O Viaduto do Baldo
Inaugurado em 1978, durante a gestão do então prefeito Vauban Bezerra de Farias (1975-1978), o viaduto do Baldo contribui por muitos anos como uma via para interligar os bairros do centro com as zonas Leste e Sul da capital potiguar.
A obra demorou cinco anos para ficar pronta e era, portanto, uma tentativa da Prefeitura do Natal em urbanização aquela região. Muitos acharam que iria se transformar em um grande elefante branco.
Atualmente a via sobre o viaduto se chama avenida governador Juvenal Lamaetine.
O primeiro
Uma curiosidade que me chamou atenção foi essa foto abaixo. Achei no grupo do Facebook, “Fatos e Fotos Natal Antiga“, no qual mostra o primeiro carro atravessar o viaduto do Baldo, em 1980, que liga Tirol ao Passo da Pátria, Ribeira e Alecrim. Na época, a estrutura estava prestes a concluir. Ou seja, mais uma aventura de um natalense.
Na época, a via não tinha pavimentação muito menos asfalto.
Quem enviou foi Jarbas Cavalcanti, que mostra um rapaz sentado numa Brasília branca, um dos carros da moda.
Mesmo com sua utilidade questionada, a obra – projetada pelo engenheiro Hugo Mota – colaborou para fluir o trânsito natalense e se tornou ponto de referência para as diversas movimentações sociais realizadas nas áreas próximas à sua localização.
Tragédia do Baldo
Nos antigos carnavais, era comum blocos de ruas passarem por baixo de sua imponente estrutura, subindo a ladeira da avenida Rio Branco em direção à Cidade Alta.
Tradição interrompida após um atropelamento causado por um ônibus que vitimou 19 pessoas, e feriu gravemente 12, enquanto essas brincavam em um bloco de carnaval, à 0h50, durante o carnaval de 25 de fevereiro de 1984, em Natal, ficou conhecido como Tragédia do Baldo.
O atropelamento foi provocado pelo motorista de ônibus Aluízio Farias Batista, após este saber da empresa que trabalharia além do expediente e, consequentemente com raiva, teria atropelado várias pessoas durante um bloco de carnaval.
A tragédia ocorreu na parte mais baixa de uma ladeira, que é um espécie de divisão entre a avenida Coronel Estevam, no bairro do Alecrim, e a avenida Rio Branco, no bairro da Cidade Alta. Essa parte mais baixa é conhecida pela população como “Baldo” – daí o nome da tragédia.
O caso foi apresentado no programa Linha Direta, da Rede Globo, em 8 de dezembro de 2005.
Atualmente, classes de trabalhadores se concentram abaixo da estrutura durante as reivindicações de suas categorias. Ponto provavelmente escolhido devido à importância para a movimentação do trânsito de Natal.
Por recomendação do Ministério Público Estadual, a prefeitura interditou o equipamento em outubro de 2012 devido a danos em sua estrutura. Desde então, o natalense teve que se acostumar com outras rotas para transitar pela região.
Recuperação
O Viaduto do Baldo é no dia 14/06/2016 de novo da população de Natal. Neste dia o tráfego de veículos foi liberado no viaduto que fica no limite entre os bairros do Alecrim e Cidade Alta. O equipamento foi totalmente recuperado pela Prefeitura de Natal, que investiu R$ 3,6 milhões em recursos próprios na obra.
Os serviços realizados consistiram na substituição dos aparelhos de apoio que dão sustentação à estrutura do equipamento (40 placas de neoprene). Além disso, foram trocadas também todas as juntas de dilatação e, para completar a total revitalização do viaduto, a Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semov), responsável pela execução da obra, fez o recapeamento asfáltico de toda a via. Um novo projeto paisagístico de ajardinamento e iluminação também foi executado pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur).
A obra acabou se mostrando mais complexa que o projetado inicialmente. Em função disso, a revitalização do viaduto precisou ser feita por etapas. A primeira fase consistiu na recuperação do canal que passa por baixo do viaduto, com a instalação de uma nova laje sobre a existente.
Na sequência, foram feitas a recuperação da estrutura e da superestrutura do local (vigas, pilares e guarda-corpos), com limpeza da ferragem oxidada com jateamento hidráulico, jateamento de ar, pintura antioxidante e, por último, a aplicação do concreto. Esses serviços foram realizados em toda a extensão do viaduto, onde existiam patologias (concreto desagregado e ferragens aparentes). Logo depois, as juntas de dilatação também precisaram ser substituídas.
O resultado, após quase quatro anos de interdição, deixou o Viaduto do Baldo totalmente renovado e seguro. Com a revitalização, ampliamos em mais de 30 anos a vida útil. O viaduto é importante para a mobilidade urbana da capital potiguar, ligando a região da Cidade Alta à Zona Sul.
Fontes de consulta:
Prefeitura de Natal, Portal No Minuto, G1, Wikipédia, Brechando,
Reza a lenda q o projeto original seria “pegando” o trânsito q vinha do alecrim pra a cidade alta. Na época a casa do vice governador Clóvis Mota ficava no início da ladeira da avenida, e o mesmo não permitiu. Como o dinheiro estava garantido pra obra, giraram a ponte em 90 graus.
Mas, como eu disse: rezar a lenda.