Rua João Pessoa
Rua João Pessoa fica localizada na Cidade Alta, entre as atuais ruas General Osório e Coronel Cascudo, no trecho compreendido entre a praça padre João Maria e a avenida Deodoro. Até 1845, a última rua ao leste da área urbana de Natal era a atual avenida Rio Branco, cujas edificações ocupavam apenas o lado do nascente. Já existia então, a parte da atual João Pessoa, no seu trecho limitado pelas atuais Vaz Gondim e Rio Branco.
Na gestão do presidente Casimiro de Morais Sarmento (1845/1847), foi edificada naquela rua a Casa-da-Aula, no mesmo local onde depois funcionou o Natal-Clube, posteriormente o prédio foi substituído pelo Banco Nacional S.A. e que atualmente abriga uma loja de confecções.
Na administração do presidente Sarmento, foi autorizada a abertura de duas novas ruas em Natal. O matagal era tão espesso que as citadas ruas foram abertas a golpe de machado. Uma delas ficou conhecida como a rua dos Tocos, a atual Princesa Isabel, tomando a ou Rua João Pessoa outra a denominação de rua do Sarmento, correspondente ao trecho da atual João Pessoa, entre a Rio Branco e a Princesa Isabel.
Maria da Luz era uma parteira da Cidade e morava na esquina das atuais ruas João Pessoa e Vaz Gondim (ficou conhecida como “Rua da Luz).
O decreto municipal de 13 de fevereiro de 1888 deu a denominação de Visconde de lnhomerim, ao trecho completo da rua: da atual Vaz Gondim à avenida Deodoro. Segundo informava o texto daquele decreto, a rua Visconde de lnhomerim compreendia “da casa de Maria da Luz em direção ao sítio de Antônio Guaju’’. Maria da Luz era uma parteira que morava na atual rua Vaz Gondim; o sítio de Antônio Guaju correspondia à área onde hoje existe a Catedral Metropolitana (ex-praça Pio X).
Finalizando, relacionamos os nomes do logradouro e seus antigos topônimos: Rua João Pessoa (Rua do Sarmento, Caminho da Saúde, Rua Aquidaban, Rua Visconde de Inhomerim, Rua Coronel Pedro Soares).
PRAÇA PADRE JOÃO MARIA
O terreno onde hoje está localizada a praça Padre João Maria, por detrás da antiga Igreja Matriz, consta no mapa da Cidade de Natal, elaborado no 3º quartel do século XIX sob a denominação de Praça da Matriz. Era ponto obrigatório de passagem das antigas procissões religiosas .Posteriormente o local passou a denominar-se praça da Alegria, por servir de palco às apresentações de grupos de artistas amadores, em teatrinhos improvisados. Grupos de políticos e intelectuais também ali se reuniam, no que era chamado “Cantão da Gameleira”, para prosearem alegremente. Daí que a praça passou também a ser “um ponto de animação da cidade”.
A praça da Alegria sobreviveu muitos anos até que, em 11 de Junho de 1905, pela Resolusão nº 105, o prefeito de Natal, o Intendente Joaquim Teixeira de Moura,estabeleceu que a Praça da Alegria a partir daquela data se denominaria Praça Padre João Maria, homenageando a pessoa daquele que é considerado o Santo Vigário de Natal.
Pedro Soares de Araújo Filho, funcionário do Tesouro do Estado, era um devoto do padre João Maria.Teve então a idéia de mandar construir na praça um monumento homenageando o sacerdote falecido. Juntou dinheiro e fez campanha. Vítima da gripe ou influenza, faleceu a 14 de Maio de 1918. Mas o governo do Estado e o clero completaram a obra.
Em 7 de agosto de 1919 consolidava-se o desejo da população natalense, com a inauguração do busto do Padre João Maria, na praça do mesmo nome. O referido monumento feito em bronze pelo escultor Hostílio Dantas , foi originalmente colocado sobre um soberbo pedestal de granito, com altura de 4 metros, feito por Miguel Micussi,. Posteriormente foi colocado um gradil de ferro, confeccionado pela professora Joana Bessa, circundando o busto.
Em 7 de agosto de 1919 consolidava-se o desejo da população natalense, com a inauguração do busto do Padre João Maria, na praça do mesmo nome. O referido monumento feito em bronze pelo escultor Hostílio Dantas , foi originalmente colocado sobre um soberbo pedestal de granito, com altura de 4 metros, feito por Miguel Micussi,. Posteriormente foi colocado um gradil de ferro, confeccionado pela professora Joana Bessa, circundando o busto.
Com a presença do busto, os fiéis transformaram o local em foco de crendice popular, acendendo velas e depositando exvotos em pagamento de promessas. Além de fitas coloridas, palmas bentas e retratos de pessoas beneficiadas com os milagres conseguidos por intercessão do padre.
A praça Padre João Maria de então, era um recanto tranquilo e sereno, bastante arborizado e cercado por várias e belas casas residenciais. Ao longo do tempo, a praça foi se transformando até perder o belo casario do entorno e o seu frondoso jardim. 0 antigo Pedestal com o Busto do Padre João Maria foi substituído, aproximando mais o busto do Padre do povo, que até hoje procura o seu “santo”, acendendo velas, pedindo graças, ou agradecendo as promessas atendidas. Porém, o espírito religioso da praça foi perdendo espaço para o profano e hoje, com a instalação de uma feira de artesanato, o local passou a ser mais frequentado por turistas, em detrimento dos antigos e fiéis devotos do santo.
Quem vê a praça Padre João Maria hoje, nem de longe imagina importância desse logradouro, na vida cultural e religiosa da cidade tempos atrás.Um local com muitas histórias A Praça Padre João Maria, ao longo do tempo, deu origem a registros históricos e lembranças de fatos curiosos nela ocorridos, que são relembrados ou na própria tradição popular, ou em livros e pela imprensa escrita. Dentre muitos outros, mencionam aqui os seguintes:
Quando a praça era totalmente arborizada com “fícus-benjamins” foliões de alguns grupos carnavalescos, para dormirem um pouco antes de chegar à hora das batalhas de confetes e dos desfiles, armavam redes nos galhos das árvores e gozavam de uma boa sesta, sem nenhuma preocupação com roubos, ainda não existentes ali.
A 07 de setembro de 1908, foi inaugurado o serviço de bondes (puxados a burro) em Natal. Os meninos gostavam de passear neles. Não pagavam. Aproximando-se o fim da linha, que era a Praça Padre João Maria, desciam, dizendo: “não quero mais não… Mas corriam de imediato para a praça, onde começavam a imitar Tarzan, pulando de galho em galho nas árvores.
Na madrugada seguinte à inauguração do busto, João Sizenando Pinheiro Filho, juntamente com Ângelo Pessoa e Paulo Lira, aproveitaram um final de farra noturna para colocar, com ajuda de uma vara, um enorme chapéu de couro na cabeça da estátua do padre. Na manhã seguinte a indignação das beatas foi total. Outra brincadeira dessa turma era passar sabão nos trilhos do bonde da Avenida Junqueira Aires, dessa forma ele deslizava e não subia a ladeira.
Os adolescentes estudantes “se revezavam junto ao busto do Santo Padre, desmanchando-se em promessas em vésperas de prova escolar”, segundo conta Procópio Júnior em artigo no jornal “O Potiguar”. Em dias da Semana Santa, jornalistas se debruçavam das janelas do prédio nº 58, onde ficava a redação do “Correio do Povo”, para verem a saída dos “irmãos dos Passos”, todos trajados com suas opas roxas, desfilando para comparecerem à “Procissão do Encontro”, num clima de unção religiosa.
Mas a noite na praça trazia para ali personagens irreverentes. A altas horas, com o frio da madrugada, atores que haviam saído de uma jornada de ensaios no Teatro Alberto Maranhão, chegavam ao busto do padre João Maria e não resistiam: desviavam para o próprio acervo ex-votos artísticos.
PALACETE DE JOÃO FREIRE
A avenida Rio Branco possuiu um belo exemplar de arquitetura daquele tempo: era o palacete de João Freire, localizado na esquina com a rua João Pessoa, que resistiu até há bem pouco tempo, apesar de já se apresentar muito descaracterizado o belo casarão, construído com um porão alto, tinha o seu acesso valorizado por uma escadaria. Ficava o mesmo isolado do exterior, por um vistoso gradil de ferro rendilhado.
VISCONDE DE INHOMERIM
Torres Homem, nasceu no Rio de Janeiro, em 29 de Janeiro de 1812, filho de padre Apolinário, um padre negocista e briguento e da mulata Maria Patrícia, que era conhecida como Maria “Você me Mata”, neta da escrava Eva da Serra de Taubaté. Torres Homem foi retratado como um macaco em caricaturas da época, apesar ser mulato, é considerado o negro que conseguiu maior destaque durante o Império. Ele era contra a escravidão, mas escondia seu cabelo com perucas e usava pó de arroz para clarear a pele. Dava muita importância à aparência. Formou-se em Medicina, mas dedicou-se a política, escrevendo para vários jornais.
Foi homem de destaque na política e no jornalismo brasileiro. Foi, ao lado de Evaristo da Veiga, um dos principais redatores do jornal “Aurora Fluminense”, órgão do Partido Liberal, de expressiva influência no 1º período regencial.
Fundou o Jornal dos Debates no qual fez séria oposição ao Regente Feijó. Em 1840, foi o principal redator do Maiorista e em 1842, por ocasião das revoltas liberais de São Paulo e Minas, foi preso e deportado para a Europa.
No 2º quartel do século XIX, Francisco Sales Torres Homem exerceu em Paris o cargo de Secretário de Legação e Encarregado de Negócios do Brasil na França. Ingressou no curso de Direito da Universidade de Paris, recebendo o grau de bacharel em 1833.
O Visconde de Inhomerim regressou ao Brasil em 1836, e fundou o “Jornal de Debates”. Combateu os conservadores, em 1837, apoiando o Ministério da Maioridade. Em 1842, com a perda do poder pelos liberais, foi deportado para a Europa.
Em 1844, Visconde de Inhomerim volta ao Brasil e é eleito Deputado-Geral pela Província de Minas Gerais em 1844.
Defendeu a política de conciliação e combateu a monarquia. Tornou-se conservador, a partir de 1857. Foi Ministro da Fazenda, em 1858; Conselheiro de Estado, em 1866; Presidente do Banco do Brasil e Senador pelo Rio Grande do Norte, em 1870.
Em 1873 decidiu voltar para Europa e na sua volta ao Brasil foi marcada pelo seu famoso discurso no Senado em defesa do projeto que declarava livres, todos os escravos nascidos no Brasil, projeto esse que foi convertido na Lei do Ventre Livre, em 28 de setembro de 1871.
Visconde de Inhomerim pertenceu a várias Associações Científicas, foi Conselheiro de Estado, membro do Instituto Histórico Brasileiro e membro do Instituto de França. Faleceu aos 65 anos de idade na cidade de Paris em 3 de junho de 1876.
CORONEL PEDRO SOARES
A rua Visconde de lnhomerim conservou o topônimo até princípios do século XX, quando foi convertida em rua Coronel Pedro Soares. Este nasceu no Açu, aos 29 de agosto de 1855. Figura de destaque na política norte-rio-grandense, sempre fiel ao Partido Conservador. Iniciou sua carreira política em 1882, elegendo-se deputado provincial. No período republicano, foi por sete vezes deputado, sempre reelegendo-se vice-presidente do Congresso Legislativo. Inspetor do Tesouro Estadual, de 1902 a 1925.
Abolicionista, estudioso da História, Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, durante 10 anos. O historiador Luís Câmara Cascudo, assim o descreveu: “Magro, ágil, o jaquetão escuro bem abotoado, a calça de casimira de cor, o chapéu do chile impecável, a gravata preta borboleta, no colarinho reduzido, a voz clara, meio irônica’’.
O coronel Pedro Soares distinguiu-se como funcionário burocrata exemplar, profundo conhecedor da legislação fiscal. Foi um homem simples, respeitado por todos, tenaz e incorruptível. Aposentou-se aos 70 anos, como Inspetor do Tesouro Estadual. Faleceu dois anos depois, aos 11 de abril de 1927, em Natal.
Poucos anos depois, a rua Coronel Pedro Soares recebeu a denominação de João Pessoa, homenagem prestada ao político paraibano, morto a tiros em 1930, por João Duarte Dantas, inimigo pessoal.
JOÃO PESSOA
João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque nasceu em 1878, no município paraibano de Umbuzeiro. Em 1903 bacharelou-se pela Faculdade de Direito do Recife. Em 1920, no governo do seu tio, Epitácio Pessoa, foi Ministro do Superior Tribunal Militar. Em 1928, eleito Presidente do Estado da Paraíba.
No ano seguinte, candidatou-se à Vice-Presidência da República, na chapa de Getúlio Vargas. Passou então a enfrentar sérios problemas políticos em seu Estado, culminados com o seu assassinato no Recife, o que representou o estopim da Revolução de 1930, com a deposição do Presidente Washington Luís e a elevação de Getúlio Vargas ao Poder.
Atualmente a rua João Pessoa, que já foi o ponto de convergência da cultura natalense, não guarda mais a feição de outrora. Transformaram o casario colonial, substituíram o prédio do Teatro Santa Cruz e o parque que lhe ficava ao lado, outrora cercado por um belo gradil de ferro.
NO SÉCULO XIX
Natal, capital da província era o principal centro urbano, espalhada em torno da atual Praça André de Albuquerque – a chamada Cidade Alta. Nela se situavam, além da Igreja Matriz, as outras únicas quatro construções importantes da cidade, que abrigavam o Senado da Câmara de Natal, o Palácio do Governo, a Fazenda Pública e o Quartel Militar. Algumas casas se espalharam pelas atuais Ruas Santo Antônio, Princesa Isabel, Vigário Bartolomeu, João Pessoa e Conceição. Desta última rua partia a ligação da Cidade Alta com a Ribeira, ou Cidade Baixa, onde, desde a primeira década do século XIX, já havia aproximadamente 300 moradores, dentre eles os comerciantes que faziam os negócios de importação e exportação de mercadorias da província, em seus armazéns situados na Rua da Alfândega, atual Rua Chile (MONTEIRO, 2000, p. 122).
Em 1868 era publicado o ATLAS DO IMPÉRIO DO BRASIL, de autoria de Cândido Mendes de Almeida, no qual consta um mapa relativo à então província do Rio Grande do Norte. Encartadas no mesmo mapa, figuram uma planta de Natal e uma topografia do porto1. Pesquisas procedidas nos levaram a determinar o ano de elaboração do mapa: 1864, quando a província era presidida pelo Dr. Olinto José Meira.
O mapa de 1864 também focaliza os prédios públicos, em número de onze: o Palácio do Governo, na Rua da Conceição, demolido em 1914 para ceder espaço à atual Praça Sete de Setembro; 2 – a Assembléia Provincial, que ocupava o 1º andar de um edifício (demolido em 1865), também na Rua da Conceição, no ponto hoje ocupado pelo Palácio Potengi; 3 – a Câmara Municipal, cujo prédio foi derrubado em 1911, localizada no terreno hoje correspondente à casa nº 604 da Praça André de Albuquerque; 4 – a Tesouraria da Fazenda, cujo edifício foi demolido em 1875. Ficava no local onde hoje existe o Memorial Câmara Cascudo; 5 – a Tesouraria Provincial, ocupando o andar térreo do edifício da então Assembléia Legislativa; 6 – a Alfândega, na atual Rua Chile, no local onde se encontra a Capitania dos Portos; 7 – o Atheneu, no mesmo ponto onde hoje existe a Secretaria Municipal de Finanças, na Avenida Junqueira Aires; 8 – o Quartel de Linha, demolido para construção do Colégio Winston Churchill, na atual Avenida Rio Branco; 9 – o Quartel do Corpo Policial, no mesmo terreno onde funcionou o Banco Nacional, na esquina da Rio Branco com a Rua João Pessoa; 10 – o Hospital Militar, onde hoje fica a Casa do Estudante, na antiga Rua Presidente Passos, atualmente Praça Cel. Lins Caldas; 11 – a Cadeia, que ocupava o andar térreo da então Câmara Municipal.
A Rua João Pessoa de hoje, que tinha um curto percurso: da atual Rio Branco à Praça da Alegria.
TEATRO SANTA CRUZ
No trecho primitivo da rua foi edificado um prédio, que se tornou um motivo de orgulho para Natal: o Teatro Santa Cruz. O comerciante João Crisóstomo de Oliveira, que sonhava edificar aquela casa de espetáculos, conseguiu autorização para o início das obras, através da Lei nº 678, de 6 de agosto de 1873. O prédio foi inaugurado em 1880, logo entrando em funcionamento, apresentando as maiores demonstrações artísticas da época.
O Teatro Santa Cruz também foi palco de grandes acontecimentos políticos, nos anos de euforia que antecederam a Proclamação da República. O movimento abolicionista instalou no Teatro, a Sociedade Libertadora Natalense. Ali também funcionou o Clube Republicano 15 de novembro.
O prédio não resistiu ao rigoroso inverno de 1894. No dia 17 de abril daquele ano, o teto desabou. O tradicional teatro não foi mais recuperado. No terreno foi construída uma luxuosa residência, depois convertida na Escola de Comércio. No mesmo local funcionou o Cinema Nordeste. Atualmente, abriga uma loja de departamento.
MERCADO PÚBLICO
A primeira pedra de edificação do Mercado Público foi colocada na Cidade Alta, ao lado do Quartel da Tropa de Linha, no dia 07 de junho de 1860 demorando trinta e dois anos, para ser construída, finalmente, a 07 de fevereiro de 1892, com a Junta Governativa, composta pelos Doutores Manuel do Nascimento Castro e Silva e Joaquim Ferreira Chaves Filho. Após nove anos, o Mercado encontrava-se em péssimas condições de instalações. O governador Alberto Maranhão em parceria com a Intendência Municipal tendo à frente, Joaquim Manuel Teixeira, reforma ou reconstitui o prédio, sendo sua nova inauguração em 24 de novembro de 1901, Foi novamente demolido. Media até então dezesseis por dezesseis metros de área, sendo o maior e mais adequado da cidade (CASCUDO, Luis da Câmara. História da Cidade do Natal, p. 40).
Anteriormente, a função de mercado público era exercida por casas alugadas na Cidade Alta e Ribeira. Existia também uma outra de comercialização dos produtos agrícolas e víveres dos quais a população urbana necessitava era as chamadas; “quitandas”. Funcionava nos espaços urbanos improvisados para esta função. Notória era a que existia no cruzamento das atuais ruas João Pessoa e Avenida Rio Branco.
BONDES
O serviço é inaugurado no dia 07 de setembro de 1908, pelo governador Alberto Maranhão, e é comemorado pelos periódicos em circulação à época como um importante melhoramento, imprescindível ao desenvolvimento da cidade. Essa primeira linha percorria um trajeto entre a Ribeira e a Cidade Alta: partia de frente da estação da Great Western, na Praça Augusto Severo, e subia a Avenida Junqueira Aires até a Praça André de Albuquerque. O trajeto logo seria prolongado até a Cidade Nova, no final de 1908, passando pelas atuais avenidas João Pessoa e Jundiaí, se estendendo à Avenida Hermes da Fonseca, onde se localizava a então residência do ex-governador Pedro Velho Albuquerque Maranhão, o sítio “Solidão”.
A reportagem publicada em “A República” (LUZ…, 1937, p. 02). afirma que o então crescimento dos bairros de Petrópolis e Tirol, que recebiam a cada dia novas edificações, não condizia com o deficitário atendimento pelas linhas de bonde que serviam essas zonas da cidade. A falta de um cruzamento das linhas na Avenida João Pessoa – artéria de grande movimento – estaria dificultando, segundo o artigo, a distribuição dos fluxos da linha vindo da Ribeira em direção ao Tirol e a Petrópolis.
A crônica transcrita abaixo ilustra a situação do cidadão dependente do transporte e residente nesse bairro da capital.
Quatorze horas. No “ponto” da Avenida Rio Branco espero um bonde do Tyrol. O calor não me dá animo para desistir do costumeiro exercício de paciência. Soffrem assim os que residem ou têm negócios na grande zona urbana que se extende além da rua João Pessoa. Espero, contando os minutos, ao menos para me distrahir. Olho os “preparativos” de um futuro cruzamento para “melhorar” o trafego em favor dos petropolitanos, e tyrolenses. “Chaves” carcomidas de outras linhas que foram substituídas ahi pelos domínios das Emprezas Electricas Brasileiras. Aqui, só mesmo
ferro velho e promessas… (EMQUANTO…, 1937, p. 02).
IGREJA PRESBITERIANA INDEPENDENTE
A igreja Presbiteriana Independente foi instalada em 1911. Seu prédio próprio, na Rua João Pessoa, foi inaugurado no dia 23/03/1926 (MELO, 1976).
PRAÇA KENNEDY
No seu largo foi construída a praça Kennedy, homenagem prestada ao Presidente John Fitzgerald Kennedy.
Aquele ex-presidente americano nasceu a 29 de maio de 1917, no Brooklin, subúrbio de Boston, Estado de Massachussetts, EUA. Foi o segundo filho do casal Joseph Patrick Kennedy e Rose Fitzgerald Kennedy. Graduou-se em 1940 pela Universidade de Harvard. Serviu à marinha americana, no período de 1940 a 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, tendo sido ferido em combate e condecorado pelo seu heroísmo.
Kennedy iniciou sua carreira política em 1946, elegendo-se para a Câmara dos Deputados, mandato que exerceu por mais duas legislaturas (1948-1950).
Em 1952 venceu as eleições para o Senado. Casou-se em 1953, com Jacqueline Lee Bouvier. Nas eleições presidenciais de 1960, derrotou o candidato republicano Richard M. Nixon. Assumiu a presidência do Estados Unidos, em 20 de janeiro de 1961. Enfrentou grandes problemas internos, como desemprego, tensões raciais e o lento desenvolvimento da economia americana. Kennedy pretendia concorrer à reeleição presidencial, mas antes de concluir o seu primeiro mandato, foi morto a tiros, em Dallas Texas, no dia 22 de novembro de 1963.
A insegurança no bairro pode ser também compreendida pela presença de espaços em estado de abandono, algumas praças, por exemplo. No Grande Ponto, algumas praças estavam em estado de abandono, dentre elas a Praça Kennedy, localizada na esquina da Rua João Pessoa e a Avenida Rio Branco. O texto informa que não causará espanto se os turistas que visitam a cidade indagarem se aquele espaço trata-se de uma praça.
NO LEVANTE COMUNISTA
Vinte e quatro anos antes de Cuba foi instalado em Natal o primeiro regime comunista da América. Independentemente das controvérsias, o fato é que o Levante foi executado pela Aliança Nacional Libertadora (ANL), inspirada na trilogia “Terra, Pão e Liberdade”, com a liderança do seu presidente de honra Luís Carlos Prestes – o “Cavaleiro da Esperança”. Atuava em contraposição ao Movimento Integralista, de característica fascista, e seu objetivo era derrubar o Presidente Getúlio Vargas e instalar um governo socialista no Brasil.
A chamada Intentona Comunista eclodiu em Natal um pouco antes do planejado nacionalmente. Contribuiu para isso, além da desorganização do Movimento em nível nacional, o clima político extremamente radicalizado no estado, com destaque para o fato do governador haver demitido, de forma discriminatória, 300 componentes da Guarda Civil, anteriormente criada por Café Filho.
Em 1935 Natal tinha 40.000 habitantes, o movimento comercial ainda era concentrado na Ribeira e na Cidade Alta. Havia um considerável movimento portuário devido exportação para a Europa de sal e algodão, voos regulares já eram realizados por hidroaviões da Panair.
Nas esquinas da Avenida Rio Branco com as Ruas: Juvino Barreto, Ulisses Caldas e João Pessoa havia grupos de revolucionários com metralhadoras fixadas em tripés e que na passagem por esses pontos o sargento falava alguma coisa em código (espécie de senha) que possibilitava a liberação para
a passagem.
Tropas da Paraíba e do Ceará marcharam contra Natal e destruíram o sonho revolucionário. De acordo com a escritora Flávia de Sá Pedreira, os principais líderes presos sofreram humilhações, 1.039 pessoas foram indiciadas em processos no RN, sendo 695 residentes em Natal. 154 pessoas foram condenadas à prisão, onde conviveram com presos comuns.
FESTEJOS DA INDEPENDÊNCIA DO RN
Para que se possa avaliar a evidência que tinham naquela época as atividades de canto em conjunto, destaque-se que, no dia 11 – data do centenário –, realizou-se às 16h grande concentração escolar no cruzamento da Avenida Rio Branco e Rua João Pessoa, quando foi ouvido um discurso do professor da Escola Normal, Francisco Ivo Filho. Em seguida, um orfeão composto de cerca de três mil estudantes (esse número certamente exagerado foi publicado em A República, dias 10 e 11 de julho de 1936) cantou o “Hino da Independência”, “Hino à Bandeira”, “Hino da Mocidade Acadêmica” (de Carlos Gomes) e o “Hino Nacional”, acompanhados pela banda de música da Força Policial do Estado.
A regência esteve a cargo do cônego Amâncio Ramalho (Padre Amâncio Ramalho – Itaporanga, Paraíba, 15/03/1886-Parelhas, RN, 23/10/1964 – Musicista, regente, compositor), diretor do Departamento de Educação. No Instituto de Música prestava-se, também, significativa homenagem: inaugurou-se um retrato de Carlos Gomes em uma de suas dependências.
O GRANDE PONTO
A rua João Pessoa, em Natal, foi o maior e mais movimentado ponto de encontro da Cidade. Recebeu dos seus frequentadores, a merecida e carinhosa denominação de “O Grande Ponto”. Ali discutia-se política, esportes e ficava-se em dia com as “fofocas” da Cidade. O Grande Ponto roubou a fama, outrora pertencente ao Cantão das Gameleiras, que existia na então praça da Alegria (hoje Padre João Maria).
Francisco das Chagas Andrade, dono da a primeira empresa de ônibus da cidade, os quais eram chamados de “Sopas”, percebendo o crescimento comercial e estratégico da Cidade Alta, montou um prédio comercial que denominou “Grande Ponto” na esquina da Rua João Pessoa com a Rio Branco (n. 643), esse empreendimento viria a marcar uma referência para a cidade e é a origem da denominação à área central da cidade. Francisco ganhou o apelido “Andrade do Grande Ponto”.
De acordo com os textos de memória da década de 1980, o Grande Ponto não era todo o bairro, mas trecho ou zona que compreendia suas principais ruas e avenidas tais como a Avenida Rio Branco, a Rua João Pessoa, Rua Princesa Isabel, incluindo também a Avenida Deodoro da Fonseca no mesmo bairro. Alguns textos tentam estabelecer uma origem para a zona, Grande Ponto teria sido nome de um café que se manteve aberto das décadas de 1920 a 1950, estava localizado na esquina da Rua João Pessoa com a Avenida Rio Branco.
Nos anos de 1920 e 30, existia o Café Grande Ponto, na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua João Pessoa, estabelecimento bastante frequentado pelos natalenses. Tratava-se de uma mercearia, propriedade de Custódio de Almeida, que possuía um serviço de bar e duas mesas de bilhar. Cascudo afirmava que seu grupo de boemia raramente comparecia ao Grande Ponto, preferindo o Café Magestic. Para o escritor, o Grande Ponto era um lugar de passagem. Ele raramente comparecia ao lugar, e quando isso ocorria, sentava em uma mesa para beber, enquanto assistia a um jogo de bilhar.
De acordo com Luís da Câmara Cascudo, o café ou mercearia Grande Ponto tinha duas portas abertas para a Avenida Rio Branco e três para a Pedro Soares, que passou a chamar-se João Pessoa. “Grande Ponto foi denominação daquela esquina e aquela esquina se tornou imóvel e catalisadora nas memórias”. (CASCUDO, 1981:9-11).
Através dos jornais de diferentes épocas podemos perceber um movimento também em ralação a nomenclatura Grande Ponto, a força simbólica do termo pode já ser percebida pela tentativa de registro de uma praça com o mesmo nome na Rua João Pessoa.
Os cinemas, as confeitarias, as sorveterias, os cafés e os bares mais badalados estavam no Grande Ponto. Manoel Procópio de Moura Júnior definiu o Grande Ponto como ―[…] uma parte no centro da cidade, localizada na Rua João Pessoa, precisamente entre a Av. Rio Branco e a Rua Princesa Isabel‖ (MOURA JÚNIOR, 2002, p. 55).
O Grande Ponto foi, durante a década de 1950, a mais destacada área de sociabilidade natalense. O crescimento do comércio na Cidade Alta atraía a população que caminhava pelas calçadas dos estabelecimentos, provocando um intenso movimento de pessoas pelos principais logradouros do bairro, a Rua João Pessoa, a Avenida Rio Branco e a Rua Princesa Isabel. Uma variedade de confeitarias, cafés e bares fazia parte do cenário do Grande Ponto, a exemplo da Confeitaria Helvetica, do Bar e Confeitaria Cisne, do Granada Bar e Confeitaria, do Bar e Café Expresso, do Restaurante Prato de Ouro, do Bar Dia e Noite e do posto de degustação do Café São Luís.
A sede do IAP (Indicador da Agência Pernambucana) ficava na Avenida Tavares de Lira, no bairro da Ribeira. Tratou-se, inicialmente, de uma estratégia de divulgação despretensiosa da Livraria Agência Pernambucana. O sistema de altofalante teve os fios estendidos a partir da Ribeira até o Café Grande Ponto – situado na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua João Pessoa – apenas com o intuito de divulgar as novidades do empreendimento e atrair novos clientes, moradores dos bairros centrais. Porém, com o início da Segunda Guerra Mundial, a iniciativa foi apropriada e as intenções originais foram desvirtuadas, e o IAP passou a retransmitir os noticiários dos rádios que tratavam da guerra. Todos os dias às 19 horas havia uma programação musical e às 21 horas era retransmitido o noticiário em português da BBC de Londres.
No velho prédio então existente na esquina da Avenida Rio Branco com a João Pessoa, onde funcionava o café “Grande Ponto”, […], que transmitia às vinte e uma horas o noticiário da BBC […]. O centro da cidade, naquela hora, modificava-se por completo. O tráfego ficava interrompido pela multidão que se postava no meio da rua e nas esquinas confrontantes, pois ali todos se reuniam ansiosos por ouvir o noticiário (AGUIAR, José Nazareno Moreira de. Op. Cit, 1991, p.17-18).
As sirenes alarmavam nos treinamentos, os holofotes instalados na esquina da Avenida Deodoro com João Pessoa eram ligados e cruzavam o céu, cortando o escuro da noite, todas as casas fechavam rápido suas janelas. As poucas luzes que haviam eram apagadas e as pessoas em trânsito se deslocavam para posições de melhor proteção.
O Grande Ponto era também o local dos encontros amorosos, da exibição de vestidos novos, e o quartel general dos boatos, em Natal. Ainda hoje o calçadão da João Pessoa é um local de concentração de artistas, passeatas e comícios políticos. Nas suas proximidades, existiu o Café São Luís, que reunia os antigos frequentadores do Grande Ponto.
RUA JOÃO PESSOA NOS ANOS 50
Primeiro bairro de Natal e bairro central da cidade, o bairro da Cidade Alta era espaço que condensava essas transformações vivenciadas nas décadas de 1950 e 1960 em suas principais ruas e avenidas como a Avenida Princesa Isabel, Rio Branco, Deodoro e as ruas João Pessoa e Ulisses Caldas.
Era no bairro que se localizava o Natal Club, na Rua João Pessoa, n. 124 (A REPÚBLICA, 15.06.1950: 3), e os demais cinemas da cidade como o Cinema Rex, na Avenida Rio Branco, e, o Cine Rio Grande, na Avenida Deodoro (A REPÚBLICA, 08.06.1950: 2).
Incluído entre os demais serviços que eram fornecidos no bairro da Cidade Alta, podemos abarcar também a área da saúde, era lá que os sujeitos iam à busca de atendimento médico para as mais diversas especialidades, era lá também o espaço predileto para os médicos e dentistas que buscavam montar consultório. A exemplo do Dr. João Tinôco Filho, especialista em partos e doenças de senhoras, com consultório na Rua João Pessoa, 163 (A REPÚBLICA, 22.06.1950: 2), o Dr. Wilson Ramalho que atendia na Clínica de crianças localizado na Praça Padre João Maria, n. 56, primeiro andar, a praça está localizada na Rua João Pessoa (TRIBUNA DO NORTE, 19.10.1951: 4) e o Odilon de Amorim Garcia afirmou ter fixado, na década de 1950, o seu consultório odontológico no Edifício Rian, na Rua João Pessoa.
O trecho era tão importante para a política que “o candidato político que não fizesse um comício na Calçada do Café São Luiz ele estava fadado a não querer nem a campanha […] que não fizesse um comício na João Pessoa, ele não queria ganhar a campanha.” (SILVA, 12.02.2010).
Enquanto núcleo de atividade da cidade era comum além dos serviços, as ocorrências policiais como roubos, assaltos e assassinatos. Em junho de 1950, o jornal A República noticiou um bárbaro assassinato na Rua João Pessoa, a vítima de nome Antônio Campos teria por sido morta por pancadas de um cano de ferro na região frontal. O corpo foi encontrado pela manhã em frente à residência de sua ex-esposa que declarou que vinha sendo ameaçada pela vítima. Após os interrogatórios assumiu a autoria o Sr. Salviano Ferreira que também era ameaçado por Antônio Campos (A REPÚBLICA, 09.05.1950: 6).
As críticas à concepção de “habitações esteticamente inadequadas ao progresso da cidade”, perduravam nesse período. Ainda eram recorrentes as publicações que abordavam esta temática e que requeriam uma atitude enérgica por parte da Prefeitura:
(…) venho (…) endereçar (…) a minha estranheza pelo fato de se estar construindo na rua João Pessoa, esquina da Princesa Isabel, um grande casarão que só poderia ser plantado numa dessas povoações do interior, (…). Não póde entrar na cabeça de ninguém que, diante do progresso de Natal, seja permitida a edificação de tão teratológico projeto. A fachada do prédio (…), é construida de um paredão lambido, com umas portas baixas, desengonçada, sem ao menos uma marquise para disfarçar o horror. E (…) com agravente de estar sendo construido por um engenheiro da prefeitura …(…). (A. Z…, 08/02/1952, p.04).
(…) tivemos oportunidade de clamor contra o mostrengo que está sendo construido na Avenida Rio Branco, perto do Grande Ponto. Trata-se de uma casa feia, de um so pavimento, (…), flagrante infração á lei, que obriga, naquela bela avenida, somente construções de mais de um pavimento (…). (ATENTADO…, 15/10/1952, p.06)
TRÂNSITO
O bairro também era espaço para outros problemas como os de trânsito. De acordo com Itamar de Souza, até meados dos anos 1950 os bondes ainda circulavam pelas vias da cidade, porém em 1946 a Prefeitura de Natal já havia regulamentado o tráfego de ônibus na cidade, todas as linhas iniciavam na interseção da Avenida Rio Branco com a João Pessoa. Em relação aos automóveis, os quais chegaram à cidade já no início do século XX. Após a década de 1920, o controle era feito pela Inspetoria de Trânsito, vinculada a Delegacia Especial da Secretaria de Segurança. Apenas em 1959
no governo Dinarte Mariz foi instituído o DETRAN (Departamento Estadual de Trânsito), com sede no Alecrim permanecendo no bairro até a década de 1980 (SOUZA, 2008: 72-76). O texto relata ainda a incidência de acidentes e batidas na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua João Pessoa, pois depois da meia-noite os motoristas dirigiam, muitas vezes, bêbados (TRIBUNA DO NORTE, 04.10.1951: 2).
Observou-se que o Jornal A República passou a noticiar o fluxo dos automóveis, o movimento nas ruas, o aumento da velocidade, assim como os sucessivos desastres automobilísticos, que ocorriam quase todos os dias com graves consequências.
Dois pontos existem na cidade, em que tal abuso de permanência nas ruas se vem notando e fazendo sentir com maior frequência e que exigem, por isso mesmo, uma melhor educação e um maior cuidado com a própria segurança individual. No cruzamento da Avenida Rio Branco com a rua João Pessoa e, ultimamente, no bairro do Alecrim, no cruzamento da Avenida Amaro Barreto com a rua Presidente Bandeira (VEÍCULOS e pedestres. A República. Natal, 18 jan. 1944).
No final dos anos 50 a Avenida Rio Branco tinha trânsito nos dois sentidos e lá circulavam as lotações da linha Rocas-Quintas. Já na Rua João Pessoa, em frente ao Caldo de Cana de seu Pedro Costa, tinha a parada dos ônibus “Circular”. Esses ônibus tinham dois trajetos inversos: iniciando via Praça Pedro Velho ou via Rua Maxaranguape.
No início da década de 1980 um projeto da Prefeitura acirrou os ânimos entre lojistas, camelôs e a população, o projeto compreendia a construção de um calçadão que seria instalado na Rua João Pessoa até a Rua Felipe Camarão, incorporando também a Praça Kennedy. A Rua Princesa Isabel compreenderia o trecho dos cruzamentos com a Rua Ulisses Caldas até a Rua General Osório.
CAFÉ SÃO LUIZ
Em 1937, Luiz Eugênio Ferreira Veiga fundou uma indústria de torrefação e moagem de café denominada Torrefação Modelo, estabelecida na Avenida Rio Branco, nº. 579, no bairro de Cidade Alta. No dia 03 de fevereiro de 1953, a firma Luiz Veiga e Cia. Ltda. abriu um posto de degustação de seu produto, designado Café São Luiz, na esquina da Rua Princesa Isabel com a Rua João Pessoa. A casa transformou-se em ponto de encontro, um espaço apropriado por grupos de indivíduos que a utilizavam assiduamente para conversar a respeito de assuntos políticos e do cotidiano.
Na década de 1950, o bairro da Cidade Alta era localização mais procurada para o estabelecimento de qualquer ponto comercial. Os principais bares, confeitarias e cafés estavam localizados na região. Levando em consideração esses parâmetros podemos compreender a escolha pelo local de instalação do Café São Luiz, uma das principais esquinas, entre a Rua João Pessoa e a Rua Princesa Isabel, em meio ao Grande Ponto.
A presença no Café São Luiz foi tornando-se assídua por estar localizado no trajeto que fazia em direção ao Cinema Rio Grande, na Avenida Deodoro, remontando aos tempos de sua fundação na esquina da Rua Princesa Isabel com a Rua João Pessoa. Também relatou que antigamente ia-se ao São Luiz para “discutir poesia, futebol, literatura e política” o autor destacou que uma atividade praticada no lugar é o jogo de ”porrinha”, ou seja, um jogo com palitos que anima o Café São Luiz.
NATAL-CLUB
Localizado na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Visconde de Inhomirim (atual Rua João Pessoa), a sociabilidade dentro do clube ia aquém da promoção de bailes dançantes na cidade do Natal. O Natal-Club constituiu-se como um importante ambiente que colaborou para a dinamização da vida literária no espaço urbano. Na edificação localizada na Avenida Rio Branco, os literatos potiguares reuniram-se, conversavam e promoveram literatura.
CINEMA NORDESTE
O cinema foi inaugurado em 1958 de acordo com Souza. A Sorveteria Oásis que funcionava como anexo do Cinema Nordeste (SOUZA, 2008: 181-182).
Os mais novos lembram pelas exibições de filmes pornôs e os mais antigos reconhecem que assistiram grandes clássicos nas duas salas existentes. Era um dos poucos que tinha ar-condicionado e cadeiras confortáveis. O prédio também foi espaço para a sede da Rádio Nordeste em Natal.
Após o período de decadência e exibindo filmes pornôs, o cinema fechou. Em 2008, a loja Leader está em seu lugar. A fachada e paredes externas foram tombadas como patrimônio cultural pelo Governo do estado em 26 de junho de 2008.
A empresa, além de preservar o prédio, se comprometeu a revitalizar a Praça Kennedy e o Beco da Lama, nas proximidades.
O BAR E CONFEITARIA CISNE
Em 1951, a firma Miranda & Irmãos Ltda., organizada pelos irmãos Múcio Miranda, Aldemar Miranda e Rossini Miranda, registrou, na Junta Comercial do estado do Rio Grande do Norte, três casas comerciais: a Confeitaria Helvética (Matriz), situada na Rua João Pessoa, nº. 162, no Grande Ponto (Cidade Alta), o Bar e Confeitaria Cisne (Filial), também na Rua João Pessoa, nº. 163, e a Confeitaria Avenida, na esquina da Rua Doutor Barata com a Avenida Tavares de Lira.
O contrato de sociedade mercantil, firmado pela razão social Miranda & Irmãos, refere-se à confeitaria situada na Rua João Pessoa, nº. 163, nomeada Bar e Confeitaria Cisne, mostrando que o estabelecimento já fora criado com o intuito de comercialização de bebidas. Segundo Protásio de Melo, o Bar e Confeitaria Cisne era um ―local bonito, elegante e moderno, onde era explorado o ramo de Confeitaria na parte da frente, e, ao fundo, imenso serviço de bar […]‖. O Bar e Confeitaria Cisne foi uma confeitaria na parte dianteira e ao fundo possuía um serviço de bar no local mais reservado (SODRÉ, 2002: 110). Era um espaço composto por mesas de tampo de mármore e cadeiras de ferro (FONSECA, 2002: 125).
Ainda Protásio: ―havia de tudo na Cisne, e bebia-se de tudo. Os ricos pediam whisky estrangeiro e a população média tomava rum, conhaque, cachaça. Mas a preferência era pela cerveja (MARANHÃO, 2004, p.23.). Mais uma vez aparece a ideia de usar o espaço privado para beber. Aqueles que não queriam ser vistos, usavam o espaço do reservado. Os frequentadores do bar eram: professores, literatos, jornalistas (Luís da Câmara Cascudo e Veríssimo de Melo), médicos, bacharéis, funcionários públicos (João Medeiros Filho) e militares graduados (General Leitão). Além desses, citamos José Aguinaldo Barros, Pelusio Melo, João Machado, membros da Federação de Futebol e de outras entidades esportivas.
Também eram lugares de interação na mesma rua a Confeitaria Helvética, Café Maia, Casa Vesúvio, Acácia Bar, Confeitaria de Aracati e o Restaurante Dois irmãos (MOURA JÚNIOR, 2002: 55-56).
Odilon de Amorim Garcia afirmou ter fixado, na década de 1950, o seu consultório odontológico no Edifício Rian, na Rua João Pessoa. No térreo desse edifício funcionava a Confeitaria Cisne, onde, ao fim do expediente, o dentista reunia-se com os amigos:
O comércio da cidade fechava geralmente às 17 horas e, logo depois, começavam a se formar as diversas rodas para o bate-papo até o horário do jantar, e restabelecido por volta das 19h30 até às 21h00 horas… Passei a conviver, diariamente, com a intensa movimentação do Grande Ponto. Só trabalhava até às 17 horas, pois neste horário começavam a chegar os frequentadores assíduos, amigos e conhecidos, para as conversas e as novidades do dia… (GARCIA, O., 2002, p. 49).
Odilon de Amorim Garcia comparecia ao Bar e Confeitaria Cisne, na companhia de amigos, a exemplo do dentista Sílvio Tavares e do médico João Tinoco Filho, que também estabeleceram seu consultório no Edifício Rian.
O reservado dessa casa era frequentado por aqueles homens que saíam do trabalho e se dirigiam ao Grande Ponto, trecho compreendido entre a Rua João Pessoa, a Avenida Rio Branco e a Rua Princesa Isabel, situado no bairro da Cidade Alta. O Grande Ponto era um ponto de encontro que reunia os habitantes da capital potiguar, em busca de informações sobre a cidade, o estado e o país, obtidas por meio do noticiário da Hora do Brasil e das conversas entre amigos nos bares, confeitarias, sorveterias e nas esquinas.
Tratando de outros cafés na região, além do Café São Luiz, Pedro Grilo informou que havia “o Café Maia” na Rua João Pessoa, e em frente ao primeiro ponto de fundação do Café São Luiz, na esquina da Rua João Pessoa com a Princesa Isabel, havia o café Botijinha “café que tinha porta de “vai-vem”, que não fechava não! Era direto! A boêmia todinha se concentrava na madrugada lá entendeu?” (GRILO, 11.06.2008).
CAFÉ MAIA
Em 1946, foi inaugurada, na Rua João Pessoa, uma pequena indústria de torrefação de café denominada Café Maia, de Francisco Azevedo Maia. Aderbal de França comentou a respeito do Café Maia, no jornal A República:
Ontem pela manhã estive em mais um café da cidade. Por ora, apenas a parte industrial, da torrefação, se inaugurou. É um novo estabelecimento de Francisco Azevedo Maia, na Rua João Pessoa. Um novo posto do famoso Café Maia, com novas máquinas da fábrica paulista ―Lilla‖, fornecidas pela firma Carlos Lamas. Vi processar-se a torrefação. É admirável a limpeza dos grãos de café antes de ser torrado. Toda palha e todo sujo são automaticamente retirados. Tudo a seu tempo preciso e com os seus grãos de máximo rendimento (FRANÇA, A República, Natal, 02 out. 1946, s/p.).
A satisfação do cronista potiguar com uma indústria de torrefação de café é visível na sua crônica. O intelectual partilhava da crença de que um país, uma unidade federativa ou uma cidade apenas seriam modernos e alcançariam o progresso se fossem áreas industrializadas.
A Cia. Lilla e Máquinas, indústria e comércio, situada em Guarulhos-SP, é responsável pela produção e comércio de máquinas de torrefação do café. Em Natal, a importação e a distribuição da mercadoria aconteciam por meio da firma de Carlos Lamas. O posto de degustação do Café Maia foi criado em 1949, na Rua João Pessoa, no Bairro da Cidade Alta, uma via de circulação bastante movimentada da capital potiguar. O objetivo da criação da casa era a divulgação da mercadoria entre os natalenses.
BECO DA LAMA
A atual Rua Dr. José Ivo, popularmente conhecida como Beco da Lama, localizada no bairro da Cidade Alta, durante a sua secular existência, já mudou de nome várias vezes. Durante muitos anos, foi conhecida como Rua do Meio, por se localizar entre a Avenida Rio Branco e a Rua Gonçalves Lêdo. Com o tempo, passou a ser conhecida como Rua da Luz, pelo fato de Maria da Luz, parteira da cidade, residir na esquina daquela rua com a Rua João Pessoa. Posteriormente, em obediência ao Decreto Municipal de 13/02/1888, passou a se chamar Rua Felipe Camarão, sendo esta denominação substituída por Vaz Gondim para, finalmente, chamar-se Dr. José Ivo.
O Beco da Lama, hoje notoriamente conhecido em todos os pontos cardeais da cidade do Natal, serve como arcádia aos intelectuais, boêmios e cultuadores das artes. Palco diuturno de amizades grandes e brigas maiores, não foi, em princípio, o detentor primeiro dessa enlodada designação.
Newton Navarro também poderia ser encontrado no Beco da Lama, logradouro estreito entre as ruas João Pessoa e Ulisses Caldas, localizado nas proximidades do Grande Ponto. Como vimos, os bares do Grande Ponto, situados especialmente entre a Rua João Pessoa e a Rua Princesa Isabel, eram os espaços de sociabilidade mais procurados pela elite intelectual e política da cidade de Natal na década de 1950.
No Beco da Lama, estavam as casas comerciais simples, frequentadas por homens pobres que bebiam meladinha (mistura de cachaça com mel) e cachaça acompanhada de frutas como cajus, laranjas e abacaxis. Nos botequins do Beco da Lama, o cronista conversava com os boêmios frequentadores do lugar, escutava anedotas e versos recitados por eles.
Local de memória, este logradouro desde sua origem caracterizou-se por ser lugar de alegria e das artes, antes foi denominado de Beco Novo como informa a pesquisadora Nesi (2002, p. 46):
O Beco Novo era um animado e movimentado logradouro público de Natal. Em 1841, o primeiro teatro da cidade foi destruído por um incêndio. Tratava-se de um barracão de palha situado na atual Gonçalves Ledo. Como a Sociedade do Teatro Natalense, proprietária do barracão, não dispunha dos recursos necessários à sua recuperação, os grupos amadores de então passaram a representar em teatrinhos improvisados, instalados em algumas ruas de Natal. No Beco Novo eram freqüentes aquelas representações.
Do final do séc. XIX para a primeira metade do séc. XX, a Rua Voluntários da Pátria (à época Beco Novo), prolongava-se ligando a Praça Padre João Maria (à época Praça da Alegria) à Rua Ulisses Caldas, cortando em seu trajeto a Rua Coronel Cascudo. O trecho compreendido entre a Rua Coronel Cascudo e a Rua Ulisses Caldas, e que está registrado no Mapa da Cidade do Natal, elaborado em 1864, e publicado no Atlas do Império do Brasil, de Cândido Mendes de Almeida, passou a ser conhecido como Beco da Lama, por tratar-se, segundo Luís da Câmara Cascudo, de um trecho enlameado.
Entre os anos de 1937 e 1945, o Beco da Lama foi fechado, passando esse acesso a fazer parte dos quintais das casas localizadas às Ruas da Conceição e Vigário Bartolomeu. Existe ainda hoje, na esquina da Rua Vigário Bartolomeu com a Coronel Cascudo, uma casa violentada pela ação do tempo e pelas mãos dos homens. Esse imóvel é testemunha do meu nascimento e dos meus primeiros trinta anos.
A cidade dona do título de “noiva do sol”, conhecida por suas praias e dunas, pulsa vida no Beco da Lama, lugar ideal para quem procura entender a alma do natalense.
Com o desaparecimento do Beco da Lama original, a rua hoje denominada Dr. José Ivo, no trecho compreendido entre a Rua Ulisses Caldas e Rua João Pessoa, passou a ser a herdeira natural do apelido que pertencia outrora ao acesso da Rua Coronel Cascudo à Rua Ulisses Caldas.
Tradicional e histórico reduto da boemia e da cultura potiguar, o Beco da Lama (Rua Vaz Gondim, Cidade Alta), passou em 2019 por um processo de transformação. E os responsáveis pela nova estética serão cerca de 40 artistas do grafitti comandados pelo renomado Dicesarlove.
O projeto faz parte de uma série de ações que a Prefeitura do Natal vem promovendo no Centro. Desde os shows inéditos no Natal em Natal (em dois palcos), passando pelo projeto Choro do Caçuá (praça Padre João Maria) e a entrega da reformada Travessa Pax que abriga o Espaço Cultural K-Ximbinho, além das ações de fomento no espaço Ruy Pereira (lateral do IFRN).
KI-SHOW
Primeira Lanchonete incrementada estilo norteamericano que modificou os padrões até então existentes em Natal. Era localizada na Rua João Pessoa na Cidade Alta, ao lado do Foto Jaeci. O proprietário era Seu Maia, pai de Márcio e Marcos. O local era frequentado principalmente pelos jovens de classe média-alta. Gílson Pereira, filho do livreiro Walter Pereira era um assíduo da Ki-Show.
A lanchonete Ki-Show, além da boa qualidade dos sucos e sanduíches, era local para comentários sobre os filmes exibidos nos cinemas locais e mais um ponto de encontro e paquera dos estudantes.
CASA DA MACÃ
Não ache estranho quando alguém falar essa seguinte frase: “A catedral fica em frente à Casa da Maçã”.
Pessoas mais jovens vão questionar: “Que coisa é essa?”. Pouca gente sabe, natalense gosta do passado e muitos gostam de referir coisas com os nomes de antigos prédios e a Casa de Maçã é uma delas.
Sabe aquele conjunto de lojas, na Avenida Deodoro da Fonseca, cruzando com a Rua João Pessoa, em frente à Catedral Metropolitana? Então, lá havia uma casa enorme e funcionava um restaurante chamado “Casa da Maçã”.
O local ficava perto do Cine Rio Grande, onde atualmente funciona uma igreja evangélica.
Era um restaurante com grades vermelhas e detalhes em verde no muro, que ficava lotado na hora do almoço.
Muitos lanchavam lá após assistir um filminho no cinema, numa época que ainda não existia o Pitt’s Burg. Hoje, o local fica uma galeria com um conjunto de lojas, porém as pessoas nunca vão esquecer que lá existia um restaurante.
HELISOM
Pequena, mas excelente, loja de discos localizada no térreo do Edifício Canaçu na Rua João Pessoa. O proprietário era Hélio Segundo, o gerente era Marcão, seu filho. O local se caracterizava por uma excelente acústica e era o Point para se conhecer os melhores lançamentos em LPs, compactos e conversar sobre as novidades musicais.
LOJA DE JACI
A entrada de Jaeci na fotografia local demorou um pouco. Mesmo pertencendo a duas famílias de tradição ele foi fotógrafo lambe-lambe na Praça Pedro Velho. Com o tempo e a sua visão comercial a vida lhe deu conforto e status. A loja que teve durante muitos anos na João Pessoa era moderna e tornou-se referência de equipamentos fotográficos e a casa da Rodrigues Alves, em que vivia era um bangalô de rico. […] Ele tornou-se proprietário do que havia de melhor para se fotografar. Nos anos 70 tive alguma aproximação com Jaeci e lembro que estava sempre com a Nikon no banco do seu Landau (Francisco Lira, depoimento de 25/06/2012).
Em 1970, comprou um prédio na Rua João Pessoa, onde instalou sua loja “Ótica Cine Foto Som Jaeci” que nessa época já era referência estadual em materiais fotográficos e cinematográficos. Possuía as marcas mais competitivas e famosas do mercado, como: Perutz, Forte, Pratica, Agfa, Orwo, konica, kodak, Fujie e a Curt Filmes.
A loja do fotógrafo Jaeci, localizada na Rua João Pessoa, foi durante muitos anos a preferida da classe alta da cidade. Era ícone de beleza e de diversidade em materiais. Porém, quem não podia possuir os produtos oferecidos, podia ao menos, conhecer e educar o olhar direcionando-o as tecnologias mais modernas expostas nas vitrines. A empresa de Jaeci Galvão supria toda a cidade em relação aos materiais necessários para o processo da técnica fotográfica. Jaeci Galvão permaneceu na loja da Rua João Pessoa até o final da década de 1990.
PALECETE DA DEODORO
Palacete estilo mourisco, situado na esquina da Av. Deodoro com a Rua João Pessoa. Foi construído pelo noivo da poetisa Palmyra Wanderley, Moisés Soares de Araújo, como ninho de amor. Ele faleceu em 1922, deixando-a inconsolável. Hoje, no local, existe um prédio. Foto de Nadelson, 1971, para o livro “Natal que eu vi”, Lauro Pinto, Imprensa Universitária. A foto é utilizada no livro *Neblina na Vidraça*, escrito por Anna Maria Cascudo Barreto em homenagem à poetisa Palmyra Wanderley, Editora Global, São Paulo, 2005, no prelo.
FONTES:
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A REPÚBLICA. Quinta-feira, 22.06.1950, ano LXI, n. 142, p. 2.
A REPÚBLICA, terça-feira, 09.05.1950, ano LXI, n. 103, p. 6.
A. Z. Observação do dia. Tribuna do Norte, Natal, 08 fev.1952. n.544, p.04.
AGUIAR, José Nazareno Moreira de. Cidade em black-out: crônicas referentes à Segunda Guerra Mundial – 1939-1945. Natal: EDUFRN, 1991.
ATENTADO à estética da cidade. Tribuna do Norte, Natal,15 out.1952. n.734, p.06.
CASCUDO, Luis da Câmara. Grande Ponto. In. __. Grande Ponto: laboratório de criatividade, contos, poesias, ensaios, depoimentos, por Luís da Câmara Cascudo e outros. Natal: Ed. Universitária, 1981.
CASCUDO, Luís da Câmara, História da Cidade do Natal. 2.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.
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FRANÇA, Aderbal de.No lar e na sociedade: posto de café. A República, Natal, 02 out. 1946.
LUZ e bondes, A Republica, Natal, ano 68, 1 jun.1937.
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