Bar Bolero
O Bar Bolero foi um estabelecimento situado na Avenida Rio Branco, de frente ao Cinema Rex. Aderbal de França, na sua coluna intitulada No Lar e na Sociedade, escreveu a crônica O Bolero. No texto, o cronista afirma ser o Bar Bolero um estabelecimento ―decente, moderno, amplo e bem ajustado às conveniências sociais (FRANÇA, A República, Natal, 22 ago. 1946, s/p.), sem agitações e devaneios.
Refere-se ao lugar como agradável e requintado. O texto de Aderbal de França sugere uma referência aos bares sobreviventes da Segunda Guerra Mundial, na cidade do Natal, especialmente no bairro da Ribeira, vistos como lugares desprezíveis e pervertidos. O cronista diz que o Bolero representa uma
Mudança de uma velha e caduca expressão estrangeira […] [o bar]. Viveu algum tempo mais viveu mal e por último perdera a sensibilidade das coisas vivas. Veiu, então, alguém [Rui Araújo] para remodela-la. Foi seu próprio criador […]. [O Bolero] deixou de ser um nome americano para evocar uma linda tradição hespanhola (FRANÇA, A República, Natal, 22 ago. 1946, s/p).
Nessa passagem, o jornalista diferencia o Bolero dos estabelecimentos fundados na cidade de Natal à época da Segunda Guerra Mundial. Esses lugares referenciados são os bares e cabarés que funcionavam até altas horas da noite, situados nas ruas e travessas do bairro da Ribeira.
A Confeitaria Delícia, o Clube e Bar Carneirinho de Ouro, o Bar e Confeitaria Cisne, o Bar Natal, o Bar Bolero entre outros estabelecimentos eram espaços tolerados pela sociedade natalense. No Bar Bolero, ocorriam muitas reuniões sociais, a exemplo do jantar oferecido pelos amigos a Alberto Dantas, alto funcionário do Banco do Brasil (Cf. DANTAS, A Ordem, Natal, 27 jan. 1950, s/p). Esses espaços não eram lugares exclusivos da boemia, pois ofereciam serviços atrativos a outros grupos sociais.
A Avenida Rio Branco foi, desde os seus primórdios, capital para o desenvolvimento comercial do bairro Cidade Alta, visto que nela se instalaram as primeiras e mais diversificadas lojas de comércio e serviços, sendo considerada, conforme trecho a seguir, um “marco” na estruturação do comércio local:
Como marco da expansão comercial da Cidade Alta na década de [19]40 podemos consignar a abertura na avenida Rio Branco da Loja Brasileiras (agosto de 1940); o Cassino Natal (outubro de 1943); a Fábrica Santa Lígia, de fiação de tecelagem de estopa e fabricação de sacos, de Cavalcanti Moura & Cia (1945); a Sorveteria Rio Branco (maio de 1945), o Bar Bolero, situado em frente ao hoje inexistente Cinema Rex, de Rui Araújo (1947); e o Posto Esso, instalado pela Sandart Oil Company of Brazil (BARRETO; LIMA, 2007, p. 30, grifos nossos).
FONTES SECUNDÁRIAS:
BARRETO, Emanoel; LIMA, Auricéia Antunes de. Memória do comércio do Rio Grande do Norte. Natal: RN Econômico, 2007.
DANTAS, Alberto. A Ordem, Natal, 27 jan. 1950.
FRANÇA, Aderbal de. No lar e na sociedade: bolero. A República, Natal, 22 ago. 1946.
FRANÇA, Aderbal de. No lar e na sociedade: bolero. A República, Natal, 22 ago. 1946.
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA:
A natureza da centralidade urbana em Natal / Josélia Carvalho de Araújo. – 2017.
Cantos de bar: sociabilidades e boemia na cidade de Natal (1946-1960) /Viltany Oliveira Freitas. – 2013.
Eu acho que deve haver algum, equivoco em dizer: que a lobras funcionou na cidade alta nos nos 40, a mesma eu alcancei funcionando na Ribeira mas precisamente na Av, Tavares de Lira com o nome d
e lojas 4.400 e que pegou fogo no inicio dos anos 50, Depois disso ela foi reaberta na Av, Rio Branco.Lobrás e 4.400 eram a mesma firma.