Relógio do centenário da independência do Brasil

Adriano @adrianomedeiros10

“Veja o relógio da micro-história da Independência. (1922) do meu avô Francisco Targino Pessoa. Ele era de São José de Campestre e gostava das coisas tradicionais. Viveu 96 anos consultando este relógio”.

Um abraço,
Diogenes da Cunha Lima @diogenescunhalima (Nova Cruz, Rio Grande do Norte, 26 de julho de 1937)[1] é advogado, professor de Direito Comercial, poeta e biógrafo. Foi reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e presidiu o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras. Presidente da Academia Norte-rio-grandense de Letras, sendo eleito continuamente há vários anos, é escritor, poeta e ensaísta brasileiro, com permanente atuação na literatura, com mais de 34 livros publicados. Atualmente foi nomeado Conselheiro Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Agradeço ao nobre amigo por ter compartilhado a recordação familiar e ter autorizado a publicação aos seguidores do Fatos e Fotos de Natal Antiga.

Tomei a liberdade de pesquisar sobre o relógio. Descobri algumas importantes informações as quais transcrevo abaixo.

O Dia do Fico deu-se em 9 de janeiro de 1822 quando o então príncipe regente D. Pedro de Alcântara foi contra as ordens da Corte Portuguesa que exigia sua volta a Lisboa, ficando no Brasil.

A partir daí, D. Pedro entrou em conflito direto com os interesses portugueses, para romper o vínculo que existia entre Portugal e o Brasil.

Este episódio prenunciou a declaração de independência do Brasil que viria a ser proclamada em 7 de setembro de 1822 (Fonte: Wikipédia).m raro relógio produzido na Bélgica, conforme ilustrado em uma das fotografias do mostrador.
Nesse relógio “histórico”, a palavra fico é estampada na parte externa do pendant.

Um raro relógio produzido na Bélgica, conforme ilustrado em uma das fotografias do mostrador.
Nesse relógio “histórico”, a palavra fico é estampada na parte externa do pendant.

Ao redor da caixa principal estão em relevo as seguintes inscrições:

– “25 de MARÇO de 1825” – Outorga da Primeira Constituição do Brasil, embora saibamos que o ano correto seja 1824 pensamos considerar um erro do artista.
– “13 de MAIO de 1888” – Data da assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel e o Conselheiro Rodrigo Augusto da Silva extinguindo a escravidão no Brasil.
– “15 de NOV de 1889” – Proclamação da República Brasileira por Marechal Deodoro da Fonseca.
– “24 de FEV de 1891” – Promulgação da primeira Constituição republicana do Brasil.
A parte posterior da caixa possui duas tampas, a tampa externa traz em alto relevo a imagem de D. Pedro I na cena do “Grito do Ipiranga” e acima da imagem a inscrição “INDEPENDÊNCIA OU MORTE”.

Ao se pressionar a coroa abre-se a tampa que protege a máquina, esta tem o busto de José Bonifácio em relevo e a inscrição “GLÓRIA AOS FUNDADORES DA INDEPENDÊNCIA”. José Bonifácio de Andrada e Silva é conhecido como “Patriarca da independência”.

Nele vê-se As Armas Nacionais ou o Brasão de Armas do Brasil é um dos quatro símbolos oficiais da República Federativa do Brasil, conforme estabelece o art. 13, § 1.º, da Constituição do Brasil. Os outros símbolos da República são a Bandeira Nacional, o Hino Nacional e o Selo Nacional. As Armas Nacionais foram idealizadas pelo engenheiro Artur Zauer e desenhadas por Luís Gruder.

Algumas fontes dizem que foi sob encomenda própria do presidente Manuel Deodoro da Fonseca. Porém, trabalhos mais aprofundados em heráldica brasileira afirmam que Deodoro não havia encomendado o desenho, e o que verdadeiramente teria acontecido foi que a gráfica Laemert, onde Zauer trabalhava, apresentou o símbolo ao marechal Deodoro, que de pronto aprovou e o oficializou como brasão nacional.

Quanto a confecção do relógio foi elaborada pela CASA DA MOEDA DO BRASIL e FINANCIADA PELO BANCO DO BRASIL EM 1920 para a comemoração de 100 anos da nossa independência.

A CAIXA

Toda a caixa é fundida em alpaca, uma liga composta de cobre, níquel e zinco. Seu nome significa metal branco e também é conhecida como prata alemã, devido ao seu brilho e coloração parecida com a da prata.

O mecanismo é um “CHRONOMETRE PRIMA” a corda com duração de aproximadamente 30 horas e 15 rubis.

O relógio foi cunhado no governo do então 11° presidente da República Brasileira O senhor Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa, que foi de 28 de julho de 1919 a 15 de novembro de 1922. Tudo referente a esse período e a esse relógio se encontra no ARQUIVO NACIONAL, NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, que foi a CASA DA MOEDA DO BRASIL no período de 1868 a 1884. Um prédio histórico de construção Neoclássica, que foi todo restaurado pelo BNDES e pela Fundação Roberto Marinho em 2001.

Quanto a tiragem do relógio foram confeccionados 10.000. Sendo 5.000 com o mecanismo da corda em Prata e 5.000 em ouro.

Abaixo do busto de José Bonifácio há a assinatura “Adr. H”. Algumas referências sobre o artesão europeu A. Huijbers, porém não foi encontrado sua biografia ou ligação com esta obra em específico.

O relógio do Fico é equipado com o famoso Chronometer Prima, uma empresa que desenvolveu movimentos para Rolex, Dogma, Charles Rosat, dentre muitos outros, tendo em um determinado momento feito parceria com Zenith.

Quem conhece os relógios Zenith, verá que numa determinada época, essa empresa tive algumas máquinas muito parecidas com essa.

Esse relógio em especial, tem um cristal facetado, semi-abaulado, que não é produzido mais, ao menos 60 anos.

Medindo: 51.23 mm de diâmetro, fora o pendant, coroa e argola x 15.09 mm de espessura.

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One thought on “Relógio do centenário da independência do Brasil

  • 2 de dezembro de 2023 em 12:10 pm
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    Meu pai herdou talvez única coisa de valor que meu avô, que faleceu em 1950, possuía. Um relógio de bolso com tampa, de 1922, comemorativo do centenário da independência. Era deste que vi nesta matéria.
    Dessa relíquia não nos sobrou nem uma engrenagenzinha. Quando éramos crianças, mais ou menos em 1965, eu e meus irmãos, desmontamos para brincar com aquelas rodinhas.
    Quanto valeria este relógio hoje?
    Quero se movo uma ação de regresso, agora que já estamos todos na terceira idade>

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