Praça Almirante Tamandaré

Conta Itamar de Souza:

“Atendendo à solicitação feita pelo comandante da Base Naval de Natal, o prefeito Creso Bezerra, em 31 de maio de 1952, editou a Lei nº 153, cujo artigo 1º tem o seguinte conteúdo: ‘Passará a denominar-se Praça ‘Almirante Marquês de Tamandaré” a atual ‘Praça do Professor’”.

Na manhã de 11 de junho daquele ano, no aniversário da Batalha de Riachuelo, foi inaugurado pelo governador Sylvio Pedroza um busto homenageando o Marquês, com a presença de oficiais da Marinha. O Almirante Tamandaré é o patrono da Marinha Brasileira.

Contudo, como deixa claro o texto da Lei transcrito pelo historiador Itamar de Souza, no Nova História de Natal, existia uma praça lá que foi renomeada. E era uma praça muito maior. Em 1978, com a construção do Viaduto do Baldo, a praça Carlos Gomes (que ficava exatamente no Baldo) e a Praça Almirante Tamandaré foram reformuladas, ela perdeu a fonte luminosa, instalada na prefeitura de Djalma Maranhão, em 1958. Em 1986, na administração Garibaldi Filho, a prefeitura demoliu parte da praça, conectando a av. Olinto Meira a av. Deodoro da Fonseca, permitindo que se chegasse a Cidade Alta não somente pela Av. Rio Branco, deixando a praça reduzida a um triângulo entre a Olinto Meira e a Rua Cel. José Bernardo.

ANTECEDENTES

Segundo o historiador Luís da Câmara Cascudo, o antigo bairro do Alecrim era um local descampado. Antes mesmo de sua criação oficial, já nos primeiros anos do século XX, na área do Alecrim existiam pequenas chácaras, sítios e roçados de mandioca, milho e feijão com poucas casas. Era terra de caçada para os Morros. Estes alimentos ajudaram no desenvolvimento daquela parte da cidade e logo serviram de entreposto comercial com produtos que vinham do interior. Essa integração essencial fez o Alecrim transforma-se na porta de entrada daqueles que procuravam Natal.

O Alecrim foi criado na gestão do presidente da Intendência Municipal de Natal, Joaquim Manuel Teixeira de Moura, em exatos 23 de outubro de 1911. O bairro do Alecrim foi oficialmente criado, tomando para ele uma boa parte do bairro de Cidade Alta. No entanto, sua área de abrangência só foi oficialmente definida pela Lei Nº. 251, de 30 de setembro de 1947, na administração do prefeito Sylvio Pedrosa, com seus limites redefinidos pela Lei nº. 4.330, de 05 de abril de 1993, oficializada quando da sua publicação no Diário Oficial do Estado em 07 de setembro de 1994.

O bairro do Alecrim já nascia como o mais populoso da cidade, abrigando 7.132 habitantes, distribuídos em 1.462 edificações dispostas esparsamente por um vasto terreno da cidade, localizado a Oeste de Natal. O período da seca, que deixou arrasada grande parte do interior do Nordeste brasileiro, trouxe um contingente enorme de flagelados para Natal, colocando o Alecrim como o maior recebedor desta população fugida da fome.

Com o crescimento urbano e a necessidade de modernizar a cidade, segundo padrões vigentes, o local foi sendo descaracterizado. Geograficamente é uma parte baixa próximo ao centro da cidade na confluência entre os bairros do Alecrim e a Avenida Rio Branco no bairro da Cidade Alta.

As questões de embelezamento e de estética sobressaíram-se no espaço e relegaram a natureza em prol das reformas urbanas modernas. A imagem colorida por meio das técnicas possibilitadas na época impõe uma estética atraente ao local.

Até a Segunda Guerra Mundial, o Alecrim não experimentou grandes modificações, mas recebeu algumas obras importantes como a instalação de linhas de bonde no bairro, a construção do Grupo Escolar Frei Miguelinho e diversas praças, como a Gentil Ferreira, a Pedro II e a Almirante Tamandaré. Entretanto, a Guerra mudou a estrutura do bairro.

Ao fim da guerra, Natal tinha o número de habitantes praticamente dobrado e era uma cidade possuidora de novos estabelecimentos e serviços urbanos importantes. Além do crescimento populacional e da expansão da infraestrutura física, o impacto da guerra era observado nas relações sociais dos habitantes da cidade e do Alecrim, graças ao contingente populacional que veio do estrangeiro, mas também aos costumes que iriam marcar a vida do bairro. O Alecrim, então, começava a experimentar um período totalmente novo de seu crescimento.

O bairro cresceu e as pessoas cresceram juntamente com ele. Muitos indivíduos viveram sua infância no bairro e acompanharam o seu crescimento. Eles veem como esse crescimento do bairro afeta o desenvolvimento dos indivíduos que habitam nele. Crianças que cresceram num bairro que estava tornando-se mais complexo.

A Escola Adventista de Natal, que surgiu em 1965 na igreja da Praça Almirante Tamandaré, atendendo, até 1968, alunos da 1ª a 4ª série (atuais 2º ao 5º ano), em apenas uma sala, sofrendo reformas, posteriormente, e, em 2001, transferiu-se para um prédio localizado na Rua Afrânio Peixoto, Barro Vermelho.

Circo na Praça Tamandaré – Ponto de atração especialmente dos garotos e garotas. O “Orlando Off ey” e o “Th iany” (que os garotos chamavam “Tia Aninha”) proporcionaram alguns dos espetáculos que marcaram aquele local. Era comum meninos perguntarem: “Vai ao Circo de Tia Aninha?”.

No final dos anos 1960, eu, Carlos Rossiter e João David éramos os netos mais próximos dos nossos avós. Lembro que vovô nos levava a todos os circos que se apresentavam na Praça Tamandaré. Eu costumava ter longas conversas com ele, quando já enfermo, embora leigo, ele tinha especial interesse em ciência e tecnologia.

Fred Sizenando Rossiter
“No rio da Bica beberam as bocas coloniais e os holandeses imponentes. Indígenas, soldados, Capitão-Mor, o padre vigário, escravos negros, todos tiveram o humilde Tissuru, rio do Baldo, como fonte da cidade.” Luís da Câmara Cascudo.
A preocupação das autoridades municipais e sanitárias com as fontes de abastecimento, como as lagoas e, fundamentalmente, com a estagnação das águas era retomada com veemência, não mais pela exalação de gases pútridos, os miasmas, mas pelos focos, larvas, mosquitos, que encontravam ambiente propício no lodo, na lama ressecada, nas poças e olhos d’água, em todo o meio líquido que estivesse parado. Legenda: fonte pública do Baldo… e os animais dividindo o consumo com os homens Fonte: Cicco, 1920. Linhas convulsas e tortuosas retificações Transformações urbanas em Natal nos anos 1920 / George Alexandre Ferreira Dantas. São Carlos, 2003.
Lavadeiras no canal do Baldo, 1916. Foto de Bruno Bougard (o distinto cavalheiro ao centro da foto). A foto registrada nas imediações do que décadas mais tarde viria a ser a praça Almirante Tamandaré. Nesta época No Baldo, a grande “piscina pública” já não era tão limpa como no século XIX e as lavadeiras, cada vez mais, ocupavam o lugar dos banhistas. Mas ainda ocorriam encontros e serenatas ao luar. Os “cantões” eram reuniões de pessoas amigas nas calçadas de certas residências para bater papo e falar da vida alheia. As festinhas familiares eram denominadas “tertúlias”.
O local próximo ao Canal do Baldo era fornecedor de água potável às primeiras residências da capital potiguar. O local era usado pelas lavadeiras do Barro Vermelho e Cidade Alta, que lavavam as roupas das residências em suas águas até os idos de 1970. Também era possível, até aquela época, encontrar peixes e cágados em suas águas, além de animais de pequeno porte, como guaxinins e cotias nas suas matas ciliares.
O Baldo, que no século XIX era chamado de fonte do “rio de beber água”, havia passado por uma reforma completa, acabando com a grande preocupação da população sobre um utópico foco perene de “doenças miasmáticas”. De dia ainda era o ponto das lavadeiras, mas à noite se transformava em local das serestas e da boemia.
Vista da Rua Coronel José Bernardo a partir da subida da Rua Nova (Atual Avenida Rio Branco). No primeiro plano o Canal do Baldo ainda sem viaduto. Ao fundo a torre da Igreja de São Pedro no Bairro do Alecrim.

QUEM FOI ALMIRANTE TAMANDARÉ?

Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré (Rio Grande, 13 de dezembro de 1807 — Rio de Janeiro, 20 de março de 1897) foi um militar da Armada Imperial Brasileira, onde atingiu o posto de Almirante. Ao longo da sua carreira, que durou quase 60 anos, participou na Guerra da Independência do Brasil, nos conflitos internos subsequentes no Período Regencial, e mais tarde nas guerras do Prata e do Paraguai. Pelos serviços prestados à sua pátria, foi feito Marquês e, mais tarde, foi escolhido como Patrono da Marinha do Brasil. Seu nome se encontra no Livro dos Heróis da Pátria.

Voluntário desde os 15 anos, Tamandaré destacou-se desde jovem pelos seus feitos notáveis.[1] Numa ocasião salvou prisioneiros brasileiros do cativeiro argentino, tomando com eles o navio inimigo que os transportava; participou em vários combates no mar e portou-se como cavalheiro nas vitórias; realizou dois salvamentos importantes, o de tripulantes e passageiros do navio Ocean Monarch (que se incendiara) e o da nau Vasco da Gama, desarvorada numa tempestade na entrada da barra do Rio de Janeiro.

No decorrer da sua vida, o Brasil passou de Colónia de Portugal a Reino Unido, depois a Império e, em 1889, a República. Tamandaré participou em vários conflitos que poderiam ter fracionado o território nacional e muitas crises políticas, como a Guerra da Independência do Brasil, na qual perseguiu a esquadra portuguesa quase até à embocadura do Tejo, a ou Guerra da Cisplatina, na qual se destacou de tal maneira que, com apenas 19 anos, foi nomeado pela primeira vez comandante de um navio. No plano internacional, foi comandante das forças navais brasileiras na intervenção no Uruguai, onde até como diplomata serviu. Mais tarde, comandou como Almirante as forças navais da aliança durante a Guerra do Paraguai em operações na bacia do Rio da Prata em apoio às restantes forças, como na Batalha do Passo da Pátria.

Aquando da Proclamação da República do Brasil no dia 15 de novembro de 1889, Tamandaré posicionou-se do lado do Imperador Pedro II e solicitou permissão para lançar um contra-golpe, mas o imperador não permitiu. Dois meses depois, no dia 20 de janeiro de 1890, Tamandaré reformou-se com o posto de Almirante, depois de quase 60 anos ao serviço da Marinha do Brasil e da sua pátria. É hoje o patrono da Marinha do Brasil, armada que já batizou vários navios em homenagem ao seu ilustre marinheiro.

Tamandaré aos 66 anos em 1873
Conhecido(a) por “O Almirante Tamandaré”
“O Velho Marinheiro”
Nascimento 13 de dezembro de 1807
Rio Grande, Rio Grande de São Pedro, Brasil
Morte 20 de março de 1897 (89 anos)
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Progenitores Mãe: Eufrásia Joaquina de Azevedo Lima
Pai: Francisco Marques Lisboa
Cônjuge Maria Eufrásia
Serviço militar
País Império do Brasil
Anos de serviço 1823 –1890
Patente Almirante
Conflitos Independência do Brasil
Guerra da Cisplatina
Revolução Farroupilha
Guerra do Uruguai
Guerra do Paraguai

OUTRAS HOMENAGENS AO VELHO MARINHEIRO

PRAÇA ALMIRANTE MARQUÊS DE TAMANDARÉ. VIADUTO DO BALDO, 955, NATAL/RN
RUA ALMIRANTE TAMANDARÉ, LAGOA NOVA, NATAL/RN.
ESCOLA ESTADUAL ALMIRANTE TAMANDARÉ. RUA ALMIRANTE NEWTON BRAGA, EXTREMOZ/RN.

REGISTROS FOTOGRÁFICOS

Praça Almirante Tamandaré : Natal, RN. Galvão, Jaeci Emerenciano. Inscrição na foto: Prédio do Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários do Rio Grande do Norte.
Imagem anterior a década de 60 da praça Almirante Tamandaré no Alecrim. É perceptível os trilhos dos bondes que linterligavam o bairro ao centro de Natal. Ao fundo nota-se a torre da igreja de São Pedro. O prédio à direita hoje funciona o Sintro (Sindicato dos Rodoviários) que na época não havia ainda o primeiro andar. Autor desconhecido.
A foto mostra como passavam as linhas dos bondes, que hoje devem estar enterradas, esquecidas dessa cena tão bela, onde se vê o trânsito de tantas décadas atrás: bondes, ônibus, carros, carroças e, criando essa movimentação tão fascinante, os natalenses daquela época. Bela época.
Registro fotográfico do Canal do Baldo feito pelo pernambucano Luiz Grevy da Silva também registrou pessoas e lugares de Natal entre 1944 e início dos anos 1980. Deixou para posteridade o seu acervo, porém foi totalmente perdido por falta de um acondicionamento adequado. “Sobrou só as fotos da família, o resto foi todo perdido: negativos e cópias em papel. Não ficou nada!”, disse Marconi Grevy, filho do fotógrafo. Um dos trabalhos preservados está esta imagem feita a partir da Avenida Deodoro da Fonseca vemos a Rua Olinto Meira na esquerda, a Praça Almirante Marquês de Tamandaré e a direita Rua Coronel José Bernardo. Algumas casas no lado superior da praça ainda estão inacreditavelmente preservadas. testemunhos ainda erguidos das transformações da cidade ao longo dos anos.
Cartão-postal: Jaeci Galvão. O Riacho do Baldo. Década de 1950. Fonte, acervo particular: José Valério Cavalcanti. Série Ambrosiana. No primeiro plano, a novidade que é o asfalto é valorizada, visto que a capital teria somente as vias principais asfaltadas. O calçamento, a Praça Almirante Tamandaré, o embelezamento, o poste de luz elétrica, os carros atravessando a rua larga, são os sinais do progresso.
Praça almirante Tamandaré nos anos 60 concebida como parte o plano da Prefeitura de Natal de dotar com mais serviços e intra-estrutura urbana ao Alecrim, já tido naquela época como o bairro mais populoso da Cidade.
A atual Avenida Rio Branco era conhecida no século XIX, como a Rua Nova. A referida avenida corta todo bairro da Cidade Alta, no trecho compreendido entre o Baldo e a Ribeira. O topônimo Rua Nova apareceu pela primeira vez, em 12 de novembro de 1822, em um registro de concessão de terras, pelo Senado da Câmara do Natal, ao comerciante Johan Christian Voigt. O decreto municipal, de 13 de fevereiro de 1888, substituiu o antigo topônimo para Visconde do Rio Branco, homenageando o eminente estadista José Maria da Silva Paranhos, Visconde do Rio Branco. A direta a praça Tamandaré.
RUA CORONEL JOSÉ BERNARDES (Bairro Alecrim) Foto: Jaeci E. Galvão. Ao fundo o Canal do Baldo. Notem que ainda sem o viaduto que hoje domina a paisagem deste espaço urbano.
Durante a administração de Djalma Maranhão houve a construção do Ginásio Municipal em Natal/RN, no Baldo. Posteriormente foi demolido.
Praça Almirante Tamandaré. Acervo A República
Praça Almirante Tamandaré. Acervo A República
Praça Almirante Tamandaré. Acervo A República
Praça Almirante Tamandaré. Acervo A República
Inaugurado em 1978, durante a gestão do então prefeito Vauban Bezerra de Farias, o viaduto do Baldo contribuiu por muitos anos como uma via para interligar os bairros do centro com as Zonas Leste e Sul da capital. A obra, projetada pelo engenheiro Hugo Mota, colaborou para fluir o trânsito natalense e se tornou ponto de referência para as diversas movimentações sociais realizadas nas áreas próximas à sua localização. Nos antigos carnavais, era comum blocos de ruas passarem por baixo de sua imponente estrutura, subindo a ladeira da avenida Rio Branco em direção à Cidade Alta.
Foto da Praça Carlos Gomes (com a Coluna Capitolina) e ao fundo a Praça Almirante Tamandaré, antes da construção do Viaduto do Baldo (Disponível em Facebook.com/Natalcomoteamo)
Legenda: visão do Canal do Bando a partir da Olinto Meira nos anos 70 e nos das atuais. Fonte Curiozzo.
O Busto do Almirante Marquês de Tamandaré, está localizado na Praça Pedro Velho. Sua localização inicial, foi no Alecrim, na Praça inaugurada em 11 de junho de 1952 – o 11 de junho foi o dia da Batalha Naval do Riachuelo -, em sua homenagem, a Praça Almirante Marquês de Tamandaré.

BIBLIOGRAFIA:

Alecrim: Praça Almirante Tamandaré – Natal das Antigas – https://www.nataldasantigas.com.br/blog/praca-almirante-tamandare – Acesso em 16/02/2022.

CATÁLOGO DE PRAÇAS, LARGOS, ESCOLAS, GRUPOS DE ESCOTEIROS DO MAR (GEM), BUSTOS, PLACAS, MONUMENTOS NAVAIS, OBJETOS HISTÓRICOS E OUTRAS HOMENAGENS À MARINHA DO BRASIL. MARINHA DO BRASIL COMANDO DO 3° DISTRITO NAVAL CAPITANIA DOS PORTOS DO RIO GRANDE DO NORTE.

Centelhas de uma cidade turística nos cartões-postais de Jaeci Galvão (1940-1980) / Sylvana Kelly Marques da Silva. – Natal, RN, 2013.

Dos bondes ao Hippie Drive-in [recurso eletrônico]: fragmentos do cotidiano da cidade do Natal/ Carlos e Fred Sizenando Rossiter Pinheiro. – Natal, RN: EDUFRN, 2017.

Joaquim Marques Lisboa – Wikipédia, a enciclopédia livre – https://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Marques_Lisboa – Aceso em 16/02/2022.

Memória minha comunidade: Alecrim / Carmen M. O. Alveal, Raimundo P. A. Arrais, Luciano F. D. Capistrano, Gabriela F. de Siqueira, Gustavo G. de L. Silva e Thaiany S. Silva – Natal: SEMURB, 2011.

FONTE:

BEZERRA, Josué Alencar A geo-história do bairro do Alecrim. In.: Reafirmação do bairro: um estudo geohistórico do bairro do Alecrim na cidade de Natal-RN. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Programa de Pós-graduação em Geografia, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, UFRN, Natal, 2005. p. 70-126.

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