FFNA na caminhada histórica Natal na ponta do pé

Estivemos no sábado, dia 24/09, em expedição fotográfica acompanhando a caminhada histórica Natal na ponta do pé na programação da mostra Sesc de arte- cultura. As fotos a seguir compreendem está experiência que compartilho com vocês.

Adriano Medeiros, sócio fundador do Fatos e Fotos de Natal Antiga.

A SANTA CRUZ DA BICA

Todos sabem que Natal foi fundada em 25 de dezembro de 1599, por isso recebe este nome. O Marco Zero é a Praça André de Albuquerque, mas aonde era o limite final da cidade? A cruz da foto se chama Santa Cruz da Bica e era lá que marcava o fim do território que seria Natal.

De acordo com Câmara Cascudo, a demarcação inicial sumária seria a chantação de duas cruzes, marcando o sítio da futura cidade, os limites sagrados da urbs. As cruzes foram fincadas nos aclives da colina. A cruz do norte ficou onde hoje fica a Praça Pedro Velho (alguns apontam a Praça das Mães, perto da Ordem dos Advogados do Brasil).

A outra se chama Santa Cruz da Bica, porque ela ficava nas margens do Baldo, cujo nome antigamente era Rio das Bicas.

A cruz do rio do Baldo foi posteriormente transferida para uma parte mais alta ficando, com o tempo, esquecida entre as árvores de um bosque. Na segunda metade do Século XIX, os irmãos Trajano, Lopo e Claudino de Melo, foram à colina cortar madeira para construção de casa, e encontraram a cruz escondida entre as árvores. Os três irmãos, juntamente com vários conhecidos, a retiraram do local e a levaram para o espaço em que se encontra hoje. Na data de 03 de maio, alguns fiéis iniciaram um terço ao lado da cruz, mesmo sem a presença de um padre. A partir de sta iniciativa litúrgica a celebração passou a atrair muitos devotos, tornando-se uma festa popular.

Em volta da cruz que liga as ruas Gonçalves Lêdo, Voluntários da Pátria e Santo Antônio está uma praça, onde chegaram a ser realizada algumas festas religiosas. Algumas autoridades municipais tentaram preservar aquele monumento, no entanto, as intempéries do tempo acabaram por destruir aquela relíquia histórica, existindo nos dias de hoje, na pequena praça ali erigida, um cruzeiro que guarda alguns fragmentos da peça original.

No dia 17 de agosto de 2022 a Santa Cruz da Bica foi alvo de vândalos. A praça encontra-se em péssimo estado de conservação e utilizada por sem tetos como latrina. Triste descaso com o patrimônio histórico de Natal.

RUA SANTO ANTÔNIO

O primitivo Caminho do Rio de Beber Água, em Natal, foi posteriormente transformado em Rua de Santo Antônio. Os registros de doações de terras, concedidas pelo antigo Senado da Câmara do Natal, informam que os terrenos localizados ao longo daquele caminho eram muito requisitados pelos moradores da Cidade.

Tal preferência justifica-se pela proximidade geográfica da fonte de água que abastecia a Cidade. Segundo Câmara Cascudo, as primeiras casas ali construídas eram voltadas para o nascente, ocupando assim apenas um dos lados da rua.

O registro da primeira doação de terreno no Caminho do Rio de Beber Água, data de 31 de julho de 1678, cujo beneficiário foi o sargento-mor Francisco Lopes. Todavia, através da leitura da referida doação, percebe-se que o capitão Manuel de Abreu Soares já residia na referida ‘’rua que vai para o rio desta Cidade’’.

Em 15 de julho de 1763 aparece, pela primeira vez, o topônimo rua de Santo Antônio, constante da carta de doação feita ao alferes José Barbosa Gouveia. Era a Rua Nova de Santo Antônio. Pretendia o beneficiário “fazer moradas de casas, com frontaria de pedra e cal”.

IGREJA DO GALO

Tal registro indica que naquele ano já se achava em construção a Igreja de Santo Antônio. As obras de edificação do templo somente foram concluídas em 1766, data que se encontra registrada no alto da porta principal.

A Igreja de Santo Antônio, que denominou a rua, tem um destaque especial na Cidade, pela sua beleza e imponência. Trata-se do melhor exemplar da arquitetura barroca em Natal. O templo é também conhecido como a Igreja do Galo, devido à existência de um galo de bronze encimando a cúpula da torre da igreja.

O galo foi presenteado pelo capitão-mor Caetano da Silva Sanches, devoto de Santo Antônio, e que governou a Capitania no período de agosto de 1791 a março de 1800.

Atualmente a referida igreja abriga, na sua galeria lateral esquerda, o Museu de Arte Sacra de Natal, constituído por um rico acervo de peças sacras, datadas dos últimos quatro séculos

IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO

Igreja Matriz Nossa Senhora da Apresentação em meados do século XX. Localizada na Praça André de Albuquerque, foi a 1a. Igreja de Natal tendo sua construção iniciada por ocasião da fundação da cidade (1599). Constituída inicialmente apenas da capela mor, passou por sucessivas ampliações, sendo concluída em 1862, quando da edificação da sua torre. A partir do final do século XIX sofreu modificações e acréscimos na sua arquitetura original, adquirindo feições neoclássicas vistas na foto. Em 1995, passou por uma cuidadosa restauração que lhe devolveu as características coloniais de origem.

MEMORIAL CÂMARA CASCUDO

O Memorial Câmara Cascudo é um ponto turístico da cidade de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte. Fica localizado próximo à antiga catedral.

Visa homenagear o maior historiador e folclorista do estado do Rio Grande do Norte e um dos maiores do país. E esse monumento foi a melhor forma encontrada para homenagear Câmara Cascudo e de fazer as pessoas conhecerem mais sobre esse grande artista do Rio Grande do Norte. Foi instalado em 10 de fevereiro de 1987 num prédio que data do século XVIII erguida para servir de sede ao Real Erário e posteriormente a Tesouraria da Fazenda, localizado na Praça André de Albuquerque na cidade de Natal no Rio Grande do Norte.

De sua construção até 1955, o edifício foi sede da Delegacia Fiscal, órgão do Ministério da Fazenda. Entre 1955 e 1982, o prédio abrigou o Quartel General do Exército e em sequência o recente Memorial. A partir de 10 de fevereiro de 1987 se transformou no Memorial Câmara Cascudo (por iniciativa do jornalista Paulo Macedo).

MONUMENTO AOS MÁRTIRES

O Monumento aos Mártires de 1817, como foi denominado, era uma construção que procurava fazer lembrar, a partir do nome do herói André de Albuquerque, todos os pioneiros da luta republicana no território potiguar. Na coluna de granito de quatro faces foram gravadas, em medalhão de bronze de 88×65 centímetros, inscrições em latim em reverência aos heróis de 1817, bem como o escudo do estado e as bandeiras do movimento e da República. Numa das faces da coluna estava inscrita a data de 17 de dezembro de 1597, quando aportou na região, ainda dominada por franceses, a expedição portuguesa que ocupou a área definitivamente. As referências às duas datas procuravam estabelecer um elo entre os dois momentos históricos da cidade e do estado, identificando o regime republicano como legítimo continuador da história estadual.

Localizada na Praça André de Albuquerque marco zero da cidade, este monumento foi erguido em homenagem aos potiguares, Padre Miguelinho e André de Albuquerque, que tiveram destacada participação na chamada Revolução Pernambucana de 1817.

A coluna dos Mártires foi entregue a população de Natal em 12 de junho de 1917. Passados pouco mais de cem anos de sua inauguração, o monumento encontra-se em péssimo estado de conservação. Seus adornos foram subtraídos e sua estrutura pichada.

PRAÇA ANDRÉ DE ALBUQUERQUE

Localizada no bairro Cidade Alta, caracteriza-se por ser o ponto central da cidade. Esta no corredor cultural, tem na sua vizinhança várias edificações de grande valor histórico. Berço da cidade, foi Rua Grande e Praça da Matriz. Com sua planta retangular, abriga além de passeios e árvores centenários, um coreto que relembra os tempos de outrora. Na década de 1960 funcionava na praça a “Galeria do Povo”, espaço aberto, destinado a divulgação de novos artistas plásticos, democratizando o acesso de todos a cultura. Logo após o golpe militar de 1964, a Galeria do Povo foi fachada.

Homenagem a André de Albuquerque, líder do movimento de 1817 no Rio Grande do Norte, membro da elite colonial. André de Albuquerque é um herói ritual de nossa história, fazendeiro rico dono de Cunhaú, faustoso, senhor de centos escravos. Contra o poder colonial português participou do movimento de 1817, na defesa da independência de Capitanias do Nordeste. Nosso herói morreu no calabouço da Fortaleza dos Reis Magos, ferido por espada no dia 25 de abril de 1817, não resistiu aos ferimentos faleceu no dia 26 de abril de 1817.

A praça foi recentemente reformada, mas a impressão que passa ao olhar mais atento é que não houve obras recentes. Lixo, mato e mendigos tomam conta o espaço. Um desleixo total sobre seus monumentos e sobretudo a memória de nossa cidade.

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RN

O Instituto Histórico e Geográfico do RN está localizado na Rua da Conceição, ao lado da antiga instituição cultural da cidade e do estado. Sua construção data de 1906 e sua inauguração se deu em 1908. Além de abrigas o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, entre 1908 e 1933, também funcionou com sede do tribunal de justiça.

Com sua arquitetura neoclássica, a edificação caracteriza-se pelos frontões curvos e triangulares, pela platibanda e pela balaustrada arrematando o coroamento das paredes. Ainda destaca-se a escadaria lateral e o balaústre com 1,50m de altura sobre o qual a edificação ergueu-se, caracterizando-a como uma construção de porão alto.

Tombado, como Patrimônio Histórico, a nível estadual desde 1984 esta edificação é guardiã da memória potiguar. Em seu acervo, encontram-se coleções de jornais, revistas e mapas e uma biblioteca com cerca de 25.000 volumes. Dentre as obras ali existentes estacando-se uma edição de Os Lusíadas (1720), uma coleção do Diário das Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa (9º vol. De 1821-1823) e o único exemplar ainda existente da 1ª historia do Rio Grande do Norte, de Ferreira Nobre, edição de 1877.

MARCO ZERO

Marco Zero de Natal/RN está localizado na Praça André de Albuquerque, também conhecida popularmente como Praça Vermelha, está situada no bairro da Cidade Alta. É o ponto geodésico da cidade e também o seu marco zero. Seu nome se deve ao revolucionário André de Albuquerque Maranhão, que lutou ao lado dos revoltosos de Pernambuco na Revolução Pernambucana.

Próximo ao marco de fundação da Cidade do Natal encontra-se em avançado estado de deterioração a obra do arquiteto Haroldo Maranhão em memória da Galeria Metropolitana (demolida) que foi bastante utilizada por artistas locais na década de 1960. Sua inauguração se deu no dia 8 de março de 1963, com festividades e exposições.

PRAÇA 7 DE SETEMBRO: MONUMENTO DA INDEPENDÊNCIA

Foi criada em 23 de março de 1914 por uma resolução editada por Romualdo Galvão, então o presidente da Intendência, e recebeu este nome a pedidos de professores do estado.

A praça está localizada entre alguns prédios importantes do Centro Histórico de Natal, como o Palácio Felipe Camarão, sede da prefeitura do Natal, e o Palácio da Cultura, também conhecido como Palácio Potengi, antiga sede do governo do estado. Além dessas duas construções, estão localizados nesta praça a sede Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte e do Tribunal de Justiça do Estado. Nas suas imediações, pode-se encontrar o Museu Café Filho, Praça André de Albuquerque e a Praça das Mães.

Em 1922 foi construído um monumento aos 100 anos da independência do Brasil, que está na praça até hoje.

Não sabemos se foi por ação do tempo ou de vândalos. O fato é que o Monumento à Independência completou o seu centenário no chão. Nada mais emblemático e trágico. O que há cem anos foi objeto de orgulho e cerimonias para sua inauguração, hoje não passa de mais uma obra histórica descuidada e desprotegida. Já não tinha os adornos das placas comemorativas, só pichação e por aí vai… vai agora literalmente por terra.

Não é de hoje que os monumentos são depreciados. Exemplo disto, perto dali o monumento aos Mártires de 1817, na Praça André de Albuquerque, inaugurado em 12 de junho de 1917, no centenário da revolução, há tempos está desfigurado e sem as placas.

PALÁCIO FELIPE CAMARÃO

O prédio do Palácio Felipe Camarão foi construído no ano de 1922, pelo construtor Miguel Micussi, sendo inaugurado no mesmo ano no dia 7 de setembro, marcando o Centenário da Independência do Brasil, na administração do governador Antônio José de Melo e Souza (1920-1924) e do intendente municipal Teodósio Paiva. Antes, havia no local um casarão de linhas coloniais onde funcionava a Presidência da Intendência Municipal.

A sede da Prefeitura recebeu o nome de “Palácio Felipe Camarão” através da Lei 359/A, de 1955, em homenagem ao índio Poti, que era o chefe dos Potiguares, tribo que habitava as margens do Rio Potengi.

O índio Poti nasceu em 1600 na aldeia de Vila Velha, em Igapó, e em 1612 foi catequizado e batizado juntamente com a sua esposa Clara Camarão passando a chamar-se Antônio Felipe Camarão. Ao longo de sua vida, ele teve bom trâmite com indígenas e portugueses, tentando unir os interesses das duas partes. O primeiro nome, em homenagem ao santo do dia; o segundo, ao rei de Portugal; e o terceiro, representa a tradução da palavra indígena Poti.

Felipe Camarão se destacou nas lutas para expulsão dos invasores holandeses na capitania de Pernambuco. Por conta de sua bravura, o rei de Portugal, em 16 de maio de 1633, concedeu-lhe um brasão de armas e nomeou-o capitão mor de todos os índios do Brasil, passando, a partir daí, usar a palavra Dom, antes do nome, como indicativo de nobreza. Recebeu ainda a comenda dos Moinhos de Soure, do mesmo rei de Portugal. Dom Antônio Felipe Camarão morreu no ano de 1648, em Várzea, nos arrebaldes de Recife, PE.

Tombado pelo Iphan como Patrimônio Histórico e Cultural do Brasil, o prédio passou por diversas obras de revitalização, tais como restauração da pintura e instalação de iluminação cênica no local.

Com o objetivo de acabar com o dispêndio de aluguel de prédios que abrigam diversas secretarias municipais e impulsionar o crescimento da Zona Norte de Natal, o poder executivo municipal pretende construir o novo Centro Administrativo Municipal, que engloba a nova sede da Prefeitura, secretarias e Câmara Municipal, no bairro da Redinha.

PALÁCIO POTENGI

Em meados do século XIX, funcionava naquele local a Assembleia Legislativa juntamente com a Tesouraria Provincial. Depois da proposta do Diretor de Obras públicas de demolir o sótão deste prédio e amplia-lo até a rua grande (hoje Praça André de Albuquerque), em 1866 o presidente Olintho José Meira resolveu destruí-lo para que fosse erguido um novo imóvel a fim de abrigar outros órgãos públicos.

A obra do atual Palácio Potengi, foi concluída em 17 de março de 1873, mesmo dia da sua inauguração. Em 10 de março de 1902, o mesmo prédio que serviu como sede ao Palácio do Tesouro, se tornou a nova sede do Governo.

O prédio apresenta estilo neoclássico, contendo dois pavimentos com o partido e planta retangular, possui telhado de quatro águas, arrematado por platibanda corrida. Sua fachada contém uma simetria perfeita. Possui portada central, com três vãos em arcos plenos emoldurados por colunas e cunhais, ladeada por janelas de vergas retas. O Pavimento superior apresenta janelas rasgadas, com guarda- corpos de ferro, e na parede central uma sacada corrida, frontão triangular com brasão no tímpano. Atualmente o prédio funciona como Pinacoteca do Estado.

IGREJA PRESBITERIANA DE NATAL

Representa a primeira igreja evangélica erguida em Natal e um marco na expansão do chamado protestantismo na cidade. Embora a presença da Igreja Presbiteriana em Natal remonte a 3 de fevereiro de 1896, data oficial da sua solene instalação no município, a efetiva inauguração do templo só ocorreu em 3 de setembro de 1898, em sede própria localizada no atual Largo Junqueira Aires, sob a direção do pastor norte-americano William Calvin Porter.

De acordo com Cascudo (1999, p.385), “a mais velha notícia do protestantismo na cidade do Natal é do ano de 1879 ou 1880, quando os missionários leigos Francisco Filadelfo de Sousa Pontes e João Mendes Pereira Guerra visitaram a terra”. Tal visita entusiasmou os raros simpatizantes aqui existentes.

Mas foi a partir de 1893, com as pregações dos reverendos, William C. Porter e Juventino Marinho da Silva, que o protestantismo avançou na capital potiguar. Dois anos depois, Porter fixou residência na cidade e conseguiu com o imigrante canadense Alexandre James O’Grady, a doação do terreno no qual ergueu o templo da primeira Igreja Presbiteriana de Natal.

AVENIDA CÂMARA CASCUDO (ANTIGA JUNQUEIRA AIRES)

A primeira referência documental sobre o “Caminho que ia para a Ribeira”, a atual avenida Câmara Cascudo, data de 3 de julho de 1716, quando o Senado da Câmara do Natal concedeu terreno ao ajudante Matias Quaresma, “que queria fazer duas moradas de casas, ao sopé do Outeiro e caminho que vai para a Ribeira desta Cidade, na paragem aonde chamam a Tapera de Maria de São Thomé”.

Ao longo de todo o século XVIII, há referências a concessão de terras na Ladeira da Cruz. Naquele período, 27 requerimentos foram deferidos pelo Senado da Câmara do Natal, a pessoas interessadas em construir casas naquela ladeira.

Em 15 de novembro de 1747, já era registrada a existência de uma grande ponte sobre o alagado da Ribeira.

Até o último quartel do século XIX, aquela rua recebeu sucessivas denominações: Aterro, Ladeira, Subida da Ladeira, rua da Cruz. Manuel Januário Bezerra Montenegro, vice-presidente da Província, em exercício, referia-se àquele logradouro como sendo a Rua da Cruz, em seu relatório de 4 de dezembro de 1878. O decreto municipal de 13 de fevereiro de 1888, conservou o mesmo topônimo.

Posteriormente ao ano de 1888, a antiga Rua da Cruz recebeu a denominação de Conselheiro João Alfredo.A Resolução nº 28, de 5 de março de 1896, da Intendência Municipal do Natal, substituiu a denominação de Conselheiro João Alfredo, para Rua do Dr. Junqueira Aires.

Até 1935, a então avenida Junqueira Aires era a única via de acesso entre os dois bairros, Cidade Alta e Ribeira.

ATHENEU

O antigo Instituto de Educação, atual Colégio Estadual do Atheneu Norte-Riograndense, é situado no Bairro Petrópolis e foi inaugurado em 3 de fevereiro de 1834, pelo então presidente da província Basílio Quaresma Torreão. Funcionando, na época, na avenida Rio Branco. De 1859 a 1954 funcionou em um prédio construído na Rua Junqueira Ayres.

Posteriormente, uma secção exclusivamente feminina, foi criada, na rua Jundiaí, em Tirol (os homens permaneciam na sede da Junqueira Aires) e assim funcionou até a construção da sede atual, da rua Campos Sales em Petrópolis.

Em 1954 foi transferido para o prédio atual, que desde 2010 é Patrimônio Histórico, tombado pelo Município de Natal. É a primeira escola pública do Brasil.

Até 1902, o seu corpo discente era formado somente por alunos do sexo masculino, mas a partir de 1903, ocorreram as primeiras matrículas de alunas mulheres, mostrando sua grande abertura às mudanças culturais e sociais da época. A primeira mulher a administrar a instituição foi a professora Olindina Lima Gomes da Costa, que dirigiu o colégio de 1955 a 1961.

ANTIGO RELÓGIO DO SESC

Fabricado pela fundição Val d’Osne e inaugurado de 2 de outubro de 1911, pelo governador Alberto Maranhão. Todo em ferro fundido, o relógio é decorado com motivos florais. O antigo relógio do SESC, está inserido no conjunto da balaustrada, localizada na avenida Câmara Cascudo ( antiga avenida Junqueira Aires).

Resistente ao tempo, o antigo relógio do SESC é testemunha da antiga Natal. Do tempo, do bonde, do velho Atheneu, depois Faculdade de farmácia e Odontologia, hoje Secretaria Municipal de Tributação. Época do antigo Batalhão de Segurança, hoje escola Estadual Winston Churchill, é parte do Patrimônio Cultural do Povo da Cidade de Natal.

ANTIGO PRÉDIO DA SAÚDE PÚBLICA

Em 01/01/1929 foi inaugurado o edifício do Departamento da Saúde Pública. A construção do prédio foi iniciada no dia 05/10/1920, tendo sido a planta confeccionada pelo arquiteto Giácomo Palumbo e a construção dirigida pelo engenheiro civil Otávio Tavares.

A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) passou a ocupar o prédio do antigo INAMPS/RN no ano de 1987, na época o maior prédio da capital potiguar, transferindo, assim, suas atividades da Avenida Junqueira Aires (foto) para a nova Sede, na Avenida Deodoro da Fonseca, no Bairro Cidade Alta.

ANTIGO CONGRESSO LEGISLATIVO ESTADUAL (Antiga sede da OAB/RN Bairro Cidade Alta)

O prédio foi projetado pelo Arquiteto Herculano Ramos, contratado pelo Governador Augusto Tavares de Lyra pela quantia de 69.0ll$730 (sessenta e nove contos, onze mil, setecentos e trinta réis), sob a inspiração da “art nouveau” e com uma área total de 864,42 m2, para abrigar o Congresso Legislativo Estadual, conforme promessa do Governador quando da abertura a sessão legislativa em 14 de julho de 1905, tendo cumprido o prometido com a inauguração ocorrida em 1906, um ano após iniciadas as obras, conforme placa explicativa na parte interna de sua entrada principal.

Com o fechamento das Casas Legislativas em virtude da Revolução de 1930 o prédio foi transferido para servir de sede do Tribunal de Justiça do Estado a partir de 1938 até que a Corte foi transferida para novas instalações, ali ficando apenas seu arquivo. Dessa forma, quando a Assembleia Legislativa, a sua efetiva proprietária, necessitou construir a sua atual sede, o então Presidente Ezequiel Ferreira de Souza fez a proposta de permuta em 2 de abril de 1974 e oficializada em 1975, mas a mudança só se concretizou em 28 de agosto de 1978.

O prédio foi tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual pelo processo, que recebeu o nº 261/91- Fundação José Augusto, concluído com a edição da Portaria nº 253/92-Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio Grande do Norte, publicada no DOE de 31 de julho de 1992. Hoje assistiremos a última sessão da OAB/RN nesse histórico prédio.

“SQUARE” PEDRO VELHO (Atual Praça das Mães Bairro Cidade Alta)

A Praça das Mães Martha Salem, que era chamada até 1960 de Praça Pedro Velho (não confundir com a Praça Pedro Velho no bairro de Petrópolis, também em Natal), é uma pequena praça localizada entre os bairros da Ribeira e Cidade Alta.

A Praça das Mães foi construída em 1909, com o nome de Praça Pedro Velho que era o irmão do então governador do estado Alberto Maranhão. Muitas histórias dão origem ao nome da praça. A mais difundida delas é que a praça possui o nome de Praça das Mães devido as mães que esperavam seus filhos nela durante a Segunda Grande Guerra, nos anos de 1939 a 1945. Porém, nem todos os historiadores concordam com essa história.

Segundo o historiador e escritor Itamar de Souza, a homenagem as mães partiu do então prefeito da capital José Pinto Freire, que inaugurou a praça oficialmente. Segundo Souza, no local “havia um busto, feito em mármore claro elaborado pelo artista plástico Dorian Gray: uma mulher com um filho no colo. Além de bancos, luminárias, jardins etc”.

Em 1968, o monumento foi trocado por outro, também de Dorian Gray, feito em mosaico. Nas imagens, há uma mãe que amamenta o filho e protege os filhos. Uma alusão ao nome da praça.

CAPITANIA DAS ARTES

O Prédio da antiga Capitania dos Portos de Natal está localizado à Av. Luís da Câmara Cascudo, antes Rua da Cruz e também Av. Junqueira Aires, uma das mais antigas ruas da cidade, em pleno Corredor Cultural. O edifício foi construído no final do século XIX, no mesmo local onde existia um outro prédio que, de 1830 a 1862, serviu de sede ao governo provincial.

Construída no final do século passado, em alvenaria de tijolo, que serviu de sede ao Governo do Estado, é possível terem sido aproveitadas, no novo prédio, algumas de suas paredes, denunciadas pela existência de alvenaria de pedra preta ou de maré, muito comum nas construções mais antigas do litoral nordestino. É uma edificação em estilo neoclássico, tendo como elemento mais forte a fachada, que se caracteriza pela simetria, ritmo dos cheios e vazios e pelos frontões que a compõem.

No dia 12 de agosto de 1873, foi instalada a Companhia de Aprendizes de Marinheiros, em prédio próprio na margem direita do Potengi. Ao que tudo indica, foi ampliado o velho palácio presidencial. No local, a Companhia funcionou de 1873 a 1885 e, novamente, de 1890 a 1898.

Demolido o velho casarão, no mesmo local foi edificado um novo prédio que serviu de sede à Capitania dos Portos até o ano de 1972. O prédio abandonado ficou fadado à destruição, pela ação do tempo e do abandono. Somente em 1972, a sede foi transferida para a Rua Chile, 232, Ribeira, onde funciona até hoje. A transferência ocorreu devido à necessidade do ao acesso ao mar, coisa que não existia na antiga sede. O Rio Grande do Norte recebeu a segunda Capitania dos Portos do País no dia 03 de outubro de 1847.

O prédio, que foi tombado em âmbito estadual em 11 de agosto de 1988, foi revitalizado pela Prefeitura do Natal, através do projeto de restauração elaborado pelo arquiteto João Maurício de Miranda, que recuperou os elementos que compõem a fachada principal do edifício.

A Fachada do prédio foi a única peça que permaneceu de pé, resistindo e desafiando o tempo.

SOLAR JOÃO GALVÃO DE MEDEIROS (ATUAL CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO ELOY DE SOUZA)

O Casarão da Avenida Luís da Câmara Cascudo, antiga Avenida Junqueira Aires, foi erguido em 1908 por determinação de João Alfredo, seu primeiro proprietário. Posteriormente, a edificação foi adquirida pelo coronel da Guarda Nacional, Aureliano de Medeiros, que residiu no local por dois anos enquanto construía, “em terreno ao lado, o seu palacete que receberia a merecida denominação de Solar Bela Vista”.

Comerciante perspicaz, o coronel Aureliano era dono da loja Paris em Natal, uma das mais famosas da cidade no início do século XX. Com a sua morte D. Olímpia de Medeiros, sua filha, herdou o imóvel. Como era solteira, ao falecer deixou o casarão de herança para dois de seus parentes mais próximos: João de Medeiros Filho e Bernardo Galvão Medeiros.

A edificação foi construída em estilo chalé e constitui-se num dos poucos exemplares deste estilo ainda existente em Natal. Ao longo de sua existência, foi utilizado como residência e hotel; ficou desocupado por várias décadas, período no qual sofreu incêndio que destruiu parte de sua cobertura. Em sua restauração, no ano de 1999, foram mantidas as estruturas originais internas compatíveis com a preservação de um patrimônio do Corredor Cultural de Natal, de reconhecida relevância para a memória da cidade.

O prédio é administrado pela Fundação José Augusto, do governo do Estado do Rio Grande do Norte, que nele implantou o Centro de Documentação e Pesquisa, e a Oficina de Restauração. No local, está à disposição do público considerável acervo documental escrito e iconográfico. De expressivo valor arquitetônico, o Solar João Galvão de Medeiros foi tombado, a nível estadual, em 19 de julho de 1988.

Constitui juntamente com outras edificações um conjunto harmonioso, reminiscência da parte mais antiga da cidade. Tombado e restaurado pelo governo do estado em 1999. Em seus arquivos encontram-se acervos particulares do ex-governador Silvio Pedroza, José Augusto Bezerra de Medeiros, do acadêmico e sócio fundador da academia de letras do Rio Grande do Norte o Dr. Manoel Rodrigues de Melo.

SOLAR BELA VISTA

Símbolo de uma época de desenvolvimento e tentativa de modernização da cidade, o atual Solar Bela Vista foi residência do Coronel Aureliano Clementino de Medeiros, paraibano, que trabalhava como mascate e que resolveu se estabelecer em Natal.

Coronel Aureliano Clementino de Medeiros era um dos homens mais ricos do estado na época possuidor de plantação de algodão. Ele morava com a família no prédio e tinha um comércio na Ribeira, uma loja chamada Paris em Natal.

Era casado com Maria Rosa Teixeira de Medeiros, também paraibana. Reconhecido por sua influência política e poder aquisitivo, além de ter doado várias terras que possuía em Macaíba, ganhou o título de coronel.

O palacete residencial foi construído em 1907, em estilo neoclássico, porém, há outros estilos misturados, como algumas influências góticas.

Para a construção, ele importou vitrais, ferros e grades de bronze. Os materiais foram trazidos de diversos países da Europa, assim como toda a mobília da casa. Tinha capela particular, para a missa dos domingos.

Após a morte de Aureliano em 1933, sua esposa permaneceu por mais cinco anos na residência. Depois disso, o casarão foi alugado, tornando-se um Tribunal de Justiça. Posteriormente, tornou-se uma pensão familiar, dirigido por Maria Cabral.

Em 1948, Sinval Duarte Pereira, comprou a casa, deu-lhe o nome com que ficaria conhecido até os dias de hoje, ao inaugurar o Hotel Bela Vista. O lugar já foi um hotel luxuoso para poucos (décadas de 1950 e 1960 principalmente) privilegiados. Seu salão de festas foi testemunha de grandes festas desde a Segunda Guerra Mundial, quando a cidade foi base militar norte-americana.

Com o fechamento do hotel, o palacete ficou muito tempo abandonado e a construção se deteriorou bastante, chegando a funcionar como cortiço, onde se abrigaram dezenas de pessoas.

Após um período em que se encontrava abandonado e deteriorado, o SESI comprou o prédio, ainda na década de 60 para que se tornasse um centro de cultura para os industriários.

O solar é tombado pelo IPHAN. O prédio conserva ainda a mobília original, comprada à família do Coronel Aureliano.

SOLAR TAVARES DE LIRA

A Praça Augusto Severo tinha recebido, durante a grande seca do início do século XX, mais de 15 mil de retirantes, em uma época que a população de Natal não ultrapassava 12 mil “almas”. Os “barracões” montados na praça haviam deixado lembranças no mínimo aterradoras: saques, epidemias, mortes, violências, deportações, desespero e fome. Os retirantes chegam mesmo a tentar invadir a casa do governador Tavares de Lyra em um episódio que ficou registrado pelas lentes do fotógrafo Bruno Bougard.

Das sacadas e das calçadas os observadores se distinguem dos revoltosos. Nesse momento, nas margens da rua, o poder “civilizador” militar, representado pelo soldado isolado e distante, parece impotente ante esse fenômeno. Na rua, externando a face mais violenta da fome, os homens aglomeram-se na porta do governador para exigir providências. As mulheres, crianças e idosos afastam-se do confronto direto e no primeiro plano exibem para o fotógrafo outra violência. Como fantasmas, seus corpos vagueiam pelas ruas da cidade, ostentando ainda alguns objetos, fragmentos gastos de antigas fortunas. Posses e identidades ficaram para trás, a seca destruiu tudo, só restou o desespero e a fome. Esta foto fez parte do acervo particular do ex-ministro e ex-governador Augusto Tavares de Lyra.

O Solar Tavares de Lira está sendo finalmente restaurado pelo Governo do Estado. Assim ao menos as fotos sugerem. Outro casário nas proximidades ainda não tem a mesma sorte.

Foi uma grande satisfação acompanhar a Caminhada histórica Natal na ponta do pé desenvolvida dentro da Programação da mostra Sesc de arte-cultura. Oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a cidade e sentir a urbe de uma forma mais dimensional. Parabéns ao @prof.henriquelucena pela tão eloquente apresentação e a quem também agradeço pela referência ao meu trabalho de pesquisa sobre a história da cidade de Natal. Parabéns também não @sescrn pela iniciativa.

Loja Virtual do Fatos e Fotos de Natal Antiga

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O Fatos e Fotos de Natal Antiga é uma empresa de direito privado dedicada ao desenvolvimento da pesquisa e a divulgação histórica da Cidade de Natal. Para tanto é mantida através de seus sócios apoiadores/assinantes seja pelo pagamento de anuidades, pela compra de seus produtos vendidos em sua loja virtual ou serviços na realização de eventos. Temos como diferencial o contato e a utilização das mais diversas referências como fontes de pesquisa, sejam elas historiadores, escritores e professores, bem como pessoas comuns com suas histórias de vida, com as suas respectivas publicações e registros orais. Diante da diversidade de assuntos no mais restrito compromisso com os fatos históricos conforme se apresentam em pouco mais de um ano conquistamos mais de 26 mil seguidores em nossas redes sociais o que atesta nossa seriedade, compromisso e zelo com o conteúdo divulgado e com o nosso público.

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