O movimento integralista natalense

Por algum motivo não muito claro, a trajetória do integralismo em solo potiguar ficou esquecida por décadas. Não havia interesse dos historiadores locais em investigar detalhadamente a atuação da Ação Integralista Brasileira (AIB) em solo potiguar.

Movimento brasileiro era de extrema direita, enaltecedor de valores conservadores e espirituais, o Integralismo conquistou a adesão de figuras importantes da sociedade norte-riograndense com sua pregação nacionalista, anticomunista e de forte oposição ao sistema político vigente. Câmara Cascudo, Monsenhor Walfredo Gurgel, Miguel Seabra Fagundes, Carlos Gondin, Manoel Rodrigues de Melo, Otto Guerra, Waldemar de Almeida, Clóvis Sarinho, Hélio Galvão, todos foram membros da unidade potiguar da Ação Integralista Brasileira (AIB), que vigorou no RN entre 1933 e 1937.

A Ação Integralista Brasileira foi fundada no dia 14 de julho de 1933, com a presença do professor Ulisses de Góis, líder da Congregação Mariana de Moços, que reuniu os acadêmicos de Direito, Otto Guerra e Américo de Oliveira Costa, além de outros, que tinham assinado o Manifesto de apoio a Plínio Salgado, em Recife, e centenas de simpatizantes no Teatro Carlos Gomes, atual Alberto Maranhão. Até o interventor federal no RN, tenente Sérgio Bezerra Marinho, do Exército, designado por Getúlio Vargas, participou da solenidade. O movimento integralista no RN teve a adesão de mais de três mil pessoas em um curto período de existência (julho de 1933 a novembro de 1937).

Dentre os grupos conservadores de direita, a AIB tornou-se o primeiro e maior movimento político de massas no Brasil. A Plínio Salgado, Miguel Reale, Menotti Del Picchia, Tasso da Silveira e Gustavo Barroso, juntou-se Câmara Cascudo, já então consagrado como o intelectual maior do Rio Grande do Norte. Por isso, é comum dizer-se que a AIB reuniu a nata da intectualidade brasileira dos anos trinta.

O perfil dos integrantes potiguares era de homens extremamente católicos e de boa classe social. Mas depois o grupo se abriu para operários, fazendeiros, protestantes, espíritas, negros, dentre outros. No entanto, poucos eram os que estavam realmente por dentro das doutrinas do movimento. A maioria estava atraída mais pelo ideais nacionalistas e o combate aos comunistas. Sobre as mulheres, apesar da baixa adesão, chamou a atenção do jornalista a participação feminina em Mossoró.

A partir daí, a militância política na AIB/RN foi coadjuvada com a militância jornalística na imprensa integralista do Rio de Janeiro e São Paulo, principalmente no semanário “A Ofensiva” (mais tarde, em 1936, passou a circular diariamente), responsável pela divulgação das notícias do movimento “verde-amarelo” de Plínio Salgado e do panorama político internacional com farto noticiário simpático ao movimento fascista mundial.

ANOS 30: ESCOLHAS E CAMINHOS

A conjuntura mundial após a Primeira Grande Guerra evidenciava uma crise do liberalismo.  A vitória dos revolucionários russos de outubro de 1917 deixava transparecer que talvez uma nova alternativa fosse possível.  No entanto, nem todos concordavam com o ideário estabelecido por Karl Marx e Joseph Engels e posto em prática por Lenin.  Parecia haver somente uma certeza: o capitalismo liberal não estava cumprindo o seu papel. 

O imperialismo feroz das potências mundiais relegava muitas outras nações a um papel meramente secundário, que destinava povos inteiros ao papel de produtores de matéria-prima e consumidores de produtos manufaturados, submetendo regiões vastíssimas aos interesses das potências hegemônicas, portanto, afastando-se cada vez mais dos ideais liberais da igualdade e da liberdade.  Nesse contexto, muitas idéias fervilhavam, e a noção de soberania nacional passava a exercer um papel fundamental.

Independentemente do posicionamento político, fosse de direita ou de esquerda, a defesa dos interesses nacionais sobrepujava todas as demais questões no debate intelectual.  O nacionalismo estava em alta. Nesse ambiente conturbado floresceu a ideologia fascista, que, entre outras coisas, permitiu que o patriotismo se expandisse indiscriminadamente.

NASCE O INTEGRALISMO POTIGUAR

A AIB nasceu no Rio Grande do Norte no dia 14 de julho de 1933, sob a presidência do professor Francisco Véras Bezerra, da Congregação Mariana dos Moços, numa solenidade no Teatro Carlos Gomes, que contou com a presença do interventor do estado (COSTA, 1995, p. 67; SPINELLI, 1996, p. 173). O apoio dado pelo professor Ulisses de Góis, presidente da Congregação Mariana de Moços, e pelo tenente do Exército Sérgio Mariano (secretário geral na interventoria Bertino Dutra), foram de extrema importância “para o êxito local do movimento no Estado”, expandido rapidamente pelo interior do estado, principalmente no Seridó, onde o integralismo teve boa penetração.

Waldemar de Almeida participava da diretoria da instituição, como secretário do Departamento Provincial de Cultura Artística. O Chefe Provincial para o Rio Grande do Norte era o Desembargador Xavier Montenegro, que pediu exoneração de suas funções. O Chefe Nacional determinou que, em seu lugar, assumisse Waldemar de Almeida, que tomou posse a 14 de janeiro. Ascendia, assim, ao mais elevado posto integralista do Estado. Talvez tenha sido nessa época que musicou “Ó, companheiros!” – Marcha integralista, com letra de Alberto Wanderley.

O movimento integralista no RN teve a adesão de mais de três mil pessoas em um curto período de existência (julho de 1933 a novembro de 1937). Funcionando na Congregação Mariana dos Moços, a secção local da Ação Integralista Brasileira contava com o apoio de membros da Igreja Católica que se mobilizavam contra os avanços das ideias comunistas no estado.

A Constituição de 1934 frustrou a pretensão dos membros da a Aliança Nacional Libertadora (ALN), agrupamento de esquerda, que reunia comunistas, socialistas, liberais democratas, operários e membros das Forças Armadas de formar uma sociedade mais justa e igualitária.

O ano de 1935 foi marcado pela ebulição política. De um lado, movimentos sociais e grupos de esquerda, como o Partido Comunista Brasileiro, organizavam-se na ANL (Aliança Nacional Libertadora), de outro lado, setores conservadores da sociedade participavam da AIB (Ação Integralista Brasileira). A sociedade brasileira dividia-se em conservadores e progressistas. Este confronto marcava o primeiro período da Era Vargas, momento de radicalização política, como informa Mariz e Suassuna (2000, p.300):

Esses dois extremos, ANL e AIB, assinalam a radicalização, a que chegara a luta política, agora com visível dimensão ideológica, responsáveis pelo processo político decorrente do período em questão. Os conflitos entre os membros de ambos os grupos tornaram-se cada vez mais constante e violentos, provocando reações do governo e polícia, expressas por perseguição aos aliancistas. Chegaram ao ponto do Ministro da Guerra (General Dutra) mandar aplicar punições a soldados, sargentos e oficiais.

E o governo federal, assustado com o seu crescimento e com o controle que os comunistas tinham sobre a agremiação, com base na Lei de Segurança Nacional, declarou ilegal a Aliança Nacional Libertadora, em 13 de julho de 1935, depois que Luís Carlos Prestes fez um discurso em que conclamava as massas a se organizarem. A repressão iniciou-se com a prisão de civis, punições a soldados, sargentos e oficiais, com apoio das milícias integralistas.

ATAQUES DO LEVANTE COMUNISTA

Independentemente das controvérsias, o fato é que o Levante comunista foi executado pela Aliança Nacional Libertadora (ANL), inspirada na trilogia “Terra, Pão e Liberdade”, com a liderança do seu presidente de honra Luís Carlos Prestes – o “Cavaleiro da Esperança”. Atuava em contraposição ao Movimento Integralista, de característica fascista, e seu objetivo era derrubar o Presidente Getúlio Vargas e instalar um governo socialista no Brasil.

O eclodir da intentona comunista em novembro de 1935 trouxe preocupações e vexames para Waldemar de Almeida e família. Chefiando a Ação Integralista no Estado, tornava-se um elemento muito exposto a represálias pessoais. A casa em que residia na Avenida Deodoro foi alvo de uma agressão, tendo sido pichada a sua fachada e quebradas as vidraças. O movimento durou pouco tempo, o que decerto poupou Waldemar e seus companheiros de sofrerem maiores represálias.

Ao chegar preso ao 21º BC em Natal, Mirabeau da Cunha Melo telegrafista e prefeito de Ceará-Mirim vinculado ao Partido Popular (que no RN era liderado pelo político conservador José Augusto) chegou a ver um papel fixado numa parede interna com uma relação de nomes de pessoas que deveriam ser presas, onde o nome dele estava inserido com um destaque “indivíduo perigosíssimo”. Outro nome destacado e procurado pelos revolucionários era o de Ewerton Cortez, intelectual ligado ao movimento Integralista.

O governador Rafael Fernandes e o secretário geral Aldo Fernandes estavam no Teatro Carlos Gomes assistindo a festa de formatura da segunda turma do Colégio Marista com a peça “O Milagre da Fé”. Após o início do tiroteio, eles fugiram para asilo nos Consulados do Chile e da Itália. Muitas pessoas que estavam no teatro se esconderam no colégio do prof. Severino Bezerra, ali vizinho. Lá, cerca de 400 pessoas dormiram no chão. Luís da Câmara Cascudo, Otto Brito Guerra e outros intelectuais eram vinculados ao movimento integralista, liderado nacionalmente por Plínio Salgado, na linha católica conservadora e anticomunista, com características do fascismo italiano. Todos eles foram caçados pelos revolucionários, mas conseguiram se esconder e escaparam da prisão.

Para concretizar seu plano continuísta, Vargas, apoiado por uma boa parcela da oficialidade militar, entre estes os generais Eurico Gaspar Dutra e Góes Monteiro, precisava de um bom pretexto. Em setembro de 1937, a imprensa publicou o Plano Cohen, forjado por militares integralistas. Supostamente preparado por comunistas, o plano foi uma farsa do começo ao fim, arquitetado para assustar a população e justificar uma intervenção armada no governo.

CASCUDO INTEGRALISTA

O escritor Luiz da Câmara Cascudo (1898-1986), monumento maior da cultura potiguar, foi um dos maiores divulgadores da ideologia da Ação Integralista Brasileira, movimento político conservador e nacionalista, liderado pelo escritor paulista Plínio Salgado, entre os anos 1932/1937, época em que as posições políticas eram de direita ou de esquerda, comunista ou anti-comunista, fascista ou anti-fascista.

Intelectual consagrado na sua terra, Natal/RN, Câmara Cascudo, ao se tornar o primeiro chefe da Ação Integralista Brasleira-AIB, na “Província do Rio Grande do Norte”, em 1933, já era um nome conhecido nos meios culturais e políticos do Rio de Janeiro e São Paulo,  principalmente entre os grupos conservadores.

Ele tornou-se líder dos integralistas no Rio Grande do Norte em 1932, como revela uma carta encontrada pela Folha no memorial do escritor. Em junho desse ano, Arlindo Veiga de Paula, um integralista de São Paulo, escreve-lhe: “Queria convidar o amigo para chefe provincial patrianovista dessa província”. Faz também um cumprimento: “Parabéns pelo que tem feito na defesa dos idos Impérios”.

Como líder integralista, Câmara Cascudo desfilava de camisa verde em Natal, escreve para as revistas “Anauê” e para o jornal “A Ofensiva”. Não era só o traço autoritário e ordenador do movimento que encantava-o, segundo Claudio Emerenciano, professor de ciências políticas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. “Nesses textos, ele defende a erradicação do analfabetismo e ataca o centralismo da Revolução de 1930”, diz.

Segundo o pesquisador Vicente Serejo, a ligação de Câmara Cascudo com os integralistas era mais cultural. Tanto que ele publica a tradução que fez de “Os Canibais”, de Montaigne, nos “Cadernos da Hora Presente”, publicação dirigida por Gustavo Barroso, o mentor intelectual do integralismo e amigo do etnólogo.

O folclorista Câmara Cascudo teve ação destacada na AIB-RN. Além de fundador e primeiro chefe provincial do grupo, ele publicou artigos em jornais nacionais. Ele tinha 34 anos quando o movimento foi criado. Ele chegou a escrever sobre a relação do integralismo e facismo. Participou de reuniões nacionais. Chegou a ser dirigente.

Cascudo fez parte da equipe de intelectuais que tomou para si a responsabilidade da criação de um novo projeto de Brasil que deveria ser colocado em prática após a Revolução de 1930. Sua identificação com o movimento integralista se deu, em parte, por encontrar nele os mesmos propósitos nacionalistas que defendia em sua obra, mas também por sublinhar a função pedagógica que caberia aos intelectuais na educação do povo. Assim, Cascudo engajou-se na Ação Integralista Brasileira por ser este um movimento político que privilegiava os aspectos culturais, ressaltando a necessidade de despertar a nação para um novo momento. Dentro dos preceitos de Plínio Salgado, seria necessário que cada cidadão brasileiro fosse conscientizado de sua brasilidade, de sua nacionalidade, preservando-se as tradições, os costumes e mantendo longe a influência cultural estrangeira. Deveria ser realizado o retorno a um Brasil original, mítico por acreditar em uma “brasilidade original”, livre de influências da intelectualidade que voltava seus olhos para as nações europeias.

Nesse sentido, o resgate da cultura popular e regional realizado por Câmara Cascudo ganha ainda mais eco dentro das políticas integralistas: se o mote cultural da Ação Integralista Brasileira era a busca pela “pureza nacional”, a base da obra de Cascudo sempre foi a busca pelas “origens do brasileiro”, por aquilo que foi o mais básico de sua nacionalidade. A manutenção das festas, danças, cantigas, rituais, mitos – em suma, o registro do folclore regional – era exatamente o que os integralistas defendiam.

Apesar de não termos conseguido efetuar um levantamento integral das atividades jornalísticas de Cascudo nas hostes da AIB, pois não tivemos acesso a todos os exemplares de “A Ofensiva”, porta-voz dos camisas verdes, podemos assegurar que Câmara Cascudo publicou dezenas de artigos e crônicas em jornais e revistas integralistas.

São variados os temas que Cascudo abordou quando era um atuante político e jornalista integralista, pois tratam não somente da doutrina pliniana, mas, ainda, do marxismo-leninismo, do comunismo estalinista, educação e moral comunista, filosofia chinesa, cinema, música, história do Brasil, fascismo e nazismo.

Luiz da Câmara Cascudo, Francisco Veras Bezerra e Miguel Seabra Fagundes integraram o triunvirato que dirigiu o movimento integralista no Rio Grande do Norte, de julho de 1933 a meados de 1934, quando, efetivamente, passou a chefiar a AIB/RN. Cascudo foi o primeiro potiguar a comandar a AIB potiguar de forma efetiva e titular, haja vista que o professor e historiador Manoel Rodrigues de Melo assumiu a interinidade da chefia integralista local quando Cascudo viajou ao Rio de Janeiro para entendimentos com Plínio Salgado, Gustavo Barroso, Olbiano de Melo, os dirigentes nacionais do movimento.

Em maio de 1934, Cascudo integrou uma comitiva oficial do Interventor Mário Câmara que percorreu o interior do Estado. O resultado dessa viagem foi o livro de reportagens “Viajando o Sertão”, publicado pela Imprensa Oficial do Estado, em 1934. ( A segunda edição , patrocinada pela Fundação José Augusto, em 1975, tem prefácio de Manoel Rodrigues de Melo que, em certo trecho, transcreve parte do artigo de Cascudo, publicado no jornal “A República”, de Natal/RN, em 04.09.34, em resposta às acusações do político “decaído” José Augusto Bezerra de Medeiros, o “Zé Promessa”, que questionava o fato de um chefe integralista viajar com o interventor.

Em 1938, ele experimentou o auge de sua passagem pelo integralismo. Recebeu uma comenda de Mussolini, o ditador italiano, por conta do livro “Em Memória de Stradeli”, sobre o viajante italiano que passou pelo rio Amazonas no século 19. Em 1942, quando submarinos italianos torpedearam navios mercantes brasileiros, ele devolveu a comenda, segundo o filho. “Não uso medalhas de quem mata brasileiros”, teria sido sua justificativa.

No mesmo 1938, ele se desligou do movimento integralista, quando este tenta derrubar Getúlio Vargas, conta o filho. “Eu vi papai queimando as camisas verdes, as insígnias e os livros integralistas. Eu tinha 7, 8 anos, mas não esqueço dessa cena. Ele dizia: “Sou um desiludido’. E nunca mais se ligou à política.”

Apesar dos pesquisadores acadêmicos e não acadêmicos de todo país terem alardeado que o folclorista Luiz da Câmara Cascudo tinha devolvido a comenda de Cavaleiro da Ordem da Coroa da Itália, que lhe foi dada pelo Rei Vittorio Emanuele III, por proposição do Duce Benito Mussolini, em 1939, a exibição desse documento numa das salas térreas do lado direito de quem entra no prédio neoclássico do Memorial Câmara Cascudo, no centro de Natal, é uma prova irrefutável de que ele jamais refugou a honraria enviada pelos dignitários italianos fascistas.

À vista de todos os interessados em conhecer objetos de uso pessoal e utensílios da casa em que o Cascudo residiu, além da biblioteca com quase 10.000 volumes, cartas, títulos e peças artesanais, está o original do diploma enviado pelo rei italiano, exposto ao lado de outros documentos honoríficos, como a Ordem do Mérito Aeronáutico e Ordem do Mérito do Estado do Rio Grande do Norte e um título ofertado pela Prefeitura Municipal de Natal, na gestão de José Agripino Maia.

Câmara Cascudo em um grupo de integralistas natalenses.
Os Camisas Verdes na Junqueira Aires. No detalhe em frente, Câmara Cascudo com os filhos.Foto tirada na frente de uma residência da Rua Junqueira Aires. Na frente de Luiz da Cãmara Cascudo, os filhos Fernando e Ana Maria.Ao lado direito de Cascudo, o desembargador Sinval Moreira Dias e um fiho. O oitavo himam da fila principal, o professor Otto de Brito Guerra.

Contudo, quando indagados a respeito da função de Luís da Câmara Cascudo no programa político da Ação Integralista Brasileira, conclui-se que o erudito tinha um objetivo claro: interpretar o discurso oficial dos dirigentes intelectuais da AIB, incorporando, de forma simplificada e popular, a ideologia integralista ao imaginário popular. Cascudo trabalhou na disciplinarização da sociedade utilizando a propaganda jornalística como ferramenta de persuasão e convencimento, valendo-se do seu prestígio social e erudito junto à população norte-rio-grandense e brasileira. Ele procurou resgatar o sentimento nacionalista, buscando na cultura popular e no combate ao internacionalismo comunista, a essência perdida do homem brasileiro, o mesmo que existiria em um Brasil anterior à chegada da modernidade e sua nova organização das pessoas e do espaço, um país que seria hierarquicamente organizado e levava consigo um sentimento paternalista nas relações sociais.

Porém, Cascudo não foi infiel às suas tradições, não jogou para segundo plano sua formação conservadora e cristã. Foi um homem que viu no projeto de Plínio Salgado uma forma de pôr em prática seu conservadorismo em prol de um Movimento que correspondia aos seus anseios. Antes de combater a anarquia de idéias existentes no Brasil, Cascudo foi um sujeito que sentia as crises dessa confusão ideológica, e que necessitava de um amparo discursivo para se localizar dentro do campo de batalha dos pensamentos um homem necessitando de afago na sua alma abalada com a avalanche de mudanças trazidas pelos anos 30. Isso hoje está oculto nas falas de quem o conheceu e em suas biografias, nas quais tentam
esquecer a importante contribuição para o pensamento político brasileiro desse integralista, um dos mais importantes estudiosos da cultura brasileira no século XX.

CONTROVERSIAS

Cascudo permaneceu no movimento até novembro de 1937, quando dissolvido pelo Estado Novo. Seu filho relata tê-lo visto queimar os uniformes, insígnias e livros integralistas após o Levante Integralista de 1938. No entanto, Luiz Gonzaga Cortez, historiador e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, em publicação organizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, lançou dúvidas sobre a alegação do filho de Cascudo, afirmando que não possui qualquer precedente.

Segundo Cortez, em 1940, um conhecedor de Cascudo destacou que ele ainda mantinha suas posições integralistas. O pesquisador ainda apurou que todos os mais próximos de Cascudo negavam veementemente que ele renegasse sua trajetória integralista, ou a doutrina integralista. Clóvis Sarinho, em seu livro Fatos, Episódios e Datas que a memória gravou, afirma que, mesmo após o fechamento da Ação Integralista Brasileira, Cascudo “jamais renegou os seus princípios”. Cortez também ressaltou que Câmara Cascudo, embora afastado da política partidária, assinava os principais jornais integralistas dos anos 40 e 50: Idade Nova e A Marcha.

Conforme apurou Cortez, em 1957, Câmara Cascudo participou do Jubileu de Prata da Ação Integralista Brasileira, comemorando os 25 anos da fundação daquele movimento, na sede do Alecrim Futebol Clube, em Natal. Segundo consta, Cascudo proferiu um “ardoroso discurso integralista”.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Cascudo favoreceu os Aliados, demonstrando sua antipatia aos fascistas italianos e aos nazistas alemães.Antes do conflito, o escritor demonstrava simpatia pela doutrina dos fascismos europeus em geral: em artigo publicado em A Offensiva sobre Oswald Mosley, líder da União Britânica de Fascistas, Cascudo fala em “gente que, fora da Itália e Alemanha, Portugal e Áustria, saúda levantando as mãos, numa diagonal corajosa que tem trinta séculos de energia polarizada”.

Fiel ao seu pensamento anticomunista, não se opôs ao Golpe Militar de 1964, mas protegeu e ajudou diversos potiguares perseguidos pelos militares.

Guglielmo Lettiere e Câmara Cascudo – Em 1938, Guglielmo Lettiere, um imigrante Italiano, foi nomeado cônsul de seu país de origem no Rio Grande do Norte e sua casa na Ribeira passou a funcionar como consulado em Natal. Guglielmo tinha um contato próximo com o folclorista e historiador potiguar Câmara Cascudo. O italiano e Cascudo se aproximaram por terem interesses em comum. Segundo o historiador e o atual proprietário do prédio, Leonardo Barata, em um artigo publicado no Substantivo Plural, ambos nutriam ideais comuns, que crescia em poder durante a década de 1930 na Europa. Sua amizade era tão forte que usando sua influência e importância, em uma das visitas que Cascudo fez a casa de Letierre, o potiguar recebeu uma medalha Rei Humberto, uma honraria das mais altas condecorações italianas.

WALDEMAR DE ALMEIDA INTEGRALISTA

Igualmente tencionando arrebanhar adeptos, o partido comunista internacional agia tanto pública como secretamente. Para enfrentar as ideias comunistas surgiu o movimento integralista, composto por intelectuais ligados à Igreja Católica. Waldemar de Almeida, como será comentado adiante, participou intensamente do integralismo.

No dia 14 de julho comemorou-se o 15o aniversário da Congregação Mariana de Moços e da Associação dos Escoteiros do Alecrim. Waldemar pertenceu à Congregação, tudo indica que desde a sua fundação, em 1918, conforme relata em sua autobiografia. Aproveitou-se a ocasião para dar início oficial ao movimento integralista na cidade, realizando um evento solene para a fundação do Núcleo Integralista de Natal (GALVÃO, Claudio. “Os sessenta anos do integralismo no Rio Grande do Norte,” artigo em O Poti, 11 de julho de 1993.) com a presença do bispo diocesano, do representante de Interventor Federal e outras autoridades. Alunos do “Curso Waldemar de Almeida” participaram do evento apresentando a 16ª audição de seu curso, realizada no Teatro Carlos Gomes. Foi ouvido o seguinte programa:

Túlio Tavares: F. Chopin, “Polonaise” opus 26, n. 1
Dulce Cicco: F. Chopin, “Estudo” n. 12
Orianne de Almeida: C. Debussy, “Jardin sous la pluie” e F. Liszt
“Rapsódia húngara” n. 6

Os grupos políticos dominantes, acostumados “à política de clientela e aos conchavos de gabinete”, não mostravam grande interesse em aliar-se àquele movimento “de grande potencial mobilizador, embora apreciassem seu anticomunismo e seu culto à tradição”. Não o hostilizavam, nem o estimulavam; mantinham-no “como força de reserva eventual; daí a tolerância”. Foi, talvez, a falta de apoio dos grupos dominantes e dos coronéis no interior um dos motivos pelos quais o movimento não cresceu no interior do estado. (SPINELLI, 1996, p. 174-175).

Quatro anos após o deflagrar da “Revolução 1930”, período em que os Estados tiveram seus governantes nomeados pelo Governo Federal sob o comando de Getúlio Vargas, abria-se um caminho democrático com a realização de eleições para a escolha de deputados estaduais para Assembleia Constituinte e Ordinária. Candidataram-se pelo Partido Integralista: Otto de Brito Guerra (bacharel), Ewerton Dantas Cortez (acadêmico) e Waldemar de Almeida. Nenhum desses candidatos logrou eleição no pleito realizado a 14 de outubro.

As eleições não foram disputadas apenas pela Aliança Social e o Partido Popular. Outros dois grupos partidários concorreram: o Partido da União Operária e Camponesa do Brasil, com lideranças do Partido Comunista Brasileiro (PCB), e Ação Integralista Brasileira (AIB), que sem recursos e uma insignificante base de apoio popular não conseguiram eleger nenhum de seus representantes (COSTA, 1995, 42-43; SPINELLI, 1996, p. 171-175).

Conforme já fora anteriormente comentado, Waldemar de Almeida integrou-se ao movimento nacional que, em Natal, implantara a corrente política do integralismo, sob a direção da Ação Integralista Brasileira. Seguia, assim, os caminhos indicados pela sua formação católica e convivência com os mantenedores da Congregação Mariana de Moços e da Escola Técnica de Comércio de Natal, onde havia estudado.

Waldemar de Almeida (sentado), quando na função de Chefe Provincial para o Rio Grande do Norte da Ação Integralista Brasileira. De pé, da esquerda para a
direita: Monsenhor Walfredo Gurgel, Felipe Nery de Andrade, Miguel Seabra Fagundes, Otto de Brito Guerra, Francisco Veras Bezerra e Sinval Moreira Dias.
Foto do arquivo da família de Carlos Gondim.

JORNAL A ORDEM

O segundo jornal mais antigo que circulava na cidade era o jornal A Ordem. Este possuía uma tipografia própria, cuja sede ficava situada à Rua Dr. Barata, no Bairro da Ribeira, onde funcionavam sua redação e oficina. O conteúdo de suas páginas era voltado para as discussões internas, teológicas e política, da Igreja Católica. Segundo a Arquidiocese de Natal66, A Ordem tornou-se uma trincheira de onde, naquele momento, os ideais católicos precisavam ser defendidos. O conteúdo dava a impressão de que a Igreja Católica estava diante de uma série de inimigos ideológicos, sociais e morais e seu posicionamento aguerrido refletia as circunstâncias transformadoras que a Igreja local vivia naquele momento, em que sua renovação parecia necessitar posicionar-se para se afirmar frente […] ao protestantismo, ao espiritismo, à maçonaria, ao comunismo etc. Tom moralizante também é percebido com investidas contra o carnaval, bailes, neopaganismo, má imprensa, jogatina, enfim, contra todos os inimigos da ordem moral (FERRARI, Alceu. Igreja e desenvolvimento: o movimento de Natal. Mimeo, s/d).

Para Ferrari, o grupo responsável pelo jornal estava impregnado pelas ideias integralistas que, anteriormente, haviam exercido grande influência sobre o Estado do Rio Grande do Norte. Historicamente, os intelectuais da Igreja Católica tiveram uma participação ativa na vida política, propondo projetos, apoiando iniciativas e atividades desenvolvidas pelo Governo Estadual. Porém, especificamente no final dos anos de 1930 e ao longo de todo o período pesquisado, sua ação estava dirigida, e mesmo tolhida, pelo posicionamento adotado pelo Bispo Dom Marcolino Dantas, que passou a exigir uma ação distanciada das questões políticas da cidade e do Estado, embora continuasse associada a todas as atividades que envolviam as elites políticas locais.

O jornal “A Ordem” foi a voz do integralismo no estado, responsável por difusão do anticomunismo, com nomes como Câmara Cascudo. Ver mais no trabalho de dissertação: LEIRIAS, Daniela Araújo. “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”: o anticomunismo católico e a formação da identidade e da espacialidade norte-rio-grandense (1934-1937). Mestrado (Dissertação em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2016.

Segundo Leirias (2016), o jornal A Ordem no Rio Grande do Norte, era oriundo da produção do A Ordem e de sua revista no locus da produção de pensamento católico na capital do Rio de Janeiro, responsável pela formação da identidade católica dessa cidade e desse estado, é o cerne da discussão do integralismo, anticomunismo e catolicismo, principalmente durante toda década de 1930, a formulação de seus conteúdos informacionais traduziam os processos da Diocese. Dentre os seus colaboradores estavam também muitos dos que escreviam em A República. Após a redemocratização de 1945, o jornal manteve o mesmo perfil anticomunista e circulou até 1952.

Todos os membros responsáveis pela produção do jornal A Ordem eram membros da Ação Integralista. Podemos afirmar que coube a produção do pensamento católico a participação dos seus membros no integralismo no estado. Podemos apontar que a imprensa integralista se utilizava do jornal A República, órgão oficial do estado, para a disseminação e propaganda do integralismo. Após o surgimento do jornal A Ordem não se verificou mais a permanência atuante das ideias integralistas e de seus intelectuais no jornal A República, e o jornal católico passou ser o porta-voz do integralismo norte-rio-grandense e, ao mesmo tempo, o divulgador do pensamento católico nacional. (LEIRIAS, 2016, p. 123).

O outro importante colaborador foi Câmara Cascudo, que em setembro do mesmo ano, iniciou um relatório de viagem científica e colaborações sobre a história do estado e da cidade. A década de 1930, marcada por um entusiasmo do jornal quanto ao Integralismo e publicando regularmente a coluna “Ação Integralista Brasileira” (FERNANDES, 2006), não se pode deixar de perceber a influência desse intelectual na disseminação desse tipo de ideal, como colocado por Leirias (2006) em sua pesquisa, o surgimento do A Ordem transferiu esse discurso do A República para ele, o mesmo tinha como um dos porta voz Cascudo. Construiu também a coluna Acta Diurna, iniciada em 1938, uma das mais duradouras, fornecendo informações históricas, antropológicas e de Biblioteca – que eram comentários acerca de livros – (FERNANDES, 2006).

O MOVIMENTO

Sobre os escombros do tenentismo surgiram dois agrupamentos políticos: a Ação Integralista Brasileira (AIB) e a Aliança Nacional Libertadora (ANL). Este era uma força organizada e potenciada, em sua ação, marcada por “uma ideologia de orientação popular e de amplitude nacional.” A AIB, movida por princípios fascistas, também era “um movimento disciplinado, sob a forma de milícias, cujas bases sociais eram compostas principalmente de elementos de classe média e por militares” (SOLA, IN: MOTA, 1974, p. 259).

A Ação Integralista Brasileira foi um movimento partidário ao pensamento fascista originário em 8 de outubro de 1922, sob a liderança de Plínio Salgado, buscando expandir preceitos religiosos e morais sob quaisquer outros (acima da liberdade, por exemplo), com o slogan “Deus, Pátria e Família”. O nacionalismo era a palavra de ordem para os integralistas, ainda que eles se referissem muito mais a seu aspecto cultural do que econômico.

No Brasil, os grupos direitistas, entre eles os de ideologia nazi-fascistas, estavam agrupados na Ação Integralista Brasileira (AIB), liderada por Plínio Salgado, um político de pequena expressão antes, mas escritor muito ativo: romancista, poeta e teórico do modernismo; teve mesmo participação na Semana de Arte Moderna, decerto por equívoco, pois não era autor de sensibilidade realmente moderna, como ele mesmo lucidamente percebia (…). (…) propagandista de idéias, escreveu dezenas de livros sobre a política de seu tempo, defendendo as teses antiliberais, conservadoras e até fascistas. (…) Realizando obra imensa, não escreveu nenhum livro importante, mas exerceu muita influência (IGLESIAS, 1993, p. 239).

A AIB nasceu somente em outubro de 1932, a partir de um manifesto redigido por Plínio Salgado, em fins de maio do mesmo ano. A eclosão da Revolução Constitucionalista impediu temporariamente a divulgação do teor dos objetivos que nortearam o movimento. Preconizava a instituição de um Estado Integral para substituir o Estado Liberal. Nos dois primeiros anos o crescimento foi lento. Somente a partir de 1934-35 a agremiação ganhou musculatura política (IGLESIAS, 1993, p. 240).

Seu objetivo era a lenta e gradual educação dos brasileiros para o despertar de um sentimento patriótico, levando o país a exercer uma posição de destaque no cenário internacional – para o qual, segundo eles, o Brasil nascera destinado. Dezesseis anos após sua criação, com uma tentativa frustrada de golpe de Estado, a Ação Integralista Brasileira foi extinta por Getúlio Vargas e seu líder foi para o exílio.

Os integralistas eram apoiados por grande parte do empresariado, da classe média e dos militares das Forças Armadas, e defendiam a criação de um Estado forte, centralizado e nacionalista, partido único e a defesa da propriedade privada. As suas manifestações eram profundamente influenciadas pelo pensamento católico tradicionalista, daí a proclamação, no manifesto elaborado por Salgado, do “princípio da autoridade, a defesa de um nacionalismo exacerbado e o primado da família, da nação, tendo esta última no município sua célula-mater”.

Muito além do uniforme, Plínio Salgado, o chefe supremo do movimento, pensou em tudo: de lema a símbolo, de saudação a hino. O lema “Deus, pátria e família”, por exemplo, fazia alusão, respectivamente, a “quem dirige o destino dos povos”, “nosso lar” e “o início e o fim de tudo”.

Já a saudação “Anauê!” – pronunciada com o braço direito levantado, num gesto que remete ao cumprimento nazista – pode ser traduzida, em tupi, como “Você é meu parente!”. Para os indígenas, era um grito de guerra. Para os integralistas, uma manifestação de alegria. “Era pronunciada com voz natural, quando individual, e com voz clara e decidida, quando coletiva”, explica Leandro.

Uma curiosidade: os integralistas, quando se cumprimentavam, tinham direito a um Anauê; os dirigentes, a dois; Plínio Salgado, a três e Deus, a quatro. Em público, só o dirigente supremo, ou seja, o próprio Plínio Salgado, tinha autorização para saudar Deus.

O símbolo do partido era a letra grega Sigma: Σ. Na matemática, ela usada como notação para o somatório. No integralismo, representa o projeto de um Estado único e integral. Onipresente, o símbolo era usado para decorar tudo: da braçadeira do uniforme integralista até utensílios de cozinha, como pratos, xícaras e talheres.

A propaganda foi desenvolvida em três frentes: a política social, a sociocultural e a moral-espiritual, facilitada pela presença de vários intelectuais espalhados pelo país. Inspirada nos movimentos nacionalistas europeus, “o integralismo possuía uma estrutura organizativa centralizada em torno
do chefe, cuja função, uma vez no poder, visava à integração da nação e do Estado, com base corporativa. (…) A rígida disciplina levou-os a adotar um uniforme de milícia, típica característica dos movimentos paramilitares” (PENNA, 1999, p. 184).

O refrão do hino, composto pelo próprio Plínio Salgado, anunciava: “Avante! Avante! / Pelo Brasil, toca a marchar / Avante! Avante! / Nosso Brasil vai despertar”. Os integralistas não cantavam a segunda parte do Hino Nacional Brasileiro por discordarem do trecho da letra de Joaquim Osório Duque Estrada (1870-1927) que diz: “Deitado eternamente em berço esplêndido!”.

Plínio Salgado foi o líder da Ação Integralista Brasileira.

A Ação Integralista Brasileira (AIB) teve vida curta: fundada em 1932, foi extinta apenas cinco anos depois pelo Estado Novo. O nome de Plínio Salgado chegou a ser indicado pela maioria dos filiados como candidato à Presidência da República, em 1938. Mas, em troca da promessa de ocupar o Ministério da Educação, ele desistiu de disputar a eleição para apoiar a candidatura de Getúlio Vargas (1882-1954).

Não deu certo. Quando assumiu, em 1937, Vargas extinguiu todos os partidos políticos. A AIB, inclusive.

Indignados, os integralistas organizaram dois levantes: o primeiro em 11 de março e o segundo em 11 de maio de 1938. Ambos fracassaram. Alguns revoltosos foram sumariamente fuzilados.

Acusado de conspiração, Plínio Salgado foi preso – ele e outros 1,5 mil membros do partido – e, em 22 de junho de 1939, exilado em Portugal, onde permaneceu até 1946.

“O integralismo não chegou ao fim com a extinção da AIB”, pondera Leandro. “Suas ações políticas continuaram no período da ilegalidade”.

Durante seu autoexílio, Plínio Salgado procurou se “reinventar”. Aboliu o discurso autoritário e adotou um tom religioso. Na volta ao Brasil, fundou uma nova sigla, o Partido da Representação Popular (PRP), em 1945. Em 1946 eles lançaram candidatos e apoiaram candidaturas. Os ex-integralistas eram tão rejeitados quanto os comunistas, pois ainda eram rotulados de fascistas.

Os ex-integralistas , INTEGRADOS NO Partido da Representação Popular (PRP), recém criado no estado, votaram em massa em José Varela (PSD). Os comunistas apresentaram votação cerrada no candidato das Oposições Coligadas, e apenas alguns votos em branco para o Senado. Eles também eram os mais organizados no acompanhamento da apuração, com folhas impressas, onde anotavam os resultados.

Na eleição para membros da Assembleia Constituinte do estado em 1945, o PTB alcançou 1.086 votos, com Cícero Mendonça liderando com apenas 257; O PRP, dos ex-integralistas, alcançou 1.041, sendo Manoel Rodrigues de Melo, com 533, o primeiro colocado (Os resultados eleitorais divulgados pelo TRE encontram-se disponíveis em http://br.geocities.com/ricardocostaconolly. No entanto, neles não estão incluídos os anulados pelo TSE e divulgados em 1948.)

“Um fascismo democrático”, define Leandro.

Em 1955, disputou a Presidência do Brasil, mas só obteve 714,3 mil votos. Com 8% do total, terminou em último lugar, atrás de Juscelino Kubitschek (35%), Juarez Távora (30%) e Adhemar de Barros (25%).

Com o fim do PRP, Plínio Salgado migrou para a Aliança Renovadora Nacional (Arena), onde exerceu seus dois últimos mandados como deputado federal.

A UDN, apesar das divisões internas, lançou mais uma vez o nome do brigadeiro Eduardo Gomes para a presidência. O PRP, nova legenda dos integralistas, declarou apoio a esse candidato. José Américo, em discurso de lançamento dos nomes udenistas, afirmava que a escolha de Eduardo Gomes, como em 1945, era “natural”.

Os progressistas, felizes com os resultados, além de comentarem e comemorarem sua vitória, exaltavam as principais derrotas da UP: a do brigadeiro; a dos integralistas; a de Manoel Varela ao governo do estado e a de vários chefes políticos municipais. E ainda faziam piada ironizando o candidato a deputado federal João Fonseca, derrotado apesar do alto investimento financeiro que fez na campanha.

Durante a ditadura, Plínio Salgado criou a disciplina escolar conhecida como Educação Moral e Cívica. O fundador e dirigente supremo do integralismo morreu em 8 de dezembro de 1975, aos 80 anos, vítima de infarto. Segundo a doutrina que ele próprio ajudou a criar, não morreu. Foi transferido para a milícia do além, onde passou a receber ordens diretamente de Deus.

Plínio Salgado e Juscelino Kubitschek: Em 1955, depois de regressar do exílio em Portugal, Plínio Salgado disputou a Presidência da República e ficou em último lugar. O presidente eleito foi Juscelino Kubitschek (1902-1976)

OS PRINCÍPIOS DO INTEGRALISMO

[ Trecho do prefácio do livro Pequena História do Integralismo no Rio Grande do Norte, escrito pelo professor Carlos Roberto Miranda Gomes ]

1. Exige que a mocidade não se entregue aos prazeres materiais, mas dignifique a sua Pátria no trabalho, no estudo, no aperfeiçoamento moral, intelectual e físico.

2. Não concede o direito de se denominarem “revolucionários” aqueles que revelarem incultura e simples temperamento de aventureiros ou de insubordinados.

3. Declara verdadeiros heróis da Pátria: os chefes de família, zelosos e honestos; os mestres; os humildes de todos os labores, das fábricas e dos campos, que realizam pelo espírito, pelo cérebro, pelo coração e pelos braços a prosperidade e grandeza do Brasil.

4. Considera inimigos da Pátria todos os que amarem mais os sofismas, as sutilezas filosóficas e jurídicas do que o Brasil, ao ponto de sobrepô-los aos interesses nacionais; os que forem comodistas; preguiçosos mentais; vaidosos; alardeadores de luxo e de opulência; opressores de humildes, indiferentes para com os cidadãos de valor moral ou mental; os que não amarem as suas famílias; os que pregarem doutrinas enfraquecedoras da vitalidade nacional; os “blasés”; os céticos; os irônicos, míseros palhaços desfibrados.

5. Quer a Nação unida, forte, próspera, feliz, exprimindo-se no lineamento do Estado, com superior finalidade humana.

6. Não pretende erigir o Estado em fetiche, como o socialismo; nem tampouco reduzi-lo a um fantoche, como o liberalismo. Ao contrário de um e de outro, quer o Estado vivo, identificado com os interesses da Nação que ele representa.

7. Não admite que nenhum Estado se superponha à Nação ou pretenda dominar politicamente os outros. Não admite que o regionalismo exagerado e dissociativo se desenvolva em qualquer ponto do território da Pátria.

8. Pugna pela constante ação doutrinária e apostolar, não permite que os demagogos incultos ou de má-fé explorem a ingenuidade das turbas, muito menos que a imprensa subordine a sua diretriz a interesses de argentários ou poderosos em detrimento da Nação.

9. Dará um altíssimo relevo aos pensadores, filósofos, cientistas, artistas, técnicos, proclamando-os supremos guias da Nação.

10. Quer a valorização das corporações de classe, como se fazia na Idade Média, onde os grupos de indivíduos eram valorizados.

11. Quer acabar, de uma vez para sempre, com as guerras civis, as masorcas, as conspirações, os ódios, os despeitos, unindo todos os brasileiros no alto propósito de realizarem uma Nação capaz de impor-se ao respeito no Exterior.

12. Não é um partido; é um Movimento. É uma atitude nacional. É um despertar de consciência.

Qualquer semelhança com o fascismo não é mera coincidência. O contexto internacional do nazifascismo inspirou o integralismo não só nos ideais, mas também na simbologia do movimento. A saudação entreos integralistas era feita com a mão direita ao alto, bem no estilo Heil Hitler. A diferença é que os brasileiros gritavam Anauê, uma palavra em tupi que significa “você é meu irmão”. Não para por aí. O principal símbolo usado até hoje pelos integralistas é o sigma, uma letra grega que representa somatória, fazendo jus à ideia de união do povo brasileiro. Já o fascismo italiano usausava um feixe (daí o nome) de varas para representar a mesma ideia – unidade e fraternidade.

A PEQUENA HISTÓRIA DO INTEGRALISMO NO RN

Em 1984 o tema ganhou um estudo abrangente, a partir de uma série de nove reportagens publicadas no Diário de Natal pelo jornalista Luiz Gonzaga Cortez. O trabalho investigativo repercutiu nos círculos intelectuais de Natal chegando a ser premiado pela Fundação José Augusto, levando-o a ser publicado em livro em 1986 sob o título “A Pequena História do Integralismo no RN”. Raridade em sebos, a obra ganha em 2018 uma 2ª edição, revista e ampliada pelo autor. 

A segunda edição do livro vem com rico acervo fotográfico. Reportagens publicadas por Gonzaga Cortez em 1990 na TRIBUNA DO NORTE sobre episódios ainda não abordados também foram acrescidos, além de textos sobre os reflexos da Intentona Integralista de 1938, estourada no Rio de Janeiro, mas com consequências no RN.

Na obra, além das informações sobre o movimento integralista, é possível ver um retrato do Rio Grande do Norte dos anos 30, período marcado por conflitos políticos de diferentes correntes ideológicas. “O livro mostra que naquela década o ideal revolucionário não era patrimônio apenas da esquerda. Existia no RN uma direita católica revolucionária, influente e organizada, que, assim como os comunistas, pregava um golpe de estado”, diz Gonzaga Cortez em entrevista ao VIVER. “Enquanto a esquerda acreditava na ditadura socialista do proletariado, a direta apostava num nacionalismo totalitário com o lema ‘Deus, Pátria e Família’”.

Gonzaga conta que na ocasião da primeira edição do livro muitos especularam que o interesse dele pelo tema era de fazer ressurgir o fascismo. “Alguns achavam que era um desejo meu de dar visibilidade aqueles ideais. Mas meu único interesse era jornalístico. Investigar um assunto tão pouco falado no estado”, lembra o autor, esquerdista, filho do integralista Manoel Genésio Cortez Gomes (último chefe provincial da AIB). “Tive muitas discussões com meu pai quando era jovem. Ele ficava furioso com as leituras que eu fazia dos marxistas. Isso foi até um dos motivos que me levou a sair cedo de casa”.

Já nos anos 90, com a nova série de reportagens na TRIBUNA DO NORTE, as acusações eram de que Gonzaga queria manchar a reputação de algum desafeto de sua família. “Boa parte das famílias não gosta que se fale do assunto, que se lembre da ligação de seus parentes com o integralismo. Preferem deixar tudo esquecido. Mas o tema é relevante, mostra um lado da sociedade potiguar daquela época”, argumenta o autor. A série publicada na TN foi interrompida na terceira reportagem por ordem da direção do jornal. Apesar das críticas, Gonzaga recorda que sua investigação também suscitou novos estudos sobre o tema. Nos anos 80, a UFRN promoveu um seminário para debater a história ABI no RN.

O jornalista diz que tentou o contato com o etnógrafo no período de apuração nos anos 80, mas devido a saúde frágil de Cascudo não foi possível conversar. “Desconheço que Cascudo tenha renegado seu passado integralista. Mas pelos seus textos é possível perceber que ele tinha discordâncias com a linha nacional do movimento. Assim como muitos, se afastou do grupo quando os nazistas começaram a perseguir católicos na Europa”.

Dentre as principais fontes do livro estão Otto Guerra e Clovis Sarinho. O jornalista também visitou o acervo de outros integralistas, além do próprio material herdado do pai. Também foram visitados o Arquivo Público do RN, jornais da AIB, bem como da imprensa nacional e local. Gonzaga doou o acervo de seu pai para a UFRN.

Luiz Gonzaga Cortez é formado em jornalismo pela UFRN. Passou pelas redações do Diário de Natal e Tribuna do Norte. Foi ganhador do Concurso de Reportagens Elias Souto da Fundação José Augusto com as reportagens “A Pequena História do Integralismo no RN”, “O Comunismo e as Lutas Políticas do RN na Década de 30” e “Luiz Maranhão, mártir do povo”. É autor dos livros “Câmara Cascudo, jornalista integralista” (1995), “A Revolta Comunista de 1935 em Natal” (2000), dentre outros.

Filho de integralista, Gonzaga Cortez se dedica à pesquisa sobre o movimento desde os anos 80. Reportagens que escreveu à época foram premiadas.
Pequena História do Integralismo no RN, obra que revela como o movimento conquistou a adesão de figuras importantes da sociedade norte-riograndense com sua pregação nacionalista.

O INTEGRALISMO DE HOJE

A expressão, criada por Plínio Salgado (1895-1975), abriu o Manifesto de Outubro, em 7 de outubro de 1932.

O documento, redigido pelo próprio jornalista, definia as diretrizes ideológicas do integralismo, versão brasileira do fascismo italiano e de seus similares europeus, e é considerado a “certidão de nascimento” do movimento.

Quase 90 anos depois, no dia 8 de junho de 2021, a frase foi resgatada por Paulo Fernando para abrir seu discurso de filiação ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Em julho, mais duas importantes lideranças neointegralistas, Moisés José Lima e Lucas Carvalho, se filiaram ao partido presidido pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson para disputar as próximas eleições.

Não é a primeira vez que neointegralistas tentam aproximação com partidos políticos de direita, como o Partido de Reedificação da Ordem Nacional (PRONA), de Enéas Carneiro (1938-2007), e o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), de Levy Fidelix (1951-2021).

Quem explica é Odilon Caldeira Neto, doutor em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e professor do Departamento de História da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

“Os neointegralistas buscam construir alianças para articulações mais amplas. O discurso contrário à democracia liberal é, muitas vezes, um grande obstáculo para as pautas integralistas. Mas essa relação existe. E, ultimamente, tem crescido”, afirma Odilon, autor de Sob o Signo do Sigma: Integralismo, Neointegralismo e o Antissemitismo (2014) e coautor de O Fascismo em Camisas Verdes – Do Integralismo ao Neointegralismo (2020), em parceria com Leandro Pereira Gonçalves.

Os mais novos filiados do PTB são integrantes da Frente Integralista Brasileira (FIB), o maior, mais ativo e organizado dos três grupos neointegralistas surgidos na década de 2000.

Os outros dois são a Ação Integralista Revolucionária (AIR), de intensa atuação virtual, e o Movimento Integralista e Linearista Brasileiro (MIL-B), de forte conotação antissemita. Segundo estimativas, o número de militantes da FIB gira em torno de 200, em sua maioria homens.

VANDALISMO A CÂMARA CASCUDO

OS FINS NÃO JUSTIFICAM OS MEIOS. Como esclarecido nesta publicação, nossa intenção não é fazer apologia a qualquer movimento, muito menos justificar atos de vandalismo a monumentos públicos e históricos aos quais são diametralmente contra os princípios que regem o Fatos e Fotos de Natal Antiga. Depredar o monumento ao nosso maior folclorista é renegar a importância do legado de Câmara Cascudo por uma faceta de suas convicções políticas. Não de pode dar a estátua o mesmo destino da Coluna Capitolina que atualmente encontra-se encarcerada no Instituto Histórico e Geográfico – IHGRN para ser salvaguardada outros inconsequentes ataques igualmente injustificados. Uma sociedade que não convive com as diferenças políticas, a pluralidade de ideias, de raça e credo, não se sustenta enquanto unidade de povo, nação ou país.

O fato é que a estátua do Memorial Câmara Cascudo, foi alvo de um ato de vandalismo. O monumento, que fica em frente ao prédio, amanheceu pichado nesta segunda-feira (2). As mãos da estátua foram pintadas em vermelho e no piso foi escrito “fascistas não passarão”.

A Fundação José Augusto (FJA), responsável por salvaguardar o memorial tomou conhecimento do ocorrido na manhã desta segunda-feira. A estátua passará por vistoria técnica para analisar os danos e elaborar um relatório que vai nortear o reparo.

Neta do historiador e presidente do Instituto Câmara Cascudo, Daliana Cascudo tomou conhecimento sobre o caso em contato com a reportagem da TRIBUNA DO NORTE e informou que vai se posicionar após averiguar os danos à estátua do avô.

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE entrou em contato com o presidente da Fundação José Augusto (FJA), Crispiniano Neto, que afirmou que enviou uma equipe para cuidar da limpeza. Um B.O. foi feito na 2º Distrito Policial, que fica na Praia do Meio.

Essa não é a primeira vez que uma escultura da FJA é pinchada. No final de fevereiro, a estátua de Iemanjá foi danificada, tendo o rosto, as mãos, pescoço e colo pintados de preto em ato que foi considerado vandalismo por representantes das religiões de matriz africana.

Na tarde desta segunda-feira (02), em nota enviada à imprensa, a comunicação do Instituto lamentou o ocorrido e pede medidas de proteção urgentes para o patrimônio cultural potiguar. 

Estátua de Câmara Cascudo foi pintada indevidamente e FJA fará vistoria para avaliar danos. Foto de Adriano Abreu.

CAMARA CASCUDO VIVE! VIVA PARA O ETERNO CASCUDO!

Veja a nota na íntegra:

Na qualidade de representantes legais do Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo, instituição privada mantenedora do seu acervo e responsável pela preservação do seu legado cultural, vimos a público manifestar nossa mais profunda indignação diante da pichação feita na estátua de Câmara Cascudo que encontra-se em monumento localizado em frente ao Memorial Câmara Cascudo.

O ato de vandalismo expressa o total desconhecimento sobre a vida do homenageado e sobre sua obra repleta de brasilidade tendo por objeto de estudo o povo e todas as suas manifestações. 

Por se tratar de prédio público cuja administração está a cargo da Fundação José Augusto, solicitamos aos mesmos que sejam adotadas medidas urgentes no sentido de recuperar os danos ao patrimônio histórico do Rio Grande do Norte. 

Apoiamos a livre expressão de pensamento, mas repudiamos qualquer ato de vandalismo que venha a danificar bem histórico e macular a imagem de Luís da Câmara Cascudo. 

FONTES:

A cidade e a guerra: a visão das elites sobre as transformações do espaço da cidade do Nata na Segunda Guerra Mundial / Gionana Paiva de Oliveira. – Recife, PE, 2008.

«A decepção política de um fidalgo do sertão». Folha de S. Paulo. 27 de dezembro de 1998. Consultado em 2 de abril de 2021.

AS VERDES PÁGINAS NA BIOGRAFIA CASCUDIANA: UMA ANÁLIS DA ATUAÇÃO PROPAGANDISTA DE CÂMARA CASCUDO NOS PERIÓDICOS INTEGRALISTAS (1932-1937). Arthur Luis de Oliveira Torquato. (Departamento de História – UFRN).

Anuário Natal 2007 / Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo – Natal (RN): Departamento de Informação, Pesquisa e Estatística, 2008.

Barroso, Gustavo (1936). O Integralismo e o Mundo 1 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, pp. 138-141

Câmara Cascudo – Wikipédia, a enciclopédia livre. – https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2mara_Cascudo – Acesso em 0405/2022.

CASCUDO NÃO DEVOLVEU COMENDA DE MUSSOLINI – DHNET – http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/luizgonzagacortez/livro_cascudo_integralista.htm#6 – Acesso em 04/05/2022

Cortez, Luiz Gonzaga (2002). Câmara Cascudo, o Jornalista Integralista 2 ed. São Paulo: Edições GRD

Dos bondes ao Hippie Drive-in [recurso eletrônico]: fragmentos do cotidiano da cidade do Natal/ Carlos e Fred Sizenando Rossiter Pinheiro. – Natal, RN: EDUFRN, 2017.

E ele gritava: “Anauê!” – Planeta Jota – https://www.planetajota.jor.br/IntegralismonoRN.html – Acesso em 04/05/2022.

História do Rio Grande do Norte / Sérgio Luiz Bezerra Trindade. – Natal: Editora do IFRN, 2010.

Instituto Itaú Cultural. «Luís da Câmara Cascudo». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 2 de abril de 2021

Luís da Câmara Cascudo e o Integralismo no Brasil em 21/8/2015 – Click Ideia – http://www.clickideia.com.br/portal/conteudos/c/36/23599 – Acesso em 04/05/2022.

Luís Natal ou Câmara Cascudo: Luís Natal ou Câmara Cascudo: o autor da cidade e o espaço como autoria o autor da cidade e o espaço como autoria Francisco Firmino Sales Neto. Natal/RN. 2009

O Estado Novo no controle da informação cotidiana: o caso da cidade de Natal (1941-1943) a partir do jornal “A República” / Fernanda Carla da Silva Costa. – João Pessoa, 2019.

O que foi (e ainda é) o integralismo brasileiro? – Super Interessante – https://super.abril.com.br/historia/o-que-foi-e-ainda-e-o-integralismo-brasileiro/ – Acesso em 04/05/2022.

O nosso maestro bigrafia de Waldemar de Almeida / Cláusdio Galvão. – Natal: EDUFRN, 2019.

Passado à direita – Tribuna do Norte em 212/03/2018 – http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/passado-a-direita/408074 – Acesso em 04/05/2022

Partidos, candidatos e eleitores: o Rio Grande do Norte em campanha política (1945-1955) / Jailma Maria de Lima. – Niterói, RJ, 2010.

Quem são os integralistas, o fascismo brasileiro que mantém seguidores até hoje – BBC News – https://www.bbc.com/portuguese/geral-58205709 – Acesso em 04/05/2022.

SERTÃO VERDE: AS CORES DO INTEGRALISMO NO RIO GRANDE DO NORTE por Isabel Tebyriçá Ramos – Roteiros & Descobrimentos – http://www.historiaecultura.pro.br/modernosdescobrimentos/desc/cascudo/cascudosertaoverde.htm – Acesso em 04/05/2022.

BIBLIOGRAFIA:

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FERNANDES, Anchieta. História da Imprensa Oficial do Rio Grande do Norte. Natal: Sebo Vermelho, 2006.

IGLÉSIAS, Francisco. Trajetória política do Brasil (1500-1964). São Paulo: Companhia das Letras.

MARIZ, Marlene da Silva; SUASSUNA, Luiz Eduardo Brandão. . Natal: Sebo Vermelho, 2000.

MELO, Luiz Gonzaga Cortez Gomes de. Pequena história do integralismo no RN. Natal: Clima: Fundação José Augusto, 1986.

MELO, Luiz Gonzaga Cortez Gomes de. Câmara Cascudo, o jornalista integralista. Natal: Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, 1995. (Coleção Humanas Letras).

Momento político Estadual. O Diário. Natal, p. 3, 7 jan.1947.

PENNA, Lincoln de Abreu. República Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

SPINELLI, José Antônio. Getúlio Vargas e a oligarquia potiguar – 1930-35. Natal: EDUFRN, 1996.

FERNANDES, Anchieta. História da Imprensa Oficial do Rio Grande do Norte. Natal: Sebo Vermelho, 2006.

BIBLIOGRAFIA SUGERIA:

TORQUATO, Arthur Luis de Oliveira. Silenciando peças e criando lacunas: uma análise da trajetória integralista na biografia de Luís da Câmara Cascudo (1932-1945). Monografia (Graduação em História) – Departamento de História, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2008.

Acerca da participação de Cascudo no movimento integralista, ver TORQUATO, Arthur Luis de Oliveira. Silenciando peças e criando lacunas: uma análise da trajetória integralista na biografia de Luís da Câmara Cascudo (1932-1945).

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