Os 80 anos da Base Aérea de Natal

A Base Aérea de Natal (BANT) ganhou um espaço na história durante a Segunda Guerra Mundial sendo criada no dia 2 de março de 1942 e ativada em 7 de agosto do mesmo ano, pelo Decreto Lei nº 4.142, assinado pelo então ministro da Aeronáutica do governo do presidente Getúlio Vargas, Salgado Filho. Em novembro do mesmo ano, passaram a conviver no mesmo aeródromo, em “Parnamirim Field”, duas bases aéreas.

O Campo de Parnamirim

O legendário Campo de Parnamirim já existia antes da deflagração da 2º Guerra Mundial. Com a entrada dos Estados Unidos no grande conflito, o Governo Brasileiro cedeu áreas para apoio às tropas aliadas e para que elas construíssem uma Base capaz de enfrentar qualquer ameaça do Hemisfério Ocidental e assegurar a rota para a África.

Em 1927, o português Manuel Machado passou a ser o novo dono das terras do Engenho Pitimbu, que se estendiam dos limites com os Guarapes, Macaíba, ao norte, e as terras do Engenho Cajupiranga, ao sul. Ele adquiriu fazendas, sítios, engenhos e terras férteis, mas também áreas extensas e desabitadas. Com a posse das terras não esperava ganhar nenhum título nobiliárquico, mas apenas que a cidade crescesse e exigisse novos espaços para moradias.

No entanto foi em meio à aventura dos pioneiros da aviação civil que Parnamirim nasceu. Em 1927, foram abertas diversas rotas aéreas no Brasil. Para isso, foram escolhidas algumas áreas ao longo dessas rotas a fim de que se pudesse ser instalada uma rede de aeroportos.

Dessa forma, a Compagnie Generale Aéropostale – CGA (antiga Compagnie Générale d´Entreprise Aéronautique – CGEA) instalou o campo de pouso (para ser a cabeça da linha transatlântica na América do Sul) numa área doada pelo então dono da maior parte das terras pertencentes ao “município”, o comerciante Manuel Machado, que contava com a imediata valorização do restante da sua propriedade.

Nesse mesmo período, foi construída “uma estrada de rodagem, ligando Natal ao campo de aviação em Pitimbu”, facilitando, assim, a instalação da Aéropostale no Estado. Essa estrada, na verdade, era uma estrada carroçável que saía do caminho que levava ao porto dos Guarapes, em Macaíba, passava pelo engenho Pitimbu e acompanhava a linha férrea Natal/Nova Cruz, até o novo campo.

Nos anos seguintes, com a expansão das atividades da Aéropostale, que viria a ser absorvida em outubro de 1933 pela Air France, Manuel Machado vendeu novos pedaços de terra para a ampliação do “aeroporto de Parnamirim”.

Em 1933, a Air France absorveu todas as companhias privadas de aviação civil. Novos investimentos foram feitos no campo e a companhia estatal francesa transferiu os hangares e demais instalações para o outro lado da pista de pouso, onde hoje estão as instalações da Base Aérea de Natal. A partir daí, ficou reconhecida a importância de Parnamirim para o desenvolvimento da aviação internacional.

Dos ataques para a base

Com o início da Segunda Guerra Mundial, formaram-se dois pólos lado, França, Inglaterra e Estados Unidos – os Aliados. De outro, Itália, Alemanha e Japão – as Forças do Eixo.

A guerra já tomava conta da Europa, Norte da África e Ásia, quando o Departamento de Guerra dos Estados Unidos preparou um sistema de defesa, que incluía a instalação e melhora de 10 bases aéreas no Nordeste e Norte brasileiro, em especial na cidade do Natal, pois estava entre os quatro pontos mais estratégico do mundo, juntamente com o Estreito de Gibraltar (entre a Espanha e Marrocos), Estreito de Bósforo (entre a Europa e a Ásia) e o Canal de Suez (entre o Mar Mediterrâneo e o Vermelho).

No Brasil, o Presidente Getúlio Vargas mantinha-se neutro e não participar do conflito, no entanto, a sequência dos acontecimentos obrigou-o a posicionar-se e declarar Guerra ao Eixo, em 31 de agosto de 1942. O fato de vários navios mercantes brasileiros, na costa brasileira, terem sido atacados por submarinos alemães e italianos fez culminar a decisão de entrar na Guerra.

A principal estratégia adotada foi a construção de Parnamirim Field, para servir de base de apoio para as tropas americanas durante o período da Segunda Grande Guerra. No local funcionava, desde 1927, um modesto campo de pouso usado para pousos de aeroplanos de pequeno porte.

A BANT foi criada no dia 2 de março de 1942, e ativada em 7 de agosto do mesmo ano, pelo Decreto Lei nº 4.142, assinado pelo então ministro da Aeronáutica do governo do presidente Getúlio Vargas, Salgado Filho. Em novembro do mesmo ano, passaram a conviver no mesmo aeródromo, em “Parnamirim Field”, duas bases aéreas.

À época, a FAB tinha apenas 1 ano e meio de existência e, portanto, ainda carecia de aviões modernos e apropriados para ataques e defesa, além de contar com um efetivo militar insuficiente e sem treinamento, para atuar numa guerra; Mesmo com esse quadro desfavorável, o Governo Brasileiro viu-se forçado ao estado de beligerância, para proteger a navegação marítima brasileira de atos hostis, praticados por submarinos alemães (e também por submarinos Italianos) na chamada zona de segurança, instituída pelas nações das Américas.

Além de milhares de aviões de caça, de bombardeio e de transporte destinados às frentes de batalha, esta Base foi rota de muitas personalidades de renome internacional. O desembarque mais famoso foi o do presidente americano Franklin Roosevelt para o encontro com o presidente brasileiro Getúlio Vargas. Trata-se da Conferência do Rio Potengi, também conhecida como Conferência de Natal, aconteceu nos dias 28 e 29 de janeiro de 1943 entre o Presidente do Brasil Getúlio Vargas e o Presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt. No retorno da Conferência de Casablanca, o presidente Roosevelt visitou o presidente Vargas para inspecionar as instalações militares que estavam enviando aeronaves e equipamentos às frentes de batalha na África e na Ásia. A visita também incluiu discussões sobre o apoio contínuo e o papel do Brasil na Segunda Guerra Mundial.

A construção da Base Americana por sua engenharia militar durou de 1940 a 1944. Com a chegada das tropas americanas o local ganhou uma estrutura com a mais moderna tecnologia bélica da época.

As máquinas alargaram e duplicaram as pistas para que pudessem comportar os aviões de médio e grande porte. As pistas asfaltadas 16/34 e 12/30 dividiam, a Oeste, a base Aérea de Natal, Base Brasileira e, a leste, edificou-se em proporções muito maiores Parnamirim Field, a Base Americana.

As bases possuíam prédios, galpões, parques de manutenção de aeronaves, pistas de pouso e decolagem. Contava ainda com cinemas, pousadas, hospital, grandes áreas de esporte e uma boa reserva de Mata Atlântica. Somava-se a esse complexo um grande conjunto residencial, para o pessoal envolvido na guerra.

Natal se desenvolveu de maneira rápida e a cidade de Parnamirim surgiu do dia para noite. No auge do conflito, Parnamirim era o mais congestionado aeroporto do planeta, com aviões pousando e decolando de três em três minutos. Foi o aeroporto era um dos mais movimentados do mundo durante o conflito com cerca de trezentos aviões diariamente passando por suas pistas de decolagem e de aterrisagem. Devido à fundamental importância para a vitória dos aliados, tornou-se conhecido como o “Trampolim da Vitória”, pois era usado pelas aeronaves americanas para reabastecimento antes de se dirigirem ao local das batalhas no norte da África e da Europa, em função da autonomia limitada dos aviões da época.

O Headquarter da Força Aérea dos Estados Unidos no Atlântico Sul, que funcionou de agosto de 1943 até julho de 1945, era uma estrutura grandiosa que incluía duas pistas de pouso com capacidade de operação irrestrita de aeronaves, doze áreas de estacionamento, dez hangares e 700 edificações. Era uma Base de trânsito e apoio para homens, armas e equipamentos, que operava em constante ampliação, 24 horas por dia, com um fluxo diário estimado em 400 a 600 aeronaves, ou com saída de 300 aviões rumo à África; ou com a descida ininterrupta de aviões de cinco em cinco minutos (Aldo Fernandes em depoimento).

A base brasileira tinha como principal objetivo apoiar a Marinha do Brasil no monitoramento à ameaça submarina do Eixo e executar missões de salvamento de aviões no mar, ao longo da costa do Nordeste. No período da 2ª Guerra, a Força Aérea Brasileira e a Marinha atuavam nas missões de patrulhamento e de cobertura a navios ou comboios, em cooperação com as forças navais e aéreas norte-americanas, promovendo esforços extraordinários para superar as suas dificuldades. Por volta de 1943, organizou-se na Base Aérea de Natal, uma unidade de treinamento, denominada “USBATU” – United States – Brazil Air Training Unit, cujo objetivo principal era dar instrução aérea e terrestre aos oficiais e sargentos da FAB, que iriam compor as novas unidades de patrulhamento. Ainda durante o conflito mundial, com o intuito de melhor alocar os recursos militares, em 05 de outubro de 1944, o 2º Grupo de Caça foi transferido de Natal para Santa Cruz, no Rio de Janeiro.

A 20 quilômetros da Base Aérea ficava a Rampa, que operava com aviões que tinham a missão de patrulha e salvamento, além de seis Bombardeiros Martim Mariner, para detectar submarinos inimigos e destruí-los.

Estimava-se que mais de 15 mil militares americanos e brasileiros passaram pela base de Natal, onde os aviões pousavam e decolavam insensatamente. Não foi julgada necessária a implantação de um terminal de passageiros nessa época, apesar do intenso movimento aéreo. Os movimentos de embarque e desembarque ocorriam nos prédios das antigas companhias comerciais que operavam no local entre 1927 e também entre 1943 e 1945, o aeroporto era utilizado conjuntamente pelo Exército e Marinha dos Estados Unidos, pelas linhas comerciais, pela Força Aérea Brasileira e pela Royal Air.

De atores de Hollywood ao presidente da maior potência mundial, Natal recebeu, na época da Segunda Grande Guerra, inúmeras celebridades, como os atores Humphrey Bogart, Bette Davis, Tyronne Power e as orquestras de Glenn Miller e de Tommy Dorsey. A presença deles servia para divertir, alegrar e elevar o moral dos combatentes em meio à tristeza da guerra.

Os espetáculos eram realizados no Teatro ao Ar livre Trampolim da Vitória ou Cine Drive In (como chamavam os americanos). Esses artistas também faziam apresentações no centro da cidade, para os civis, no antigo Cine Rex.

Ainda que tivessem sido transferidas para Natal dez unidades do Exército equipadas com modernos canhões, compondo com a Marinha e a Aeronáutica um efetivo preparado para possíveis ataques do Eixo, o conflito não se deflagrou na cidade de Natal, nem em outra cidade do nosso país.

Em fins de 1943, o governo decidiu enviar tropas brasileiras para á Itália, que seriam reforçadas com um Grupo de Caça e com pessoal necessário para a organização de uma esquadrilha de ligação e observação-1ªELO. A seguir, em 18 de dezembro de 1943, foi criado o 1° Grupo de Caça, tendo como comandante o Major Nero Moura. Após intensos treinamentos no Panamá e nos Estados Unidos, o grupo de caça começou a atuar em missões de guerra na Itália, em 31 de outubro de 1944.

Esse grupo combateu até o final da guerra, obtendo resultados surpreendentes, como o do dia 22 de abril de 1945, ápice dos acontecimentos, quando promoveu o maior número de ataques contra os alemães. É importante destacar também a atuação da 1ª Esquadrilha de Ligação e Observação 1ª ELO, formada por pilotos da FAB e também por observadores aéreos, do Exército, que auxiliaram as tropas da FEB – Forca Expedicionária Brasileira- na calibragem da artilharia. Nos aviões da 1ª ELO atuavam pilotos da FAB e oficiais observadores da FEB.

No final da guerra, o controle das bases americanas foi transferido para os militares brasileiros. A FAB recebeu então as instalações que eram ocupadas pelos norte-americanos, e assim a Base Aérea de Natal passou a operar em toda a área. A divisão que antes havia, permanece até hoje, como um hábito adquirido para melhor localizar os espaços terrestres: As pistas de pouso dividem a Base Oeste da Base Leste. No decurso do tempo, suas instalações tiveram diferentes finalidades e denominações: Centro de Instrução Militar e Centro de Formação de Pilotos Militares (CFPM), Centro de Aplicações Táticas e Recompletamento de Equipagens (CATRE) e Comando Aéreo de Treinamento que, em 2001, foi desativado e em seu lugar foi reativada a Base Aérea de Natal, com a missão de promover o apoio necessário às unidades aéreas sediadas e apoiar todas as unidades de Aeronáutica que nela operem.

Pós-Guerra

Em 23 de outubro de 1946 foi inaugurada a estação de passageiros da Base Aérea de Natal, construída com recursos do então Ministério da Aeronáutica. O complexo era compartilhado entre a aviação comercial civil e a aviação militar, sendo que aquela estaria submetida a algumas restrições operacionais estabelecidas por essa. Porém, o espírito colaborativo predominou nas relações entre a aviação comercial e militar, sendo que a Base Aérea de Natal chegou a conceder suas instalações para acomodação de passageiros, uma vez que não existiam hotéis suficientes na cidade naquela época. Seis anos depois da inauguração, a estação de passageiros foi elevada à condição de Aeroporto Internacional Augusto Severo, através da Lei nº 1.473, de 24 de novembro de 1951.

Outras transferências ocorreram, em novembro de 1953, quando a FAB movimentou o 3º/1º GAvC (Grupo de Aviação de Caça) de
Santa Cruz para Natal, alterando-o para 2º/5º GAv, também conhecido como Esquadrão “Joker”. O esquadrão era equipado, na época, com as aeronaves Republic F-47 Thunderbolt e NA T-6 Texan. O Esquadrão “Joker” permaneceu em funcionamento em Natal até o dia 07 de dezembro de 1956, quando foi totalmente transferido para Fortaleza/CE e incorporado pelo 1º/4º GAv.

A primeira reforma pela qual o aeroporto passou ocorreu em 1957. Em 31 de março de 1980, em sua segunda reforma, o aeroporto teve sua administração transferida do Ministério da Aeronáutica para a Infraero. Em 1996, houve a construção e modernização do complexo aeroportuário, o que resultou em novos itens de conforto e segurança para atender ao número crescente de usuários.

No dia 15 de julho de 1968, foi criado, em Natal, o Núcleo de Centro de Formação de Pilotos Militares. Isso resultou na desativação da Base Aérea de Natal e do 2º/5º GAv, enquanto o 1º/5º GAv foi transferido de Natal para Recife, levando com ele as aeronaves Douglas B-26C Invader. Menos de dois anos depois, em fevereiro de 1970, a Base de Natal foi totalmente fechada, permanecendo dessa maneira por um período de aproximadamente 19 anos.

Nessa mesma época, foi criado o Centro de Formação de Pilotos Militares (CFPM), que deu origem ao Centro de Aplicações Táticas e Recompletamento de Equipagens em 1973, que representava a volta da aviação de caça para Natal, utilizando as aeronaves AT-26 Xavante da Embraer, com o intuito de formação de novos pilotos de caça. A Base foi reativada apenas em setembro de 1989, com a finalidade de ser a sede do Comando Aéreo de Treinamento (CATRE). Essa reativação não durou muito tempo, pois pouco mais de um ano depois, no dia 27 de dezembro de 1990, a BANT foi, mais uma vez, desativada.

Em 01 de janeiro de 1981, foi criado o 2º/5º GAv (“Joker”), que vinha assumir as funções exercidas pelo 3º EIA, continuando a utilizar as mesmas aeronaves (AT-26 Xavante) até dezembro de 2004, quando a frota foi modernizada para as aeronaves A-29 e AT-29 (Super-Tucano), para continuar a missão de formar novos pilotos de caça.

Entre as mudanças que vieram com as reformas realizadas ao longo dos anos no aeroporto, está ampliação da pista de pousos e decolagens, a pista principal passou a ter um comprimento de 2600 metros, o que proporcionou ao estado a capacidade de explorar melhor o mercado de exportação internacional. Segundo Macedo (2014), esse acréscimo estrutural serviu para posicionar o Rio Grande do Norte como polo exportador de peixes e frutas típicas da região, o que aqueceu a economia local.

Com a implantação do novo terminal de passageiros em 24 de março de 2000, com capacidade para 1,5 milhões de viajantes por ano, o antigo terminal foi transformado em anexo operacional, onde passaram a funcionar órgãos e entes públicos tais como Polícia Federal, Agência Nacional de Aviação Civil, Anvisa, Polícia Militar Estadual e Receita Federal. Foram consumidos recursos de mais de R$ 60 milhões para a reforma do atual aeroporto. Esse investimento é o resultado da parceria da Infraero e do Governo do Estado com o intuito de estimular a aviação comercial da região.

A BANT somente veio a ser reativada no dia 01 de janeiro de 2002, com a simultânea desativação do CATRE. Dessa maneira, além da criação do 2º/5º GAv, no dia 09 de janeiro de 2002, o 1º/4º GAv (“Pacau”), unidade aérea operacional, foi transferido de Fortaleza para Natal. Em 03 de novembro de 2005, foi criada a Primeira Força Aérea (I FAE), com base sediada em Natal. Esse órgão tem como função coordenar as atividades de treinamento de novos pilotos em toda a FAB com o intuito de aumentar a qualidade do ensino oferecido e reduzir os custos dispendidos nos cursos de formação. Até o final de 2006, a BANT já concentrava as unidades Joker, Pacau e Gavião, essa última vinda transferida de Santos, sendo responsável pela formação de pilotos de helicóptero, utilizando as aeronaves UH-50 Esquilo. Em 2010, o Esquadrão Pacau foi transferido para a Base Aérea de Manaus.

Sua última reforma foi entregue em agosto de 2012, resultando na ampliação do terminal de passageiros, para uma capacidade de 5,8 milhões de passageiros por ano, com o intuito de atender a demanda durante a Copa do Mundo FIFA de 2014 na cidade. No aeroporto, em seu auge, circulavam, diariamente, aproximadamente 3000 usuários em desembarque e em embarques.

Em 2013, pouco tempo após sua última reforma, quando ainda estava funcionando, foi eleito o aeroporto com o terceiro melhor terminal de passageiros do país, pela Secretaria da Aviação Civil. Isso mostra que as instalações possuem um alto padrão de qualidade, logo, sua destinação deve buscar aproveitar ao máximo as potencialidades oferecidas pelas instalações.

Com a reestruturação que ocorreu na Base Aérea de Fortaleza (BAFz), o 1º/5º (“Rumba”), único esquadrão ainda operante no local e responsável pela formação de pilotos nas áreas de transporte, patrulha e reconhecimento, que utiliza as aeronaves C-95 Bandeirante, foi transferido, por meio da Portaria Nº 1.942/GC3, de 24 de outubro de 2013, para a BANT. Com essa transferência, a BANT passou a concentrar atividades de treinamento para pilotos recém-formados em três áreas oferecidas pela FAB, esse foi mais um passo por parte do Comando no sentido de concentrar as operações de treinamento em Parnamirim com o objetivo de reduzir custos operacionais e fazer com que essas unidades estejam situadas próximas ao I FAE, órgão ao qual estão subordinadas.

A BANT foi escolhida para sediar, em novembro de 2013, a Cruzex, que é o maior exercício de guerra realizado na América Latina, concentrando milhares de militares provenientes de vários países, tais como Brasil, Canadá, Chile, Estados Unidos, Uruguai, entre outros. Isso evidencia o fato de que a infraestrutura oferecida pela base se destaca pela sua qualidade frente às outras unidades da FAB distribuídas pelo Brasil. Dada essa tendência, que vem sendo observada ao longo dos últimos anos, de a FAB concentrar suas operações de treinamento de novos pilotos em Parnamirim, é evidente a importância estratégica que tal base possui no cenário de defesa do espaço aéreo brasileiro.

No dia 31 de maio de 2014 o Aeroporto Internacional Augusto Severo foi desativado para a aviação civil comercial e passou a operar apenas a aviação militar. Sendo assim, a transferência do Aeroporto de Natal contribuiu para que a BANT ganhasse área operacional para continuar desenvolvendo suas operações de voo sem que haja possíveis interferências com a aviação comercial civil.

Durante a Copa do Mundo de 2014, o aeroporto ainda recebeu voos de delegações e autoridades que vieram para o Mundial com a coordenação da FAB. Toda a aviação comercial do aeroporto foi transferida para o Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, o primeiro aeroporto no Brasil a ser totalmente administrado pela iniciativa privada por meio de concessão organizada pelo Governo Federal por meio de leilão, o qual foi vencido com um lance de 170 milhões pelo grupo Inframérica, formado pela participação de 50% da Engevix e 50% da Corporación América.

Com a desativação do Aeroporto Internacional Augusto Severo e a transferência do controle do complexo aeroportuário da Infraero para a Força Aérea Brasileira, surgiu uma grande questão a ser resolvida: qual deveria ser a destinação mais adequada para as instalações onde funcionavam o antigo aeroporto? Vale ressaltar que a problemática gira em torno, principalmente, da utilização do lado terra do aeroporto, uma vez que o lado ar, que é constituído pelo pátio de aeronaves, pistas de táxi, pistas de pouso e decolagem, além de outras facilidades, está sendo utilizado para
operação exclusiva de voos militares e essa situação não aparenta caminhar para um sentido diferente. Isso pode ser constatado pelo fato de que a FAB vem enfatizando a importância que as suas unidades militares em Parnamirim possuem, por meio do crescente número de atividades militares que vêm sendo desenvolvidas no local, em especial, a concentração de todas as atividades de treinamento de novos pilotos da Aeronáutica na Base Aérea de Natal.

Os terminais de passageiros e de carga contam com mais de 16 mil metros quadrados e localizam-se a apenas 18 quilômetros da cidade de Natal, o que os posicionam em uma localidade estratégica. Encontram-se em área nobre do município de Parnamirim, dentro da Grande Natal.

Atualidade

A Base Aérea de Natal é, desde a sua criação, uma organização que apóia outras Unidades. Em sua história vários esquadrões já estiveram sediados e outros acabam de chegar. Atualmente a constituição militar da BANT reúne sete Unidades, sendo duas aéreas.

Subordinada ao Segundo Comando Aéreo Regional (COMAR II), em Recife, órgão coordenador de todas as unidades da FAB na região Nordeste, a Base Aérea de Natal tem hoje a missão de apoiar as unidades de aeronáutica que nela operem permanentemente, temporariamente ou estejam sediadas. Atualmente a BANT conta com sete Unidades que desempenham tarefas operacionais de formação de pilotos de caça e de helicóptero, treinamentos de militares e segurança do espaço aéreo nacional. São elas:

> O 2º/5º Grupo de Aviação (Esquadrão Joker), equipado com a mais moderna aeronave da FAB, o A-29 Super Tucano, é responsável pela formação dos pilotos de caça da FAB;

> O 1°/11° Grupo de Aviação (Esquadrão Gavião) é responsável pela formação dos pilotos de helicóptero. É equipado com o helicóptero H-50 (Esquilo); Ao sair da Academia da Força Aérea (AFA), os aspirantes a oficiais aviadores, selecionados para a Aviação de Caça ou Aviação de Asas Rotativas (helicóptero) vem para Natal.

> O 3°/1° Grupo de Comunicações e Controle (Esquadrão Morcego), o Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE), o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Natal (DTCEA-NT), Prefeitura de Aeronáutica de Natal (PANT) e a Primeira Força Aérea (FAE I). Opera um sistema de radares transportáveis, que realiza o controle de aproximação de pouso de precisão, garantindo às aeronaves o controle na área de atuação, alarme antecipado contra ameaças aéreas e pouso seguro, mesmo em situações adversas. Quando necessário esse sistema pode ser montado em qualquer parte do país.

Antes de decolar ou pousar, porém, as aeronaves militares e civis, necessitam do trabalho do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Natal – DTCEA-NT. Esse órgão executa as atividades de proteção ao vôo, ao manter a regularidade, fluência e principalmente a segurança do tráfego aéreo na região. O DTCEA fornece aos pilotos informações para que realizem um vôo seguro, rápido e ordenado. As aviações civil e
militar utilizam os mesmos equipamentos e órgãos de controle.

A BANT também é sede da Primeira Força Aérea (I FAE), comandada por um oficial general no posto de brigadeiro do ar. A I FAE concentra as unidades que formam os pilotos da FAB das diversas aviações em um único comando, com os objetivos de padronizar e supervisionar os programas de instrução dos pilotos.

Além dessas unidades, a BANT sedia o Grupo de Instrução Tática e Especializada – GITE, unidade de ensino que ministra cursos para a formação e especialização de militares que atuam no vôo. O GITE também recebe militares estrangeiros para intercâmbio. Também está sediada aqui a Prefeitura de Aeronáutica de Natal, unidade de apoio que administra e mantém as residências pertencentes à União, utilizadas pelos militares da Guarnição da Aeronáutica de Natal.

A BANT tem sido escolhida com freqüência para sediar grandes operações internacionais pela sua boa infra-estrutura e reconhecida capacidade operacional, como a Reunião da Aviação de Transporte (RAT) e a CRUZEX, realizada nos anos de 2004, 2008, 2010 e com uma nova edição em 2012.

Centro Cultural

O projeto para a instalação de um centro cultural destinado à aviação é uma das ideias mais bem acolhidas pelos representantes da FAB. Estão envolvidos diversos historiadores e militares especialistas no assunto História da Aviação Brasileira, além de representantes da Secretaria do Turismo de Parnamirim, da Fundação Parnamirim de Cultura, do Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), entre outros. A coordenação do projeto é feita pelo historiador aeronáutico Cel R1 Aparecido Camazano Alamino.

Um projeto arquitetônico e museológico prévio foi desenvolvido e contempla todos os períodos da história da aviação em Natal, que possuiu papel de grande importância no desenvolvimento da região. Essa proposta originou-se de uma sugestão do Governador Estadual, em que, no aeroporto, fossem instalados um Centro Cultural e um Centro de Convenções, para que o local fosse utilizado em conjunto pela FAB e pelo Governo do Estado, com o intuito de que o Aeroporto volte a ser um atrativo para a população local.

Foi neste contexto que o Centro Cultural Trampolim da Vitória (CCTV), que conta a história da aviação na região de Natal (RN), abriu oficialmente as portas para o público no dia 28/01/2020, no antigo Aeroporto Augusto Severo. O empreendimento histórico-turístico é fruto de uma parceria da Prefeitura de Parnamirim com a Força Aérea Brasileira (FAB), que está cedendo a área para a instalação do CCTV. O Assessor Especial do Comandante de Preparo, Brigadeiro do Ar Cláudio Alves da Silva, e o Chefe do Estado-Maior da Ala 10, Coronel Aviador André Fernando Albuquerque Bergo, prestigiaram o evento.

A abertura aconteceu 77 anos após o histórico encontro entre os presidentes do Brasil, Getúlio Vargas, e dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, às margens do Rio Potengi. Esse evento resultou em acordo para apoio do Brasil às Nações aliadas e cessão de uma área para a criação de uma base americana fora dos Estados Unidos, localizada em Parnamirim, região metropolitana de Natal, onde atualmente está sediada a Ala 10.

Curiosidades:

A casa do Comandante: Em junho de 1942 o General Walsh foi nomeado comandante da Força Aérea do Exército dos EUA (USAAF) para toda a região do Atlântico Sul (South Atlantic Wing). Foi responsável pelo comando do Air Transport Command (ATC), ou seja, todas as questões envolvendo o transporte aéreo nesta parte do mundo estavam sob suas ordens. Devido à intensa movimentação de aeronaves em Natal, o ATC foi transferido do Caribe para o Rio Grande do Norte, ficando a sede administrativa em Parnamirim Field, e a residência do comandante sob as dunas do Belo Monte, defronte a bela vista do mar.

Rádio: Podemos considerar precursor do rádio no Rio Grande do Norte, o sistema de altofalantes chamado de Indicador da Agência Pernambucana (I.A.P.), fundado no ano de 1930. Esses amplificadores instalados em praça pública na cidade do Natal eram conhecidos popularmente como Bocas de Ferro. É de conhecimento a sua importância durante o período da Segunda Guerra Mundial, levando informações importantes para a população
natalense e soldados americanos em missão de guerra em Parnamirim Field, a principal base militar norte-americana fora dos Estados Unidos.

Engenharia: A área de asfalto de Parnamirim Field dava para fazer uma pista com 160 quilômetros de extensão, com sete metros de largura; O pipe-line tinha condições de armazenar 400 mil litros de combustível e um fornecimento diários de 100 mil litros; Os operários executaram uma média 1.090 metros de tubo ao dia, concluindo os 24 quilômetros do pipe-line em 22 dias; As obras da pista e de Parnamirim Field ocorreram 24 horas por dia, por um período de até 06 meses; Engenheiros do Exército dos EUA estiveram em Natal em missão secreta no período pré-guerra.

Cotidiano: No seu cotidiano entre os anos de 1943 e 1945, a cidade conviveu com centenas de aviões a sobrevoar seu espaço aéreo, dia e noite, pousando e decolando de Parnamirim Field (distante 20 Km do centro); um Jornal publicado em Inglês, o Foreign Ferry News, distribuído na Base
Americana e com repercussões na Cidade; uma Estação de Rádio Local com programas produzidos nos Estados Unidos, a WSMS; transmitir pela BBC de Londres através dos auto-falantes nas praças, noticiando as últimas notícias da Guerra; uma Base Marítima no rio Potengi, para abrigar os
grandes hidroaviões que bombardearam Tóquio; salas de cinemas lotadas, com as exibições do Cinema Holywoodiano, estimulada pela propaganda e pela presença de artistas, que passeavam pelas ruas da cidade (Humprey Bogart, Marlene Dietrich e Bruce Cabot, por exemplo); milhares de soldados norte-americanos, que freqüentavam bares e cabarés, namorando e comprando com moeda americana, ou promovendo escambo com os enlatados. Foi dessa época também a construção, em Natal, da primeira Fábrica de Coca-Cola da América Latina.

Mistério: Sempre houve mistério envolvendo a Base de Parnamirim Field. O Departamento de Estado Norte Americano, por razões de segurança, nunca divulgou o número oficial de militares que nela se instalaram (Foreign Ferry News, 23/07/1943, Vol.2, No. 17). Para alguns, em Parnamirim Field viveu permanentemente com um contingente de 10 mil soldados americanos, o que correspondia a 20% da população de Natal.

Parnamirim Road: Conhecida como “a pista”, que reduziu o trajeto de 3 horas para 20 minutos entre o centro da cidade e a Base Aérea récem-instalada.

Instalações: Através do Jornal Foreign Ferry News, verificou-se a existência de restaurantes e cafeterias com capacidade de servir 500 pessoas de cada vez (06/06/1943, Vol.1, p.4), uma padaria (16/06/1943, Vol.1, p.5), uma fábrica de coca-cola (18/04/1944, Vol.2, p.6), um supermercado, um hospital com disponibilidade de 178 leitos, uma biblioteca com 5 mil volumes, discoteca, sorveteria, capela para 400 pessoas, quadras de beisebol
e de diferentes esportes, escritório de seguros, escritório de câmbio, teatro, clubes para oficiais e subalternos (os USO’s) na Base e na Cidade, e uma emissora de Rádio – USMS, com programa direto pela Columbia Broadscasting System de Nova York.

Emprego: A cidade do Natal viveu o seu momento de turbilhão: milhares de pessoas se deslocavam para a Capital, vindos de todos os lugares. Um grande contigente chegou à cidade motivada pela seca no sertão do Estado, flagelados, mendigos que foram rapidamente abrigados
em lugares distantes, na periferia pobre da cidade. Muitos vieram estimulados pela divulgação da existência de empregos, pois era de conhecimento público que os americanos estavam contratando mão-de-obra para os serviços mais pesados, como a construção da Base Terrestre Parnamirim Field e da pista Parnamirim Road.

Tirol: O bairro do Tirol significou a expansão do limite urbano na direção da Base Aérea de Parnamirim Field, ao longo da “pista” (Parnamirim Road), muito distante do centro e próximo do fluxo e da movimentação dos caminhões, dos soldados, dos quartéis e das vilas militares. Nesse distanciamento e isolamento do centro, os moradores de Tirol e Petrópolis costumavam participar das festas promovidas pelos oficiais americanos nos seus Clubes, assim como convidavam os soldados para fazerem refeições em suas residências.

Fontes:

Tribuna do Norte em http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/base-aerea-de-natal-comemora-70-anos-com-programacao/227572 Acesso em 030/08/2021.

Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte

‘‘Nas Asas da História da Força Aérea Brasileira’’ por Hermelindo Lopes Filho (Pesquisador da História Militar)

Radionovela: A Guerra e a Rosa Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXIII Prêmio Expocom 2016 – Exposição da Pesquisa Experimental em Comunicação. Universidade Potiguar.

Impactos da transferência das operações aéreas civis do Aeroporto Augusto Severo (Parnamirim-RN) para o Aeroporto Aluízio Alves (São Gonçalo do Amarante-RN). Emanuel Felipy Melo Araujo. SÃO JOSÉ DOS CAMPOS. INSTITUTO TECNOLÓGICO DE AERONÁUTICA. 2016

Assessoria de Comunicação da Universidade Potiguar – UnP.

Consulado Geral dos EUA em Recife

SOBRE A BAST em Fun Fly

A CIDADE DO NATAL/RN (BRASIL) NA II GUERRA MUNDIAL. OLIVEIRA, Giovana Paiva de. XVII Enanpur. São Paulo. 2017.

Prefeitura de Parnamirim em https://parnamirim.rn.gov.br/historiaParnamirim.jsp Acesso em 03/08/2021.

Campo de Parnamirim

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O contato da capital do Rio Grande do Norte com a aviação francesa teve início em 1927 quando a recém criada Aérpostale [antes chamada Latécoère] iniciou a instalação de um campo de pouso em Parnamirim, onde atualmente se encontra o setor oeste da Base Aérea de Natal (Bant).
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Instalações da escala de Natal. Acervo: Fondation Latécoère.
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Os hangares da Aéropostale em construção, Parnamirim, 1927. Acervo: João Alves de Melo.
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Breguet aterrissado em Natal. Acervo: Fondation Latécoère.
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Campo de Parnamirim na década de 1930.
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As primeiras edificações do Campo de Parnamirim.

A chegada dos primeiros aviões com a infraestrutura logística e de pessoal para a construção das pistas

As pistas existentes eram rusticas e tiveram que ser aperfeiçoadas para a chegada dos aviões militares. Na Linha de frente destas ações chegaram engenheiros e demais especialistas em construção para as obras. A movimentação era intensa e chegava e partia aviões de dia e de noite. Os registros são do fotografo Hart Preston, em 1941, em Parnamirim, Natal e nos demais pontos de apoio pelo Nordeste. Fonte Time.

Construção das pistas de pouso e decolagem antes da Segunda Guerra Mundial

Pessoal da linha de frente na construção das bases americanas no Brasil rumo a vitória aliada na Segunda Guerra Mundial. A construção das pistas de pouso e decolagem pelos EUA em locais inóspitos da costa Brasileira durante a Segunda Guerra mundial envolveu uma logística sem parâmetros na história militar. De certo que já havia alguma condição receber o maquinário e pessoal de tanto no campo de Parnamirim como nas bases de hidroaviões no Rio Potengi, mas foi um tremendo desafio dotar as instalações em com infraestrutura para fazer a travessia dos militares pelo Oceano Atlântico. Fonte Time.
Detalhe da construção da maior base aérea dos EUA fora do território americano.
Cerca de 20 mil aeronaves pousaram aí com destino aos teatros de guerra da Europa e norte da África. A construção desta Base Aérea tinha instalações para combustível cobrindo vinte tanques de superfície de aço com capacidade total de 528.300 galões e doze tanques de aço subterrâneos de plataformas fixas.
O fornecimento de combustível para a base era realizado por caminhões-tanque e encanamento de linhas, que totalizaram cerca de vinte quilômetros de tubulações*. A tubulação recebia o combustível diretamente dos petroleiros ancorados no Rio Potengi e depois bombeado para os tanques de armazenamento existentes na base. O trabalho foi realizado com 6 mil trabalhadores trabalhando em turnos de 24 horas por dia.
*Pipeline, duto.
Gosoduto que levava combustível do Canto do Mangue, Rocas, ao campo de pouso de Parnamirim

Conferência do Potengi

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De L. a R. Presidente dos EUA Assistente Especial Harry Hopkins, Pres. Vargas montar loja virtual e Pres. Roosevelt ficou do lado de seu embaixador no Brasil Jefferson Caffery.
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Getúlio Vargas (esq.) e Franklin D. Roosevelt conversam a bordo de um destróier americano USS Humboldt, em Natal, em 1943. A faixa preta no braço Roosevelt era um luto pelo filho que havia morrido na guerra.
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Natal. Manhã de 28 / jan / 1943. Um enorme barco voador camuflado com libré da Marinha dos EUA pousou suavemente nas águas do meuip rio Potengi. Eram 07:50. O avião gigante com envergadura de 152 pés e comprimento de 106 pés tinha dois níveis, três lemes e quatro motores.
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Incrível como alguns detalhes passam desapercebidos na história. A presença de uma quinta pessoa no jeep que transportou Vargas e Roosevelt por Natal passou desapercebida por anos. Nos bancos da frente iam o motorista, o capitão do Exército, David Moore, e o presidente americano Franklin Delano Roosevelt. Na parte de trás, iam o almirante Jonas Ingram, o presidente brasileiro Getúlio Vargas e um oficial da Marinha dos Estados Unidos, de nome desconhecido. Nem no relatório oficial se preocuparam em citar o rapaz. Vale citar, que o motorista mesmo só se tornou conhecido após matéria de sua cidade natal relatando o fato histórico.
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O Brasil e os Estados Unidos estreitavam de vez os laços entre os países. No fim de janeiro de 1943, em Natal, no Rio Grande do Norte, Getúlio Vargas, então presidente brasileiro, e Franklin Roosevelt, presidente americano, se encontram em plena Segunda Guerra Mundial para fechar os acordos entre as duas nações, entre eles o envio de uma força militar aero-terrestre constituída na sua totalidade por 25.834 homens e mulheres da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para combater na Europa. A reunião, denominada Conferência do Potengi, em referência ao rio Potengi, que margeia parte da capital potiguar. A primeira tropa da FEB embarcou para lutar na Itália em junho de 1944.

Base Aérea

Base americana em Parnamirim Field na época da 2ª Guerra Mundial.

A década de 40 foi marcada pela 2ª Guerra Mundial, em que o Brasil apoiou os EUA, e Natal abrigou a maior base militar americana fora daquele país, recebendo milhares de militares de lá. Em um documento da época enviado pelos americanos para o governo brasileiro havia algo como: “estamos enviando só pessoas comportadas”, formalizando que não mandariam soldados negros para o Rio Grande do Norte. Fotos daquela época realmente confirmam a ausência de negros. Não por imposição do governo brasileiro, mas um reflexo da forte descriminação racial presente nos EUA naquele tempo.
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Entre 1942 e 1945 aqui funcionou o principal quartel general dos países aliados no hemisfério sul. Por ser das cidades brasileiras a mais próxima do continente africano – 3 horas de voo em jatos de hoje e 8 horas para os aviões de 1943 de Natal a Dakar no Senegal – era uma “ponte” para todos os voos americanos que levavam militares das três Armas rumo à África ou aos combates no Atlântico Sul. Em 1943, no auge do conflito, Parnamirim era dos mais congestionados aeroportos do planeta, com até 800 pousos e decolagens num dia de pico.
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Em termos estratégicos, Parnamirim Field foi a base de um triângulo que apontava para o teatro de operações (o norte da África e o sul da Europa), onde a sorte dos aliados contra os nazistas estava sendo lançada. Este triângulo era identificado nos mapas estratégicos norte-americanos como Trampoline of Victory (trampolim da vitória). Mas foi somente em outubro de 1946, dezessete meses após a rendição alemã, que a Base Leste foi entregue à Força Aérea Brasileira. No mesmo ano foi inaugurada a Estação de Passageiros da Base Aérea de Natal, elevada à condição de Aeroporto Internacional Augusto Severo, em 1951.
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Caça aos submarinos alemãs e italianos

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Durante a Campanha Antissubmarino no Litoral do Brasil (1941-1945) o Consolidated Vultee PB4Y-1 107-B-4, “Macahyba Maiden” teve grande destaque, apÓs a “Donzela” (Maiden) afundar seu primeiro submarino, ela não era mais virgem, e, consequentemente, foi modificado para Macahyba “Madam” (senhora). Este avião foi usado para afundar dois submarinos U 598 e U 848. Machyba era uma cidade pequena perto do campo de pouso de Parnamirim Field, e assim fora dos limites para militares. O prefeito desta cidade enviou uma carta ao esquadrão para agradecer por nomear este avião.
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Acima, o 3º em pé a partir da direita É o Tenente William Ford, comandante do Consolidated Vultee PB4Y-1 107-B-4, “Macahyba Maiden”. Esse oficial afundou o submarino U-164 em 06.01.43, com o PBY-5A Catalina 83-P-2 do esquadrão VP-83 e com o PB4Y 107-B-4 participou no afundamento do U-848 em 05.11.43.
Linha de vÔo em Parnamirim Field, Natal, em 1943, onde aparecem 7 PB4Y-1 Liberators do VP-107 e um PV-1 Ventura. A segunda aeronave na linha É o “Macahyba Maiden”.
O “Macahyba Maiden” e sua tripulaÇão em Natal, 1943.
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Brasileiros e americanos dividiram as instalações militares durante a Segunda Guerra Mundial.

Fotos inéditas no #fatosefotosdenatalantiga da Base Aérea Americana em Parnamirim em 1944 na Segunda Guerra Mundial. Material do acervo Alamy.

Fotografia vintage de 1944, homens alistados na
Base Aérea de Natal Messhall, em Natal, Brasil.
Esta instalação aérea teve um papel importante
durante a Segunda Guerra Mundial como uma
base estratégica para aeronaves que voavam
entre a América do Sul e a África Ocidental.
Fonte: fotografia original.

Curiosidades

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m junho de 1942 o General Walsh foi nomeado comandante da Força Aérea do Exército dos EUA (USAAF) para toda a região do Atlântico Sul (South Atlantic Wing). Foi responsável pelo comando do Air Transport Command (ATC), ou seja, todas as questões envolvendo o transporte aéreo nesta parte do mundo estavam sob suas ordens. Devido à intensa movimentação de aeronaves em Natal, o ATC foi transferido do Caribe para o Rio Grande do Norte, ficando a sede administrativa em Parnamirim Field, e a residência do comandante sob as dunas do Belo Monte, defronte a bela vista do mar.
Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas e texto que diz "PRIMEIRA COCA- COLA NO BRASIL A primeira Coca-Cola Cola não foi "nas asas da Panair" como canta Milton Nascimento. Surgiu em Natal, na base aérea de Parnamirim. o soldado está sendo entrevistado, antes mesmo de tomar o primeiro gole."
Em 1944 o jornal americano Foreign Ferry News anunciava as novas instalações da fábrica da Coca-Cola em Parnamirim Field para atender a demanda pela bebida na Base Aérea de Parnamirim.
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Eleanor Roosevelt era a esposa do presidente dos Estados Unidos Franklin Delano Roosevelt (1882 – 1945). Conhecida pela sua ação em ajudar os mais necessitados através da caridade, foi também autora e uma defensora incansável das causas sociais.
Em 1944 esta brilhante mulher esteve em Natal, visitando Parnamirim Field e autoridades locais.
Eleanor Roosevelt visitou o Brasil entre 14 e 17 de março de 1944, onde visitou Belém, Natal e Recife. Na capital potiguar ela visitou a Base de Parnamirim, esteve com autoridades locais. Esteve na sede do USO, o clube de recreio dos militares americanos, que ficava na praça Augusto Severo, por trás da antiga Rodoviária, no bairro da Ribeira. Ali ela foi reconhecida e ovacionada por muitos natalenses. Esteve também na Base Naval de Natal, onde elogiou as instalações.
Um fato interessante foi que para os jornalistas a Sra. Eleanor Roosevelt afirmou (e assim foi reproduzido) que a base aérea de Parnamirim era “A mais bem equipada do Mundo”. Mesmo reproduzindo o que ela disse, os jornalistas locais claramente se empolgaram e lascaram em letras destacadas “A maior base do Mundo”. E parece que a coisa pegou.
Eu entendi que aparentemente na época ninguém leu o conteúdo e ficaram nas letras destacadas.
Muita gente fala até hoje sobre isso, mas eu pessoalmente nunca vi nenhum documento de lá, informando, ou corroborando a informação que Parnamirim Field foi a maior base aérea norte-americana em atividade na Segunda Guerra.
Legenda da foto: Condecorando oficiais da US Navy em Parnamirim Field
Em determinado momento da guerra, a cidade de Natal passou a conviver com as constantes quedas de aeronaves, o que também despertou a atenção dos militares americanos que operavam os aviões a partir da base aérea de Parnamirim Field. Após investigações, os americanos chegaram a prender um natalense que trabalhava como civil dentro da base, acusando-o de colocar açúcar no tanque de combustível, o que teria provocado a queda e a consequente morte dos militares a bordo.

De fato, o acidente ocorreu e teve um natalense preso, porém nunca comprovaram a história do açúcar. Esta pessoa ficou algumas horas (ou dias) detida e foi liberada, mas nunca conseguiu se livrar do rótulo. Sabe-se que ele deixou a cidade e foi visto anos depois na Bahia.

Fonte: Blog Segunda Guerra Mundial

Centro Cultural Trampolim da Vitória

No dia 01 de fevereiro de 2020 estive junto com meu filho Guilherme Vieira em visita ao Centro Cultural Trampolim da Vitória em Parnamirim para conhecer as instalações e pela qual mostro em vídeo o acervo sobre história da Cidade de Natal, de Parnamirim e , principalmente, sobre a história da aviação. Foi uma grata experiência e recomendo a todos a visita. #FatoseFotosdeNatalAntiga Se inscreva e curtam nossos vídeos no Youtube. Acesse >>> https://youtu.be/HiKI_LgKEqs

Veja fotos do CCTV (parte 1). Registro da visita ao Centro Cultural Trampolim da Vitória em excelente companhia do meu filho Guilherme. Atesto a qualidade e quantidade dos registros históricos em exposição. Espaço realmente diferenciado sobre a história de Natal, da aviação e da Segunda Guerra Mundial. Valeu o passeio, mas lhes dou um conselho. Ir com tempo para ver as relíquias fotográficas, maquetes, artefatos militares, documentos, vídeos… Valeu Parnamirim pela valorização de nossa história e nossa gente >>> https://m.facebook.com/groups/fatosefotosdenatalantiga/permalink/2518568205129305/

Veja fotos do CCTV (parte 2). Mais registros do Centro Cultural Trampolim da Vitória. Só estando presente para atestar o valor da exposição. Então prestigiem a iniciativa. Vale muito a presença de todos. >>> https://m.facebook.com/groups/fatosefotosdenatalantiga/permalink/2518570471795745/

Loja Virtual do Fatos e Fotos de Natal Antiga

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One thought on “Os 80 anos da Base Aérea de Natal

  • 8 de março de 2022 em 8:08 am
    Permalink

    Qual o link para eu poder acessar as fotografias da Base Aérea de Natal feitas pela Time ?

    Resposta

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