Getúlio e voltou no mesmo avião para Natal. Getúlio hospedou-se na casa de Dr. Álvaro Vieira, onde hoje é o prédio Varandas do Atlântico (na avenida que tem o nome de Getúlio Vargas). Fomos para o comício na Praça Pio X, onde hoje é a Catedral Nova”, conta Kleber.

Na época, o nome do potiguar Café Filho era sondado para ser vice-presidente, mas Vargas estava resistente. A princípio não queria Café. Reza a lenda que ele queria o general alagoano Gois Monteiro, mas o nome de Café foi imposto por Ademar de Barros, força política de São Paulo. O fato é que durante o comício em Natal as pessoas gritavam Café, Café… e Getúlio não citou o nome de Café. E não pretendia citar o nome de Dix-Sept para governador. No final, alguém “soprou” no ouvido dele, que, finalmente, disse: E para governador, Dix-Sept, que ganhou a eleição.

Comício de Getúlio Vargas em Natal.

Isto porque os comícios contavam com a participação ativa dos trabalhadores, que sempre prestavam reverências ao presidente Vargas, mas não a Dutra. Grande concentração operária no próximo domingo, dia 15. A República, Natal, p. 1, 13 abr. 1945. Para tanto, inclusive, um comício foi programado para ser realizado na Praça Pio X, em Natal.

Apesar dos temores e boatos, os comunistas continuavam com suas atividades e, no início de setembro de 1945, realizaram pequenos comícios pelos bairros da capital, com o intuito de mobilizar a população a participar de um “comício-monstro” a ser realizado na Praça Pio X, no centro da cidade, em homenagem ao dia da Pátria. O evento de fato ocorreu e foi irradiado para vários bairros da capital (Mais um comício ontem, do Partido Comunista. O Diário, Natal, p. 8, 3 set. 1945.). E os comunistas não pararam por aí. O lema “Constituinte com Getúlio” foi outro motivo para que realizassem reuniões pelos diversos bairros de Natal. Como se tivessem efetivamente a intenção de percorrer todos os bairros, a movimentação era diária (Comícios do PC. O Diário, Natal, p. 6, 21 set. 1945.).

Porém, durante a campanha UDN e PSD se enfrentavam e a onda de boatos corria pelos municípios. Ambos os partidos, PSD e UDN, publicavam listas com adesões nos jornais e acusavam seus adversários de inventarem seus apoios. Com a intensificação dos combates, o Departamento de Segurança Pública normatizou, no início de outubro, os locais para realização de comícios, estabelecendo que estes tinham que: 1) ser comunicados à chefia de polícia, informando dia, hora e local; 2) ser realizados com absoluta ordem e respeito às autoridades e demais correntes politicas; 3) não contar com armas de fogo ou brancas pelos promotores e assistentes. A República, Natal, p. 2, 3 out. 1945. p. 02. Em Natal, os locais onde poderiam ser realizados eram: Praça Pio X, Rocas, Tavares de Lira, entre Frei Miguelinho e Dr Barata (ambas inclusive) Alecrim (Pátio da Feira). No interior, os locais seriam indicados pela autoridade policial.

Em fins de outubro, a situação era tensa. Por isso, as manifestações políticas foram proibidas e os Comandantes de Destacamentos passaram a ser os responsáveis, na sua área de atuação, pela manutenção da ordem. Em Natal, uma das primeiras resoluções da Chefia de Polícia foi a dissolução de um comício da UDN, que ocorreria na Praça Pio X, no dia 30 de outubro.

Os comunistas continuaram realizando manifestações pelos bairros de Natal e, em 17 de novembro, organizaram uma grande manifestação na Praça Pio X, para o anúncio do candidato do partido à presidência. A campanha encerrou-se sem incidentes, mas com o clima de boatos espalhando-se pelo interior do estado. Nada mais restava a fazer, a não ser esperar os resultados das urnas.

Os últimos dias da campanha foram vividos em clima de guerra. Por um lado, os oposicionistas solicitavam garantias mínimas para a realização do pleito de forma mais democrática. Por outro lado, o governo utilizava a sua força militar para manter o controle, porém, em favor do PSD. Veja-se, por exemplo, a concessão de licença, para o comício de encerramento de campanha das Oposições Coligadas, na Praça Pio X.

Na capital, os candidatos da UDN passearam em carro aberto e realizaram comício na Praça Pio X (Centro da cidade) e na Praça Gentil Ferreira (Alecrim). Como
ocorreu em vários lugares do país, Eduardo Gomes também ouviu e viu em Natal manifestações favoráveis ao seu principal opositor.

No comício que ocorreu na Praça Pio X, no improviso final, Vargas recomendou as várias candidaturas da AD. Para governador e vice-governador Dix-Sept Rosado (PR) e Sílvio Pedroza (PSD) e para senador Kerginaldo Cavalcanti (PSP). No entanto, o silêncio sobre o nome Café Filho foi total, apesar dos apelos do público, que gritava o nome dele. O candidato a vice-presidente, providencialmente, não estava em Natal, naquele momento.

De São Luis, Ademar passou por Fortaleza (CE) e depois foi para o Rio Grande do Norte, visitando Mossoró e Natal. Nesta cidade, em comício realizado na Praça Pio X e irradiado para rádios paulistas e emissoras associadas, foi, então, lançada oficialmente a candidatura de Café Filho a vice-presidente. Em seu primeiro discurso como candidato a vice Café Filho elogiava Ademar de Barros, por resistir aos projetos de intervenção federal em São Paulo e por ter renunciado a sua candidatura à presidência, a fim de evitar que o seu estado caísse nas mãos dos inimigos da democracia. Por isso, o PSP comandava “a maior campanha política de toda a história republicana.” (Lançado oficialmente o nome de Café Filho. Diário de Natal. Natal, p. 6, 24 de jul. 1950.).

Coluna Feminina de propaganda de Eider Varela Fonte: Diário de Natal (set. 1954)

No comício de encerramento da campanha, ocorrido na Praça Pio X (centro de Natal), a presença feminina entre os oradores foi majoritária. Expressiva homenagem da mulher potiguar ao deputado João Café Filho. Diário de Natal, Natal, p. 1, 30 set. 1950. Em outras cidades também ocorreram reações. Em Jardim de Piranhas, por exemplo, o médico pessedista Honório Medeiros inquiriu o padre Pedro acerca da leitura do manifesto da LEC, durante a missa. Chefe do PSD agride a um sacerdote católico. Tribuna do Norte. Natal, p. 6, 27 set. 1950.

Assim, a chegada do vice-presidente eleito foi acompanhada por uma multidão que tomou as ruas da capital. Muitas pessoas se deslocaram do interior para Natal, a fim de acompanharem às comemorações. Houve um corso de automóveis que percorreu diversas ruas, saindo do Aeroporto Augusto Severo até a Praça Gentil Ferreira, no bairro do Alecrim. De lá, os populares seguiram em passeata até a Praça Pio X, localizada no centro da capital.

Os comunistas aproveitaram a presença do vice-presidente da República para pedirem apoio à volta da legalidade do partido e uma participação contrária à Guerra da Coréia. A Tribuna do Norte exigia explicações “satisfatórias”, quanto ao posicionamento dos progressistas no estado.361 E esses responderam, via Jornal e Natal, afirmando que a infiltração foi uma provocação. Em uma nota assinada pela “Comissão Promotora das Homenagens”, afirmava-se que a infiltração comunista no comício da Praça Pio X, “sob as vistas das autoridades policiais, teve a mais lamentável repercussão e a normal condenação dos promotores da homenagem.” A nota lembrava ainda que os comunistas, durante a campanha política, haviam combatido asperamente a candidatura de Café Filho e na Câmara Federal o deputado Pedro Pomar havia feito violentas acusações ao então candidato a vice-presidente. Por esse motivo, viam incoerência na participação dos comunistas no comício. Comissões próhomenagens a Café Filho. Jornal de Natal, Natal, p. 1, 21 dez. 1950.

Acompanhado por vários políticos e jornalistas da grande imprensa do país, Café Filho foi recebido de forma apoteótica: “o carro que conduzia o líder populista, [era] empurrado pela incalculável massa humana que acompanhava o cortejo cívico.” Recebido entusiasticamente, nesta capital, pelo povo, o vice-presidente Café Filho. Jornal de Natal, Natal, p. 1, 21 dez. 1950. Vê-se, mais uma vez, o uso da palavra populista de forma elogiosa, ressaltando o caráter popular da liderança de Café Filho.

O partido também tinha um programa radiofônico transmitido às terças e quintas na Rádio Poty. O PTB tentou obter algum resultado positivo em relação à mobilização da memória de Getúlio Vargas, realizando um grande comício na Praça Pio X, quando completou um mês de seu falecimento. Mas, os petebistas não obtiveram muito sucesso.

Praça Pio X, onde hoje é a catedral. Por trás, o Centro Cearense.
Vista aérea de Petrópolis.
Rua João Pessoa fotografada da Praça Pio X. Em primeiro o Palacete de Moisés Soares. No lado oposto o Centro Cearense. Essa foto está guardada na casa na família de Antônio Alcaniz, ou Antônio Traíra como era conhecido e que moraram lá por 20 anos com autorização de um Neto de Luiz Soares, fundador do Escotismo em Natal.

UMA HISTÓRIA DIFERENTE

No início do século XX, alí era um matagal com o padre João Maria, pároco de Natal/RN, querendo edificar uma nova catedral. O tempo passou lento até que o Padre João Maria achou de construir a nova Catedral. Pelos idos do século XIX, por volta de 1895, homens, mulheres, meninos e jovens saiam da Igreja Matriz, caminhando por um terreno cheio de vegetação, até chegar à praia da Ponta do Morcego (Praia do Meio) e depois, na praia de Areia Preta.

Os peregrinos íam buscar pedras para a construção do novo templo. Esse caminhar foi até 1905, quando o Padre João Maria Cavalcante de Brito faleceu. Dai por diante, a nova Catedral que já estava com a sua construção bem avançada, foi esquecida.

Então, muitos anos após, a Prefeitura tomou o terreno e construiu no local a Praça Pio X. De qualquer jeito, a praça era pertencente à Catedral. Por isso teve o nome de Pio X.

Nessa praça, quente até demais, pois não tinha árvores por perto, aconteceram fatos misteriosos, como por exemplo o assassinato de um garçom, morto à bala.

No meio da praça, em um restaurante ou peixaria que funcionava no local. A peixada era localizada numa especie de “avião”, como se chamava o restaurante locado, com dois lados para subir e descer para o alto e mais dois espaços que eram como as asas de um avião.Tudo isso ficava na parte alta do tal chamado “avião”.

Moças, rapazes e meninos costumavam passear por entre as asas do fabuloso restaurante. Descendo dalí, as mocinhas, rapazes e meninos tomavam um calor que nem te conto. Para amenizar essa temperatura, os que passeavam no restaurante tomavam sorvetes. Era um meio de se livrar do mormaço.

À noite, não era do mesmo jeito. Não havia por lá as crianças. Essas já estavam dormindo. Do lado direito da praça, um grande, monumental prédio abrigava o Cinema Rio Grande. Um majestoso cinema com os seus elegantes homens e mulheres que recebiam os bilhetes adquiridos no lado de dentro ou do fora, vestindo um traje de cor vermelha bem escura. Botões de metal completavam a indumentária.

Cidadãos que frequentavam a casa de espetáculo só tinha acesso ao cinema de fossem trajados de paletó e gravata.

As damas, com mais suntuosos vestidos.

Os vendedores de pipocas, amendoins e de sorvetes, confeitos, balas e outros mais, ficavam à espera na calçada da praça Pio X. Ali, ainda não havia estacionamento de carro-de-praça – os chamados táxis de hoje.

Luminárias eram feitas de forma exuberante e bela, com três lâmpadas em cada poste, todos eles feitos de ferro pintados de branco. Ao redor da praça havia quatro bancos onde se plantavam árvores de média estatura.

Bondes e ônibus passavam em frente à praça, pela Avenida Deodoro, naquele tempo já calçada com pedras como até hoje se faz em ruas periféricas da cidade. Era um tempo ameno a capital, com o pessoal sem precaução a assaltos por elementos marginais.

Quando muito, ouvia-se falar dos famosos ladrões de galinhas que invadiam os quintais tarde da noite. Então, era um alvoroço de “pedra ladrão” e se chamava os guardas-noturnos para prender o larápio, Hoje, não tem mais esses guardas e a policia já está dormindo. Antigamente, era um guarda-noturno a cada cem metros por toda a cidade.

A Praça Pio X era um esmero, principalmente durante à noite, pois à tarde era aquele calor. Vivia-se em um clima de esmerado bom tempo, com as pessoas passeando pela cidade à procura de um local de vendas mais aclimatado.

Com o decorrer do tempo, a Nova Catedral foi construída no mesmo local onde, tempos passados, já havia sido escolhido pelo Padre João Maria. A praça, foi apenas lembrança de um espaço que não volta mais.

Foto aérea parcial do Centro de Natal feita por Grevy na qual vemos em destaque a antiga Praça Pio X (Atual Catedral Nova). Destaca-se na paisagem o cruzamento da Avenida Deodoro da Fonseca com a Rua João Pessoa, bem como a Rua Jundiaí e a Avenida Mal. Floreano Peixoto.
Praça Pio X. Provavelmente de Jaeci.
“A avenida Deodoro no final da década de 60 ainda era uma rua pacata e espaçosa, com seus canteiros e pequenas árvores proporcionando uma visão de tranquilidade. Nessa época, as construções eram quase que totalmente residenciais. Se destacavam o Castelinho de Moisés Soares e o cinema Rio Grande. À direita o terreno onde foi a Praça Pio X à espera de um templo sagrado: a Catedral Nova”. Fonte: DN/O Poti

CATEDRAL NOVA

A terceira década do século XX também foi marcada pela inauguração de vários equipamentos urbanos nos bairros de Natal, que foram construídos pela iniciativa privada, pela colaboração do poder estadual, bem como pela iniciativa do poder municipal, graças ao incremento da receita da Intendência em virtude das mudanças administrativas. Nesse tópico de estudo serão comentados alguns dos novos equipamentos urbanos construídos em Cidade Nova na década de 1920 e determinados usos que os moradores do bairro fizeram dos mesmos.

O primeiro projeto de equipamento urbano a ser criado em Cidade Nova na década de 1920 que se tem notícia no jornal A Republica é o da construção de uma nova catedral. Segundo Itamar de Souza, a nova catedral de Natal contou com várias iniciativas para ser construída, levando 94 anos nesse processo. A primeira iniciativa partiu do padre João Maria, por volta de 1894. O terreno para a construção da nova catedral foi doado por Sofia Roselli, que tinha comprado uma casa de farinha erguida na região que viria integrar a futura avenida Deodoro da Fonseca em Cidade Nova (SOUZA, Itamar de. Nova História de Natal. Op. cit., p.489.).

Antes mesmo de tornar-se território oficial com a intervenção do poder municipal, a área que viria a ser o bairro Cidade Nova já possuía algumas construções, como a casa de farinha que foi vendida a Sofia Roselli. A ideia do padre João Maria de construir nesse terreno uma nova catedral muito possivelmente pode indicar como já em 1894 o padre previa que a cidade não ficaria restrita apenas aos seus bairros centrais, Cidade Alta, onde estava localizada a então catedral, e Ribeira. A nova catedral seria construída longe do núcleo central, na região que foi transformada em bairro oficialmente em 1901.

Após a doação, o padre João Maria, contando com a participação de vários fiéis, fez o lançamento da pedra fundamental da nova catedral em 21 de novembro de 1894. Após esse lançamento foram realizadas várias peregrinações, em que os fiéis reuniam-se no terreno onde seria erguido o novo templo. Contudo, com a morte do padre João Maria em 1905, a nova construção, que já estava com os alicerces prontos, foi abandonada (Idem.).

A segunda tentativa para construir a nova catedral da cidade ocorreu a partir do final da década de 1910, quando Antonio dos Santos Cabral, que administrou a Diocese de Natal entre 1918 e 1921, organizou a constituição de uma Comissão Central para dar prosseguimento às obras da nova matriz (Ibidem, p.490.). Essa segunda tentativa tornou-se mais expressiva a partir do ano de 1920, conforme demonstrou a matéria A Cathedral vae ser construida, publicada em junho desse ano. Segundo o texto do periódico A Republica, a ideia de construir um grande templo católico que correspondesse “ao progresso e às necessidades superiores da vida hodierna” (A CATHEDRAL vae ser construida. A Republica, Natal, 04 jun. 1920. p.1.). já era presente na sociedade há um longo tempo, destacando ainda que a capital norte-rio-grandense era “a única capital, quiçá mesmo o único centro de população, sede de bispado, que não possue uma bela e ampla nave a que se possa dar a denominação de Cathedral” (Idem).

Como é possível perceber pelo texto da matéria publicada em junho de 1920, a nova catedral que deveria ser construída em Cidade Nova representaria a nova condição da cidade, que tinha passado por um processo de crescimento populacional, por reformas urbanas, e necessitava ter um novo templo católico capaz de representar essa nova situação. Os esforços para a concretização da ideia continuaram, conforme destacou a nota A Nova Cathedral, publicada no jornal da situação em 28 de junho de 1920 (A NOVA Cathedral. A Republica, Natal, 28 jun. 1920. p.1.). Segundo tal nota, no dia anterior foi realizada uma reunião para a constituição da Comissão Central, que seria encarregada de construir a nova catedral da capital norte-rio-grandense. A reunião contou com a presença do então governador Antônio Souza e de várias autoridades do estado, representantes do clero e autoridades federais e municipais. A nova matriz seria construída na Praça Pio X e a reunião determinou que deveriam ser realizados eventos para angariar verbas que auxiliassem na nova empreitada (Idem.).

Contudo, aparentemente o processo para a construção da nova matriz continuou caminhando lentamente. Somente em janeiro de 1921, aproximadamente seis meses após a primeira reunião para definir a Comissão Central, foi aberta a concorrência pública para o levantamento da planta da nova catedral (A NOVA Cathedral. A Republica, Natal, 07 jan. 1921. p.1.). O edital para o levantamento da planta foi publicado também em Recife, em São Paulo e no Rio de Janeiro, demonstrando como os membros da Comissão Central, formada por nomes influentes da sociedade local como o então governador Antônio Souza e o chefe do Partido Republicano Federal do estado, Ferreira Chaves, tinham a preocupação de contratar um profissional bem capacitado para construir a planta do novo templo católico. Os membros da Comissão Central não tencionavam fechar contrato apenas com profissionais locais, o que teria menor custo, mas também abriam a possibilidade para a contratação de engenheiros e arquitetos provenientes de influentes capitais do país. Participavam também da Comissão Central outros membros influentes na sociedade natalense, tais como: Henrique Castriciano, Augusto Leopoldo, coronel Pedro Soares, Alberto Roselli, major José Pinto, entre vários outros, ver: A NOVA Cathedral. A Republica, Natal, 24 dez. 1921. p.2.

Também em janeiro de 1921 foram nomeadas comissões para percorrer várias ruas da capital em busca de auxílios para as obras da nova igreja (A NOVA Cathedral. A Republica, Natal, 07 jan. 1921. p.1.). As verbas para custear as obras da Catedral deveriam partir de eventos beneficentes e das contribuições dos moradores da cidade, contudo, a partir de dezembro de 1921, o Congresso Legislativo autorizou um auxilio estadual às obras da nova matriz (A NOVA Cathedral. A Republica, Natal, 24 dez. 1921. p.2.).

Foto\Postal da minha coleção particular. Sou colecionador desde os meus 9 anos. Tenho muitas imagens antigas de Natal e do mundo. Esse postal agora é de Foto Grevy, datado 19.10.1950. Destaque para a ex-bonita Praça Pio X( que deu lugar a Catedral feia) na Av. Deodoro. Rua João Pessoa, Rua Jundiaí e Cinema Rio Grande.
Vai para os potiguares apaixonados pela cidade como eu e que tem saudades de um lugar mais verde.

Após o ano de 1921 não foram encontradas mais menções no jornal da situação sobre o projeto de construção da nova catedral. Essa falta de informações pode ter sido resultado da transferência de Antonio dos Santos Cabral para a Diocese de Belo Horizonte nesse mesmo ano de 1921875. O seu sucessor, José Pereira Alves, chegou à cidade em 1923, quando já existiam duas plantas para a nova matriz e um crédito no Banco de Natal de setenta e sete contos e cento e dois mil réis ( 77:102.000) para o andamento das obras. Todavia, segundo Itamar de Souza, o novo pároco nada fez para dar prosseguimento ao projeto que foi concretizado e inaugurado apenas em 21 de novembro de 1988. Sobre outras iniciativas para a construção da nova catedral da cidade, posteriores a década de 1920 e, portanto, fora do recorte desta pesquisa, ver: SOUZA, Itamar de. Nova História de Natal. Op. cit., p.490-491. Souza também citou outra igreja fundada no bairro Cidade Nova, sobre a qual não foram encontradas referências no jornal A Republica. Trata-se de uma capela/escola construída na avenida Rodrigues Alves, para proporcionar assistência à população daquela parte da cidade. A pedra fundamental da igreja foi lançada em julho de 1925, mas as obras de construção foram finalizadas apenas em dezembro de 1930, ver: SOUZA, Itamar de. Nova História de Natal. Op. cit., p. 466-467.

Dessa maneira, o primeiro equipamento urbano de Cidade Nova anunciado no jornal A Republica na década de 1920 não foi concretizado nesse período, não sendo possível, portanto, analisar as práticas dos habitantes de Cidade Nova na nova matriz da capital na terceira década do século XX. Contudo, apesar de não ser possível observar os usos desse equipamento urbano que não chegou a ser concretizado, é importante mencionálo, já que esse projeto, embora existente desde 1894, foi retomado e contou com o apoio da iniciativa estadual e local somente na década de 1920. Como demonstrado, as matérias mencionavam a necessidade de a capital possuir um novo templo capaz de corresponder à nova fase de progresso que estava sendo vivenciada. O progresso da cidade não seria
apenas demonstrado por meio de espaços profanos como clubes e praças, devendo também ser concretizado no maior símbolo religioso da cidade, a sua catedral. Apesar de não ter sido concretizado, talvez pela falta de contribuições mais efetivas e da coordenação do novo líder da Diocese de Natal, o simples fato de o projeto ter sido retomado demonstrou como a capital norte-rio-grandense iniciou a terceira década do século XX com planos arrojados. A nova matriz que não foi construída também já era utilizada na década de 1920 como ponto de referência e de valorização de imóveis, aparecendo em alguns anúncios de vendas de casas e de terrenos em Cidade Nova (A REPUBLICA, Natal, 03 jan. 1922.).

Localizada no centro da cidade, foi construída entre os anos de 1946 e 1947 pela prefeitura em terreno da Diocese do Natal, no qual existia um abrigo anti-aéreo. Atualmente, está edificada a Catedral Nova.

Abaixo o cartão-postal nº16 da Praça Pio X, construída no terreno onde o Padre João Maria Cavalcante de Brito iniciou a construção de uma catedral, onde hoje localiza-se a Catedral Metropolitana de Natal, no coração da cidade. Em primeiro plano o destaque para o cimento e o concreto que molduram a praça e espalham-se na capital, plano que também destaca o poste elétrico, um elemento chave na modernização de Natal. Visto que a iluminação pública elétrica é um símbolo de superação e inserção do progresso, já que os serviços de energia durante a primeira metade do século XX, foram restritos e passaram por grandes dificuldades, por marchas e contramarchas durante a sua consecução, principalmente o processo de instalação e manutenção da base material. O poste aponta para fora do seu espaço chamando atenção para as ruas asfaltadas e com discreto movimento de automóveis de uso coletivo, estabelecendo relação com as transformações no espaço urbano da cidade, nem sempre em sintonia com a realidade local.

Jaeci Galvão. Praça Pio X. Avenida Deodoro entre Ruas Açu e Jundiaí. Década de 1940. Foi demolida em meados de 1950. Um espaço para eventos e discursos. À esquerda, o Centro Cearense, à direita o Castelinho. Em primeiro plano, a praça Pio X, em frente à rua João Pessoa, na Cidade Alta. Acertou o amigo Edgar.
Rua João Pessoa, vista da Praça Pio X, onde hoje está a nova Catedral Ano desconhecido

A igreja nova ficava no princípio do caminho de quem ia para o Tirol ou para Petrópolis. No terreno da catedral idealizada pelo padre João Maria instalou-se a Praça Pio X, local onde foi construída, posteriormente, a atual Catedral de Natal.

Não tinha igreja e, muito menos, nova. O que lá existia eram uns paredões bem largos, todos de pedra e cal. Era a futura Catedral de Natal. No princípio do século, o padre João Maria, que a população considerava um santo, induzia os habitantes a carregarem pedras na cabeça para o local da futura igreja. Ele mesmo, com a batina muito suja e rasgada, dava exemplo indo buscar pedras na praia e, trazendo-as na cabeça, deixava no terreno da construção.

Os mais velhos contavam que a fé era tão grande que os caminhantes formavam um grande, um imenso, colar humano. Diariamente aquela fila de homens, mulheres e crianças, com pedras de diversos tamanhos, trazia a sua colaboração para a construção do templo.

Com a morte do padre João Maria, o maior incentivador da construção da grande obra, o entusiasmo arrefeceu. Ficou faltando o exemplo do padre. Os pedreiros, serventes, carregadores de pedras; os donativos foram diminuindo e, um belo dia, ninguém mais apareceu no local da construção, que ficou abandonada para sempre.

Dentro do terreno cresciam matapastos e carrapateiras. Circundando o grande terreno, esplêndida grama convidava a meninada para ali jogar futebol. A distância do centro da cidade para a igreja nova era considerada muito grande. O meio de locomoção era o que Deus deu aos homens: os pés. Os mais endinheirados que moravam nos chamados sítios dispunham de mulas, cavalos ou burros.

VISTA AÉREA DE NATAL. (Vendo-se em primeiro plano a antiga Praça Pio X -Limite entre os bairros Cidade Alta e Tirol) Foto: Jaeci E. Galvão.
Vista aérea de Natal – anos 60 – foto de Jaeci

FONTES SECUNDÁRIAS:

SOUZA, Itamar de. Nova História de Natal. Natal: Departamento Estadual de Imprensa, 2008.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

A CIDADE E A GUERRA: A VISÃO DAS ELITES SOBRE AS TRANSFORMAÇÕES DO ESPAÇO DA CIDADE DO NATAL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL / GIOVANA PAIVA DE OLIVEIRA. – RECIFE – PE, 2008.

A CONSTRUÇÃO DA NATUREZA SAUDÁVEL: NATAL 1900-1930 / ENOQUE GONÇALVES VIEIRA. – NATAL / 2008.

A cidade interligada: legislação urbanística, sistema viário, transportes urbanos e a posse da terra em Natal (1892-1930) / Gabriel Leopoldino Paulo de Medeiros. – Natal,RN, 2017.

Caminhos de Natal / Jeanne Fonseca Leite Nesi ; ilustrações, Urban Sketchers Natal. – Dados eletrônicos (1 arquivo PDF). – 2. ed. – Natal, RN : IPHAN, 2020.

Caminhos que estruturam cidades: redes técnicas de transporte sobre trilhos e a conformação intra-urbana de Natal / Gabriel Leopoldino Paulo de Medeiros. – Natal, RN, 2011.

CIDADE, TERRA E JOGO SOCIAL: APROPRIAÇÃO E USO DO PATRIMÔNIO FUNDIÁRIO NATALENSE E SEU IMPACTO NAS REDES DE PODER LOCAIS (1903-1929) / GABRIELA FERNANDES DE SIQUEIRA. – GABRIELA FERNANDES DE SIQUEIRA.

Centelhas de uma cidade turística nos cartões-postais de Jaeci Galvão (1940-1980) / Sylvana Kelly Marques da Silva. – Natal, RN, 2013.

Dos bondes ao Hippie Drive-in [recurso eletrônico]: fragmentos do cotidiano da cidade do Natal/ Carlos e Fred Sizenando Rossiter Pinheiro. – Natal, RN: EDUFRN, 2017.

Natal Não-Há-Tal: Aspectos da História da Cidade do Natal/ Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo; organização de João. Gothardo Dantas Emerenciano. _ Natal: Departamento de Informação, Pesquisa e Estatística, 2007.

Natal ontem e hoje / Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo. – Natal (RN): Departamento de Informação Pesquisa e Estatística, 2006.

O nosso maestro: biografia de Waldemar de Almeida / Claudio Galvão. – Natal: EDUFRN, 2019.

Partidos, candidatos e eleitores: o Rio Grande do Norte em campanha política (1945-1955) / Jailma Maria de Lima. – Niterói, RJ, 2010.

Por uma “Cidade Nova”: apropriação e uso do solo urbano no terceiro bairro de Natal (1901-1929) / Gabriela Fernandes de Siqueira. – Natal, RN, 2014.

Revista Bzzz, Ano 2 | nº 13 | jul | julho de 2014 | pg. 40.

Loja Virtual do Fatos e Fotos de Natal Antiga

administrador

O Fatos e Fotos de Natal Antiga é uma empresa de direito privado dedicada ao desenvolvimento da pesquisa e a divulgação histórica da Cidade de Natal. Para tanto é mantida através de seus sócios apoiadores/assinantes seja pelo pagamento de anuidades, pela compra de seus produtos vendidos em sua loja virtual ou serviços na realização de eventos. Temos como diferencial o contato e a utilização das mais diversas referências como fontes de pesquisa, sejam elas historiadores, escritores e professores, bem como pessoas comuns com suas histórias de vida, com as suas respectivas publicações e registros orais. Diante da diversidade de assuntos no mais restrito compromisso com os fatos históricos conforme se apresentam em pouco mais de um ano conquistamos mais de 26 mil seguidores em nossas redes sociais o que atesta nossa seriedade, compromisso e zelo com o conteúdo divulgado e com o nosso público.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *