Os 50 anos da passagem do hospital flutuante “SS Hope” por Natal/RN

Agradeço ao sócio participante do FFNA Gustavo Henrique Bezerra Barreto pelo envio da grande maioria das fotos que ilustram esta postagem.

O navio-hospital SS HOPE (Health Opportunity for People Everywhere), popularmente conhecido como Navio Esperança, esteve aportado em Natal de 16 de fevereiro a 6 de dezembro de 1972 em missão acadêmica e assistencial. Foi um acontecimento marcante para a vida dos natalenses por diversos motivos sendo o principal, logicamente, um avanço na área de saúde porque durante o tempo em que o barco aqui esteve, houve intenso intercâmbio entre os profissionais de saúde do Tio Sam e a comunidade médica local.

Antecedentes

No Brasil, o movimento das cooperações internacionais em saúde teve seu início na transição entres os séculos XIX e XX, por ocasião das epidemias. São ações realizadas entre nações com graus de desenvolvimento diferentes e, quando firmadas na solidariedade e em interesses recíprocos, favorecem o intercâmbio técnico-científico nas mais diversas áreas. Em saúde, aproximam profissionais através da prestação da assistência em cenários de práticas diferentes, contribuindo para o desenvolvimento de novas habilidades, amadurecimento intelectual e profissional. São, portanto, nessa perspectiva, imprescindíveis às mudanças sociais.

No Brasil, a Aliança para o Progresso concentrou investimentos por causa da sua posição geopolítica, sendo a Região Nordeste, por suas questões socioeconômicas, a que mais recebeu investimentos e, dentre os estados nordestinos, o Rio Grande do Norte foi o mais agraciado. São, portanto, realizações dessa época, em Natal e no estado: a construção do bairro da Cidade da Esperança e de sua infraestrutura; construções e reformas de escolas; execução pioneira no país do Método Paulo Freire de alfabetização, no Município de Angicos; organização da Campanha da Fraternidade pela Igreja Católica (PEREIRA, 2007).

Todos esses fatos podem ter contribuído para a vinda do Projeto HOPE a Natal, tanto quanto a parceria existente entre o RN e o Maine/EUA, através do Programa Companheiros das Américas. Sobre isso, um detalhe: essa “irmandade” era estabelecida levando-se em considerações alguns detalhes, no caso do RN com o Maine, estão localizados na Região Nordeste de seus países, são estados litorâneos e com forte atividade pesqueira, em especial, a pesca da lagosta. No RN, o início de suas atividades precede o Projeto HOPE.

Este programa, com sede em Natal/RN, cujo escritório funcionava na Casa do Maine – atual Hotel Maine, situado à Avenida Senador Salgado Filho, 1791, no Bairro de Lagoa Nova –, possibilitou a realização de atividades culturais, de intercâmbio para a aprendizagem de idiomas e o envio de materiais escolares às escolas públicas de Natal.

Casa do Maine, Natal/RN. Fonte: Acervo particular de Dayse Maria Gonçalves Leite.

Quanto a isso, a experiência com o Projeto HOPE é mais um capítulo na história das cooperações em saúde ocorrida entre estadunidenses e brasileiros. Nessa ocasião, de modo particular, utilizou-se um navio-hospital com a finalidade de promover ajuda humanitária, educação em saúde e formação de recursos humanos em saúde em países em desenvolvimento.

O Projeto HOPE (“Health Opportunities for People Everywhere”, cuja tradução seria “Oportunidade de Saúde para o Povo em Todas as Partes”) é uma organização internacional de cuidados à saúde, fundada em 1958. O SS HOPE, considerado o hospital viajante em tempos de paz, foi a mais visível ação da organização. Seu fundador, o Dr. Willians B. Walsh, em 1958, convenceu o presidente Eisenhower a doar o antigo navio USS Consolation da Marinha dos EUA, pesando 15000 toneladas, ao projeto, recebendo o nome que remetia à esperança (HOPE). Dr. Walsh foi seu líder por 34 anos e, por isso, recebeu posteriormente numerosos prêmios honrosos em distintos países.

O navio-hospital SS HOPE funcionou em caráter de cessão do governo estadunidense à People to People Foundation, realizando cruzeiros (1960-1973) no contexto da Guerra Fria enquanto desdobramento da II Guerra Mundial, na qual as super potências – Estado Unidos e União Soviética – disputavam a hegemonia global. Tinha como missão a cooperação internacional com países em desenvolvimento, levando ajuda humanitária e desenvolvendo ações centradas na educação e na assistência à saúde.

Foto capturada no site do Project Hope

Corresponde a uma iniciativa da política externa estadunidense, na qual o governo arcava com as despesas com a manutenção do navio-hospital, cabendo ao médico cardiologista William B. Walsh, como fundador (1958) e presidente da Fundação, o levantamento de recursos financeiros, insumos. O custo operacional do projeto era estimado em oito milhões de dólares anuais, sendo um programa não governamental, mantido por doações do povo, entidades sindicais, indústrias, empresas privadas, que recebiam incentivos fiscais e outros benefícios.

A composição da equipe de profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, odontólogos, técnicos, etc) era voluntária. Essa equipe tinha por responsabilidade desenvolver ações de assistência e educação em saúde através do trabalho conjunto entre homólogos no sistema conhecido por contrapartes. Seus médicos exerciam trabalho voluntário, com substituição desses profissionais a cada dois meses, em média, quando regressavam a seu país natal.

A partir de 1960, o navio percorreu diversos países em 11 longas viagens: Indonésia e Vietnã do Sul (1960), Peru (1962-63), Equador (1963-64), Guiné (1964-65), Nicarágua (1966), Colômbia (1967), Sri Lanka (1968-69), Tunísia (1969-70), Jamaica (1971), todos com duração de 10 meses e, de forma inédita, no Brasil onde esteve por duas ocasiões, em Natal (1972) e Maceió (1973). Esse fato, aparentemente inusitado, talvez se relacione com as seguintes circunstâncias: interesses geopolíticos; Guerra Fria; instabilidade política na América Latina; precarização dos serviços de saúde; carência de recursos humanos em saúde; vivências, anteriores, de programas de ajuda humanitária no Norte e no Nordeste; utilização de bases militares durante a II Guerra Mundial.

Assim, sua vinda e permanência a Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte (RN), localizado na Região Nordeste do Brasil, no ano de 1972, por dez meses (fevereiro a dezembro), resultou, primeiro, do convênio firmado entre a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e o Governo do Estado, nas pessoas de Genário Alves da Fonseca e José Cortez Pereira de Araújo, reitor e governador, respectivamente. Assinado em 5 de outubro de 1971, mobilizou as Secretarias Estaduais de Planejamento e de Saúde, representadas, nessa ordem, por Marcos Formiga Ramos e Genibaldo Barros, assegurando recursos financeiros na importância de Cr$ 40.000,00 (quarenta mil cruzeiros, correspondente a 177 salários mínimos vigentes), competindo às partes (UFRN e Estado) o subsídio em iguais quantias.

A vinda do navio-hospital SS HOPE implicou na tomada de decisões e na superação de empecilhos geográficos, financeiros e burocráticos.

Essa empreitada decorre do acordo celebrado entre o governo do estado, através das Secretarias Estaduais de Saúde e Planejamento, e a UFRN e contou com o médico-professor da Faculdade de Medicina, Onofre Lopes da Silva Júnior, como representante legal para negociar com a People to People Fundation, ministérios e repartições públicas. O relato registra fragmentos das muitas demandas surgidas e necessárias à vinda do navio-hospital SS HOPE, a Natal, em 1972, sendo requerido para a sua concretização o deslocamento à cidade do Rio de Janeiro para dar encaminhamento às ações, que, apesar de não ser mais a capital do país, parece centralizar parte da administração pública federal. Viu-se, desse modo, a dedicação e ações para o cumprimento das solicitações de ordens logísticas, geográficas e burocráticas.

Além disso, à Universidade coube o recebimento, a execução e a movimentação dos recursos, e, ao Governo do Estado, atuar como órgão fiscal. Posterior a isso, foram estabelecidas as negociações junto à People to People Foundation. É possível conjecturar que a materialização dessa cooperação internacional foi assumindo contornos à medida em que as providências e negociações foram evoluindo.

Navio-hospital SS HOPE, Natal/RN, 1972. Fonte: Acervo do Jornal Tribuna do Norte.
O navio HOPE era considerado palco de esperanças em saúde (Foto: Acervo)

Chegada a Natal

Os relatos chamam a atenção à divulgação sobre a vinda do Projeto HOPE, a Natal/RN, em 1972, considerando-se suas ligações com a Organização Pan-Americana de Saúde, seu histórico de viagens a países em desenvolvimento, suas ações assistenciais, de educação em saúde e intercâmbio profissional.

Não havia conhecimento, nem divulgação […] não se comentava nada, na sociedade, sobre a vinda do navio-hospital HOPE.

(SOARES)


Tenho dúvidas quanto ao porquê de Natal ter sido escolhida para receber o navio-hospital do Projeto HOPE […] comentava-se, à época, apenas a perspectiva de absorvermos novas tecnologias e que seria a oportunidade de nossos profissionais de saúde atuarem conjuntamente com profissionais de um centro avançado.

(ALBUQUERQUE)

Os americanos mantinham fortes ligações com a OPS e dispunham de dados sobre a mortalidade materno-infantil e doenças infectoparasitárias no Nordeste […] eram claras as intenções do Projeto HOPE quanto às ações básicas de saúde […] visitaram-nos bem antes da vinda do navio-hospital […] a escolha por Natal talvez, tenha sido porque lá a saúde era mais precária […] naquele tempo, já dispúnhamos, em Recife, de uma Faculdade de Medicina e de duas Escolas de Enfermeiras […] Pernambuco tinha muitas enfermeiras engajadas no SESP […] em Natal, eram umas poucas enfermeiras, lembro-me de Leda Morais, Raimunda Germano e de Oscarina Coelho, todas formadas aqui, em Recife/PE.

(FERRAZ).

Na quarta-feira de cinzas do carnaval de fevereiro de 1972, adentrava no Porto de Natal o navio-hospital americano SS HOPE. Superadas às dificuldades iniciais do navio em entrar no Porto de Natal, devido a Pedra da Bicuda, altamente temida pelos comandantes, à ansiedade dos doentes e dos hospitais, dos estudantes e profissionais de saúde, da Universidade e dos meios de comunicação era enorme.

A embarcação permaneceria por dez meses em Natal, onde sua equipe compartilharia programas de capacitação e troca de experiências com médicos, enfermeiros e auxiliares, além de atendimento assistencial à população local, enriquecendo sobremaneira o cenário de saúde da região.

Foi fantástico o dia da chegada do navio hospital Hope a Natal. Os técnicos diziam que a dragagem que fora feita no rio Potengi ainda não permitia a entrada de navio com o calado do navio-hospital que chegava para um período de importante desenvolvimento de trabalhos médicos em Natal. Da orla, o povo via aquele imenso e belo navio branco sobre o mar, e aguardava com ansiedade sua atracagem no porto. Teria que driblar a Bicuda – a pedra temida pelos comandantes – e os bancos de areia, nos quais, diziam os técnicos, o navio encalharia. Paizinho saiu de casa naquele dia dizendo que o navio entraria, sim, e sem qualquer problema chegaria à plataforma de atracagem das Docas. Os técnicos estavam resolutos: seriam necessários mais alguns dias de trabalho de dragagem para que o navio entrasse com segurança. Mas Paizinho estava firme. Dizia que traria o navio ao porto, se lhe permitissem comandar a operação de entrada. Conhecia o leito do rio. Os técnicos insistiam na impossibilidade e Paizinho insistia que a dragagem realizada permitiria o sucesso da operação. A ansiedade de ter o navio no porto era tanta em toda a cidade, no porto, nas salas e ante-salas das Docas, nas redações dos jornais, nos hospitais, na Universidade, nas pessoas que precisavam de cura, e Paizinho falava com tanta convicção, que concordaram, enfim, em lhe dar o comando do Prático que guiaria o navio Potengi a dentro. Foi emocionante aquele dia. Paizinho na proa daquela pequena embarcação vermelha, dizendo, gesticulando, apontando: É por aqui. O caminho é este. Atrás, aquele imenso navio branco, o navio Esperança, seguia a rota apontada pelo meu Paizinho. Eu nunca vou esquecer esse dia: Paizinho, em pé, no velho Prático, vencendo o desafio que todos os especialistas em navegação diziam impossível. Foi fantástico. Foi uma das maiores emoções de minha vida, o dia em que Paizinho trouxe o Esperança ao porto de Natal. Se tivesse falhado, teria sido um desastre em nossas vidas.

Foi fantástico o dia da chegada do Hope a Natal – Eduardo Alexandre – Narrativa de Márcia Maria Moreno – Dedicada a seu pai, Geraldo Belo Moreno

Seguem fotos inéditas da chegada do SS HOPE ao Porto de Natal/RN

Impacto econômico

Houve um impulso – um “boom”, na linguagem deles – na economia da cidade, haja vista as oportunidades surgidas com aquela “ocupação americana”, ínfima amostragem e com objetivo totalmente diverso do que ocorreu aqui durante a Segunda Guerra. Taxistas e locadoras de automóveis fizeram a festa. Motoristas locais foram contratados porque o navio trouxe em seus porões uma pequena frota de veículos, entre os quais umas peruas da marca Dodge, parecidas com a nossa Kombi mas tão fortes que, certa vez, conversando com colegas da “Autolocadora Dudu” – a mais preferida pelos americanos – o motorista contratado para dirigir uma delas disse em alto e bom tom: “Já fiz de tudo p´ra acabar com essa bicha e não consigo”. Com certeza, tinha sido motorista de carro oficial…

Aurino Araujo

O bairro da Ribeira viveu dias de agito e prosperidade, especialmente na área do entretenimento, porque enquanto os médicos do navio – população flutuante nos dois sentidos porque trabalhavam embarcados e obedeciam a um revezamento durante a estadia dele aqui – e os enfermeiros e enfermeiras, estes, residentes, davam um duro danado, os da tripulação se esbaldavam a valer, pois, como é óbvio, um navio ancorado certamente exige menos trabalho dos tripulantes do que quando navegando. Casos pitorescos ilustraram as aventuras de alguns deles, como o de um enorme operador da casa das máquinas que amigou-se com uma quenga local, cuja casa, nos cafundós do judas, equipou com o que havia de mais moderno na área dos eletrodomésticos, para acentuada inveja dos vizinhos.

E a sujeita – que não ficava “quieta” nas ausências dele – contava para plateias embevecidas o desempenho sexual do gringo, repleto de esquisitices nunca vistas por aqui. E reza a lenda que um deles e mais duas colegas do navio, tomaram banho nus na praia dos Artistas, num amanhecer qualquer. E quem viu, nem parou para admirar a nudez das gringas, pois consta que havia pouca simetria na distribuição das respectivas carnes… Porém, entre a parte da tripulação composta por médicos e enfermeiras, o dia-a-dia não era somente de trabalho duro, porque invariavelmente todas as tardes às 16,00 horas, havia um “happy hour” numa espécie de bar interno, onde todos enchiam a cara. E as enfermeiras presentes eram também “boas de copo” e donas de perfis menos assimétricos que as citadas banhistas da praia dos Artistas.

Conheci de perto uma delas, a chefe de equipe Mary Harrigan, que alugou uma tapera que eu tinha na praia do Cotovelo. Pequenina – para os padrões americanos – cujo namorado, do consulado de seu país no Recife e que a visitava nos fins de semana, vindo num carrão com placa do corpo diplomático, tinha bem uns dois metros de altura. Tempos depois, ela me mandou um cartão postal do Sri-Lanka, onde o “Hope” cumpria mais uma missão.

Estrutura

Idealizado, a princípio, para fornecer tratamento médico em situações de crise e de catástrofe em todo o mundo, o hospital flutuante foi preparado para acomodar 880 a 1000 doentes em casos de emergência. Porém, ao chegar a Natal, sua capacidade estava reduzida para pouco mais de 100 leitos, em virtude de se passar a priorizar o desenvolvimento de programas de treinamento e pesquisas junto à comunidade científica de saúde, além de atendimentos de casos clínicos de interesse científico.

Com equipe composta por mais de 100 médicos e 150 enfermeiros, além de odontólogos, bioquímicos, farmacêuticos, técnicos de radiologia e outros, o SS HOPE serviu de campo de capacitação e aprendizado a vários estudantes vinculados à única escola de medicina do Estado, na época, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e a profissionais de saúde da região.

“O HOPE é um navio especial, um centro médico autossuficiente com 103 leitos e com instrumentos modernos utilizados em tratamentos, diagnósticos e ensino médico. Sua extensão 180 metros por 23 de largura e seu peso, 15 mil toneladas” (NAVIO…, 1972, p. 7). Assim noticiou a Tribuna do Norte.

O navio-hospital era equipado com biblioteca médica, áreas de quarentena, aparelhos de raio-X, farmácia, banco de sangue, laboratório clínico, centro cirúrgico, salas de aula e conferências, com equipe profissional e tecnologia de ponta para a época, o que trouxe inovações e novo ângulo de visão aos beneficiários locais.

Fato curioso é o SS Hope também ser chamado de “Vaca de Ferro”, pois possuía uma unidade de reidratação de leite em pó, onde podia ser produzido mais de 1000 galões de leite ao dia, para uso no próprio navio ou para distribuição entre a população com deficiências nutricionais. Não menos interessante é constatar que os benefícios da missão potiguar não se restringiram à população local.

Seguem fotos inéditas do interior do SS HOPE

Atendimento à população

O veterano americano da II Guerra Mundial Emil Petr, radicado em Natal, cuja história de vida é contada em publicação intitulada “Eu Não Sou Herói – A História de Emil Petr”, adotara Maria Isabel, criança com graves problemas cerebrais, que foi acompanhada pelos conterrâneos paternos.

O pediatra Ney Fonseca foi um dos professores do Departamento de Pediatria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte a conviver com os colegas médicos e equipe do HOPE e recorda-se dessa passagem com bastante orgulho por sua participação. O professor, hoje aposentado da UFRN, refere que “o projeto foi tão importante que pode ser considerado um marco para a medicina de nossa cidade. Envolveu vários profissionais e alunos, onde se ampliou muito a visão da assistência médica em todos os aspectos. Portanto, é uma memória que precisa ser resgatada e preservada, pois muitos dos personagens ainda estão vivos. E isso é memória viva”.

Dr. Ney Fonseca, pediatra, participou como médico e professor da UFRN no projeto. (Foto: Acervo)

“Espalhados na sala de estar, as crianças e adolescentes da Rua Capitão Abdon Nunes recebiam as primeiras lições de inglês com a professora Diane Benjamin, farmacêutica do navio/hospital HOPE, atracado em Natal/RN em fevereiro de 1972, para atender a população carente de uma medicina mais avançada. Estava com oito anos de idade e foi o meu primeiro contato com o inglês. Lembro bem da visita que fizemos ao navio, levados por nossa teacher, matando a curiosidade dos alunos e com direito a um jantar no restaurante bandejão (uma novidade naquela época), lugar onde descobri o sorvete de morango, strawberry para ser mais precisa. O navio zarpou no final de 1972, mas deixou em terra o escritório do Project Hope, a minha vontade de continuar os estudos da língua inglesa e uma amizade fraterna entre mamãe, Diane e Tom Moore, que terminou casando com uma natalense, Lia Estela”,

Por Maria Elza Bezerra Cirne.

Durante sua permanência em Natal, foram localizados 38 eventos educativos, distribuídos entre cursos e palestras, com predominância das temáticas médicas. Esse arranjo, possivelmente, causou descontentamentos, inclusive, pareceu pouco cuidadoso por parte da UFRN e do próprio Projeto HOPE. Era de se presumir, na reciprocidade entre a sua equipe e os profissionais brasileiros, o arbítrio sobre temas relacionados às suas profissões. Dessa constatação, fica a observação de que as ações educativas, quando bem delineadas, contribuem, positivamente, para a troca
efetiva de conhecimentos e a construção coletiva dos saberes, assim como favorecem o trabalho colaborativo.

Assim, durante a estadia do navio-hospital SS HOPE, em Natal, foram realizados cinco rodízios de equipes em um prazo médio de 60 dias cada. Elas eram compostas por odontólogos, religiosos e, em sua maioria, por profissionais médicos. Importa dizer, conforme noticiou a imprensa local, que o Dr. William B. Walsh – fundador e presidente do Projeto HOPE – se fez presente em todos esses momentos, que o traslado dessas equipes era realizado por via aérea, assim como o reforço do trabalho voluntariado do Projeto HOPE.

Quanto ao acesso aos serviços do navio-hospital SS HOPE…

Ninguém será atendido no navio-hospital sem que antes tenha sido submetido a uma triagem pela equipe médica do Grupo Operacional da Área Médica (GOAM) […] funcionará no Hospital Universitário, selecionando os pacientes que deverão se submeter a operações ou tratamentos prolongados nas clínicas do HOPE .

(SÒ GOAM…, 1972, p. 8)

Vale frisar que os casos triados pelo GOAM poderiam ser encaminhados para o navio-hospital ou, simplesmente, para o Hospital Universitário, mas que, em ambos destinos, as intervenções cirúrgicas ou tratamentos clínicos estariam, necessariamente, sujeitos à prática dos cuidados no sistema de contrapartes. Dessa temporada de 10 meses, resultaram os seguintes números…

[….] em Natal, o HOPE realizou 1.307 cirurgias, num total de 1.805 horas, tendo a operação mais demorada durado 11 horas, além de mais de 21
mil tratamentos em enfermarias, 6.097 atendimentos (consultas) dentro do navio-hospital e 2.500 nos hospitais e postos de saúde da cidade […] diariamente, 250 brasileiros frequentavam o HOPE, entre médicos, professores, estudantes, enfermeiras e voluntários (EM 10 MESES…, 1972, p. 8).

Esses resultados foram determinantes para o retorno do naviohospital SS HOPE, ao Brasil, no ano seguinte, à cidade de Maceió/AL. Sobre isso, seguem trechos da entrevista concedida por Willian B. Walsh, à imprensa local…

[…] o Rio Grande do Norte é o responsável pela permanência do navio-hospital HOPE, por mais um ano no Brasil. Este foi o principal tema da audiência que mantive com o Presidente Médici, semana passada em Brasília […] ainda com o Presidente Médici, expressei minha satisfação, com o programa em Natal, tendo em vista que durante 12 anos de atividade, esta tem sido a viagem mais bem sucedida, principalmente pelo entusiasmo e recepção que tivemos do povo potiguar e das autoridades governamentais. Este entusiasmo foi tão grande que decidimos permanecer por mais um ano no mesmo país, o que permite a nossa ida ao porto de Maceió/AL.

(ATUAÇÃO…, 1972, p. 8)
O americano Emil Petr leva filha para consulta no navio-hospital HOPE em Natal, 1972. (Foto: Acervo)

Educação em saúde

Do intercâmbio esperam-se ações informais de ensino que propiciem a troca de conhecimentos e experiências entre povos e nações. No caso da passagem do navio-hospital SS HOPE em Natal, essa situação foi assegurada através da realização de atividades conjuntas por intermédio do sistema de contrapartes entre profissionais norte-americanos e brasileiros. Além disso, cumpriu-se, formalmente, uma programação de palestras e cursos, como informaram alguns colaboradores. Sobre isso, eis alguns detalhes…

Além dos cursos e palestras, a troca de saberes e experiências foi assegurada pelo sistema de trabalho denominado de contrapartes, no qual os profissionais estadunidenses trabalharam com seus homólogos brasileiros. Sobre isso, assim informaram algumas entrevistadas:

Nós cumprimos a escala de estágios no interior do navio e assistíamos aulas, frequentemente […] na verdade, nós recebíamos aulas o tempo todo […] sempre tinha uma enfermeira, ao nosso lado, ensinando e orientando.

(Carvalho, aluna da Escola de Enfermeiras de Mossoró)

No navio-hospital, havia uma enfermeira brasileira que trabalhava com educação em saúde, há anos, nos Estados Unidos […] ela foi minha contraparte por 2-3 semanas […] eu a acompanhei durante os treinamentos e recomendações àqueles que iam iniciar o estágio […] era regra, todos recebiam as orientações, primeiro, para depois atuarem.

(Coelho, enfermeira professora)

Assistíamos, quase que diariamente, palestras e boas conferências, às vezes, com médicos, estadunidenses e potiguares, simultaneamente, abordando o mesmo tema sob diferentes aspectos […] os conhecimentos de enfermagem eram agregados, tanto do ponto de vista das técnicas, como do ponto de vista das patologias.

(Germano, enfermeira professora)

A educação em saúde era, pois, uma ação sistemática e continuada, ocorrendo também na própria unidade de internação, nesse caso, nas dependências do navio-hospital. As narrativas conferem ações deliberadas à qualificação de recursos humanos em saúde. Dessa oportunidade de conhecer um centro mais avançado, por assim dizer, advieram contatos com inovações, na sequência relatadas:

Os descartáveis foram uma grande inovação […] eles demonstravam cálculos dos gastos com o reprocessamento de materiais, energia, riscos de acidentes e de contaminação […] essa consciência, já naquele tempo […] apesar dos pontos favoráveis, nossa realidade e condições de trabalho eram outras.

(Moura, aluna da Escola de Enfermeiras de Mossoró)

Naquele tempo, os estadunidenses já usavam jelco para as venopunções, polifix para infusão de soluções e cateter para veias subclávias […] as luvas descartáveis eram fartas e de boa qualidade […] quase todo material era descartável.

(Costa, técnica em enfermagem)

Foram realizadas as primeiras cirurgias de catarata e transplante de córneas do Rio Grande do Norte […] em situações de novas técnicas cirúrgicas, primeiro eles demonstravam e depois nós executávamos também […] inédito também a utilização do grampeador cirúrgico [surgical stapler] […] os materiais descartáveis eram uma maravilha.

(Silva Júnior, médico professor)

À vista disso, essa cooperação internacional possibilitou o acesso às inovações, com especial destaque, à época, aos insumos descartáveis – luvas, jelcos, polifix, cateter para punção da veia subclávia, campos cirúrgicos –, por sua abundância e qualidade. Do ponto de vista da assistência à saúde segura, destacam-se os testes biológicos para a checagem do processo de esterilização de estufas e autoclaves.

Sua permanência favoreceu a aproximação entre povos e culturas diferentes. Nas explanações dos entrevistados potiguares, ficaram como legado o aprendizado e a doação de equipamentos e materiais. Quanto a isso, alguns se expressaram assim:

Experiência válida para a Medicina, Enfermagem e Odontologia do estado […] realizaram cirurgias de lábio leporino, fenda palatina e de contraturas causadas por hanseníase, no sistema de contrapartes, com o Dr. Chisholm, no Hospital Infantil Varela Santiago e com o Dr. Edward Falces, no Hospital Colônia São Francisco de Assis.

(Soares, médico professor)

A UFRN, detentora de uma elite intelectual, foi a instituição que mais se beneficiou com o Projeto HOPE, através das palestras, cursos e do convívio com técnicos mais experientes e com conhecimentos mais avançados […] a Secretaria Estadual de Saúde também se favoreceu com projetos de educação sanitária e de vacinação infantil.

(Barros, médico secretário)

A experiência do navio-hospital HOPE e seu intercâmbio impulsionou a UFRN e alguns serviços públicos de saúde locais […] foi um despertar para o estado e para o Nordeste, pode-se dizer […] apresentou uma nova mentalidade de assistência à saúde, mostrando a realidade de um país desenvolvido.

(Leite, enfermeira professora)
Diane Benjamin e Tom Moore, farmacêuticos do Navio HOPE | foto capturada no site no Project Hope

Segundo os relatos, a experiência foi exitosa e está, diretamente, associada ao trabalho entre homólogos. Houve desdobramentos institucionais com a revisão e implantação de novos protocolos assistenciais. Explicitaram que as ações dessa cooperação internacional extrapolaram as dependências do navio-hospital, beneficiando os hospitais da UFRN, profissionais de outras instituições de saúde e a própria Secretaria de Saúde; desse modo:

Vieram para cá os profissionais de saúde de estados vizinhos […] a participação foi fácil, aberta e voluntária […] esse intercâmbio foi extremamente significativo para todos nós […] de Alagoas, a vinda do Dr. Úlpio Paulo Miranda resultou na ida do Projeto HOPE, para Maceió, no ano seguinte à passagem por Natal.

(Soares, médico professor)

Fiquei alojada com um pessoal de Recife […] lembro de uma freira baiana […] no navio havia enfermeiras de outros estados do Nordeste, nós, da Escola de Enfermeiras de Mossoró, e alunos da Escola de Auxiliares de Enfermagem de Natal.

(Pinto, aluna da Escola de Enfermeiras de Mossoró)

Sua permanência, em Natal, por dez meses (fevereiro a dezembro/1972), possibilitou o intercâmbio entre profissionais e estudantes de saúde, locais e de estados circunvizinhos. A seguir, estão algumas declarações apoiadas nas particularidades de cada vivência:

No tempo do navio-hospital HOPE, seus profissionais tiveram uma participação muito grande junto à universidade […] treinamentos de professores e estágios para estudantes de medicina, odontologia e de enfermagem […] obviamente novas técnicas foram desenvolvidas e aprendidas.

(Andrade, professor secretário)

Houve muita integração entre estadunidenses e potiguares […] permitiu uma qualificação melhor do pessoal da saúde através da aplicação tecnologias e realização de procedimentos desconhecidos à área de saúde […] sua vinda trouxe enormes benefícios para o estado.

(Ramos, economista secretário)

A passagem no navio-hospital foi um acontecimento muito bom para o estado […] tratou de gente que não tinha condições de sair de Natal para outros centros […] trouxe novos ensinamentos e favoreceu muitas mudanças no Hospital Universitário.

(Costa, técnica em enfermagem)

Na peculiaridade da enfermagem, assim se pronunciaram algumas entrevistadas:

Um gesto bonito, a ação humanitária do HOPE […] oportunidade de conhecer uma enfermagem mais qualificada […] trouxe novas tecnologias, novos conhecimentos e novas práticas, mas também adquiriu nossos conhecimentos […] não fui recebida nem orientada por nenhuma enfermeira […] comecei observando e, aos poucos, fui me envolvendo com o serviço […] elas não faziam nenhuma distinção entre nós, brasileiras, tanto fazia ser professora da Escola de Auxiliares de Enfermagem, enfermeira do Hospital Universitário, auxiliar ou atendente de enfermagem […] não sei se não entendiam os nossos diferentes níveis ou se não quiseram considerar.

(Germano, enfermeira professora)

Afora, os recursos abundantes, não vi nada de diferente do que praticávamos no Hospital Universitário […] não me apresentaram nada de novo, uma nova técnica, muito menos fui apresentada à chefe das enfermeiras […] eu pensava que ia ao navio-hospital realizar um aperfeiçoamento […] não conheci nenhuma ação privativa de enfermeiras, tipo: supervisão da assistência, rotinas, protocolos, escala de funcionários, organização do setor […] cumpri meu horário e não quis nenhum outro envolvimento.

(Barbosa de Oliveira, enfermeira do HUOL)

Trabalhavam com dinamismo, métodos e rotinas, tudo bem determinado […] as colegas enfermeiras, apesar das barreiras entre os idiomas, eram atenciosas e queriam conhecer nossos serviços, nossa maneira de trabalhar e nossas habilidades, inclusive nossos improvisos [risos] […] a parte científica das colegas enfermeiras era muito forte, mas, ainda hoje, tenho certeza que a nossa enfermagem é mais humana.

(Barreto, enfermeira professora)

O idioma causou dificuldades […] no Centro Cirúrgico, participei de muitas cirurgias, às vezes, sem condições de me afastar para ir ao banheiro, beber água ou me alimentar […] não houve momentos para discutir processos de esterilizações, cuidados com os pacientes cirúrgicos, projetos, protocolos, troca de experiências e de conhecimento […] cumpri, por dois meses, a escala determinada e só […] sem dúvidas, as colegas americanas eram bem preparadas e sabiam que havia enfermeiras em Natal, mas desconsideram.

(Vila Nova, enfermeira professora)

As opiniões possibilitaram visões particulares de diferentes profissionais, com distintas inserções em atividades no navio-hospital SS HOPE. No que se refere aos estadunidenses, parecem unânimes quanto ao dinamismo das atividades, à qualificação de seus profissionais, às boas condições de trabalho, à abundância de recursos e ao bom relacionamento entre as contrapartes.

Os donativos

Sobre as doações, as fontes orais recordam que instituições públicas de saúde e a UFRN se beneficiaram com consultórios odontológicos, monitores cardíacos, respiradores do tipo Bird Mark 7, vídeos educativos, instrumentais cirúrgicos, aventais, campos cirúrgicos, tesouras, pulseiras de identificação, entre outros insumos.

Antes da sua partida, o navio-hospital SS HOPE realizou doações às instituições de saúde e à própria UFRN, como asseguraram alguns colaboradores. A respeito disso, leiam-se os seguintes depoimentos:

Lembro de dois consultórios odontológicos doados pelo HOPE […] ambos instalados na Escola Guararapes.

(ALBUQUERQUE)

Dispus, para trabalhar com os alunos do Departamento de Enfermagem/UFRN, de vídeos educativos doados pelo Projeto HOPE […] nos estágios da disciplina Enfermagem MédicoCirúrgica, tive acesso a swabs, caixas de lenço, instrumentais cirúrgicos, aventais, campos cirúrgicos, tesouras, pulseiras de identificação, todos deixados pelo navio.

(MORAIS VIEIRA)

Doaram muito material à UFRN […] na UTI do Hospital Universitário, recebemos material suficiente para montarmos quatro leitos completos de UTI […] todos com monitor, aspirador e ventilador Bird Mark 7.

(COSTA)

Os americanos doaram grande quantidade de material para o Hospital Universitário, Maternidade-Escola e para o CRUTAC.

(SILVA JÚNIOR)

A respeito disso, assim publicou um jornal local em duas ocasiões… […] no Hospital das Clínicas (atual Hospital Universitário Onofre Lopes) […] inaugurarão, hoje, às 10 horas, a primeira “Unidade de Terapia Intensiva” dotada de quatro leitos […] os médicos Marcelo Carvalho, Sidney Gurgel, Luís Gonzaga Bulhões, Jairo dos Santos Leite, Airton Wanderley, Ovídio Fernandes, Dagmar Olímpio Mais e as enfermeiras Guiomar Pereira Barreto e Sandy Wisner, do navio HOPE, elaboraram todo o planejamento de atendimentos.

(TRIBUNA DO NORTE, 27.06.1972; p. 08)

[…] o Bispo Auxiliar, Dom Antônio Soares Costa, oficiou a cerimônia alusiva ao ato e cortou a fita simbólica da Unidade de Terapia Intensiva […] a mãe da enfermeira americana Sandy Wisner, do HOPE, fez a doação de um respirador artificial para a UTI do Hospital das Clínicas

(atual Hospital Universitário Onofre Lopes)

[…] Sandy Wisner treinou a equipe de enfermagem natalenses que trabalhará naquela unidade de terapia especializada […] a UTI tem quatro leitos equipados com cardioscópio e osciloscópio, aparelhos eletrônicos para medição de eletrocardiograma do paciente

(AJUDA…, 1972, p. 8)

Partida

A reciprocidade das atividades do navio-hospital SS HOPE favoreceu a troca de saberes e conhecimentos entre os participantes dessa cooperação internacional através da revisão e implantação de novos protocolos assistenciais. No que se refere à enfermagem, acredita-se que a convivência
proporcionou às enfermeiras estadunidense o conhecimento de uma assistência mais humanizada, assim como às potiguares uma prática avançada, aliada à disciplina e à cientificidade, habilidades e conhecimentos essenciais à ciência da enfermagem.

Fruto da experiência exitosa na Cidade do Natal, em 1972, e da intercessão política e de autoridades de saúde, o Brasil foi um dos poucos países a se beneficiar com mais de uma missão do navio.

Após longo período de atividades e rica experiência de troca de saberes, o SS Hope se despediu da cidade em 06 de dezembro de 1972, com a seguinte nota no Diário de Natal: “O navio HOPE deixa Natal hoje.

Depois de dez meses, 1307 cirurgias e 6200 atendimentos, o navio-hospital HOPE deixa o Porto de Natal hoje às 14h30, rumo a Baltimore, nos Estados Unidos…”. Missão mais do que cumprida.

Assim, no ano seguinte, o SS Hope realizou sua última viagem à Maceió, Alagoas, sendo aposentado em 1974. Hoje, o Projeto Hope tem representações em outros países como Alemanha e Reino Unido, além dos EUA, e atua em diversas regiões em desenvolvimento nos esforços para erradicar doenças infecciosas como HIV/AIDS e tuberculose, além de treinamento de profissionais.

Partida do navio-hospital SS HOPE, Natal/RN, 6 de dezembro de
1972. Fonte: Acervo do Jornal Tribuna do Norte.

Fontes:

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NATAL, HOPE E SCBEU – Blog de Ealza Bezerra – https://elzabezerra.com.br/natal-hope-e-scbeu/ – Acesso em 25/01/2022.

Navio Hope – Por Aurino Araujo – Auos e Motores – Tribuna do Norte – http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/navio-hope/388992

PROJETO HOPE NO RIO GRANDE DO NORTE: NEXOS COM A SAÚDE E O ENSINO SUPERIOR DE ENFERMAGEM (1972-1985). DJAILSON JOSÉ DELGADO CARLOS. FLORIANÓPOLIS/SC. 2015

Bibliografia

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Carlos DJD. Epidemics as perspectives to the professionalization of Brazilian nursing. Hist Enferm Rev Eletron [Internet]. 2020 [cited 2021 Jan 29];11(1):4-6. Available from: http://here.abennacional.org.br/here/v11/n1/EDITORIAL_en.pdf

EM 10 MESES HOPE realizou quase 10 mil atendimentos. Tribuna do Norte, Natal, p. 8, 6 dez. 1972.

HOPE chega a Natal na quarta-feira de cinzas. Diário Oficial do Rio Grande do Norte. 8 de fevereiro de 1972. Ano 77(4).p488: A1.

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Passagem do hospital flutuante “Hope” em natal faz 40 anos – Hélcio Maranhão – Ensino Fotec UFRN – https://ensinofotecufrn.wordpress.com/2012/11/28/passagem-do-hospital-flutuante-hope-em-natal-faz-40-anos/ – Acesso em 25/01/2022.

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